Broteochactus delicatus Karsch (dorso). In Estampa 12 [plate 12] de Estúdios de Zoologia e Parasitologia Venezolanas (1955).
Nota prévia *
Tityus dorsomaculatus n. sp.
♂ – Cefalotórax com triângulo dorsal escuro cuja base é formada pelo bordo anterior e o vértice situado justamente atrás dos olhos medianos. Na sua parte posterior e no dorso do abdome correm duas faixas longitudinais de cor pardo-avermelhada clara e de contornos serrilhados; no cefalotórax, nos lados da mancha escura mediana, há outra mancha escura, obliquamente alongada, sobre um fundo ocràceo. A faixa preta mediana é composta de triângulos de base posterior, incluindo pequenas manchas lineares medianas, de cor ocrácea clara. Essa mancha linear falta no último segmento, onde o triângulo escuro ocupa apenas a metade basal. Por fora das faixas submedianas, há, de cada lado, uma faixa escura, composta de manchas de contornos irregulares.
A cauda é de cor castanha clara em sua metade superior, o segmento III, embaixo, o IV e o V na sua totalidade, passando de um pardo enegrecido a uma cor francamente preta. Vesícula pardo-avermelhada. As patas, em cima, são salpicadas de manchinhas escuras; embaixo a cor geral é mais uniforme, mas os metatarsos são geralmente mais escuros nos 2/3 basais. Coxas dos palpos maxilares em cima, com uma mancha preta transversal; o fêmur é variegado de preto e claro no meio e escuro no ápice. Tíbia com a base clara, terminada obliquamente; o resto escuro com manchas claras. Mão ocrácea, com algumas manchas indistintas. Dedos enegrecidos na base, avermelhados no ápice e ocráceos nas pontas extremas.
Tronco, em cima, geralmente mate. Arcada orbitária serrilhada, com sulco mediano nítido. A parte anterior do cefalotórax com grânulos maiores. O segmento caudal II tem dez cristas. As cristas dorsais nos segmentos I-IV fracamente granulosas e obsoletas no V. As superfícies entre as cristas geralmente lisas. Vesícula lisa. Dentículo sub-aculear forte, pontiagudo, com os dois grânulos dorsais. Tíbia com cristas granulosas, a da superfície anterior com dente basal mais forte. Mão piriforme, dilatada, sem cristas acusadas, muito mais grossa que a tíbia. Dedo móvel com lobo (ao qual corresponde uma chanfradura no dedo imóvel) e 13 séries de grânulos. Dentes pectíneos 19.
♀ – Tronco geralmente mais granuloso. Cristas caudais mais denteadas. Mão mais fina, com cristas distintas e o dedo móvel sem lobo.
Procedência: Estado de Minas Gerais, coleção da filial deste Instituto em Belo Horizonte.
Dimensões em milímetros:
♂ – Comprimento total 53, do cefalotórax 5,5, de cauda 30; largura da mão 5, da tíbia 3; comprimento do dedo móvel 8.
♀ – Comprimento total 52, do cefalotórax 5,5, da cauda 3; largura da mão 3, da tíbia 2,8, comprimento do dedo móvel 9.
Tityus serrularius n. sp.
Tronco, em cima, castanho escuro, sem faixas longitudinais; nas placas dorsais, às vezes, cintas apicais escuras com dilatação triangular no meio. Cefalotórax mais claro, com triângulo escuro sentado no bordo anterior do mesmo e terminado no ângulo posterior da arcada orbitária. Último segmento do abdome mais claro, da cor da cauda.
Cauda ocrácea; a crista mediana no lado ventral dos segmentos II-IV, a mediana ventral e o ápice do V, pretos. Vesícula da cor da cauda, o acúleo com base avermelhada e extremidade escura. Palpos maxilares uniformes ocráceo-claros, dedos pardo-avermelhados.
Cefalotórax finamente granuloso; arcada supra-orbitária denticulada, com sulco mediano. Placas dorsais quase na totalidade granulosas; a última com as cristas habituais pontuadas. Placas abdominais opacas, com grânulos microscópicos, apenas os bordos apicais de I-III lisos. A última placa dorsal rugosa com as cristas longitudinais habituais.
Cauda delgada, não alargada para trás; os segmentos gradualmente alongados em direção posterior. Cristas caudais denteadas. As dorsais denticuladas nos segmentos II-IV, com serrilha de dentes posteriores maiores em III-IV. Cristas dorsais do último segmento obsoletas, o sulco dorsal mediano estreito. Crista lateral acessória do segmento II distinta em toda a sua extensão. Superfícies caudais com grânulos arredondados, pequenos. A superfície inferior do V inteiramente rugosa. Vesícula achatada dorsalmente, de superfície mate. Dentículo sub-aculear achatado transversalmente, pontiagudo, com dois grânulos dorsais. Mão tão larga quanto a tíbia do palpos maxilares, distintamente encristada, a segunda crista não interrompida no meio. Dedos quase duas vezes mais longos que a mão posterior, sem lobo, com 14 séries de grânulos. Dentes pectíneos 22.
Dimensões em milímetros:
Comprimento total 60, cefalotórax 6, cauda 32, dedo móvel 9, largura da mão 3, da tíbia 3.
Localidade: Belo Horizonte. Coleção da filial naquela capital.
Tityus intermedius n. sp.
Cefalotórax ocráceo-escuro, com triângulo mais escuro à base no bordo anterior da carapaça e vértice situado atrás da arcada orbitária. Tronco ocráceo-escuro, com manchas mais escuras basais. O último segmento toma a cor da cauda. A cauda amarelo-ocrácea, pouco mais escura na parte ventral. Os dois últimos segmentos e as cristas de marrom escuro; a cor em V mais carregada do que em IV. Patas amarelas com manchas escuras. Tíbia dos palpos maxilares de marrom escuro. Mão amarelo-ocrácea, da cor do segmento II. Dedos castanhos avermelhados. Dentes pectíneos esbranquiçados. O cefalotórax em cima rugoso, com grânulos maiores e menores e fovéolas.
Cristas granulosas. Arcada orbitária granulosa, dividida por sulco mediano. Placas dorso-abdominais bastante granulosas, a última com as quatro cristas habituais também granulosas. Cauda delgada, não alargada para trás, os segmentos crescendo progressivamente de I a V, que é mais do duplo de I. As cristas dos segmentos caudais granulosas e as dorsais de II-IV sem dente apical mais forte, as de V quase obsoletas. Crista secundária de II acentuada apenas na extremidade posterior do segmento. Espaço entre as cristas mate. Vesícula mais estreita que o s.v., piriforme. Acùleo fortemente recurvo. Dentículo sub-aculear pontiagudo, com dois grânulos dorsais. Vesícula lisa, com pêlos. Mão da largura da tíbia, com quatro cristas dorsais distintas, as duas internas prolongadas até ao dedo imóvel e a terceira interrompida no meio. Dedos levemente arcados; comprimento do dedo móvel o dobro do da mão posterior. Tíbia com cristas distintas; na superfície anterior uma crista com dente basal mais forte. Dedo sem lobo, com 16 séries de grânulos. Dentes pectíneos 21.
Dimensões em milímetros:
Total 42,5, cefalotórax 5; cauda 25; dado móvel 8; largura da mão e da tíbia 2. Diferenças sexuais pouco acusadas.
Localidade: Cuiabá, coleção da filial de belo Horizonte.
Rhopalurus acromelas n. sp.
♂ – Cor geral amarelo-ocrácea, mais ou menos enegrecida nos tergitos do cefalotórax e do abdome e nos dois últimos segmentos caudais. O último tergito abdominal é mais claro, o terceiro esternito caudal parcialmente infuscado e as cristas subcaudais geralmente pardo-avermelhadas ou enegrecidas. A cor ocrácea é mais escura e avermelhada nas tíbias dos palpos maxilares, tornando-se mais carregada em direção apical. Mão enegrecida, tanto no corpo como nos dedos, que têm apenas o último ocráceo. Vesícula em baixo castanho clara, ocrácea em cima e na base do acùleo, o ápice do mesmo castanho escuro. Dorso do cefalotórax com indicação de um triângulo mais enegrecido, tendo a base na margem anterior e o ápice atrás dos olhos.
Cefalotórax com o fundo e as cristas granulosas, abdome geralmente granuloso, o último tergito com as cristas habituais, o primeiro esternito com elevação triangular.
Cauda robusta, alargando-se um tanto em direção apical, cinco vezes mais longa do que o cefalotórax. As cristas são granulosas, as superiores dos segmentos I a IV denticuladas, o tamanho dos dentinhos crescendo em direção apical. Os dois primeiros segmentos com dez cristas, a crista lateral geralmente aparece também no terceiro segmento, apenas um pouco mais fraca; no quarto falta ou é reduzida a vestígios. Nos esternitos I-IV as cristas medianas são independentes em toda a sua extensão. No segmento V há cinco cristas distintas. A superfície ventral e as laterais geralmente granulosas, o que aparece mais nas partes escuras. Vesículas embaixo com séries de grânulos escuros. Acùleo forte, recurso, o dentículo sub-aculear pequeno e pontiagudo.
Fêmur dos palpos maxilares com quatro cristas granulosas; tíbia com as cristas fracamente granulosas e separadas por intervalos lisos. Mão um tanto mais estreita que a tíbia, o fundo liso com cristas distintas.
Dedo móvel, de comprimento duplo do da mão posterior, com vestígio de lobo e oito séries de grânulos na corte. Todo o palpo com pêlos curtos.
Dentes pectíneos 17.
♀ – Cor da tíbia, da mão e do acùleo mais clara que no ?; tíbia e mão mais estreitas, o dedo móvel sem vestígio de lobo. Os pêlos dos palpos menos numerosos. O quinto esternito caudal com indicação de duas cristas submedianas. Cauda mais delgada.
Comprimento em milímetros:
♂ – total 55, cefalotórax 6,5, cauda 32, mão posterior 4,5, dedo móvel 9; largura: segmento caudal IV 5,5, mão 2,9, tíbia 3.
♀ – comprimento: total 54, cefalotórax 6,5, cauda 30, mão posterior 3,5, dedo móvel 8; largura: segmento caudal IV 4,5, mão 2,5, tíbia 2,5.
Procedência dos exemplares descritos: Teresina (Piauí). Pertencem ao Museu Paulista. Há mais um macho de Patu (Rio Grande do Norte) na coleção do Instituto, filial em Belo Horizonte.
Tityus microcystis n. sp.
♀ – Cor geral ocrácea, tronco e cauda ligeiramente pardacentos, sem brilho. As extremidades mais claras, com algumas pequenas estrias longitudinais nos fêmures e tíbias das patas e dos palpos maxilares. Cefalotórax relativamente escuro, sem desenho bem acusado. Vesícula de cor mais avermelhada. Dedos castanhos avermelhados.
Cauda pouco grossa: o seu comprimento está para o comprimento do tronco na proporção de 3/2. O comprimento dos artículos caudais vai aumentando em direção apical, sendo o quinto cerca de duas vezes mais longo que o primeiro.
Vesícula pequena, com o ferrão curto, pouco curvo, e dentículo sub-aculear reduzido a um tubérculo chato.
Tronco finamente granuloso em cima. Cefalotórax com cristas dorsais granulosas. Último tergito abdominal com as quatro cristas usuais. Penúltimo e último esternitos abdominais com uma crista mediana e três laterais; estas convergentes para trás no último.
Segmentos caudais I e II com dez cristas; a crista acessória distinta nos segmentos I e II e reduzida até a parte basal nos segmentos III-IV. Os quatro primeiros segmentos com sulco dorsal e cristas granulosas, o V com as cristas dorsais quase obsoletas. As mesmas são denticuladas nos segmentos III e IV com dente apical maior. Vesícula com oito cristas longitudinais, face dorsal pouco deprimida.
Fêmur e tíbia dos palpos maxilares com cristas granulosas; na superfície anterior da tíbia existe uma crista de grânulos iguais, iniciada por um dente saliente. Carpo com cristas distintas, mas pouco salientes, um tanto mais largo que a tíbia e com algumas estrias longitudinais apagadas.
Dedo móvel duas vezes mais longo que o corpo; com 14 séries de grânulos.
Dentes pectíneos 22. Lâmina mediana basal não dilatada.
Comprimento total 46 mm, do tronco 18, da cauda 28 mm.
Descrição de um exemplar seco, col. Museu Paulista, proveniente de Mariana, Estado de Minas Gerais.