Contribuição para o conhecimento dos escorpiões encontrados no Brasil *

Espécies do gênero Tityus C. L. Koch.

Sinonímia, distribuição geográfica e chave sistemática.

I

Tityus Koch, 1836

Sin.: Tityus C. L. Koch, 1836 (partim), Arachn., v.3, p.33.

Tityus Pocock, 1893, J. Linn. Soc. Zool., v.24, p.376.

Tityus Kraepelin, 1891, Das Tierr., Lfg. 8, p.69.

Tityus Kraepelin, 1910, Mitt. Mus. Hamb., v.28, p.60.

Tityus Pocock, 1902, Biol. Centr. Americ., p.39.

Phassus Thorell, Ann. Mag. Nat. Hist., s.4, v.17, p.8.

Phassus Kraepelin, 1891, Mitt. Mus. Hamb., v.8, p.107.

Isometrus Pocock, 1890, Proc. Zool. London, p.119.

Isometrus (Partim) androcottus Karsch, Mt. Münch ent. Ver., v.3, p.18-II.

II

1. Tityus microcystis Lutz-Mello, 1922

Sin.: Tityus microcystis Lutz-Mello, 1922, F. Med., ano 3, n.4, p.25. Minas Gerais.

2. Tityus magnimanus Pocock, 1897

Sin.: Tityus magnimanus Pocock, 1897, Ann. Nat. Hist., s.6, v.19, p.514.

Tityus magnimanus Kraepelin, 1899, Das Tierr., Lfg. 8, p.78.

3. Tityus cambridgei Pocock, 1897

Syn.: Tityus cambridgei Pocock, 1897, Ann. Nat. Hist., s.6, v.17, p.360.

Tityus cambridgei Kraepelin, 1899, in: Das Tierr. Lfg. 8, p.78.

Tityus cambridgei Borelli, 1899, Boll. Mus. Torino, v.14, n.338, p.1.

Tityus cambridgei Pocock, 1902, Biol. Centr. Americ., p.40.

Distribuição geográfica: Panamá, Costa Rica, Pará.

4. Tityus metuendus Pocock, 1897

Sin.: Tityus metuendus Pocock, 1897, Ann. Nat. Hist., s.6, v.19, p.361.

Tityus metuendus Kraepelin, 1899.

Distribuição geográfica: Iquitos, Parintins, Belém. Das Tierr., Lfg. 8, p.80.

Distribuição geográfica: Mariana. estado do Pará, rio Tapajós.

5. Tityus duckei Borelli, 1910

Sin.: Tityus duckei Borelli, 1910, Boll. Mus. Zool. Tor., v.25, n.629, p.1.

Distribuição geográfica: estado do Pará.

6. Tityus paraensis Kraepelin, 1896

Sin.: Tityus paraensis Kraepelin, 1896, Mt. Mus. Hamb., v.13, p.129.

Tityus paraensis Kraepelin, 1899, Das Tierr., Lfg. 8, p.84.

Distribuição geográfica: estado do Pará.

7. Tityus mattogrossensis Borelli, 1901

Sin.: Tityus mattogrossensis Borelli, 1901, Boll. Mus. Tor., v.16, n.403.

Distribuição geográfica: Coxipó (Mato Grosso).

8. Tityus paraguayensis Kraepelin, 1895

Sin.: Tityus paraguayensis Kraepelin, 1895, Mt. Mus. Hamb., v.12, p.19.

Tityus paraguayensis Kraepelin, 1899, Das Tierr., Lfg. 8, p.86.

Tityus paraguayensis Borelli, 1901, Boll. Mus. Tor., v.16, n.403, p.6.

Tityus paraguayensis Penther, 1913, Ann. K. K. Naturhist. Hfm. p.239.

Distribuição geográfica: S. Sofia (Paraguai), Corumbá, Cuiabá.

9. Tityus pusillus Pocock, 1893

Sin.: Tityus pusillus Pocock, 1893, Ann. Nat. Hist., s.6, v.12, p.315.

Tityus pusillus Kraepelin, 1899, Das Tierr., Lfg. 8, p.86.

Distribuição geográfica: Iguaraçu.

10. Tityus silvestris Pocock, 1897

Sin.: Tityus silvestris Pocock, 1893, Ann. Nat. Hist., s.6, v.19, p.363.

Tityus silvestris Kraepelin, 1899, Das Tierr., Lfg. 8, p.86.

Distribuição geográfica: Santarém.

11. Tityus intermedius Lutz-Mello, 1922

Sin.: Tityus intermedius Lutz-Mello, 1922, Folha Med., ano 3, n.4, p.25.

Distribuição geográfica: Cuiabá (Mato Grosso).

12. Tityus stigmurus Thorell, 1877

Sin.: Tityus stigmurus Thorell, 1877, Atti Soc. Ital., v.19, p.32.

Phassus stigmurus Kraepelin, 1891, Mt. Mus. Hamb., v.8, p.116.

Isometrus cylindricus Karsch, 1879, Mitt. Münch, ent. Ver., v.3, p.114.

Tityus stigmurus Kraepelin, 1899, Das Tierr., Lfg. 8, p.82.

Tityus stigmurus Penther, 1913, Ann. K. K. Naturhist. Hofm., v.37, p.239.

Distribuição geográfica: Pernambuco, Minas Gerais (?), São Paulo.

13. Tityus bahiensis Perty, 1830

Sin.: Scorpio bahiensis Perty, 1830, Delect. Anim. Artic., p.200, t.39, f.II.

Tityus bahiensis C. L. Koch, 1836, Arachn., v.3, p.33, f.191.

Phassus bahiensis Kraepelin, 1891, Mitt. Mus. Hamb., v.8, p.117.

Tityus bahiensis Kraepelin, 1899, Das Tierr., Lfg. 8, p.83.

Tityus bahiensis Borelli, 1901, Boll. Mus. Tor., v.16, n.403, p.6.

Tityus bahiensis Penther, 1913, Ann. K. K. Naturhist. Hfm., v.27, p.240.

Tityus bahiensis Maurano, 1915, Tese do Rio, p.101.

Distribuição geográfica: Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso, Paraguai (Puerto Bertoni).

14. Tityus costatus Karsch, 1879

Sin.: Isometrus costatus Karsch, 1879, Mt. Münch. ent. Ver., v.3, p.115.

Isometrus soncticus Karsch, 1879, Mt. Münch, ent. Ver., v.3, p.116.

Tityus costatus Kraepelin, 1899, Das Tierr., Lfg. 8, p.83.

Distribuição geográfica: Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo (Itatiaia).

15. Tityus trivittatus Kraepelin, 1898

Sin.: Tityus trivittatus Kraepelin, 1898, Mt. Mus. Hamb., n.15, p.5.

Tityus trivittatus Kraepelin, 1899, Das Tierr., Lfg. 8, p.83.

Tityus trivittatus Borelli, 1901, Boll. Mus. Tor., v.16, n.403, p.5.

Tityus trivittatus Penther, 1913, Ann. K. K. Naturhist. Hofm., v.27, p.240.

Distribuição geográfica: Paraguai, Corrientes, Urucum (Mato Grosso), Rio Grande do Sul.

16. Tityus dorsomaculatus Lutz-Mello, 1922

Sin.: Tityus dorsomaculatus Lutz-Mello, 1922, F. Med., ano 3, n.4, p.25.

Distribuição geográfica: Minas Gerais, São Paulo, Piauí.

17. Tityus serrulatus Lutz-Mello, 1922

Sin.: Tityus serrulatus Lutz-Mello, 1922, F. Med., ano 3, n.4, p.26.

Distribuição geográfica: Minas Gerais, São Paulo.

III

1. Vesícula, acúleo e dentículo sub-aculear reduzidos ................................................ T. microcystis.
Vesícula, acúleo e dentículo sub-aculear de dimensões normais .... 2

2. Espécies pequenas, de comprimento inferior a 60 mm ............ 11
Espécies maiores, de comprimento superior a 60 mm ............ 3

3. Crista no meio da face anterior da tíbia dos palpos maxilares com dentes de tamanho desigual. Na fêmea, a lâmina mediana basal dos dentes com dilatação vesicular ................................................ 4
As mesmas cristas só com o primeiro dente maior e os outros iguais. Lâminas medianas não dilatadas ................................................ 6

4. Cristas ventrais submedianas completamente independentes no segmento caudal II, nos seguintes reunidas, apenas no primeiro terço no segmento III e na metade ou nos dois terços no segmento IV ................................................ T. magnimanus.
As mesmas cristas completamente separadas nos segmentos II-IV … ... 5

5. Cauda relativamente delgada, não alargada posteriormente no macho; largura da mão não excede à da tíbia. Dedo móvel comprido, sem lobo distinto nos doissexos ........................ T. cambridgei.
Cauda mais robusta, alargada posteriormente. Largura da mão superior à da tíbia. Dedo móvel com lobo mais acusado no macho ................................................ T. metuendus.

6. Cristas dorsais dos segmentos caudais III-IV com dente ou dentes apicais maiores ................................................ 7
Cristas dorsais dos segmentos caudais III-IV sem dente apical maior ................................................ 8

7. Apenas o último dente maior nos segmentos III-IV. Tronco, muita vezes, com faixa mediana longitudinal escura e as laterais reduzidas a manchas ................................................ T. stigmurus.
As cristas dorsais no segmento III com 2 e no segmento IV com 3-5 dentes apicais maiores. Tronco muitas vezes com cintas apicais escuras, inteiras ou reduzidas a manchas ........................ T. serrulatus.

8. Segmento caudal V uniformemente escuro ou amarelo-avermelhado. Mão de cor uniforme. ♂ com carpo geralmente mais grosso do que a tíbia com lobo digital ................................................ 9
Cauda de cor variegada. Mão, muitas vezes, variegada. Carpo pouco mais grosso do que a tíbia. Dedo móvel sem lobos em ambos os sexos ................................................ T. costatus.

9. Crista acessória do segmento caudal II apenas apical. Tronco com 3 faixas longitudinais escuras quase paralelas. Cauda, patas e palpos maxilares de cor uniforme. ♂ com carpo pouco mais grosso do que a tíbia ................................................ T. trivittatus.
Crista acessória do segmento caudal II completa. A cor do tronco é escura, uniformemente ou com faixas irregulares. Mancha escura nos 2/3 apicais de tíbia. Fêmur com uma mancha variegada de negro. No ♂, o carpo muito mais grosso do que a tíbia ........................ 10

10. Cauda robusta, os 3 últimos segmentos caudais mais altos; tronco geralmente unicolor. Mancha preta pequena (às vezes, ausente) no terço basal do fêmur e uma apical maior nos 2/3 da tíbia dos palpos maxilares ................................................ T. bahiensis.
Cauda mais delgada, os 3 últimos segmentos não muito altos. Patas salpicadas de preto. Fêmur com 2 manchas variegadas, uma apical e outra basal, a porção mediana clara, às vezes variegada. Tíbia dos palpos maxilares com os 2/3 variegados ............ T. dorsomaculatus.

11. Cristas dorsais dos segmentos caudais II-III terminando em um dente espiniforme maior ................................................ 12
Cristas dorsais dos segmentos caudais II-III não terminando em dente espiniforme maior ................................................ 14

12. Cor do tronco amarelo-testácea uniforme ........................ T. duckei.
Cor do tronco amarelo-coriácea com manchas escuras ............ 13

13. Cauda, na face dorsal de cor amarela de barro, na face ventral quase completamente preta, as superfícies dorsais com manchas mais escuras em forma de V. Dentes pectíneos 22. Número de séries granulosas digitais 16 ................................................ T. paraensis.
Os 3 primeiros segmentos caudais quase completamente amarelos, levemente manchados de preto, os 2 últimos negros na metade anterior, pardo-amarelados na posterior. Dentes pectíneos 17. Séries digitais granulosas em número de 15 ........................ T. mattogrossensis.

14. Dentes pectíneos mais de 16. 14 ou mais séries granulosas digitais. As coxas das patas e palpos maxilares de cor amarela uniforme ................................................ 15
Menos de 16 dentes pectíneos. No máximo 14 séries granulosas digitais. As coxas das patas e dos palpos maxilares completamente pretas ou manchadas de preto ................................................ 16

15. Comprimento até 32 mm. Cauda uniformemente amarelada. Dentes pectíneos 16-18. Número de séries granulosas digitais 14-16 ................................................ T. pusillus.
Comprimento maior, até 32 mm. Último segmento caudal infuscado. 21 dentes pectíneos. 16 séries digitais granulosas ................................................ T. intermedius.

16. Coxa dos palpos maxilares e do segundo par de patas somente no ápice com manchas negras. O segmento caudal V elevado no meio ................................................ T. paraguayensis.
Coxa dos palpos maxilares e dos três primeiros pares de patas completamente pretos. Segmento caudal V menos elevado no meio ................................................ T. silvestris.