Hilídeos novos do Brasil*

Sumário

Na última sessão da Academia Brasileira de Ciências, a 27 de dezembro de 1938, os autores apresentaram as espécies novas de hilídeos, cuja descrição resumida segue abaixo.

Para maiores detalhes veja-se o texto em inglês.

1. Hyla claresignata sp. n.

Espécie grande, caracterizada pelos sinais irregulares, relativamente pequenos, pretos, tarjados de branco, dorso-laterais e no aspecto superior dos membros posteriores, tímpano pequeno e perna longa.

Tipo de Teresópolis; fazenda dos Srs. Guinle, em 9.11.1929.

Espécimes adicionais da Serra da Bocaina (limites dos estados de São Paulo e Rio).

O nome específico é derivado dos sinais pretos, pequenos, tarjados de branco, com forma de triângulo, irregulares e curtos, ou de vírgulas, encontrados, em série, na região dorso-lateral do corpo, na face superior dos fêmures, no calcanhar, cotovelo e na região anal. Destacam-se muito da cor amarela predominante do animal, que pode variar em matiz, desde o amarelo de milho ou de palha ao de enxofre, ou mesmo ao pardo-claro, mas que é sempre mais intenso nos lados do corpo, nas partes das pernas mantidas ocultas em repouso e nas membranas.

Dentes vomerinos em dois grupos oblíquos, separados, paralelos à metade posterior do bordo interno das cóanas, grandes, por trás delas. Língua larga e muito curta atrás, inteira, pouco livre posteriormente (fig. 1). Focinho curto e arredondado, cabeça maciça, olho grande, tímpano muito pequeno mas distinto. Canto rostral saliente. Dedos laterais palmados de 1/3. Artelhos quase completamente palmados, ficando os bordos estreitos das membranas presos à base dos discos no 3° e no 5° artelho. Um rudimento agudo do polegar. Discos grandes, cobrindo o do 3° dedo o tímpano. Pernas longas, a articulação tíbio-tarsal ultrapassando a ponta do focinho, quando levadas à frente. Pele lisa, salvo no peito, abdome e aspecto distal dos fêmures, granulosos.

O tipo apanhado pelo Sr. Joaquim Venancio, enquanto pulava de uma bromélia para a árvore que a trazia e desta para um córrego, em Teresópolis, a 9 de novembro de 1929, acha-se na Coleção Adolpho Lutz, no Instituto Oswaldo Cruz. Os dois espécimes adicionais, machos, jovens, foram apanhados em março de 1934, na Serra da Bocaina, a caminho de Alambari, um dormindo em bromélia, o outro a peneira, enquanto se pescavam girinos num córrego. Todos de floresta pluvial da Serra do Mar.

2. Hyla abolineata sp. n.

Caracterizada pelas linhas brancas, 2° dedo muito curto e 1° comprido, oposto, cobrindo-o.

Holótipo de Teresópolis, apanhado e oferecido em março de 1929 pelo Prof. Heymons e incorporado à Coleção Adolpho Lutz, Instituto Oswaldo Cruz.

Dentes vomerinos em dois grupos um tanto oblíquos, bem separados, entre e atrás das cóanas. Língua larga, cordiforme, extensamente livre posteriormente (fig. 2). Focinho arredondado, truncado, 1 vez e meia o comprimento do olho. Narinas subterminais; abaixo do canto rostral, separadas por intervalo equivalente à metade do espaço interorbital. Canto rostral saliente, ligeiramente curvo, loros1 côncavos. Espaço interorbital mais largo do que a pálpebra superior. Olho lateral, regular, tímpano com metade do diâmetro ocular.

Dedos laterais com membrana na base, o 2° muito curto, alcançando apenas a base da última falangeta do 4° dedo, que atinge o disco do 3°; o 1° mais longo que o 2°, cobrindo-o no exemplar morto. Tubérculos sub-articulares bem desenvolvidos (fig. 2a). Artelhos com membranas desiguais, progressivamente mais longas, o 5° artelho mais longo que o 3° (fig. 2b). Tubérculo metatarsal interno. Discos dos primeiros dedo e artelho visivelmente menores do que os outros. Articulação tíbio-tarsal atingindo a frente do olho. Cabeça maciça, corpo forte.

Pele dorsal lisa, exceto nas pálpebras superiores; granulosa dos lados e nas superfícies ventrais, salvo no peito; as granulações abdominais em séries paralelas, horizontais. Pregas supra-tipânica, supra-anal, dorso-lateral, tarsal e tibial, orladas de branco.

Dimensões: comprimento total 35 mm. (Ver texto em inglês).

O animal vivo é verde intenso em todo o dorso (geralmente cor de capim), podendo tornar-se mais claro; a cor é mais viva nos lados do corpo e nas partes dos membros ocultas em repouso. Os dois últimos artelhos e a membrana que os liga contrastam pela sua cor castanha, ruiva. Íris amarela, com pigmento mais escuro na zona periférica, larga; pálpebras superiores bronzeadas acima do globo ocular; tímpano branco esverdeado no centro, verde na periferia.

Três pares de linhas brancas, anteriormente côncavas, nas tíbias. Três círculos lineares brancos, irregulares, no meio do terço distal do dorso, o maior atrás, os dois menores em frente, estes com uma gota castanha pequena no centro. Três outras gotas castanhas na frente, uma mediana, pós-ocular, duas um pouco laterais na região axilar. Duas linhas dirigidas para a frente, uma de cada lado do ânus, no 3° distal do dorso. Linhas brancas sobre o 4° e 5° artelho de cada pé. Quando o animal está sentado, as linhas anal, tibial e tarsal formam um contorno branco contínuo.

Em álcool, cor de marfim, persistindo as orlas brancas e vestígios de cor nas pálpebras e íris.

Espécie vizinha de H. prasina Burm., que conhecemos viva, mas diferente em tamanho, cor etc. Não tem o desenho lilás indicado pelo autor.

3. Hyla multilineata sp. n.

Caracterizada pelo dorso coberto de linhas longitudinais, paralelas, estreitas, coxas e ilhargas róseas, com barras pretas nas primeiras e apêndice calcâneo. Dentes vomerinos e língua de forma variável, segundo o exemplar.

Tipo (♀) alótipo (♂) e paratipos do Alto da Serra de Cubatão, estado de São Paulo, apanhados em fevereiro de 1923 pelo Sr. Joaquim Venancio, atualmente na Coleção Adolpho Lutz, no Instituto Oswaldo Cruz.

Dentes vomerianos atrás das cóanas, em dois grupos fortes, separados (tipo) às vezes fundidos em um só (alótipo). Língua arredondada, mais longa do que larga, inteira (tipo) ou chanfrada e mais curta (alótipo). Canto rostral agudo, curvo, loros ligeiramente escavados, maxilar superior ligeiramente prognático. Olho grande saliente, tímpano 2/3, (tipo) ou menos (alótipo) do diâmentro ocular (figs. 3 e 3a). Focinho arredondado, 1 1/3 vezes o comprimento do olho.

Dedos palmados na base; 2° dedo mais curto que o 4°: tubérculos sub-articulares grandes, rudimento do polegar presente (angular, aculeado no alótipo ♂). Artelhos palmados de 1/2 a 2/3 o 3° e 5° sub-iguais. Tubérculo metatarsal interno, oval, conspícuo; apêndice cônico no calcanhar. Articulação tibio-tarsal à frente do glóbulo ocular. Cabeça maciça, corpo estreitado posteriormente.

Pele dorsal lisa, ventral granulosa, especialmente na coxa e região perianal.

Dorso geralmente cor de couro claro, ou de camurça, com numerosas linhas longitudinais, paralelas, um pouco mais escuras, às vezes esverdeadas, estrias cantal, dorso-lateral supra-anal; estria tibial externa escura ou amarelada, passando sobre o calcanhar.

A intensidade da coloração é muito variável, à noite é mais pálida com as estrias pardacentas mais escuras, mas contrastando pouco.

As partes escondidas dos membros posteriores e as ilhargas, vermelho róseo intenso, lembrando a cor do sumo de certas cerejas; com barras pretas verticais conspícuas, às vezes bifurcadas posteriormente, nas coxas, e marcas pretas, irregulares, menores, nas superfícies laterais adjacentes.

Gula creme, braços brancos, abdome branco ou amarelado, partes ocultas das pernas e membranas róseas, estas empalidecendo em direção aos discos. Todo o aspecto inferior imaculado, salvo os bordos dos desenhos superiores e laterais, visíveis nas margens.

Espécie noturna de montanha (floresta pluvial), com distribuição restrita, abundante onde encontrada, desovando em águas limpas paradas.

A cópula foi observada no mês de fevereiro de 1923; o amplexo é axilar; o macho dobra os dedos em forma de punho e finca o ferrão, perpendicularmente, na pele da fêmea. Foram postos ovos e criados girinos. Dois exemplares jovens, em metamorfose, medem respectivamente 26,5 e 26 mm de comprimento, dos quais, respectivamente 18 mm e 16 mm da ponta do focinho até o ânus, o restante, cauda. Já têm os quatro membros formados, o focinho é truncado, os fémures são róseos, deixando transparecer os ossos verdes.

O tipo (♀) mede 69 mm. O alótipo (♀), segundo a regra nesta espécie, é bem menor: 45 mm.

Outras dimensões; (ver texto em inglês).

Hyla multilineata é aliada a Hyla polytaenia Cope, sendo porém muito maior e com distribuição geográfica restrita, enquanto a espécie de Cope é comum em toda a Serra do Mar. Dela se distingue, pela voz e, mesmo à primeira vista, não só pelas linhas longitudinais muito mais numerosas e estreitas, que cobrem todo o dorso, como também pelas barras verticais pretas das coxas, nunca encontradas em H. polytaenia, cujo vermelho imaculado é diferente em tom.

De Hyla bischoffi Blgr. e raddiana, Fitz, que às vezes mostram barras escuras nas coxas, se separa, além de outros caracteres, pela presença de um apêndice muito nítido no calcanhar, pela cor, pelas linhas longitudinais do dorso e pela distribuição geográfica, restrita.

4. Hyla flavoguttata sp. n.

Caracterizada pelas gotas amarelas, conspícuas nas partes ocultas das ilhargas, coxas e pernas. Granulosa, vizinha de H. catharinae, mas especificamente diversa.

Tipo (♀) apanhado em 2 de janeiro de 1930, pelos autores e pelo Sr. Joaquim Venancio, na Serra da Bocaina, região limitrofe entre os estados de São Paulo e Rio, incorporado à coleção Dr. Adolpho Lutz, no Instituto Oswaldo Cruz. Espécies adicionais de Passa Quatro, Minas Gerais, de Petrópolis, e oito espécimes pequenos de Teresópolis. Todos eles mostram claros onde traziam as manchas amarelas em vida e possuem os outros caracteres indicados aqui.

Dentes vomerinos em dois grupos, pequenos, fortes, bem separados, entre as coanas. Língua arredondada, com chanfradura rasa e depressões irregulares, longitudinais, na face superior, ligeiramente livre atrás. Canto rostral indistinto; loros escavados, oblíquos; espaço interorbital pouco mais largo do que aquele entre as narinas. Tímpano pequeno, distinto 2/5 do diâmetro ocular. Olho saliente.

Dedos laterais com membrana rudimentar (fig. 4a); nos artelhos desigual, 1/2 e mais, exceto no 1°. Discos espatulados, carnudos, com dobras na carne da página inferior (fig. 4b). Tubérculos metatarsais interno e externo.

Cabeça oval, chata, muito pouco mais longa do que larga, ligeiramente estreitada na nuca. Corpo alongado.

O nome específico decorre das gotas, redondas, amarelo-ouro (cádmio) ou amarelo alaranjado, intenso, que se encontram nas partes ocultas das coxas e pernas e superfícies adjacentes laterais. São constantes nos espécimes que são pardo-escuros, com marcas indistintas no tipo e outros exemplares encontrados; barras transversais na face superior dos membros, até as pontas dos dedos e artelhos. Num espécime de Petrópolis, uma série de pequenas barras brancas, divergentes, se irradiam do olho à comissura do lábio superior. Todo o lado ventral vermiculado, em pardo ou acinzentado, sobre fundo mais claro, creme.

Íris dourada, com reticulação marrom na zona periférica.

Pele dorsal e lateral muito granulosa; com numerosos tubérculos salientes, desiguais, principalmente na vizinhança do tímpano, occipício, loros, pálpebras superiores e pelo corpo, sobretudo na região anal. O espécime de Petrópolis tem as manchas dorsais mais acusadas e tarjadas de pequenas verrugas esbranquiçadas, espaçadas, na linha dorso-lateral.

A gula finamente granulosa, com pontos brancos brilhantes, visíveis em todos os espécimes conservados; granulações maiores no peito, abdome, lado inferior da coxa e região perianal.

Comprimento total 42 mm.

Outras dimensões: ver texto em inglês.

Habitat: Em bromélias e nas Hymenophyllaceas que crescem sobre as lajes das cachoeiras; na água de um açude; uma dentro de casa, em Independência, Petrópolis. Todos acima de 800 metros de altitude, região de floresta na Serra do Mar e Mantiqueira.

Evolução: É provável que alguns girinos, muito interessantes, encontrados em riacho de montanha, muito veloz, a 1.800 metros, em Ponta Alta, Serra da Bocaina, em cuja vizinhança foram apanhados adultos, pertençam a esta espécie. Esses girinos possuem a particularidade de se fixarem ao substrato pela boca produzida, que funciona como uma ventosa terminal, formada pelos lábios dilatados em funil, munido de várias camadas de papilas bem robustas. Abaixo da boca, os rebordos do corpo mais salientes do que a parte central, côncava. Acreditamos que esse dispositivo represente uma adaptação que impede sejam levados pela correnteza. Alguns desses girinos, malhados, com as patas traseiras já formadas, mostram os discos característicos do gênero Hyla, membranas e barras transversais, semelhantes às da nossa espécie, a única encontrada na vizinhança do córrego, bem batida por nós. Infelizmente não foi possível obter a metamorfose completa, embora se mantivessem vivos durante algum tempo.

Hyla flavoguttata, pertence a um grupo de hilas muito semelhantes a Hyla catharinae Blgr. Não obstante, se diferencia especificamente. O exemplar de H. catharinae Blgr., 1901. 7. 29.16. do Museu Britânico, que nos foi gentilmente emprestado pelo Dr. H. W. Parker, não pode ser confundido com a nossa espécie e pertence a outra, menor, e menos granulosa, bastante comum no Rio, com manchas azuis na região inguinal e nas pernas, encontradas em todos os espécimes, e manchas interocular e sacral características.

5. Hyla perpusilla sp. n.

Caracterizada pelo tamanho reduzidíssimo e habitat bromelícola; cor de casca de árvore, flavescente nas ilhargas e coxas, com palmatura reduzida à base dos 3° ao 4° e 5° artelhos.

Hyla perpusilla também se filia ao grupo de Hyla catharinae por certos caracteres, mas é distinta. Em primeiro lugar é muito pequena. Apesar de termos muito material, os indivíduos maiores encontrados medem apenas 20 mm, excepcionalmente 22 mm de comprimento, os menores 11 mm. É uma espécie bromelícola, cujos girinos foram observados no laboratório. O tipo, paratipos e a quase a totalidade dos espécimes provêm do Recreio dos Bandeirantes, onde vivem nas bromélias vizinhas das praias; algumas pererecas muito pequenas, também bromelícolas e enviadas por D. Bento Pickel, O.S.B. de Tapera, no estado de Pernambuco, e outras de Angra dos Reis, localidade semelhante ao Recreio, pertencem a esta espécie. Agora a encontramos em bromélias perto de Petrópolis.

Descrição sucinta: dentes vomerinos em dois grupos, curtos, entre as cóanas. Língua oval, ligeiramente emarginada, estreitada e livre posteriormente. Focinho oval, um pouco saliente, canto rostral apagado, loros côncavos e oblíquos, região interocular mais larga do que o diâmetro da pálpebra superior.

Olho saliente, tímpano distinto, diâmetro menos de ½ do diâmetro ocular. Narinas salientes. Dedos livres, o 4° mais longo do que o 2°; tubérculos sub-articulares e palmares bem desenvolvidos. Membrana na base dos 3° ao 4° e 5° artelhos. Tubérculos metatarsais, interno e externo, prega tarsal presentes. Cabeça oval, estreitada no pescoço, corpo gordo e pernas também, salvo nas juntas. Articulação tíbio-tarsal até a ponta do focinho.

Pele granulosa no abdome, coxas, dorso, pálpebras superiores com granulações finas, algumas verrugas dorsais em séries longitudinais, na cabeça, corpo e membros.

Dorso com brilho metálico sobre fundo cinzento esverdeado e desenho pardo-escuro; composto de estria cantal, mancha interocular estreita e desenho longitudinal variável, disposto, assim como os tubéculos pequenos encontrados na cabeça e dorso, com certa simetria bilateral. Na região sacral deixam livre uma área cinzenta esverdeada bastante constante. Barras transversais nos membros, menos distintas nas coxas. Partes das coxas geralmente ocultas e regiões adjacentes, flavescentes, gula e peito pontuados em escuro, barriga imaculada branca. A língua e órgãos abdominais visíveis por baixo, assim como a margem dos desenhos dorsais.

Dimensões: tipo e um paratipo 22 mm. – Paratipos: 18-20 mm – membro anterior: tipo 13 mm, média dos paratipos 8-11 mm. Membro posterior: tipo 33 mm; média dos paratipos 27-30 mm.

Alguns girinos pequenos, colhidos em bromélias na localidade-tipo parecem pertencer a esta espécie. São escuros, ovais, com pigmentos inclusive na nadadeira inferior da cauda. Dentes quitinosos 2/3. Formadas as pernas, mostram barras transversais escuras. Um indício de mancha interocular. Desenho dificilmente visível devido ao pigmento áureo que os polvilha. As outras espécies encontradas nas bromélias, conjuntamente com H. perpusilla, procuram as águas de canais e lagoas; esta é bromelícola e nunca foi vista, por nós, fora do seu habitat.

6. Gastrotheca viridis sp. n.

Caracterizada pela pele solta da cabeça, cor clara (verde maçã) com desenhos vistosos, perna muito curta, pele lisa, forma da língua e dos dentes vomerinos perfazendo um conjunto de caracteres diferente daquele das outras espécies.

Holótipo e espécime único (♀) encontrado em bromélia epifita, na Serra da Bocaina, região limitrofe dos estados de São Paulo e Rio, em janeiro de 1925, agora no Instituto Oswaldo Cruz.

Pele do crânio solta. Vomerinos em dois grupos curtos, separados, um tanto oblíquos (ver fig. 6). Língua subcircular, apenas emarginada, ligeiramente livre. Canto rostral distinto, loros muito côncavos, narinas laterais. Tímpano ½ do diâmetro ocular. Espaço interocular mais largo do que a pálpebra superior.

Dedos laterais palmados na base, tubérculos palmares muito desenvolvidos. Artelhos palmados de ½. Discos desiguais. Articulação tíbio-tarsal mal alcançando atrás do olho; pele dorsal lisa, da gula e peito fracamente granulosa, do abdome e coxas mais. Uma dobra muito tênue em redor do marsúpio (figs. 6a e b).

Verde (cor de maçã) no dorso, esbranquiçada no aspecto ventral.

Desenho arcuado, vistoso, nas pernas e pés, mais simples nos antebraços e mãos.

Estria cantal e dorsolateral até o meio do corpo, manchas sobre a pálpebras superiores e alguns ocelos sobre o dorso. Todos os desenhos pardos debruados em preto. Barras alternas pardo-claras e brancas na metade distal dos lados do corpo.

Dimensões: ver texto em inglês.

Várias hilas coelonotas, neotropicais, foram descritas, a maioria de um, quando muito dois exemplares. O confronto com aquelas que conhecemos pela literatura, ou por espécimes, mostrou que a nossa difere de todas elas, pelo conjunto dos caracteres específicos. A maioria mostra desenhos vistosos, mas os detalhes são diferentes. Em geral são escuras em álcool, o que não ocorre com espécies verdes claras, que desbotam em vez de escurecer.

Aos Srs. Antenor de Carvalho e Joaquim Venâncio, agradecemos o auxílio prestado, respectivamente, no laboratório e no campo.