Ela está no banheiro, abaixada, com lágrimas secando no rosto, manchando o rímel que ela aplicou com tanto cuidado há apenas algumas horas. Você pode ver instantaneamente que ela não pertence a este lugar, e ainda assim ela está aqui.
O luto é sorrateiro, indo e vindo como um convidado que você não quis convidar, mas que também não pode mandar embora. Ela quer esta dor, apesar de nunca admitir. Ultimamente, é a única coisa que parece real. Ela se percebe pensando intencionalmente em sua melhor amiga mesmo agora, depois de tanto tempo, porque ela quer chorar. Ela é como uma criança remexendo numa ferida, incapaz de se impedir, mesmo sabendo que doerá.
Ela tentou seguir adiante sozinha. Tentou mesmo. Ela ainda está tentando, a seu modo, mas às vezes uma pessoa pode lhe dar apoio, mantê-la de pé, e, sem uma mão para se segurar, você pode se perceber caindo, por mais forte que seja, por mais que tente se manter estável.
Uma vez — há muito tempo — ela caminhou por uma rua escura chamada Firefly Lane totalmente sozinha, na pior noite da sua vida, e encontrou um espírito amigável.
Este foi nosso início. Há mais de trinta anos.
TullyeKate. Você e eu contra o mundo. Melhores amigas para sempre.
Mas as histórias chegam a um fim, não? Você perde as pessoas que ama e tem de encontrar uma maneira de seguir adiante.
Preciso deixar para trás. Dizer adeus com um sorriso.
Não vai ser fácil.
Ela ainda não sabia ao que havia dado início. Em poucos instantes, tudo vai mudar.