Esta é a história de um jornalista e poeta português, um homem ingénuo a quem entregam provas de um massacre cometido pelas tropas portuguesas em Moçambique no ano de 1973. Esse homem bom e ingénuo era o meu pai. Nessa altura, a guerra de libertação nacional tinha chegado às portas da nossa cidade, a Beira. A loucura foi a resposta em alguns dos bairros brancos. Aprendi, então, que a doença é, por vezes, o único remédio. Para alguns, era preciso esquecer o que se passava para que houvesse futuro. Para outros, o que se passava era já o futuro.
Esta narrativa ficcional foi inspirada em pessoas e episódios reais. Por outras palavras: neste livro, nem gente, nem datas, nem lugares têm outra pretensão que não a de serem ficção.