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A silhueta do bosque ergue-se na escuridão diante deles, e Thulin só abranda ligeiramente quando Hess lhe aponta o número da casa. Vira para a entrada da mansão em Klampenborg a tal velocidade que o carro resvala na gravilha. Aproxima o carro da porta, mas, antes de ter tempo de o desligar, Hess abre a porta e desaparece. Para seu alívio, ela vê que o carro-patrulha já está em frente à casa e, enquanto sobe as escadas em direcção ao átrio, um dos agentes vem a descer as escadas do primeiro andar.

— Revistámos a casa toda. Aconteceu alguma coisa na sala.

— Thulin!

Thulin entra na sala, e a primeira coisa que vê é a mancha de sangue na parede e o cão caído no chão com o crânio esmagado. Os móveis foram atirados ao chão, uma das grandes janelas panorâmicas está partida, e há sangue na ombreira da porta e no chão, onde estão os dois pandas de peluche. Uma grande mala de viagem preta está escondida atrás de uma porta com um telemóvel caído no chão ao seu lado.

— Manda uma equipa e cães para o bosque agora mesmo!

Hess abre a porta do pátio para dar a ordem ao agente, que assente e pega no telemóvel. Uma cadeira de jardim está caída em frente à porta, mas Hess afasta-a com um pontapé, e Thulin sai a correr atrás dele, através do relvado e em direcção ao bosque.