GLOSSÁRIO
Das principais palavras ou expressões em idioma hindi, anglo-hindi, árabe ou mesmo luso-hindi que se encontram neste livro
Aag – fogo.
Abba – pai.
Alfonso – uma variedade de manga (fruto da mangueira).
Almirah – guarda-roupa, armário (admite-se que a origem da palavra seja o português almário, forma antiga e popular de armário).
Amma – mãe.
Anna – moeda, l /16 da rupia.
Ayah – ama (palavra derivada do português aia).
Arré baap! – Interjeição traduzível por «oh meu pai» e utilizada para designar espanto ou surpresa.
Baba – senhor (a forma mais usual de tratamento, simples ou a seguir ao nome próprio).
Babu – senhor, cavalheiro; usa-se pejorativamente para designar um indiano estrangeirado; neste livro é usado pejorativamente pelos paquistaneses para designar os indianos.
Begum – senhora casada. Usa-se simples, ou acompanhado de nome próprio, ou em combinação com sahiba (que significa igualmente senhora).
Bengali – habitante do antigo Bengala, hoje Bangladesh.
Bhang – cânhamo indiano, cujas folhas são usadas como droga (haxixe).
Bhangi – drogado e, por extensão, qualquer vagabundo.
Bhel-puri – sanduíche (feita de legumes, cebola e picantes).
Bibi – senhora; o correspondente feminino de baba. Usa-se depois do nome próprio.
Biriani – prato de arroz com frango, ervilhas, açafrão e especiarias.
Bulbul – ave canora, parecida com o nosso rouxinol.
Burqa – véu com que as mulheres muçulmanas tapam o rosto.
Cantt – forma abreviada de cantonment, instalações das tropas.
Chadar – cortina atrás da qual se oculta a mulher muçulmana quando há em casa homens estranhos.
Chambeli – nome de flor odorífera.
Channa – grão-de-bico assado que se vende nas ruas.
Chapati – pão caseiro sem fermento.
Chaprassi – porteiro de hotel.
Chavanni – moeda com o valor de quatro annas.
Chutney – condimento fundamental da cozinha indiana; fica entre a compota e a conserva de frutas e legumes (banana, manga, etc.), que marinam em vinagre ou sumo de limão e (muitas) especiarias (é uma forma anglicizada do hindi chatni).
Crorepati – milionário (deriv. do hindi Kror, que significa dez milhões).
Dahi – iogurte.
Dharma-chakra – a roda simbólica que se pode ver na bandeira da Índia; dharma significa verdade, justiça, virtude.
Dhoban – lavadeira de roupa; outra grafia da palavra é
Dhobi – lavadeira (ou lavador); deriv. do verbo dhob, lavar.
Dhobi-ghat – lavadouro, degrau ou degraus à beira da água. Ver Ghat.
Dhow – barco; palavra de origem árabe.
Diwan-i-khas – sala de audiências dum príncipe.
Djinn – génio, ser fantástico que aparece muito nas Mil e Uma Noites.
(A palavra é homófona de gin, bebida alcoólica, e, como tal, é pelo autor usada num trocadilho essencial para a compreensão da personagem de Ahmed Sinai, grande bebedor de garrafas de «djinns»; os djinns e o gin têm, por sinal, em comum o viverem fechados em garrafas...)
Dugdugee – tambor (note-se o que na palavra há de onomatopaico).
Dupatta – véu, lenço, écharpe fina usada pelas mulheres muçulmanas.
Durbar – cerimónia de receção oferecida por príncipes indianos, vice-reis ou governadores coloniais (Darbar en hindi-persa).
Gharries – carros, geralmente para alugar, puxados por cavalos.
Ghat – os degraus de acesso ao rio, onde se lava a roupa, se fazem abluções rituais, etc.
Godown – armazém (deriv. do malaio godong).
Gur – Rebuçado.
Gurkha – soldado da raça rajput (da Índia do Noroeste).
Hakimi/Hakims – médicos muçulmanos que usam métodos tradicionais.
Halal – puro, segundo a crença muçulmana.
Hamal – moço de fretes, carregador.
Hartal – dia de luto; historicamente, dia de paragem do trabalho ordenado por Gandhi, contra o imperialismo inglês.
Hookah – cachimbo de água, narguilé (vocábulo de origem árabe).
Houris – as belas virgens que os crentes muçulmanos desposarão no céu.
Ikka – carroça puxada por cavalos.
Isa – forma árabe do nome de Jesus.
Jain – adepto do jainismo, um ramo do hinduísmo.
Janum – querido; tratamento que a mulher dá ao marido (a palavra é de origem urdu, a língua que se fala no Paquistão).
Jawan – soldado.
Ji – sufixo diminutivo que se costuma juntar a outras palavras e aos nomes próprios (ex. Babaji, Taiji).
Kabaddi – jogo indiano.
Kasaundies – conservas de legumes em vinagre.
Khansama – cozinheiro.
Khichri – prato de arroz com peixe.
Koli – pescador de Bombaim.
Korma – guisado de carne com caril e iogurte.
Krait – serpente venenosa, pequena mas mortífera.
Lathi – bambu reforçado com ferro, arma usada pelos indianos e pela polícia colonial. Diz-se também lathi-stick.
Lingam – objeto ritual, símbolo fálico, associado aos ritos da fecundidade e ao culto do deus Shiva.
Lotah – vasilha de cobre ou barro, esférica, para água.
Lungi – calças, peça de roupa interior, por vezes um simples pano que se enrola e aperta com um alfinete.
Maharaj ou maharaja ou maharajah – título de príncipes indianos.
Maharajin – forma feminina de maharaj.
Maidan – praça pública.
Mali – jardineiro.
Mamu – tio (coloca-se a seguir ao nome próprio. Ex.: Hanif mamu).
Maulvi – professor muçulmano de religião.
Maund – unidade de peso (cerca de 82 libras).
Muhalla – bairro.
Mumani – tia; correspondente feminino de mamu.
Nawab – príncipe indiano (forma que preferimos manter, apesar de o português ter já perfilhado a forma nababo, que entretanto adquiriu sentido pejorativo).
Nastaliq – língua urdu, utilizada no Paquistão; trata-se de uma variante do hindi, mas escrita com caracteres árabes.
Nibu-pani – sumo de limão com muito açúcar.
Paan – mistura para mascar, constituída por folhas de bétel e uma noz de areca; misturando-lhe drogas mais duras (ópio, por exemplo), obtém -se o que popularmente se chama rocket-paan.
Paan-shop – é uma loja onde se vende o paan e o vendedor é o paan-wallah.
Paisa – moeda, 1/100 da rupia.
Paratha – Pão sem fermento.
Pathan – membro das tribos afegãs do Nordeste da Índia.
Pice – moeda, 1/64 da rupia.
Purdah – costume que obriga as mulheres muçulmanas a esconderem o rosto diante de homens estranhos. A designação é extensiva ao cortinado atrás do qual se ocultam e até ao próprio tecido de que ele é feito.
Raga – tema musical tradicional sobre o qual se improvisa.
Raj – autoridade, a soberania.
Rajput – Habitante duma região do Noroeste da Índia, gente tradicionalmente vocacionada para a guerra. Ver ghurka.
Rani – esposa do rajah (príncipe).
Sadhu – santo, homem piedoso (neste livro aparece também com a desinência -ji, que tem valor diminutivo).
Sahib – senhor (vocábulo de origem árabe, usado sobretudo no trato com os europeus, mas não só; usa-se simples ou a seguir ao nome próprio; a forma feminina é sahiba; também usado neste livro com a desinência -zada)
Samosa – bolo de massa frita com recheio de carne e legumes.
Sarangi – instrumento musical indo-paquistanês.
Sarki – conselho de ministros do governo.
Sarod – instrumento musical indo-paquistanês.
Sati – costume que impõe à viúva imolar-se pelo fogo ao mesmo tempo que o marido defunto.
Satyagraha – resistência passiva (doutrina de Gandhi).
Seer – unidade de peso, equivalente a cerca de 2 libras.
Shehnai – instrumento musical indo-paquistanês.
Shikara – barco.
Sindhi – habitante de Sind, a região onde se situa Carachi.
Sitar – instrumento musical, semelhante ao alaúde.
Tabla – instrumento musical.
Tandoori nan – Pão não fermentado.
Teetar – ave semelhante à codorniz.
Tola – unidade de peso, equivalente a uns 11 gramas.
Tonga – carroça puxada por cavalos.
Verandah – varanda (anglo-hindização da palavra portuguesa como aconteceu com ayah e almirah).
Vina – instrumento musical, uma espécie de lira.
Wallah – homem; utiliza-se como elemento de palavras compostas como rickshaw-wallah (o homem que guia o rickshaw), paan-wallah (o homem que vende paan), gai-wallah (o homem que guarda as vacas).
Zenana – parte da casa reservada às mulheres, na Índia e na Pérsia.
O tradutor desejaria, se soubesse, incluir neste glossário mais informação sobre outros vocábulos detectáveis ao longo do romance. Sobre charas, chutter-mutter, chaloo-chai e shahi-korma não há informação disponível nas enciclopédias e dicionários britânicos, nomeadamente no Oxford Universal Dictionary que forneceu a maioria das informações insertas neste glossário. Felizmente, o sentido do texto não fica muito prejudicado. Falooda, pakora, pasanda, kulfi e nargisi kofta são, como se depreende do contexto, coisas de comer. Valina, nibah e mehndi são momentos diversos da cerimónia indiana do casamento. Chinar é nome de árvore, tal como bodhi, a cuja sombra Buda descansou. A quem tenha elementos disponíveis e os queira dispensar, desde já agradece reconhecidamente
O TRADUTOR