1915

 

As experiências pessoais nisso que chamamos de guerra são, nos melhores casos, o renascimento de memórias provindas de um sonho incompreensível e confuso. Alguns acontecimentos isolados emergem mais claros que outros, uma nitidez procedente dos grandes perigos pelos quais passamos. Depois, mesmo as situações mais arriscadas começam a fazer parte do cotidiano, até que os dias se sucedem sem outro interesse que não a perene proximidade da morte. Mas até esta ideia, tão proeminente no início, acabamos reprimindo, já que não podemos ignorar a sua forte presença e desprezível grandeza.