Capítulo 5

KASIA

1939

AMatka gritou quando o homem das SS deixou cair a pá sobre Psina. Depois de um cacarejar pavoroso, ficou calada, ouvindo-se apenas o arranhar das suas patas ainda em movimento sobre o chão duro. Algumas penas cor de caramelo pairavam no ar.

– É assim que fazemos na nossa terra – disse o SS. Atirou a pá para o chão, pegou na pobre Psina pelo pescoço flácido e lançou-a para o guarda magricela. Tentei não olhar para as patas dela, a agitarem-se no ar.

– Vou deixar passar isto – continuou o SS para a Matka. Limpou as mãos num lenço. – Mas lembre-se, ocultar comida ao Reiché uma ofensa séria. Tem sorte por ter recebido este aviso.

– Claro que sim – concordou a Matka, com uma mão na garganta.

Psina– deixei escapar. Lágrimas quentes queimavam-me os olhos.

– «Psina» significa «cãozinho» em polaco. Chamam cão à galinha. Estúpidos polacos – disse o guarda magro, segurando-a de cabeça para baixo, para evitar as suas patas.

Os homens retiraram-se com Psina, deixando um rasto de terra pelo chão.

– Deixou-os matá-la, Matka. – Todo o meu corpo tremia.

– Preferias morrer por causa de uma galinha? – perguntou a Matka, também com os olhos cheios de lágrimas.

Apressámo-nos a ir para a cozinha e, pela janela da frente, vimos os homens partirem no seu camião. Graças a Deus que a minha irmã não assistira a nada daquilo.

Zuzanna regressou no dia seguinte, após ter passado a noite no hospital. O seu mentor e diretor do hospital, o Dr. Skala, famoso pelo seu trabalho de reparação da fenda palatina, fora preso e ordenaram-lhe a ela que deixasse o hospital e explicasse que os polacos não tinham capacidade de deter posições importantes. Nunca a vira tão abalada, revoltada e furiosa, ao ser forçada a deixar os seus pacientes, na sua maioria crianças. Mais tarde, ficámos a saber que desde 1936 os nazis organizavam listas de polacos de quem suspeitavam serem anti alemães e até marcavam alvos em edifícios, como o caso de hospitais, com «X» gigantescos, para que os pilotos os pudessem ver do ar. Não era de admirar que lhes fosse tão fácil atingir os que queriam.

O Papa regressou também, após ser interrogado durante três dias pela Gestapo. Não lhe tinham batido, mas mandaram-no ir trabalhar mais cedo de manhã, passando longas horas nos correios. Ficámos aliviadas por ver que estava vivo, mas contou-nos como era difícil ficar a ver os nazis abrirem embrulhos e caixas de apartados de cidadãos polacos, levando o que entendessem. Depois do expediente, espalhavam serradura pelo chão, para se certificarem de que nem ele nem o seu pessoal visitavam os correios à noite, quando não tinham ninguém.

De um momento para o outro, parecia que os nazis estavam por todo o lado. Os nossos vizinhos alemães foram para as ruas aclamar os recém-chegados com saudações e flores, enquanto nós permanecíamos em casa. As tropas russas mantinham-se a leste, tendo avançado apenas até ao rio Bug.

Depois disso, éramos como moscas presas no mel – vivas, mas, na realidade, sem viver. Tivemos sorte porque os nazis destacaram Zuzanna para o Corpo Médico do Exército, em Lublin, uma vez que tinham controlado todos os outros médicos do hospital, homens e mulheres, e os haviam levado. Prepararam-lhe a documentação completa, colocaram-lhe a sua fotografia e selaram-na com uma dúzia de águias negras nazis. Estes papéis permitiam-lhe sair em qualquer altura, mesmo após a hora de recolher obrigatório. Sentíamo-nos gratos por cada manhã que acordávamos na nossa própria cama. Muitos dos nossos amigos polacos desapareciam durante a noite, sem explicação.

Um dia, para me aquecer, sentei-me na cama, embrulhei-me numa manta e comecei a fazer um teste numa velha revista Photoplay, o meu «desporto»favorito. Um estudante da turma clandestina de Economia de Pietrik pagara-lhe em revistas americanas e eu memorizara cada palavra nelas contida. O teste dizia que se estivéssemos apaixonados sentiríamos um clique, como o som de uma caixa de pó de arroz a fechar, e eu sentia-o, de cada vez que via Pietrik. Os nossos interesses coincidiam na perfeição (uma coisa rara, de acordo com o teste).

Nesse dia, ele passou por minha casa. Era bom vê-lo. Não interessava do que falávamos. Só queria conservá-lo ali, da melhor forma que conseguisse.

– Quanto tempo podes ficar?

Cortei uma fotografia de Carole Lombard da revista. Estava rodeada de flores brancas, algures em Los Angeles. Era difícil agir naturalmente quando estava a sentir o clique. Pietrik aproximou-se e sentou-se ao meu lado. As molas cederam sob o seu peso.

– Não muito. Vim pedir-te um favor. É sobre Nadia. – Parecia cansado e tinha uma barba de dias. – Ela teve de se ir embora por uns tempos.

– O que aconteceu? – perguntei, de súbito gelada.

– Não posso dizer.

– Mas...

– Não é seguro para ti dizer-to, mas confia em mim, há pessoas a trabalhar para que as coisas mudem.

Tornou-se óbvio que ele estava a trabalhar com a resistência. Embora não tenha dito grande coisa, devia ter sido dos primeiros a juntar-se-lhe, após a invasão dos nazis. Eu já reparara em reuniões misteriosas, bem tarde, à noite. Ausências de um dia inteiro sem qualquer explicação. Não calçava as botas pretas grandes que alguns rapazes da resistência usavam, tornando-os alvos fáceis dos alemães, mas estava claramente envolvido na atividade.

Esperava que isso não fosse assim tão óbvio para as SS. A maioria de nós boicotava as ordens alemãs e sabotava tudo o que fosse possível, mas o Exército da Resistência, o Armia Krajowa, ou AK, era algo mais sério. Embora ao princípio não fosse oficialmente chamado AK, representava o governo polaco no exílio, em Londres. O nosso governo exilado transmitia-nos avisos através da BBC, da estação de rádio polaca Swit e dos dezassete jornais clandestinos de Lublin.

– Se quiseres ajudar, podes fazer-me um grande favor, Kasia.

– Qualquer coisa.

– Quando Nadia e a mãe partiram, tiveram de deixar ficar Felka. Os nazis estão a fazer coisas terríveis aos gatos e cães de judeus. Podes ir buscá-la?

– Onde está Nadia? Posso vê-la?

Já não me importava se ela e Pietrik estivessem apaixonados. Queria apenas que estivessem ambos a salvo.

– Só te posso dizer que os nazis quase as prenderam e que conseguiram fugir mesmo a tempo.

– Por ser judia? Mas ela é católica.

– Sim, mas o avô era judeu e por isso ela está em perigo. Tem de se manter afastada durante uns tempos. Ela fica bem, mas a Felka não. – Segurou-me o braço. – Ajudas? És capaz de a trazer para aqui?

– Claro.

– Além disso, a mãe de Nadia deixou uma coisa na mesinha de cabeceira, que tem de ser escondida num sítio seguro. É um envelope amarelo, que está dentro da lista telefónica.

– Não sei, Pietrik. A mãe de Nadia deixa sempre tudo fechado.

– A porta das traseiras está aberta. Precisas de encontrar essa lista com o envelope dentro. Detesto envolver-te nisto, porque gosto muito de ti, mas não tenho mais ninguém.

Tinha os olhos com lágrimas?

– Claro, sabes que eu ajudo.

Gostava muito de mim? Agarrou-me na mão, virou a palma para cima e beijou-ma. Achei que ia derreter ali mesmo, passar pelas tábuas do chão e escorrer até à cave. Por um momento, esqueci-me de todas as coisas más que estavam a acontecer.

– Leva a lista telefónica com o envelope ao n.º 12 da Rua Lipowa amanhã de manhã, logo a seguir às dez. Toca à campainha. Alguém te perguntará quem é. Tu respondes «Iwona».

– É o meu nome de código?– Iwona significava «teixo». Preferia um nome mais sexy, como Grazyna, que significava «bonita».

– Sim, é o teu nome de código. Wiola deixar-te-á entrar. Entrega-lhe a lista e diz-lhe que é para Konrad Zegota. Depois vem-te embora e corta caminho pelo Parque Ludowy, antes de vires para casa.

Mais tarde, quando reproduzi toda a cena na minha cabeça, já não estava segura se ele me tinha realmente dito «Gosto muito de ti». Mas talvez o teste do amor da Photoplay, afinal de contas, estivesse certo.

Na manhã seguinte, saíem direção à casa de Nadia, um ótimo apartamento no primeiro andar de um edifício com dois pisos, a cinco minutos de distância da minha própria casa. Queria fazer um bom trabalho na minha primeira missão para Pietrik.

No caminho, parei junto ao muro de pedra ao lado de sua casa, onde costumávamos deixar notas secretas uma para a outra e também os nossos livros preferidos. Puxei a nossa pedra especial, lisa e com os cantos arredondados, de tantos anos a ser movida. O último livro que eu deixara ainda ali estava, o Szatan z siódmej klasy*, de Kornel Makuszynski, o nosso favorito, que passáramos de uma para a outra tantas vezes. Ela teria alguma hipótese de ir lá buscá-lo? Deixei-o ficar e voltei a colocar a pedra no sítio.

Prossegui, tranquila, até chegar à casa de Nadia. Assim que vi a sua porta cor de laranja, os meus joelhos começaram a tremer. Inspirar profundamente. Expirar.

Dei a volta até ao pequeno quintal das traseiras, espreitei por entre as ripas de madeira e vi Felka enroscada no degrau. Apesar do pelo espesso, viam-se nitidamente as suas costelas. O quintal de Nadia era ainda mais pequeno do que o nosso e os seus únicos ornamentos eram uma roseira doente e um carrinho de brincar enferrujado.

Tive alguma dificuldade em transpor a vedação, mas depois avancei lentamente até Felka. Estaria à espera de Nadia? Acariciei-lhe o peito e, com o meu toque, ela tentou abanar a cauda, apesar de mal conseguir levantar a cabeça. Estava quente, mas a sua respiração era rápida e superficial. A pobrezinha estava esfomeada.

Passei por cima dela, abri a porta das traseiras e entrei na cozinha.

Pelo aspeto do kugel*de maçã que estava sobre a mesa, tinha passado pelo menos uma semana desde que Nadia e a mãe haviam partido. O leite nos copos estava espesso e as moscas andavam à volta das ameixas. Atravessei a cozinha para ir até ao quarto da minha amiga. Como sempre, a cama estava feita.

Percorri o resto da casa e entrei no quarto da mãe. Não havia sinal de uma partida apressada. Uma cama de ferro pintada de branco e coberta com um edredão, com uma manta de croché ao fundo dos pés, ocupava a maior parte do quarto. Notava-se ainda uma ligeira concavidade no sítio onde estivera uma mala de viagem e sobre a mesa de cabeceira repousava um exemplar em polaco do livro E Tudo o Vento Levou. O quarto tinha como decoração duas tapeçarias com cenas campestres, um pequeno crucifixo e um calendário pendurado na parede, onde se via uma rapariga de ar inteligente à frente de um comboio, com um ramo de flores amarelas nos braços, e no qual podia ler-se, em cima, A ALEMANHA QUER VÊ-LA. Indicava o nome da agência de viagens da Sra. Watroba: VIAGENS WATROBA, DEIXE-NOS LEVÁ-LO.

Abri a gaveta da mesinha de cabeceira, encontrei a lista telefónica e percorri as suas páginas, até encontrar o gordo envelope. Estava fechado e tinha a palavra «Zegota» escrita na frente com uma letra angulosa. A cor do dinheiro era pouco visível através do papel. Peguei no livro, puxei para cima a manta que estava aos pés da cama e regressei à cozinha, onde agarrei numa fatia brilhante de pão entrançado com ovos, colocada em cima da mesa. Estava duro como pedra, mas qualquer bocado de pão era precioso.

Voltei ao quintal e esforcei-me para conseguir colocar Felka no carrinho de brincar. A pobrezinha mal emitiu qualquer som. Coloquei a lista telefónica junto dela, tapei-os com a manta e saí para a Rua Lipowa, seguindo por ruas laterais, para evitar os guardas nazis. Quando estávamos quase a chegar, ganhámos velocidade, fazendo o carrinho saltar sobre as pedras da calçada.

– O que levas aí?

Um SS de camisa castanha surgiu de um beco, pregando-me um enorme susto. Vi atrás dele uma rapariga da minha turma de gimnazjum, mas ela escondeu-se nas sombras. Os meus joelhos tremiam de tal maneira que quase caí.

– Vou para casa – respondi, em alemão. Graças a Deus que sabia falar a língua, já que qualquer conversa em polaco fora abolida.

– Ah, alemã? – levantou a manta com o bastão.

– Não, polaca.

O oficial ignorou-me e aproximou-se, para ver melhor o carrinho.

– O que é isto? Um cão morto?

Mal conseguia ouvi-lo, com as pancadas do coração a explodirem-me nos ouvidos.

– Está apenas doente. Espero que não seja contagioso.

– Circula – ordenou, deixando cair a manta. – Leva esse animal doente para casa. – Voltou a desaparecer no beco.

Quando cheguei ao escritório da Rua Lipowa, estava encharcada em suor. Era uma rua movimentada. Deixei Felka tapada no carrinho e subi as escadas, com as pernas a tremer como a galantine de carpa da Matka. Era, oficialmente, uma espia. Apenas com dezasseis anos, uma inimiga dos nazis. Era algo poderoso. Estiquei-me e toquei à campainha. Qual era o nome de código da pessoa que ia receber a «encomenda»?

Wiola.

Quem é? – perguntou uma voz no interior.

– É Iwona – respondi.

Olhei para trás, para a rua, onde, de ambos os lados, passavam carroças, carros e, nos passeios, pessoas. Depressa, Wiola. Algum SS podia apanhar-me ali, com a lista telefónica, para toda a gente ver. Aporta fez um zumbido, entrei e fechei-a atrás de mim.

Reconheci a rapariga com o nome de código Wiola como sendo Janina Grabowsky, do meu antigo grupo de escoteiras. Ela tinha os dez dedos afastados, para secar o verniz de unhas cor de rubi.

– Desculpa não ter respondido logo à campainha da porta – disse.

– Wiola, isto é para Konrad Zegota. – Estendi-lhe a lista telefónica.

Janina era boa pessoa, com o cabelo pintado de um ruivo cintilante e uma compleição de rapariga do campo, mas não seria a minha primeira escolha como parceira, quando se tratava de arriscar a vida. Não tinha qualquer medalha a sério das escoteiras, por aptidão em primeiros socorros ou orientação, e todos sabiam que a que recebera em artes se devera a trabalhos de maquilhagem. Segurou o livro com as palmas das mãos.

– Obrigada, Iwona.

O escritório ficava num edifício de apartamentos convertido, com janelas altas que davam para a rua, apenas tapadas com cortinas brancas transparentes. Tinha uma secretária de metal, com uma velha máquina de escrever por cima, duas poltronas e uma mesa poeirenta, com revistas de moda polacas antiquadas. Alguém colocara por cima um aquário redondo, com um peixinho dourado, que me olhava, a bater as barbatanas com a boca aberta com o feitio de um «O» de surpresa. Até ele percebia que aquele escritório era uma treta.

Janina deixou cair a lista telefónica em cima da secretária. No seu rosto começou a esboçar-se um sorriso, até que acabou por soltar uma sonora gargalhada.

– Não vais querer que eu aguente uma cara séria, Kasia. Iwona. Isto é tudo tão divertido.

O nome que Pietrik lhe dera, Wiola, significava «violeta», um nome nada adequado para ela, já que era uma rapariga alta, com pulsos grossos como pernas de mesas.

– Não fales tão alto. Sabe-se lá se há alguém a vigiar...

As luzes do teto eram extremamente fortes. Teríamos toda aquela iluminação para que os nazis nos pudessem ver?

– Os únicos nazis que se aproximaram daqui foi por terem vindo a seguir Anna Sadowski, que trazia granadas no sutiã. Namoriscaram com ela durante todo o dia. Algumas raparigas têm trabalhos divertidos. – Janina aproximou-se. – Queres ficar e jogar às cartas?

Cartas?

– Há dinheiro dentro daquela lista. Não deverias escondê-lo? Queres que nos matem?

– Vá lá, fica. Eu arranjo-te o cabelo.

– Tenho de ir para casa.

– Faço-te um penteado? – sugeriu, com as mãos sobre o peito.

Janina trabalhava em part-time no melhor salão de cabeleireiro de Lublin.

– Pietrik disse-me para partir imediatamente.

– Vocês são namorados?

– Tenho de ir...

– Todos dizem que ele gosta de ti...

– Não dês ouvidos a rumores – retorqui, apressando-me para chegar à porta.

Janina pegou numa revista que estava em cima da mesa e deslizou até à secretária.

– Então não estás interessada em nenhuns rumores?

Voltei-me.

– Mesmo que sejam sobre, digamos... Nadia Watroba?

Aproximei-me da secretária.

– O que é que sabes?

– Oh, agora já ficas. – Janina levantou o queixo.

– Ela é a minha melhor amiga.

– Ah, a sério? – perguntou Janina, folheando a revista.

– És capaz de parar? A cadela dela está lá fora à espera, muito doente...

– A Felka? – Fechou a revista de imediato.

A Felka era uma cadela famosa.

– Sim, a Felka. Agora, conta-me.

– Bem, só sei uma parte...

– Janina, se não me disseres...

– Está bem. Está bem. Só sei que Pietrik... bom, acho que foi ele... Levou Nadia e a mãe para um apartamento seguro.

– Perto daqui?

– Em Lublin, sim. Mas isso é tudo o que sei.

– Mais nada?

– Só ouvi dizer que ela está algures mesmo debaixo dos narizes dos nazis.

Atordoada, agradeci a Janina, desci as escadas da frente e parti em direção a casa, pelo parque, como Pietrik me dissera para fazer. Nadia estava realmente a salvo! Enquanto puxava o carrinho mais depressa para levar Felka para casa e alimentá-la, senti todo o corpo relaxar. Nadia continuava em Lublin com a mãe! Podia fazer muito por ela: cuidar de Felka e continuar a trabalhar clandestinamente.

Afinal, a minha primeira missão correra bem, apesar de Janina não a levar a sério. Será que agora eu fazia parte da resistência? Entregara dinheiro. Decerto em breve faria o juramento e tornar-se-ia oficial.

A meio caminho de casa, o céu descarregou, inundando as ruas empedradas e ensopando Felka e eu.

«Desta vez tiveste sorte», diziam os meus sapatos molhados, a cada passada. «Não te habitues.»

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* Título que poderia traduzir-se em português como «O Diabo do 7.º Ano», do referido autor polaco de livros infantojuvenis, eleito membro da prestigiada Academia Polaca de Literatura, no período entre guerras. (N. da T.)

* Um kugel de maçã é um bolo tradicional judaico. (N. da T.)