Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários.
O Presidente da República:
Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eu sanciono a seguinte Lei:
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1.º Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo com esta Lei as seguintes atividades:
•• Caput com redação anterior mantida pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
•• Inciso I com redação anterior mantida pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
II - a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
•• Inciso II com redação anterior mantida pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
III - a negociação e intermediação no mercado de derivativos;
•• Inciso III com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
IV - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores;
•• Inciso II com redação anterior mantida pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
V - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e Futuros;
•• Inciso V com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
VI - a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
•• Primitivo inciso IV renumerado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
VII - a auditoria das companhias abertas;
•• Primitivo inciso V renumerado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
VIII - os serviços de consultor e analista de valores mobiliários.
•• Primitivo inciso VI renumerado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Art. 2.º São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei:
•• Caput com redação anterior mantida pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
I - as ações, debêntures e bônus de subscrição;
•• Inciso I com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos no inciso II;
•• Inciso II com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
III - os certificados de depósito de valores mobiliários;
•• Primitivo inciso II renumerado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
IV - as cédulas de debêntures;
•• Inciso IV com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
V - as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos;
•• Inciso V com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
VI - as notas comerciais;
•• Inciso VI com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
VII - os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários;
•• Inciso VII com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
VIII - outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e
•• Inciso VIII com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.
•• Inciso IX com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
§ 1.º Excluem-se do regime desta Lei:
I - os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal;
II - os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures.
•• Primitivo parágrafo único transformado em § 1.º pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
§ 2.º Os emissores dos valores mobiliários referidos neste artigo, bem como seus administradores e controladores, sujeitam-se à disciplina prevista nesta Lei, para as companhias abertas.
•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
§ 3.º Compete à Comissão de Valores Mobiliários expedir normas para a execução do disposto neste artigo, podendo:
•• § 3.º, caput, acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
I - exigir que os emissores se constituam sob a forma de sociedade anônima;
•• Inciso I acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
II - exigir que as demonstrações financeiras dos emissores, ou que as informações sobre o empreendimento ou projeto, sejam auditadas por auditor independente nela registrado;
•• Inciso II acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
III - dispensar, na distribuição pública dos valores mobiliários referidos neste artigo, a participação de sociedade integrante do sistema previsto no art. 15 desta Lei;
•• Inciso III acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
IV - estabelecer padrões de cláusulas e condições que devam ser adotadas nos títulos ou contratos de investimento, destinados à negociação em bolsa ou balcão, organizado ou não, e recusar a admissão ao mercado da emissão que não satisfaça a esses padrões.
•• Inciso IV acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
§ 4.º É condição de validade dos contratos derivativos, de que tratam os incisos VII e VIII do caput, celebrados a partir da entrada em vigor da Medida Provisória n. 539, de 26 de julho de 2011, o registro em câmaras ou prestadores de serviço de compensação, de liquidação e de registro autorizados pelo Banco Central do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários.
•• § 4.º acrescentado pela Lei n. 12.543, de 8-12-2011.
Art. 3.º Compete ao Conselho Monetário Nacional:
I - definir a política a ser observada na organização e no funcionamento do mercado de valores mobiliários;
II - regular a utilização do crédito nesse mercado;
III - fixar a orientação geral a ser observada pela Comissão de Valores Mobiliários no exercício de suas atribuições;
IV - definir as atividades da Comissão de Valores Mobiliários que devem ser exercidas em coordenação com o Banco Central do Brasil;
V - aprovar o Quadro e o Regulamento de Pessoal da Comissão de Valores Mobiliários, bem como fixar a retribuição do presidente, diretores, ocupantes de funções de confiança e demais servidores.
•• Inciso V acrescentado pela Lei n. 6.422, de 8-6-1977.
VI - estabelecer, para fins da política monetária e cambial, condições específicas para negociação de contratos derivativos, independentemente da natureza do investidor, podendo, inclusive:
•• Inciso VI acrescentado pela Lei n. 12.543, de 8-12-2011.
a) determinar depósitos sobre os valores nocionais dos contratos; e
•• Alínea a acrescentada pela Lei n. 12.543, de 8-12-2011.
b) fixar limites, prazos e outras condições sobre as negociações dos contratos derivativos.
•• Alínea b acrescentada pela Lei n. 12.543, de 8-12-2011.
§ 1.º Ressalvado o disposto nesta Lei, a fiscalização do mercado financeiro e de capitais continuará a ser exercida, nos termos da legislação em vigor, pelo Banco Central do Brasil.
•• Anterior parágrafo único renumerado para § 1.º pela Lei n. 12.543, de 8-12-2011.
§ 2.º As condições específicas de que trata o inciso VI do caput deste artigo não poderão ser exigidas para as operações em aberto na data de publicação do ato que as estabelecer.
•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 12.543, de 8-12-2011.
Art. 4.º O Conselho Monetário Nacional e a Comissão de Valores Mobiliários exercerão as atribuições previstas na Lei para o fim de:
I - estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários;
II - promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais;
III - assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da Bolsa e do balcão;
IV - proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra:
a) emissões irregulares de valores mobiliários;
b) atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobiliários;
c) o uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários.
•• Alínea c acrescentada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
V - evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinada a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado;
VI - assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido;
VII - assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;
VIII - assegurar a observância, no mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.
DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS
•• O Decreto s/n., de 14-6-1995, transfere a sede da Comissão de Valores Mobiliários - CVM para a cidade do Rio de Janeiro.
Art. 5.º É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
Art. 6.º A Comissão de Valores Mobiliários será administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida competência em matéria de mercado de capitais.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
•• Artigo regulamentado pelo Decreto n. 4.300, de 12-7-2002.
• A Lei n. 10.411, de 26-2-2002, em seu art. 2.º, dispõe: "Na composição da primeira Diretoria da Comissão de Valores Mobiliários com mandatos fixos e não concidentes, o Presidente e os quatro diretores serão nomeados, respectivamente, com mandatos de cinco, quatro, três, dois e um ano".
• O Decreto n. 6.382, de 27-2-2008, aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão das Funções Gratificadas da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, e dá outras providências.
§ 1.º O mandato dos dirigentes da Comissão será de 5 (cinco) anos, vedada a recondução, devendo ser renovado a cada ano 1/5 (um quinto) dos membros do Colegiado.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
§ 2.º Os dirigentes da Comissão somente perderão o mandato em virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
§ 3.º Sem prejuízo do que preveem a lei penal e a lei de improbidade administrativa, será causa da perda do mandato a inobservância, pelo Presidente ou Diretor, dos deveres e das proibições inerentes ao cargo.
•• § 3.º com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
§ 4.º Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda instaurar o processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comissão especial, competindo ao Presidente da República determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e proferir o julgamento.
•• § 4.º com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
§ 5.º No caso de renúncia, morte ou perda de mandato do Presidente da Comissão de Valores Mobiliários, assumirá o Diretor mais antigo ou o mais idoso, nessa ordem, até nova nomeação, sem prejuízo de suas atribuições.
•• § 5.º com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
§ 6.º No caso de renúncia, morte ou perda de mandato de Diretor, proceder-se-á à nova nomeação pela forma disposta nesta Lei, para completar o mandato do substituído.
•• § 6.º com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
§ 7.º A Comissão funcionará como órgão de deliberação colegiada de acordo com o seu regimento interno, e no qual serão fixadas as atribuições do Presidente, dos Diretores e do Colegiado.
•• § 7.º acrescentado pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
Art. 7.º A Comissão custeará as despesas necessárias ao seu funcionamento com os recursos provenientes de:
•• Caput com redação anterior mantida pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
I - dotações das reservas monetárias a que se refere o art. 12 da Lei n. 5.143, de 20 de outubro de 1966, alterado pelo Decreto-lei n. 1.342, de 28 de agosto de 1974, que lhe forem atribuídas pelo Conselho Monetário Nacional;
II - dotações que lhe forem consignadas no orçamento federal;
III - receitas provenientes da prestação de serviços pela Comissão, observada a tabela aprovada pelo Conselho Monetário Nacional;
IV - renda de bens patrimoniais e receitas eventuais.
V - receitas de taxas decorrentes do exercício de seu poder de polícia, nos termos da lei.
•• Inciso V acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Art. 8.º Compete à Comissão de Valores Mobiliários:
•• Caput com redação anterior mantida pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as matérias expressamente previstas nesta Lei e na Lei de Sociedades por Ações;
II - administrar os registros instituídos por esta Lei;
III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, de que trata o art. 1.º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participem, e aos valores nele negociados;
IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de preço, comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários de mercado;
V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas, dada prioridade às que não apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório.
§ 1.º O disposto neste artigo não exclui a competência das Bolsas de Valores, das Bolsas de Mercadorias e Futuros, e das entidades de compensação e liquidação com relação aos seus membros e aos valores mobiliários nelas negociados.
•• § 1.º com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
§ 2.º Serão de acesso público todos os documentos e autos de processos administrativos, ressalvados aqueles cujo sigilo seja imprescindível para a defesa da intimidade ou do interesse social, ou cujo sigilo esteja assegurado por expressa disposição legal.
•• § 2.º com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
§ 3.º Em conformidade com o que dispuser o seu Regimento, a Comissão de Valores Mobiliários poderá:
I - publicar projeto de ato normativo para receber sugestões de interessados;
II - convocar, a seu juízo, qualquer pessoa que possa contribuir com informações ou opiniões para o aperfeiçoamento das normas a serem promulgadas.
Art. 9.º A Comissão de Valores Mobiliários, observado o disposto no § 2.º do art. 15, poderá:
•• Caput com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
I - examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou documentos, inclusive programas eletrônicos e arquivos magnéticos, ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis de trabalho de auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em perfeita ordem e estado de conservação pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos:
•• Inciso I com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
a) das pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários (art. 15);
b) das companhias abertas e demais emissoras de valores mobiliários e, quando houver suspeita fundada de atos ilegais, das respectivas sociedades controladoras, controladas, coligadas e sociedades sob controle comum;
•• Alínea b com redação anterior mantida pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
c) dos fundos e sociedades de investimento;
d) das carteiras e depósitos de valores mobiliários (arts. 23 e 24);
e) dos auditores independentes;
f) dos consultores e analistas de valores mobiliários;
g) de outras pessoas quaisquer, naturais ou jurídicas, quando da ocorrência de qualquer irregularidade a ser apurada nos termos do inciso V deste artigo, para efeito de verificação de ocorrência de atos ilegais ou práticas não equitativas;
•• Alínea g com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
II - intimar as pessoas referidas no inciso I a prestar informações, ou esclarecimentos, sob cominação de multa, sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas no art. 11;
•• Inciso II com redação anterior mantida pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
III - requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública;
IV - determinar às companhias abertas que republiquem, com correções ou aditamentos, demonstrações financeiras, relatórios ou informações divulgadas;
V - apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não equitativas de administradores, membros do conselho fiscal e acionistas de companhias abertas, dos intermediários e dos demais participantes do mercado;
•• Inciso V com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
VI - aplicar aos autores das infrações indicadas no inciso anterior as penalidades previstas no art. 11, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal.
§ 1.º Com o fim de prevenir ou corrigir situações anormais do mercado, a Comissão poderá:
•• § 1.º, caput, com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
I - suspender a negociação de determinado valor mobiliário ou decretar o recesso de Bolsa de Valores;
II - suspender ou cancelar os registros de que trata esta Lei;
III - divulgar informações ou recomendações com o fim de esclarecer ou orientar os participantes do mercado;
IV - proibir aos participantes do mercado, sob cominação de multa, a prática de atos que especificar, prejudiciais ao seu funcionamento regular.
§ 2.º O processo, nos casos do inciso V deste artigo, poderá ser precedido de etapa investigativa, em que será assegurado o sigilo necessário à elucidação dos fatos ou exigido pelo interesse público, e observará o procedimento fixado pela Comissão.
•• § 2.º com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
§ 3.º Quando o interesse público exigir, a Comissão poderá divulgar a instauração do procedimento investigativo a que se refere o § 2.º.
•• § 3.º com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
§ 4.º Na apuração de infrações da legislação do mercado de valores mobiliários, a Comissão deverá dar prioridade às infrações de natureza grave, cuja apenação proporcione maior efeito educativo e preventivo para os participantes do mercado.
•• § 4.º com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
§ 5.º As sessões de julgamento do Colegiado, no processo administrativo de que trata o inciso V deste artigo, serão públicas, podendo ser restringido o acesso de terceiros em função do interesse público envolvido.
•• § 5.º com redação derterminada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
§ 6.º A Comissão será competente para apurar e punir condutas fraudulentas no mercado de valores mobiliários sempre que:
I - seus efeitos ocasionem danos a pessoas residentes no território nacional, independentemente do local em que tenham ocorrido; e
II - os atos ou omissões relevantes tenham sido praticados em território nacional.
•• § 6.º com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
Art. 10. A Comissão de Valores Mobiliários poderá celebrar convênios com órgãos similares de outros países, ou com entidades internacionais, para assistência e cooperação na condução de investigações para apurar transgressões às normas atinentes ao mercado de valores mobiliários ocorridas no País e no exterior.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
§ 1.º A Comissão de Valores Mobiliários poderá se recusar a prestar a assistência referida no caput deste artigo quando houver interesse público a ser resguardado.
•• § 1.º acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
§ 2.º O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, às informações que, por disposição legal, estejam submetidas a sigilo.
•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Art. 10-A. A Comissão de Valores Mobiliários, o Banco Central do Brasil e demais órgãos e agências reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas atribuições regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e demais orientações técnicas emitidas.
•• Caput acrescentado pela Lei n. 11.638, de 28-12-2007.
Parágrafo único. A entidade referida no caput deste artigo deverá ser majoritariamente composta por contadores, dela fazendo parte, paritariamente, representantes de entidades representativas de sociedades submetidas ao regime de elaboração de demonstrações financeiras previstas nesta Lei, de sociedades que auditam e analisam as demonstrações financeiras, do órgão federal de fiscalização do exercício da profissão contábil e de universidade ou instituto de pesquisa com reconhecida atuação na área contábil e de mercado de capitais.
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 11.638, de 28-12-2007.
Art. 11. A Comissão de Valores Mobiliários poderá impor aos infratores das normas desta Lei, da Lei de Sociedades por Ações, das suas resoluções, bem como de outras normas legais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar, as seguintes penalidades:
•• A Lei n. 8.668, de 25-6-1993, em seu art. 20, determina a aplicação, à instituição administradora, aos seus administradores e gerentes diretamente responsáveis pela administração do Fundo de Investimento Imobiliário, do disposto neste artigo.
I - advertência;
II - multa;
III - suspensão do exercício de cargo de administrador ou de conselheiro fiscal de companhia aberta, de entidade do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários;
•• Inciso III com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
IV - inabilitação temporária, até o máximo de 20 (vinte) anos, para o exercício dos cargos referidos no inciso anterior;
•• Inciso IV com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
V - suspensão da autorização ou registro para o exercício das atividades de que trata esta Lei;
VI - cassação de autorização ou registro, para o exercício das atividades de que trata esta Lei;
•• Inciso VI com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
VII - proibição temporária, até o máximo de 20 (vinte) anos, de praticar determinadas atividades ou operações, para os integrantes do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários;
•• Inciso VII acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
VIII - proibição temporária, até o máximo de 10 (dez) anos, de atuar, direta ou indiretamente, em uma ou mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários.
•• Inciso VIII acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 1.º A multa não excederá o maior destes valores:
I - R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);
•• Inciso I com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
II - 50% (cinquenta por cento) do valor da emissão ou operação irregular; ou
•• Inciso II com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
III - 3 (três) vezes o montante da vantagem econômica obtida ou da perda evitada em decorrência do ilícito.
•• Inciso III acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 2.º Nos casos de reincidência serão aplicadas, alternativamente, multa nos termos do parágrafo anterior, até o triplo dos valores fixados, ou penalidade prevista nos incisos III a VIII do caput deste artigo.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 3.º Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, as penalidades previstas nos incisos III a VIII do caput deste artigo somente serão aplicadas nos casos de infração grave, assim definidas em normas da Comissão de Valores Mobiliários.
•• § 3.º com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
• A Instrução CVM n. 491, de 22-2-2011, dispõe sobre hipóteses de infração grave, nos termos deste parágrafo.
§ 4.º As penalidades somente serão impostas com observância do procedimento previsto no § 2.º do art. 9.º desta Lei, cabendo recurso para o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
•• § 4.º com redação deteminada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 5.º A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu exclusivo critério, se o interesse público permitir, suspender, em qualquer fase, o procedimento administrativo instaurado para a apuração de infrações da legislação do mercado de valores mobiliários, se o investigado ou acusado assinar termo de compromisso, obrigando-se a:
•• § 5.º, caput, com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
• A Lei n. 9.873, de 23-11-1999, estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal, direta e indireta, e dispõe em seu art. 3.º que suspende-se a prescrição durante a vigência do termo de compromisso de que trata este parágrafo.
I - cessar a prática de atividades ou atos considerados ilícitos pela Comissão de Valores Mobiliários; e
•• Inciso I acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
II - corrigir as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos.
•• Inciso II acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 6.º O compromisso a que se refere o parágrafo anterior não importará confissão quanto à matéria de fato, nem reconhecimento de ilicitude da conduta analisada.
•• § 6.º acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 7.º O termo de compromisso deverá ser publicado no Diário Oficial da União, discriminando o prazo para cumprimento das obrigações eventualmente assumidas, e constituirá título executivo extrajudicial.
•• § 7.º com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
§ 8.º Não cumpridas as obrigações no prazo, a Comissão de Valores Mobiliários dará continuidade ao procedimento administrativo anteriormente suspenso, para a aplicação das penalidades cabíveis.
•• § 8.º acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 9.º Serão considerados, na aplicação de penalidades previstas na lei, o arrependimento posterior ou a circunstância de qualquer pessoa, espontaneamente, confessar ilícito ou prestar informações relativas à sua materialidade.
•• § 9.º acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 10. A Comissão de Valores Mobiliários regulamentará a aplicação do disposto nos §§ 5.º a 9.º deste artigo aos procedimentos conduzidos pelas Bolsas de Valores, Bolsas de Mercadorias e Futuros, entidades do mercado de balcão organizado e entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários.
•• § 10 com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
§ 11. A multa cominada pela inexecução de ordem da Comissão de Valores Mobiliários, nos termos do inciso II do caput do art. 9.º e do inciso IV de seu § 1.º não excederá a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por dia de atraso no seu cumprimento e sua aplicação independe do processo administrativo previsto no inciso V do caput do mesmo artigo.
•• § 11 com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
§ 12. Da decisão que aplicar a multa prevista no parágrafo anterior caberá recurso voluntário, no prazo de 10 (dez) dias, ao Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários, sem efeito suspensivo.
•• § 12 acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
Art. 12. Quando o inquérito, instaurado de acordo com o § 2.º do art. 9.º, concluir pela ocorrência de crime de ação pública, a Comissão de Valores Mobiliários oficiará ao Ministério Público, para a propositura da ação penal.
Art. 13. A Comissão de Valores Mobiliários manterá serviço para exercer atividade consultiva ou de orientação junto aos agentes do mercado de valores mobiliários ou a qualquer investidor.
Parágrafo único. Fica a critério da Comissão de Valores Mobiliários divulgar ou não as respostas às consultas ou aos critérios de orientação.
Art. 14. A Comissão de Valores Mobiliários poderá prever, em seu orçamento, dotações de verbas às Bolsas de Valores e às Bolsas de Mercadorias e Futuros.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
Art. 15. O sistema de distribuição de valores mobiliários compreende:
I - as instituições financeiras e demais sociedades que tenham por objeto distribuir emissão de valores mobiliários:
a) como agentes de companhia emissora;
b) por conta própria, subscrevendo ou comprando a emissão para a colocar no mercado;
II - as sociedades que tenham por objeto a compra de valores mobiliários em circulação no mercado, para os revender por conta própria;
III - as sociedades e os agentes autônomos que exerçam atividades de mediação na negociação de valores mobiliários, em Bolsas de Valores ou no mercado de balcão;
IV - as Bolsas de Valores.
V - entidades de mercado de balcão organizado;
•• Inciso V acresentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
VI - as corretoras de mercadorias, os operadores especiais e as Bolsas de Mercadorias e Futuros; e
•• Inciso VI acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
VII - as entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários.
•• Anterior inciso VI renumerado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
§ 1.º Compete à Comissão de Valores Mobiliários definir:
•• § 1.º, caput, com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
I - os tipos de instituição financeira que poderão exercer atividades no mercado de valores mobiliários, bem como as espécies de operação que poderão realizar e de serviços que poderão prestar nesse mercado;
II - a especialização de operações ou serviços a ser observada pelas sociedades do mercado, e as condições em que poderão cumular espécies de operação ou serviços.
§ 2.º Em relação às instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a explorar simultaneamente operações ou serviços no mercado de valores mobiliários e nos mercados sujeitos à fiscalização do Banco Central do Brasil, as atribuições da Comissão de Valores Mobiliários serão limitadas às atividades submetidas ao regime da presente Lei, e serão exercidas sem prejuízo das atribuições daquele.
§ 3.º Compete ao Conselho Monetário Nacional regulamentar o disposto no parágrafo anterior, assegurando a coordenação de serviços entre o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários.
Art. 16. Depende de prévia autorização da Comissão de Valores Mobiliários o exercício das seguintes atividades:
•• Caput com redação anterior mantida pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
I - distribuição de emissão no mercado (art. 15, I);
II - compra de valores mobiliários para revendê-los por conta própria (art. 15, II);
III - mediação ou corretagem de operações com valores mobiliários; e
•• Inciso III com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
IV - compensação e liquidação de operações com valores mobiliários.
•• Inciso IV com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
Parágrafo único. Só os agentes autônomos e as sociedades com registro na Comissão poderão exercer a atividade de mediação ou corretagem de valores mobiliários fora da Bolsa.
Art. 17. As Bolsas de Valores, as Bolsas de Mercadorias e Futuros, as entidades do mercado de balcão organizado e as entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários terão autonomia administrativa, financeira e patrimonial, operando sob a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
§ 1.º Às Bolsas de Valores, às Bolsas de Mercadorias e Futuros, às entidades do mercado de balcão organizado e às entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários incumbe, como órgãos auxiliares da Comissão de Valores Mobiliários, fiscalizar os respectivos membros e as operações com valores mobiliários nelas realizadas.
•• § 1.º acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
§ 2.º (Vetado.)
•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Art. 17-A. (Vetado.)
•• Artigo acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Art. 18. Compete à Comissão de Valores Mobiliários:
•• Caput com redação anterior mantida pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
I - editar normas gerais sobre:
•• Inciso I com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
a) condições para obter autorização ou registro necessário ao exercício das atividades indicadas no art. 16, e respectivos procedimentos administrativos;
•• Alínea a com redação anterior mantida pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
b) requisitos de idoneidade, habilitação técnica e capacidade financeira a que deverão satisfazer os administradores de sociedades e demais pessoas que atuem no mercado de valores mobiliários;
•• Alínea b com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
c) condições de constituição e extinção das Bolsas de Valores, entidades do mercado de balcão organizado e das entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários, forma jurídica, órgãos de administração e seu preenchimento;
•• Alínea c com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
d) exercício do poder disciplinar pelas Bolsas e pelas entidades do mercado de balcão organizado, no que se refere às negociações com valores mobiliários, e pelas entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários, sobre os seus membros, imposição de penas e casos de exclusão;
•• Alínea d com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
e) número de sociedades corretoras, membros da Bolsa; requisitos ou condições de admissão quanto à idoneidade, capacidade financeira e habilitação técnica dos seus administradores; e representação no recinto da Bolsa;
f) administração das Bolsas, das entidades do mercado de balcão organizado e das entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários; emolumentos, comissões e quaisquer outros custos cobrados pelas Bolsas e pelas entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários ou seus membros, quando for o caso;
•• Alínea f com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
g) condições de realização das operações a termo;
h) condições de constituição e extinção das Bolsas de Mercadorias e Futuros, forma jurídica, órgãos de administração e seu preenchimento.
•• Alínea h com redação determinada pela Lei n. 10.411, de 26-2-2002.
II - definir:
a) as espécies de operação autorizadas na Bolsa e no mercado de balcão; métodos e práticas que devem ser observados no mercado; e responsabilidade dos intermediários nas operações;
b) a configuração de condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários, ou de manipulação de preço; operações fraudulentas e práticas não equitativas na distribuição ou intermediação de valores;
c) normas aplicáveis ao registro de operações a ser mantido pelas entidades do sistema de distribuição (art. 15).
DA NEGOCIAÇÃO NO MERCADO
Emissão e Distribuição
Art. 19. Nenhuma emissão pública de valores mobiliários será distribuída no mercado sem prévio registro na Comissão.
§ 1.º São atos de distribuição, sujeitos à norma deste artigo, a venda, promessa de venda, oferta à venda ou subscrição, assim como a aceitação de pedido de venda ou subscrição de valores mobiliários, quando os pratiquem a companhia emissora, seus fundadores ou as pessoas a ela equiparadas.
§ 2.º Equiparam-se à companhia emissora para os fins deste artigo:
I - o seu acionista controlador e as pessoas por ela controladas;
II - o coobrigado nos títulos;
III - as instituições financeiras e demais sociedades a que se refere o art. 15, I;
IV - quem quer que tenha subscrito valores da emissão, ou os tenha adquirido à companhia emissora, com o fim de os colocar no mercado.
§ 3.º Caracterizam a emissão pública:
I - a utilização de listas ou boletins de venda ou subscrição, folhetos, prospectos ou anúncios destinados ao público;
II - a procura de subscritores ou adquirentes para os títulos, por meio de empregados, agentes ou corretores;
III - a negociação feita em loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público, com a utilização dos serviços públicos de comunicação.
§ 4.º A emissão pública só poderá ser colocada no mercado através do sistema previsto no art. 15, podendo a Comissão exigir a participação de instituição financeira.
§ 5.º Compete à Comissão expedir normas para a execução do disposto neste artigo, podendo:
I - definir outras situações que configurem emissão pública, para fins de registro, assim como os casos em que este poderá ser dispensado, tendo em vista o interesse do público investidor;
II - fixar o procedimento do registro e especificar as informações que devam instruir o seu pedido, inclusive sobre:
a) a companhia emissora, os empreendimentos ou atividades que explora ou pretende explorar, sua situação econômica e financeira, administração e principais acionistas;
b) as características da emissão e a aplicação a ser dada aos recursos dela provenientes;
c) o vendedor dos valores mobiliários, se for o caso;
d) os participantes na distribuição, sua remuneração e seu relacionamento com a companhia emissora ou com o vendedor.
§ 6.º A Comissão poderá subordinar o registro a capital mínimo da companhia emissora e a valor mínimo da emissão, bem como a que sejam divulgadas as informações que julgar necessárias para proteger os interesses do público investidor.
§ 7.º O pedido de registro será acompanhado dos prospectos e outros documentos quaisquer a serem publicados ou distribuídos, para oferta, anúncio ou promoção do lançamento.
Art. 20. A Comissão mandará suspender a emissão ou a distribuição que se esteja processando em desacordo com o artigo anterior, particularmente quando:
I - a emissão tenha sido julgada fraudulenta ou ilegal, ainda que após efetuado o registro;
II - a oferta, o lançamento, a promoção ou o anúncio dos valores se esteja fazendo em condições diversas das constantes do registro, ou com informações falsas, dolosas ou substancialmente imprecisas.
Negociação na Bolsa e no Mercado de Balcão
Art. 21. A Comissão de Valores Mobiliários manterá, além do registro de que trata o art. 19:
I - o registro para negociação na Bolsa;
II - o registro para negociação no mercado de balcão, organizado ou não.
•• Inciso II com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 1.º Somente os valores mobiliários emitidos por companhia registrada nos termos deste artigo podem ser negociados na Bolsa e no mercado de balcão.
§ 2.º O registro do art. 19 importa registro para o mercado de balcão, mas não para a Bolsa ou entidade de mercado de balcão organizado.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 3.º São atividades do mercado de balcão não organizado as realizadas com a participação das empresas ou profissionais indicados no art. 15, incisos I, II e III, ou nos seus estabelecimentos, excluídas as operações efetuadas em Bolsas ou em sistemas administrados por entidades de balcão organizado.
•• § 3.º com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 4.º Cada Bolsa de Valores ou entidade de mercado de balcão organizado poderá estabelecer requisitos próprios para que os valores sejam admitidos à negociação no seu recinto ou sistema, mediante prévia aprovação da Comissão de Valores Mobiliários.
•• § 4.º com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 5.º O mercado de balcão organizado será administrado por entidades cujo funcionamento dependerá de autorização da Comissão de Valores Mobiliários, que expedirá normas gerais sobre:
•• § 5.º, caput, com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
• Vide arts. 1.123 a 1.141 do CC.
I - condições de constituição e extinção, forma jurídica, órgãos de administração e seu preenchimento;
•• Inciso I com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
II - exercício do poder disciplinar pelas entidades, sobre os seus participantes ou membros, imposição de penas e casos de exclusão;
•• Inciso II com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
III - requisitos ou condições de admissão quanto à idoneidade, capacidade financeira e habilitação técnica dos administradores e representantes das sociedades participantes ou membros;
•• Inciso III acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
IV - administração das entidades, emolumentos, comissões e quaisquer outros custos cobrados pelas entidades ou seus participantes ou membros, quando for o caso.
•• Inciso IV com redação determinada pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
§ 6.º Compete à Comissão expedir normas para a execução do disposto neste artigo, especificando:
I - casos em que os registros podem ser dispensados, recusados, suspensos ou cancelados;
II - informações e documentos que devam ser apresentados pela companhia para a obtenção do registro, e seu procedimento;
III - casos em que os valores mobiliários poderão ser negociados simultaneamente nos mercados de Bolsa e de balcão, organizado ou não.
•• Inciso III acrescentado pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
Art. 21-A. A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas aplicáveis à natureza das informações mínimas e à periodicidade de sua apresentação por qualquer pessoa que tenha acesso a informação relevante.
•• Artigo acrescentado pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
DAS COMPANHIAS ABERTAS
Art. 22. Considera-se aberta a companhia cujos valores mobiliários estejam admitidos à negociação na Bolsa ou no mercado de balcão.
§ 1.º Compete à Comissão de Valores Mobiliários expedir normas aplicáveis às companhias abertas sobre:
•• § 1.º, caput, com redação anterior mantida pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
I - a natureza das informações que devam divulgar e a periodicidade da divulgação;
•• Inciso I com redação anterior mantida pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
II - relatório da administração e demonstrações financeiras;
•• Inciso II com redação anterior mantida pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
III - a compra de ações emitidas pela própria companhia e a alienação das ações em tesouraria;
•• Inciso III com redação anterior mantida pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
IV - padrões de contabilidade, relatórios e pareceres de auditores independentes;
•• Inciso IV com redação anterior mantida pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
V - informações que devam ser prestadas por administradores, membros do conselho fiscal, acionistas controladores e minoritários, relativas à compra, permuta ou venda de valores mobiliários emitidas pela companhia e por sociedades controladas ou controladoras;
•• Inciso V com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
VI - a divulgação de deliberações da assembleia geral e dos órgãos de administração da companhia, ou de fatos relevantes ocorridos nos seus negócios, que possam influir, de modo ponderável, na decisão dos investidores do mercado, de vender ou comprar valores mobiliários emitidos pela companhia;
•• Inciso VI com redação anterior mantida pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
VII - a realização, pelas companhias abertas com ações admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão organizado, de reuniões anuais com seus acionistas e agentes do mercado de valores mobiliários, no local de maior negociação dos títulos da companhia no ano anterior, para a divulgação de informações quanto à respectiva situação econômico-financeira, projeções de resultados e resposta aos esclarecimentos que lhes forem solicitados;
•• Inciso VII com redação anterior mantida pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
VIII - as demais matérias previstas em lei.
•• Inciso VIII com redação anterior mantida pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
§ 2.º As normas editadas pela Comissão de Valores Mobiliários em relação ao disposto nos incisos II e IV do § 1.º aplicam-se às instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, no que não forem conflitantes com as normas por ele baixadas.
•• § 2.º com redação determinada pelo Decreto n. 3.995, de 31-10-2001.
DA ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS E CUSTÓDIA DE VALORES MOBILIÁRIOS
Art. 23. O exercício profissional da administração de carteiras de valores mobiliários de outras pessoas está sujeito à autorização prévia da Comissão.
§ 1.º O disposto neste artigo se aplica à gestão profissional de recursos ou valores mobiliários entregues ao administrador, com autorização para que este compre ou venda valores mobiliários por conta do comitente.
§ 2.º Compete à Comissão estabelecer as normas a serem observadas pelos administradores na gestão de carteiras e sua remuneração, observado o disposto no art. 8.º, IV.
Art. 24. Compete à Comissão autorizar a atividade de custódia de valores mobiliários, cujo exercício será privativo das instituições financeiras, entidades de compensação e das entidades autorizadas, na forma da lei, a prestar serviços de depósito centralizado.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 12.810, de 15-5-2013.
Parágrafo único. Considera-se custódia de valores mobiliários o depósito para guarda, recebimento de dividendos e bonificações, resgate, amortização ou reembolso, e exercício de direitos de subscrição, sem que o depositário tenha poderes, salvo autorização expressa do depositante em cada caso, para alienar os valores mobiliários depositados ou reaplicar as importâncias recebidas.
Art. 25. Salvo mandato expresso com prazo não superior a 1 (um) ano, o administrador de carteira e o depositário de valores mobiliários não podem exercer o direito de voto que couber às ações sob sua administração ou custódia.
DOS AUDITORES INDEPENDENTES, CONSULTORES E ANALISTAS DE VALORES MOBILIÁRIOS
Art. 26. Somente as empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes, registrados na Comissão de Valores Mobiliários, poderão auditar, para os efeitos desta Lei, as demonstrações financeiras de companhias abertas e das instituições, sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários.
§ 1.º A Comissão estabelecerá as condições para o registro e o seu procedimento, e definirá os casos em que poderá ser recusado, suspenso ou cancelado.
§ 2.º As empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes responderão, civilmente, pelos prejuízos que causarem a terceiros em virtude de culpa ou dolo no exercício das funções previstas neste artigo.
§ 3.º Sem prejuízo do disposto no parágrafo precedente, as empresas de auditoria contábil ou os auditores contábeis independentes responderão administrativamente, perante o Banco Central do Brasil, pelos atos praticados ou omissões em que houverem incorrido no desempenho das atividades de auditoria de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
•• § 3.º acrescentado pela Lei 9.447, de 14-3-1997.
§ 4.º Na hipótese do parágrafo anterior, o Banco Central do Brasil aplicará aos infratores as penalidades previstas no art. 11 desta Lei.
•• § 4.º acrescentado pela Lei 9.447, de 14-3-1997.
§ 5.º (Vetado.)
Art. 27. A Comissão poderá fixar normas sobre o exercício das atividades de consultor e analista de valores mobiliários.
DO COMITÊ DE PADRÕES CONTÁBEIS
•• Capítulo VII-A acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Art. 27-A. (Vetado.)
•• Artigo acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Art. 27-B. (Vetado.)
•• Artigo acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
DOS CRIMES CONTRA O MERCADO DE CAPITAIS
•• Capítulo VII-B acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Manipulação do Mercado
Art. 27-C. Realizar operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários em Bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa de até 3 (três) vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime.
•• Artigo acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Uso Indevido de Informação Privilegiada
Art. 27-D. Utilizar informação relevante ainda não divulgada ao mercado, de que tenha conhecimento e da qual deva manter sigilo, capaz de propiciar, para si ou para outrem, vantagem indevida, mediante negociação, em nome próprio ou de terceiro, com valores mobiliários:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de até 3 (três) vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime.
•• Artigo acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Exercício Irregular de Cargo, Profissão, Atividade ou Função
Art. 27-E. Atuar, ainda que a título gratuito, no mercado de valores mobiliários, como instituição integrante do sistema de distribuição, administrador de carteira coletiva ou individual, agente autônomo de investimento, auditor independente, analista de valores mobiliários, agente fiduciário ou exercer qualquer cargo, profissão, atividade ou função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado junto à autoridade administrativa competente, quando exigido por lei ou regulamento:
Pena - detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
•• Artigo acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Art. 27-F. As multas cominadas para os crimes previstos nos arts. 27-C e 27-D deverão ser aplicadas em razão do dano provocado ou da vantagem ilícita auferida pelo agente.
•• Caput acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Parágrafo único. Nos casos de reincidência, a multa pode ser de até o triplo dos valores fixados neste artigo.
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 28. O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, a Secretaria de Previdência Complementar, a Secretaria da Receita Federal e Superintendência de Seguros Privados manterão um sistema de intercâmbio de informações, relativas à fiscalização que exerçam, nas áreas de suas respectivas competências, no mercado de valores mobiliários.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
•• A Secretaria da Receita Federal passa a denominar-se Secretaria da Receita Federal do Brasil, por força da Lei n. 11.457, de 16-3-2007.
Parágrafo único. O dever de guardar sigilo de informações obtidas através do exercício do poder de fiscalização pelas entidades referidas no caput não poderá ser invocado como impedimento para o intercâmbio de que trata este artigo.
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.
Arts. 29 e 30. (Revogados pela Lei n. 10.303, de 31-10-2001.)
Art. 31. Nos processos judiciais que tenham por objeto matéria incluída na competência da Comissão de Valores Mobiliários, será esta sempre intimada para, querendo, oferecer parecer ou prestar esclarecimentos, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da intimação.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 6.616, de 16-12-1978.
§ 1.º A intimação far-se-á, logo após a contestação, por mandado ou por carta com aviso de recebimento, conforme a Comissão tenha, ou não, sede ou representação na comarca em que tenha sido proposta a ação.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 6.616, de 16-12-1978.
§ 2.º Se a Comissão oferecer parecer ou prestar esclarecimentos, será intimada de todos os atos processuais subsequentes, pelo jornal oficial que publica expediente forense ou por carta com aviso de recebimento, nos termos do parágrafo anterior.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 6.616, de 16-12-1978.
§ 3.º À Comissão é atribuída legitimidade para interpor recursos, quando as partes não o fizerem.
•• § 3.º com redação determinada pela Lei n. 6.616, de 16-12-1978.
§ 4.º O prazo para os efeitos do parágrafo anterior começará a correr, independentemente de nova intimação, no dia imediato àquele em que findar o das partes.
•• § 4.º com redação determinada pela Lei n. 6.616, de 16-12-1978.
Art. 32. As multas impostas pela Comissão de Valores Mobiliários, após a decisão final que as impôs na esfera administrativa, terão eficácia de título executivo e serão cobradas judicialmente, de acordo com o rito estabelecido pelo Código de Processo Civil para o processo de execução.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 6.616, de 16-12-1978.
• A Deliberação CVM n. 501, de 3-3-2006, dispõe sobre a incidência de juros de mora sobre débitos provenientes de multas aplicadas em processo administrativo sancionador e multas cominatórias.
Art. 33. (Revogado pela Lei n. 9.873, de 23-11-1999.)
Art. 34. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
•• Primitivo art. 31 renumerado pela Lei n. 6.616, de 16-12-1978, e pela lei n. 9.457, de 5-5-1997.
Art. 35. Revogam-se as disposições em contrário.
•• Primitivo art. 32 renumerado pela Lei n. 6.616, de 16-12-1978, e pela Lei n. 9.457, de 5-5-1997.
Brasília, 7 de dezembro de 1976; 155.º da Independência e 88.º da República.
ERNESTO GEISEL
(*) Publicada no Diário Oficial da União, de 9-12-1976.