O fim do mundo

No fim de um mundo melancólico

os homens lêem jornais.

Homens indiferentes a comer laranjas

que ardem como o sol.

Me deram uma maçã para lembrar

a morte. Sei que cidades telegrafam

pedindo querosene. O véu que olhei voar

caíu no deserto.

O poema final ninguém escreverá

dêsse mundo particular de doze horas.

Em vez de juízo final a mim me preocupa

o sonho final.