… Ao largo das ilhas Shetland, no mar do Norte, o banco entrou em pânico. Bruno só se deu conta mais tarde porque, quando dormia, tinha dificuldade em se ajustar ao ning (o ning não foi nada fácil para ele no princípio, apesar do que escreveste, Neuman, porque, à excepção do tempo que estevem dentro de mim, passou a vida a tentar ignorar os nings , para que saibas!), mas foi subitamente empurrado, afundou-se, engoliu montes de água e acordou a cuspir e a gritar coisas hor-rí-veis e a bater com os pés e as mãos… Desculpa. 
Eu pedi-te que me desculpasses, não foi? Olha, desculpa, Neuman. Excitei-me tanto que esqueci que estavas aqui comigo. Não volta a acontecer, prometo. Podes cuspir, querido, sim, eu sei, é multo salgado… e também frio, não é? 
Onde íamos? Ah, sim, no mar do Norte. Era de noite, havia um luar fragmentado na água e Bruno procurava as linhas laterais de Yorik e Napoleão (mais uma das tuas ideias idiotas, meu lindo: Bruno nunca teria a ideia de dar nomes a peixes! Nem sequer a Leprik!), e Yorik (hum!) estava precisamente no seu lugar habitual, do lado do mar alto, mas Napoleão (hi!), que nadava sempre do lado da costa, desaparecera, e Bruno ficou em pânico, sim, eu senti o medo dele propagar-se até ao mais estreito dos meus golfos; tens de entendê-lo, Neuman, após uma eternidade e meia de viagem entre eles, teve subitamente a impressão de que o lado costeiro do seu corpo lhe fora arrancado e que a vida se lhe esvaía e fluía em direção à costa e aos peixes estranhos que aí nadavam e que, embora tivesse percorrido com eles cerca de metade do globo, nem sequer conhecia! 
Nesse momento, estás a ouvir, nesse momento começaram a passar por ele correntes estranhas, como choques e sensações de ardor, arrepios quentes e frios, queria imensas coisas ao mesmo tempo, ficar e fugir, afundar-se e voar, os pés e as mãos começaram de repente a nadar em direções opostas, ficou quase despedaçado – é preciso não esquecer a terrível infeção que ele tinha no peito há vários meses, que lhe causava febre e confusão de espírito permanentes –, creio que foi culpa minha, embora ainda seja cedo para o reconhecer, e Bruno olhou para a costa e viu que o banco estava tão confuso como ele e que dezenas de milhares de peixes tinham sido dilacerados e se juntavam uns aos outros com um terror selvagem, com os olhos esbugalhados e as barbatanas laterais a brilhar, és capaz de imaginar tal coisa? O meu Bruno esforçou-se por se acalmar. Era provavelmente o único capaz de se dominar e de escutar, descobriu logo que o grande ning tinha desaparecido, e encolheu-se todo, mamma mia , encolheu-se e escutou intensamente, com desespero e súplica, e só então conseguiu ver ao longe, na extremidade do banco, o rufar de Leprik, já muito fraco. 
Mas, antes de poder respirar de alívio por ver que Leprik, pelo menos, estava vivo, o seu pobre corpo começou a gritar uma coisa diferente, completamente diferente: um músculo novo e forte contraiu-se e endureceu ao longo do banco, e Bruno ouviu toda a espécie de sons e ecos incompreensíveis, o rufar de um tambor novo, fechou os olhos e escutou com todos os poros essa voz que vinha de trás, do largo, uma espécie de murmúrio, de contração, uma dor ter-rí-vel – como explicar-te? –, como se te operassem do Suez ou do Panamá e te abrissem de alto a baixo sem anestesia e sem piedade, e os pobres salmões começaram a contorcer-se e a lutar, pensavam que os pescadores islandeses tinham voltado com as suas redes infames, daquelas que têm três anzóis em cada malha, e eu juro-te que vi alguns peixes rebentarem literalmente – pum! – de medo e de esforço, o que não é de espantar, pois mesmo eu, que já vi coisas destas muitas vezes na minha vida, fiquei como louca, podes facilmente adivinhar porquê e por quem estava tão preocupada, e vi que até os recifes das minhas pequenas Shetland brilhavam imenso ao longe, parecia que o mundo inteiro estava a respirar e a suar, e Bruno foi irresistivelmente arrastado para o largo, e Gorok, Gorok, as enguias retorceram-se de desespero no claro-escuro, Gorok, Gorok, os ouriços-do-mar sussurraram com os seus picos, e de repente, através da escuridão, do céu e de mim brilhou o fio vermelho de um novo ning e tudo se iluminou. 
Porque um peixe enorme voou da cauda do banco e veio cair do lado da costa, onde a água se agitava e espumava, e o meu Bruno sentiu logo do seu lado do mar, debaixo do ombro bonitinho, em que lugar preciso do banco se encontrava o ardente Gorok, e foi então que o viu pela primeira vez: era um peixe quase tão grande como Leprik, mas uma viagem inteira mais novo, tinha as mandíbulas escancaradas para o ataque, e as minhas ondinhas despertaram finalmente da sua confusão, correram para ele, cercaram-no e tocaram-lhe, e depois fugiram todas ao mesmo tempo, aos gritos, foge daqui depressa, oh, senhora, aquele ter uma febre tal que não dá para acreditar, pode-se acender o forno para mais uma corrente do Golfo, senhora, e à volta dele, à volta deste Gorok, todo o banco saltava e se voltava como um crepe, e lá em cima voavam as tarambolas com os bicos cor de laranja abertos, donde não saía voz nenhuma, e as conchas gigantes fecharam-se com tal força que algumas se estilhaçaram, e Bruno olhou para Gorok e viu no seu corpo musculoso e luzidio o desenho exato, inchado como se fossem veias, daquele minúsculo rio que desagua no Spey, e eu juro que vi o mesmo, são coisas que acontecem às vezes, especialmente quando as desejamos muito, e o banco inteiro, como que desfalecido, foi arrastado atrás de Gorok que surgiu da água cheio de coragem e força como uma baleia assassina, e voou por cima de nós todos, mergulhou e desapareceu, e depois voltou de outra direção, e assim recoseu o banco todo com a sua linha forte e bem esticada, o seu corpo tornou-se brilhante como uma estrela nova, a cabeça separou-se do corpo para indicar a direção das ilhas Shetland próximas, e o meu Bruno sentiu de repente que tinha de lá chegar, e que aquele era o melhor lugar do mundo. Odiou Leprik que os tinha arrastado durante tanto tempo por caminhos intermináveis, como se quisesse torturá-los de propósito, pois se tornara mais do que evidente que tinham de se despachar, tomar o máximo de atalhos, porque a vida é tão curta, e é preciso voar para aquelas ilhas maravilhosas e não demorar nem mais um minuto, porque Gorok está a chamá-los… 
O verdadeiro torag começou. Não como às vezes acontece durante a maré, quando os peixes se disputam pela comida, ou quando dois bancos rivais se defrontam, não. Foi um torag de loucura total. Os salmões mordiam tudo o que lhes passava pelos dentes, e alguns até se mordiam uns aos outros sem piedade, porque estavam convencidos de que era o que Gorok esperava deles, eu fiquei logo cheia de pedaços de peixe, guelras, barbatanas e olhos, os peixes voavam pelos ares com um entusiasmo tal como se estivessem a saltar contra a corrente por cima das grandes cascatas do rio Spey, sim, o ar estava cheio de choques de barbatanas e de mandíbulas e de ruídos de mergulhos, e Bruno gritava em voz alta e rouca: «Todos juntos, todos juntos!», ah! todo ele era uma grande contração de músculos, e os olhos – tinhas que ver os olhos dele – todos injetados de sangue, e salientes como os olhos telescópicos dos cofres dos meus abismos mais escuros, e o seu pequeno schnorkel era duro como a carapaça de um crustáceo, esquecera até o próprio nome, estava convencido de que era Gorok, sim, e se há coisa pela qual ele deva pedir-me perdão, é por se ter tornado uma concha cheia de sangue e ódio. Eu estava muito assustada, e no meu íntimo gritava, Bruno, Bruno, mas ele não ouvia nada, apenas olhou à sua volta e viu o peixe que tu chamas Yorik, ou lá o que é, pois esse Yorik era um pouco mais pequeno e fraco do que os outros peixes e não compreendo como é que ele conseguiu chegar aqui com os outros, e, de repente, Bruno começou a gritar com ele cheio de raiva, a ranger os dentes e a provocá-lo, és capaz de compreender uma coisa destas? Porque, subitamente, su-bi-ta-men-te não conseguiu mais suportar Yorik, essa ofensa ao entusiasmo que os animara a todos e os tornara fortes, bonitos e perfeitos (pelo menos, era o que eles pensavam), e antes que eu me apercebesse do que quer que fosse, atirou-se a ele a rugir, com as goelas escancaradas e os dentes à mostra e, por sorte, veio uma enorme vaga, uma vaga fria e particularmente salgada, uma daquelas que eu guardo nas minhas caves mais profundas, que lhe bateu em cheio no rosto, não com muita força, é óbvio, porque tinha instruções precisas, e atirou-o para trás, para longe de Yorik, e só então Bruno reagiu, como se se lembrasse de alguma coisa, apanhou os olhos com as duas mãos e colocou-os no rosto, e já lá vinha uma ondinha a correr, cheia de vivacidade, uma daquelas de quem se podia ter a certeza de que seria a primeira a trazer as notícias mais importantes – e, quando se tem uma missão especialmente delicada, como, por exemplo, devolver a alguém um ramo de violetas, é a onda indicada para isso –, e foi ela a primeira a informar-me de que Bruno já se tinha acalmado, que deixara de tremer e recomeçara a nadar como um homem na direção de Yorik, e quando viu o pequeno peixe a flutuar na água como um cadáver pensou, já está, é o fim dele, e ainda por cima às mãos de Bruno; Bruno nadou em direção a ele e eu, ainda um pouco preocupada, estava prestes a libertar outra vaga particularmente fria e salgada, para qualquer eventualidade, mas desta vez não foi necessário, porque Bruno pôs-se em frente de Yorik a abrir e a fechar a boca para mostrar ao pequeno peixe que já não tinha o que recear, e voltou a encher-se de compaixão (quanto a mim, aproveito a ocasião para me desculpar perante os habitantes das Shetland pela inundação súbita que lhes causei: naquele momento não consegui conter-me). Estavam pois frente a frente, e por cima deles o céu estava cheio de peixes voadores, com as cabeças quase desligadas do corpo e a apontarem para as ilhas, e o meu Bruno mergulhou a cabeça dentro de mim com os olhos abertos e viu uma fila de peixinhos elétricos a passarem lentamente debaixo dele iluminando a água com uma luz azul pálido, que sorte, quando penso nisso agora, que boa ideia eu ter pensado em trazê-los para ali naquele preciso momento, e enquanto estava com a cabeça dentro da água, Bruno ouviu de novo a voz de Leprik, clara e forte; acalmou-se e começou a respirar lentamente, e o sinal mais evidente de que tinha voltado a si foi o reaparecimento das dores provocadas pela infeção dos dois lados do corpo, acima das costelas, nadou em direção à costa, e Yorik nadou com ele; e assim, enquanto à sua volta se desencadeava um inferno, eles começaram a restabelecer entre si o dolgan correto e, passados instantes, outros peixes seguiram o seu exemplo, e Bruno reparou que o peixe a quem tu chamas Napoleão não voltara, e em lugar dele havia outro peixe que nadava do lado da costa – mas, por favor, não dês um nome ao peixe, lês demasiadas histórias sobre animais –, e outros peixes começaram igualmente a voltar do escuro, alguns deles tinham um aspeto terrível – os focinhos cheios de sangue e tortos e esperavam assim pacientemente, a mexer as barbatanas, que o grande ning se instalasse neles, sentiam que o lugar dele se tinha ligeiramente modificado, estava mais para um lado, porque mais de um quarto do banco se desprendera e precipitara sobre Gorok, e talvez fosse essa a razão por que Leprik se sentia mais forte no meio dos que restavam. Sentiam-no na água e no seu sangue, em cada guelra e escama, e eu escutava com eles, respirava tão profundamente e estava tão concentrada neles que, por erro, provoquei uma maré baixa na costa de Espanha, e não dei por nada até que a lua fragmentada ficasse totalmente vermelha (a verdade é que é ela quem faz a maior parte do trabalho, pois eu não posso fazer tudo), mas eu já não tinha paciência para ouvir as resmunguices daquela velha albina, porque estava muito tensa devido à prenda que oferecera a Bruno, e podes crer, Neuman, que, se ele levantasse um dedo para Yorik, não receberia mais nada de mim, e devias ter visto como o pequeno Yorik se esqueceu de repente do dolgan , e ultrapassou Bruno a abrir-fechar a boca a uma tal rapidez (foi tão cómico que não pude conter-me de novo e – vais-me desculpar – molhei-me pura e simplesmente); Bruno respondeu a abrir e a fechar a boca, sem compreender o que o peixe queria, porque aquele abrir-fechar deles quer dizer tantas coisas, é uma espécie de língua miserável dos salmões, vá-se lá saber o que eles querem, mas Yorik não queria voltar para o lugar dele e ficou plantado diante de Bruno a saltar para cima e para baixo, até recuou quando o banco se pôs em marcha, e foi só então, quando o meu Bruno sentiu que também ele avançava mais depressa do que antes, que tudo se lhe tornou claro, virou-se de costas e olhou, com a boca aberta de satisfação, e tu podes imaginar como eu estava feliz… 
– Eu também ficaria muito contente se me revelasses. Não leio os pensamentos, como tu, e também não tenho ondas-espias. O que é que Bruno lá viu? 
– Não percebes? Realmente, ainda não percebeste? Pois eu digo-te. Para que saibas. Para não pensares que te escondo alguma coisa. Escuta: dos dois lados das costelas dele havia duas pequenas barbatanas, perfeitamente formadas, e acabadas de nascer. Palavra que esta foi a minha melhor obra desde que aprendi a fazer remoinhos na água: duas barbatanas a esvoaçarem em torno dele como duas borboletas do mar, e o meu Bruno estava inebriado, feliz como nunca… estava tão… hic! Desculpa… tão… feliz… desculpa-me… estou novamente tão emocionada… ups! 
 
 
Tarde nessa noite, ela levou-me de novo para a praia. Pelo meu relógio (um relógio à prova de água que nunca tiro), eu passara três horas resguardado num pequeno ninho de água no meio de uma tempestade violenta que se desencadeara subitamente em toda a região. Ela estava de facto muito emocionada nessa noite; saboreava incansavelmente a recordação de como Bruno aprendera a usar as barbatanas e a navegar com elas, como uma criança que começa a gatinhar. Sentiu-se de novo palpitante de vida. Só o seu encontro com os golfinhos o fizera sentir assim. Bruno nunca mais se separou de Yorik, nem mesmo durante a maré. A sua presença era-lhe indispensável. Ela falava vezes sem conta sobre isso. As recordações tornavam-na loucamente feliz, mas igualmente muito doce. As suas franjas de espuma brilhavam e eu era de novo o estrangeiro que tinha de contentar-se com algumas migalhas. O escudeiro do grande amor, o cronista do amante. 
Ah! Estás de novo zangada, cheia de desprezo por mim porque não paro de choramingar. Eu estou a olhar para os pobres pescadores de Telavive no pontão: ainda não pescaram nada esta noite. Tu roubas-lhes os iscos, enredas-lhes as redes. Já conheço o teu estilo. Esses caprichos infantis. Eles não compreendem, é evidente. Ficam surpreendidos e furiosos. Vejo-os trocarem olhares de espanto, ouço as pragas deles trazidas pelo vento. A maioria desistiu e foi-se embora. Mas os que ficaram lançam as linhas cada vez mais obstinadamente, como se te quisessem provocar. Olham em volta à procura do culpado: será a lua? Os ruídos dos aviões que passam? Agora estão a olhar para mim. Não sabem que esta tempestade é culpa minha… 
Escuta. Ainda não sabes o que me aconteceu naquela noite, a noite das barbatanas… 
Em Narwia, quando voltei da praia, a viúva Dombrovski estava à minha espera com um polícia. O polícia de braços musculosos segurava no ar uma bicicleta enquanto a viúva fazia girar o pedal para acender o farol. Era assim que procuravam iluminar o mar tempestuoso ao mesmo tempo que gritavam o meu nome aos quatro ventos. Quando eu surgi de repente a pingar das ondas, eles fizeram o sinal da cruz e desataram a gritar comigo pela preocupação que lhes causara. Dei a cada um deles cinco zloty e pedi-lhes que me deixassem só. Eles afastaram-se, e eu fiquei um certo tempo sentado na areia grossa, ao vento, com a cabeça entre as mãos. Sentia-me vazio e vencido. Compreendia agora quão longe estava da verdadeira coragem e do verdadeiro talento. Das decisões ousadas. Vesti-me, cansado, e arrastei-me para casa. Sempre a resmungar, a viúva serviu-me o peixe e as batatas, já frios. Olhei para o peixe e, pela primeira vez desde a minha chegada a Narwia, afastei o prato. Mais tarde, no quarto grande, à luz de uma lamparina a óleo malcheirosa (houvera de novo um corte de corrente), registei rapidamente o resto da história: antes do amanhecer, o banco já sabia o que acontecera aos que seguiram Gorok. Quanto aos que ficaram com Leprik e nadavam a dormir, tiveram um choque, como se os seus músculos e tendões estivessem a ser rasgados. No mesmo momento, para lá do horizonte, a leste, o cortejo separatista, bêbedo, atirava-se contra os recifes rochosos das ilhas Shetland. O banco de Bruno parou imediatamente, deixou-se ficar em silêncio, com todos os sentidos alerta para o que se estava a passar ao longe. Subitamente, foram tomados de convulsões: começaram a correr fios de sangue para as águas longínquas. Bruno olhou para Yorik pelo canto do olho. Agradeceu-lhe no íntimo uma vez mais por ser quem era. Por suportar a sua diferença como uma corcunda que o impedia de passar pela mesma abertura que os outros. 
Ao nascer do dia, havia milhares de cadáveres que as ondas arrastavam para sul e oeste. O banco seguia o seu caminho por entre eles. O cheiro dos salmões era mais forte do que o habitual e a sua expressão muito diferente, como se estivessem sob choque. Ao longe, pequenas embarcações de pesca largavam as ilhas. Bruno não sentia tristeza alguma pelos mortos. Guardava a tristeza para Yorik ou para um ou dois outros peixes que aprendera a conhecer um pouco no meio da multidão. Agitava vigorosamente as novas barbatanas. Estava orgulhoso delas como um adolescente da sua primeira barba. Sentia vagamente que as merecia: por um momento era digno da vida por que tanto ansiara, conseguira escapar ao sentimento permanente de fracasso.