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No dia seguinte, o governador de Nova Iorque chamou a Guarda Nacional. Eles fizeram um bloqueio ao redor do incêndio florestal para impedir que qualquer um acessasse a área. A polícia estadual e unidades da SWAT invadiram o armazém em Garrison pouco antes do nascer do sol e confiscaram os barris de petróleo, emborao Octógono já houvesse desaparecido há tempo. Eles fugiram do local imediatamente após descobrirem que o Rastreador havia desaparecido.
Hoyt Wexford havia seguido um instinto e ficou em frente a casa de Sabrina depois que saíram do River Café na segunda à noite. Ele esperou do lado de fora por quase uma hora até que ela deixou a mansão no seu Porsche, pegando a Ponte Verrazano-Narrows e se dirigindo norte em direção à IH-87. Ele seguiu-a cuidadosamente indo para Garrison, olhando e esperando quando ela entrou no posto de gasolina vestindo seu terno e saindo em um uniforme de artes marciais preto. Ele sentiu um frio na barriga quando ela dirigiu um pouco até a auto-pista 9, onde ela parou e estacionou em um armazém deserto.
Ele estacionou nos arbustos ao lado da pista e se esgueirou em direção ao armazém, com seu coração trepidando. Ele quase passou mal com a possibilidade dela estar se mascarando como o Rastejador da Noite e imaginou o que a faria ir a tais extremos para descobrir um esquema suspeito contra sua empresa. Ele viu um caminhão parado na parte de trás e assumiu que alguém havia concordado em a encontrar lá. Ele só podia esperar que fosse alguém que tivesse acesso à propriedade e que ninguém estava invadindo o prédio.
Seu coração afundou ao vê-la invadindo o armazém e lutou contra a vontade de ir embora para não ser acusado de testemunhar um crime. Ele não fosse deixar essa bela jovem pela qual ele estava apaixonado e decidiu ficar ali até que ela saísse. Ele a deixaria ver seu carro ir embora para que ela pensasse seriamente sobre alguém a ter visto no lugar.
Ele recebeu o choque de sua vida quando ela saiu voando pela janela, batendo e rolando em um salto na grama a quase vinte metros de onde ele estava. Ele puxou sua arma e esperou até que uma figura olhou pela janela na direção dela antes das luzes se apagarem de novo. Ele esperou alguns minutos antes de pegá-la no colo e a tirar de lá. Ele não tinha ideia de quantas pessoas estavam no prédio e o que ele enfrentaria caso ele tentasse os pegar. Se ele pedisse reforços, Sabrina estaria em sérios problemas se eles a ligassem ao Rastejador ou pensassem que ela invadiu o lugar.
“Hoyt?” ela conseguiu falar, tentando se manter consciente enquanto ele a colocava no banco de trás do seu BMW azul escuro. “Não entre lá, eles são muitos.”
“Tenho que te levar a um médico,” ele insistiu pulando no banco do motorisra e dando partida no carro.
“Não! Não faça isso!” ela gemeu. “Ou você nos arruma um quarto ou me deixa aqui. Nada de polícia, nada de médicos!”
“Tudo bem, vou arrumar um quarto e dar uma olhada em você. Se você precisar ir para um hospital, você vai,” ele a advertiu.
Ele dirigiu um pouco pela IH-87 Sul e entrou em um motel gerenciado por um índio do leste. Ele fez uma careta ao cheiro de curri que permeava o escritório, pagando com seu cartão de crédito antes de pegar as chaves e dirigir para a parte de trás da propriedade. Ele abriu a porta e carregou Sabrina para dentro, deitando-a gentilmente em uma das camas. “Nós precisamos trazer meu carro para cá,” ela disse coma voz fraca.
“Querida, você está toda molhada. Isso é sangue?” ele encarou suas calças.
“Acabei de menstruar e aquele idiota me jogou pela janela,” ela grunhiu. “Me ajude a chegar no banheiro para que eu possa me limpar. Por que não chama um taxi e traz meu carro enquanto espera?”
“Tá,” ele concordou e ela pegou as chaves do bolso e jogou para ele. Então ele se aproximou e ela se esforçou para se manter em pé enquanto ele passava seu braço por ela e a levava ao banheiro. Ele estava desabando de preocupação com ela, com raiva do que a fizeram e com a sensação de ter aquela linda figura nos seus braços. Embora ele estivesse lidando com ela como se fosse o mais frágil cristal, ela ainda era a mulher mais sexy viva para ele. Ele não podia acreditar que estavam juntos intimamente em uma situação tão terrível.
“Ah, poderia parar em algum lugar e me comprar uns absorventes e aspirina?” ela o chamou antes de fechar a porta do banheiro.
“Tá. Com certeza,” ele estava de saída.
“E uma pílulas de ferro, e leite, e um hamburguer se achar algum.”
“Sim, senhora,” ele tentou brincar, suspeitando que de alguma forma ela estava recobrando as forças. Ele estava cheio de alegria, embora estivesse certo de que iria até o final disso.
Ele iria descobrir como diabos ela acabou sendo atirada daquela janela.
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Ela havia se recuperado o suficiente para dirigir de volta para casa na manhã seguinte antes do sol nascer, e Hoyt a havia dado tempo suficiente antes de ligar para a polícia estadual. Ela ligou para Jon Aeppli e o disse que tiraria o dia de folga antes de chegar à mansão e praticamente rastejar da garagem até a casa. Ela deixou o rádio do carro ligado durante o caminho de volta, mas as notícias sobre Guarda não foram transmitidas até as 8. Bom dia América anunciou que uma falha no caso Octógono resultou em um armazém cheio de barris de petróleo sendo atacado. Eles também reportaram que o governador havia sido notificado e ele estava enviando a Guarda atá Catskills.
Milagrosamente, ela conseguiu fazer um rolamento de paraquedista quando atingiu a grama do lado de fora do armazém. Ela aterrissou com ambos os pés e rolou para trás, embora ela tenha batido as costas com força e acabou jogando o impacto no pescoço e cabeça. Ela estava dolorida da queda, seu rosto inchado e ainda mais cheio de manchas roxas dos golpes que ela recebeu do Ceifador. Para adicionar insulto aos machucados, estava tudo acontecendo nessa época do mês. Ela teve cólicas, uma dor de cabeça dupla e sentia como se estivesse caçando o Octógono e arrancando os cabelos ao mesmo tempo.
De todas as coisas que não eram para ter acontecido, cancelar o jantar com Rita seria a pior. Ela estava realmente ansiosa para passar um tempo com Rita e rever a amiga. Quando ela olhou para trás em sua vida, viu que a maior parte de seus amigos já eram considerados amigos periódicos. Eles eram os que estavam lá por uma temporada, então desapareceram da vida dela. Haviam os colegas da pré-escola, do ásidamental, do ensino médio, os da UNI e os da John Jay. Ela podia contar seus bons amigos em uma mão e esperava que Rita fosse uma delas. Talvez ela fosse capaz de andar o suficiente para se encontrar com Rita na sexta. A única coisa que a impediria seria ser jogada de outra janela.
Amanhã era o encontro na igreja com as grávidas e de forma alguma ela iria perder isso. Ela reagendaria com a Rita ao mesmo tempo confirmando amanhã. Ela iria nem que tivesse que ir de muletas. Seu único problema seria se o Pastor a visse daquele jeito e juntasse as peças. Ele perceberia que ela haveria saído como Rastejador e faria um protesto para que ela parasse com isso. Depois da surra que ela levou do Ceifador, ela não achava que precisaria de muito para a fazer mudar de ideia.
Ela se abriu no motel na noite passada e Hoyt sentou-se calado quando ela contou a ele tudo sobre o Rastejador. Ele estava muito quieto quado ela o deu os detalhes dos últimos meses e ambos estavam muito cansados quando ela terminou. Ele armou o despertador para as cinco da manhã e eles acordaram na manhã seguinte atentos para tudo o que teriam que fazer naquele dia. Ele a abraçou e beijou, mas não com a paixão da noite anterior no River Café. Ela esperava não o ter perdido, mas ainda mais, que ele não a traísse.
Ela começou a chorar quando pensou no que estava sentindo por Hoyt. Ele era forte, equilibrado e devotado, o tipo de cara que toda garota procura. Somente sua carreira importava pra ele nessa fase da vida. Ele havia acabado de se graduar na academia de polícia e já estava podendo escolher os casos que pegaria. Ele estava cobrindo o grosso dos casos maiores e as pessoas no topo estavam começando a notar. Ela não queria que o Rastejador ficasse entre eles, e pior ainda, ela não queria que o Rastejador a colocasse numa cadeira de rodas ou num caixão.
Se ela pelo menos não tivesse o senso de orgulho no que o Rastejador conquistou. Ela parou o Octógono três vezes seguidas e salvou Nova Iorque de um desastre pelo menos duas. De jeito nenhum a polícia teria capturado os barris de petróleo se não fosse pelo RastejadorRastreador. De qualquer forma ela ainda estava surpresa com o fato deles ainda estarem procurando o Rastejadorrastreador de armas químicas. É como se todo mundo quisesse que ela abandonasse um alter-ego que salvou tantas vidas inocentes.
Foi a ligação de Rod Ramirez que virou seu dia no avesso. Ela não ia atender de primeira, mas percebeu que era sua dica para Rick Alfonso que fez a jogada de Garrison acontecer. Ela estava apreensiva sobre o fato de que ele teria um peso sobre ela, mas também estava certa de que ele não iria querer ser pego numa investigação se os Federais tentassem ligar a BCQ com a Laredo Oil and Gas. Além disso ela não queria fazer nada que mostrasse desrespeito.
“Oi, Sr. Ramirez, como vai hoje?” Sabrina soava alegre.
“Vou bem, minha querida. Eu queria que fosse uma das primeiras a saber que eu me aposentei e vou para o sul do México.”
“O quê?” ela estava perplexa.
“Muita coisa aconteceu nos últimos dias, minha cara,” ele parecia desculpar-se. “Muitas coisas das quais me arrependerei. Obviamente as coisas caminharam para o melhor, mas temo que vou passar muitas noites em claro pensando em como as coisas poderiam ter ido em outra direção.”
“Que tipo de coisas?” ela tentou se levanar da sua poltrona na sala mas doía muito.
“De algum jeito a Al Qaeda descobriu como você rastreou o cargueiro de El Paso para Nova Iorque,” ele revelou. “Eles me deram uma proposta ‘pegar ou largar’. Um ultimato, se preferir chamar assim. Eles me pediram que ajudasse a te atiçar para enviar o Rastejador da Noite para investigar seu depósito em Garrison. De algum jeito eles comprometeram minha conexão em Nuevo Laredo para divulgar meu envolvimento na descoberta do cargueiro ilegal. Eles ofereceram comprar minha empresa por dez milhões de dólares e a chance de sair vivo.” “Minha nossa, Sr. Ramirez, eles quase me mataram,” ela disse suavemente.
“Eu estava certo de que você chamaria a polícia como fez na Praia de Manhattan,” ele insistiu. “Não pensei que seria tola o suficiente de tentar pegá-los sozinha.”
“Não foi assim que aconteceu em Manhattan,” uma lágrima de raiva correu pelo seu rosto. “É o que os jornais dizem, mas não é o que aconteceu.”
“Bem, você está segura agora e é isso que importa,” ele racionalizou. “Eu apenas senti que as informações que os dei com minha empresa valiam mais que trinta moedas de prata. Eles me disseram que me matariam se sequer ouvissem falar de mim de novo. Então, agora te digo o que eles não pensavam que valia pagar.”
“E o que é?” ela perguntou.
“Tenho quase certeza que você sabe qual é o Plano B do Octógono.”
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Na manhã seguinte, Sabrina voltou ao trabalho e se juntou ao resto da equipe na Brooks Companhia Química para assistir outro exclusivo do Bom dia América. O policial à paisana Hoyt Wexford recebeu uma pista que ajudou a polícia a descobrir mais de mil barris de petróleo guardados em uma mina abandonada na Catskills. Os barris estavam carregados com explosivos plásticos C4 que teriam iniciado uma tempestade de fogo na área montanhosa alta e inacessível aos bombeiros.
Sabrina tentou ligar para Hoyt mas seu telefone caiu imediatamente na caixa postal. Ela estava extremamente feliz por ele e grata por ter sido capaz de manter o Rastejador longe disso tudo. Ela o ligou assim que terminou sua conversa com Ramirez e o passou as informações que havia recebido. Era a vingança de Ramirez por o terem expulso do negócioo qual havia devotado sua vida. O negócio em si valia mais de 100 milhões de dólares, mas Ramirez havia investido tantomuito a liquidação, talvez ele tivesse sido sortudo em sair com os dez milhões que a Al Qaeda o deu. Ainda assim, se ele tivesse sido capaz de segurar por mais dez anos, ele teria se aposentado facilmente com cinquenta milhões. Pedir vinte milhões não era demais e, quando cuspissem nele, ele cuspiria de volta.
O que a espantou até a alma foi um boletim exclusivo da CNN naquela tarde. Vincent Gargano e Walt Griffin foram presos pouco depois da invasão da Segurança Nacional e ambos mantiveram suas versões de que haviam sido chantageados pelo Octógono através de um círculo de extorsões liderado pelo Rastejador da Noite. Eles disseram que eram apenas umas das pessoas na comunidade LGBT que foram abordadas pelo círculo. Eles foram forçados a revelar segredos profissionais de outras pessoas sob a ameaça de ter suas informações pessoais expostas. No caso deles, foram forçados a se unir ao Octógono porque os haviam dito que iriam trabalhar em um projeto para uma agência de segurança particular no exterior. Houve o rumor de que a ACLU estava planejando representar os homens, que também estavam sendo apoiados pela comunidade LGBT.
“Esse é um exemplo perfeito do porquê essa administração precisa intetrvir e eliminar a discriminação sexual de nossa sociedade de uma vez por todas,” a ativista LGBT Sheryl Harrington foi entrevistada pela CNN. Harrington era um transsexual medindo 1,82 e pesando 84 quilos bem distribuídos em uma constituição atlética. “Membros de nossa comunidade não podem mais serem forçados a se esconder por medo de serem rejeitados por causa de suas identidades sexuais. A comunidade LGBT tem lidado com discriminação sexual contra gays categorizada como crime de ódio. Problemas como esse deveriam fazer nossos legisladores acordarem e percebererem como essa injustiça social está ameaçando a segurança de nossa nação!”
Sabrina sentou-se em seu escritório tentando absorver o impacto que ela do que viu e ouviu quando o telefone tocou. Ela olhou para o identificador de chamada e estava aliviada ao ver que era Rita.
“Oi, querida,” seu sotaque do Kentuky estava alegre como sempre. “Liguei só pra saber se você ainda vai conseguir ir à reunião de oração esta noite. Também vamos discutir planos para um churrasco beneficente na igreja para ajudar no projeto do abrigo para mulheres. Estávamos pensando em fazer no sábado e eu não sabia se você já sabia dele porque tivemos essa ideia há algumas semanas.”
“Nossa. Essa é uma grande ideia!” Sabrina saiu de seu transe. “Vou direto pra lá depois do trabalho. Te vejo lá.”
Jon Aeppli veio ao escritório dela depois do almoço, tendo passado a maior parte da manhã com Rick Alfonso e Tom Durham fazendo planos para o projeto da Ponte do Brooklyn. Ele parecia muito distraído e Sabrina se acomodou em sua mesa pois estava certa de que aquela seria um longo sermão.
“Eu simplesmente não sei o que dizer,” ele baixou a cabeça e apoiou os cotovelos nos braços da cadeira estofada em frente à mesa. “Parece que você não cansa de perder nessa sua empreitada. Te vejo mancando de novo, sem dúvidas de que foi outra de suas escapadas. Agora você tem o pessoal LGBT clamando pelo sangue do Rastejador Re novo. Quando isso tudo vai acabar?”
“Bem, Jon, tenho certeza que você ficou todo irritado por assistir a TV essa manhã. Tenho certeza que você deve ter visto algo sobre Hoyt ter descoberto um plano do Octógono para explodir uma seção inteira do alcance da montanha Catskills. Ele pode ganhar uma Medalha de Valor por isso. Considerando tudo o que conquistamos, não acho que uns insultos dos LGBTs vão invalidar todo o resto.”
“Você também sabia que Rod Ramirez fechou sua empresa esse fim de semana?” ele estudou seu rosto cuidadosamente.
“Ahn, ele me ligou e ontem e mencionou isso.”
“Não acha que foi um pouco mais que uma coincidência?”
“Você pode estar certo. Estar tão perto do Golfo do México e com todas aquelas conexões fora do país, ele deve ter se metido em alguns negócios ruins.”
“E, claro, não há a chance de estarmos metidos nisso em nada desse tipo.”
“É por isso que pedi para você e o Rick para contatar nossos fornecedores para ter certeza de que não seríamos barrados pela Segurança Nacional se começássemos a fazer aqueles novos pedidos,” ela insistiu. “Eu já lhe dei minha palavra. Não vou deixar que meus esforços no combate ao crime comprometam o futuro dessa empresa.”
“Okay, então você contruiu essa dicotomia para si que não vai permitir que dê ouvidos à razão,” Jon levantou-se, indo em direção à porta. “Não estou precupado com a empresa, Sabrina. Estou preocupado com você.”
“Vou ficar bem,” ela disse baixinho.
“Você ainda tem muito o que viver, criança,” ele disse piedosamente, tocando o batente porta antes de voltar ao seu escritório.
O resto do dia foi bem tranquilo, exceto por algumas ligações de James Hunt, procurando marcar uma data início para as discussões de seu projeto futuro. Sabrina optou pela próxima sexta, que levaria a uma divertida reunião de jovens para começar a segunda à todo vapor. Ela enviou e-mails a Jon e Ryan, informando do almoço antes de sair às quatro e meia daquela tarde.
Ela foi para casa e tomou uma ducha, tirando um pouco do Gelol e vestiu seu terno de calças antes de ir para a estação de balsas de Staten Island e pear a balsa para a Baixa Manhattan. Ela chegou à igreja antes da seis da tarde, cumprimentando Rita e as garotas antes do Pastor Mitchell chegar.
“Eu tenho más notícias sobre o churrasco na tarde desse sábado,” o Partor estava inconsolável. “A cidade negou a licensa que precisávamos para extender o evento além do terreno da igreja. Parece que houve um protesto da comunidade LGBT sobre o propósito da atividade. Também recebi o conselho de que deveríamos adiar indefinidamente até que a atmosfera política melhore.”
“O que no mundo essas pessoas poderiam estar metidas agora?” Sabrina estava exasperada, ainda pensando sobre a retaliação contra o Rastejador na TV naquele dia.
“Eles acham que nossas crenças religiosas podem ser discriminatórias sobre a restrição à comunidade deles quanto a adoção,” ele disse tristemente. “Acho que teremos uma fundação legal quando isso vier à tona, mas nesse ponto as coisas poderiam ficar complicadas se eles começassem a se mostrar contra nós.”
“Não podemos voltar atrás, enviamos muitos convites!” Rita exclamou. “Têm umas pessoas influentes que visitaram nosso site e estão dando muito suporte à nossa causa. Eles se comprometeram a vir ao evento e fazer doações, e vamos perder muito se cancelarmos o evento.”
“Podemos fazer na minha casa,” Sabrina falou. “Moro a dez minutos da estação de balsas. Se eles usarem o Google ou o Map Quest, eles vão parar bem na minha porta. Tenho um enorme quintal com cerca, teremos privacidade e todo o espaço que precisamos, além de lugar para estacionar. Talvez eu até consiga uns daqueles grandes churrasqueiros e mais algumas carnes, já que todo mundo vai pegar a balsa para nos ver.”
“Ter certeza que não vai dar muito trabalho?” o Pastor estava hesitante.
“Não há nada que eu possa fazer por Deus que eu considere muito trabalho,” ela disse feliz.
“Bem, eu certamente não posso argumentar contra isso,” Mitchell estava um tanto aliviado. “Acho que vou deixar você e Rita trabalharem nos detalhes e se assegurar que todos saibam da mudança nos planos.”
“Parece fantástico,” Rita estava maravilhada vendo todas as jovens agradecendo Sabrina por sua bondade.
“Ahn, Sabrina...?”
“Sim, Pastor?”
“Acha que podemos ter uma palavrinha após a reunião?”
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Hoyt ligou quando ela chegou em casa, ele ainda estava em Grassion reunido com a Segurança Nacional sobre o incidente recente. Eles o colocaram em um hotel local e ele estava extasiado sobre a perspectiva de ser nomeado para a Medalha de Valor. Contudo ele estava nervoso com a atividade cheia de tensão e não podia esperar para ver Sabrina novamente.
“Eles estiveram me apertando por causa do Rastejador,” ele adimitiu. “eles não puderam acreditar que eu tive uma pista daquela de uma ligação anônima, especialmente depois da primeira sobre o armazém. Vou esperar até te ver para te contar mais sobre isso. Não quero entrar no assunto de um telefone de hotel.”
“Okay,” ela estava em sua cama oval no seu grande e confortável quarto na mansão, vestindo seus pijamas de seda. “Acho bom você me convidar para a cerimônia quando conseguir aquela medalha, ou vou ficar muito brava.”
“Tá brincando? Se você não for, eu não vou.”
“Bom, então nós temos um encontro. Você vem à minha casa para o churrasco no sábado, né?”
“Se você estiver lá, não perco por nada no mundo.”
“Me liga quando chegar?”
“Pode apostar.”
Eles se deram um grande e sonoro beijo pelo telefone antes de desligar e Sabrina caiu no sono sentindo-se como uma adolescente apaixonada.
Ele voltou para a cidade na sexta à noite e eles se encontraram para jantar naquela noite antes de fazerem um passeio de carruagem pelo Central Park. Ela foi com a cabeça nos ombros dele e seus braços ao redor dela, e ela não conseguia se lembrar de ter sido mais feliz. Ela só esperava que suas conquistas o arrumassem um trabalho de mesa para que ela não tivesse que ficar preocupada sobre ele correr riscos nas ruas no futuro.
Ela acordou radiante bem cedo na manhã seguinte e contratou alguns dos paisagistas da BCQ para vir e a ajudar a preparar tudo para o churrasco. Seu pai tinha uma pilha de mesas e cadeiras dobráveis em uma das áreas de garagem reservadas para esse tipo de ocasião. Ela também ligou para uma locadora de coisas de festa e alugou uns barris e nichos para a ambientação. Depois ela conseguiu uns contêineres de salada e carne, esperando umas cem pessoas que confirmaram presença no site que Rita criou. Depois de pensar um pouco, ela até alugou alguns banheiros químicos.
Os convidados começaram a chegar lá pelas dez da manhã para o evento, mas Sabrina também notou carros estacionando em um terreno mais para baixo de onde as pessoas estavam congregando. A multidão lá fora era muito menor que aquela em seu jardim, mas continuou crescendo, apesar de tudo. Eventualmente eles começaram a se mover cada vez mais perto dos portões até que estivessem diretamente em frente a rua.
“Meu Deus,” Pastor Mitchell veio até onde Sabrina estava no portão de entrada da mansão. Eles estavam espantados com a visão de carros de emissoras de TV parando do outro lado da rua. “Não posso acreditar que esse povo iria a esse extremo.”
Eles ficaram bravos ao verem os repórteres tentando entrevistar algumas das grávidas quando chegaram até a casa de Sabrina. Algumas delas se desfaziam em lágrimas quando eram questionadas sobre assuntos pessoais referentes a gravidez e situações particulares. Não poucos dos benfeitores e convidados haviam palavras pré-estabelecidas para os repórteres e protestantes que continuavam a cercar as mulheres que iam ao churrasco.
“Esse tipo de discriminação não apenas viola os direitos dos gays, mas compromete o futuro dessas crianças inocentes!” Al Carbone, um homem de 1,98m e 136 quilos vestindo uma peruca e vestido de verão, trovejou num microfone diante das câmeras. “Meu parceiro é um profissional que ganha mais de cem mil dólares ao ano e pode prover por uma criança quase três vezes mais benefícios que uma réris família cristã de classe média. Também tenho um sócio que ganha quase duas vezes mais que meu parceiro. Que direito esses cristãos têm de escolher quem vai ter a chance de uma vida melhor que outra criança?”
Sabrina estava fora de si quando ligou para Hoyt para ver se ele podia fazer algo. Ele a colocou na espera enquanto fez algumas ligações e foi informado que os protestantes LGBT estavam perfeitamente no direito deles enquanto não entrassem na propriedade de Sabrina.
“Não se preocupe, querida,” ele a assegurou. “Volte pra sua festa. Estarei aí logo e então vamos ver o que é o quê.”
Sabrina se manteve como a anfitriã perfeita, indo de mesa em mesa para cumprimentar todos e ter certeza que tinham bastante o que comer. Ela reconheceu algumas pessoas das reuniões que ela foi da Câmara de Comércio e tomou a oportunidade para trocar cartões e agendar alguns almoços de negócios.
Todos estavam surpresos quando os carros de patrulha pararam em frente à mansão para ver o que estava acontecendo. Sabrina correu para ver o que estava acontecendo, e ficou surpresa ao ver Hoyt emergindo do veículo principal.
“Oi, bebê,” ele deu um beijo em sua bochecha, vestindo uma camisa de seda branca e jeans no meio do clima de junho. “Espero não estar atrasado.”
“O que está acontecendo?” ela perguntou.
“Eu achei que poderia trazer alguns amigos junto para comer um pouco do seu churrasco,” ele disse leve. Ela assistiu a mais de uma dúzia de policias gays saindo dos carros, indo diretamente à multidão para trocar algumas palavras. Os protestantes LGBT começaram a discutir mas viram que haviam entrado na jogada de Hoyt.
“Melhor descer dessa cerca, bebê, ou vai se machucar,” um policial negro repreendeu em tom bravo um homem que subiu no portão de Sabrina.
“Estou protestando pelos direitos dos gays!” o homem insistiu.
“Eu vou te dar uns direitos gays e esquerdistas se não descer agora!” o policial gritou com ele.
“Ah, Hoyt, que maravilhosa surpresa,” Sabrina o abraçou.
“Bem, você me deve uma, moça,” ele piscou para ela. “Vou até onde eles estão cortando carne para pegar uma fatia como pagamento.”
Sabrina viu umas pessoas do grupo de protestantes vindo até o portão e foi de encontro para se certificar que nada siria de controle.
“Com licensa, Senhorita Brooks,” uma das mulheres falou, ambas consideravelmente maiores que Sabrina. Depois de olhar bem ela pôde ver que eram transgêneros. “Meu nome é Callen Marlowe, sou uma repórter da revista Jardim Gay. Eu notei que jardim adorável e que bela paisagem você tem nas laterais da casa e estava pensando se eu poderia tirar algumas fotos. Não fizemos nenhum trabalho deste lado da ilha há um tempo e pensamos que sua casa seria um ótimo local para começarmos. Além disso, se essas pessoas nos virem andando por aí, podem considerar irem embora.”
“Claro, por quê não?” Sabrina concordou. “Entrem. Aqui está meu cartão, me dêem um toque se alguém quiser sair. Podem comer algo também se quiserem.”
Sabrina voltou à festa enquanto as mulheres de constituição forte andavam pela aprte de trás da casa com suas bolsas de equipamentos. Elas tiraram fotos e olharam ao redor, disfarçadamente olhando pelas janelas até achar o que procuravam.
“Aqui vamos nós,” disse Sheryl Harrington quando localizou o quarto principal. Callen abriu a bolsa maior e tirou um grande vaso contendo uns brotos novos. Ela o colocou atrás de uma roseira bem atrás da janela do quarto.
“Alô?” uma voz abafada atendeu ao telefone.
“Aqui é o Tarantula,” Callen respondeu. “Missão concluída.”
“Excelente,” o Ceifador respondeu. “Melhor saírem daí antes que alguém tenha a chance de gravar seus rostos.”
As duas mulheres saíram furtivamente pelo portão principal, sentindo-se triunfantes em terem feito um movimento que acabaria com a ameaça do Rastejador de uma vez por todas.