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Capítulo Nove

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L.I. EXPLOSÃO RESIDENCIAL SOB INVESTIGAÇÃO –

CORPO DA HERDEIRA DESAPARECIDO

******************************************************

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—-(AP)   Uma misteriosa explosão em uma residência em

Staten Island mais cedo na manhã deste domingo pode ter resultado

na morte da herdeira da Brooks Companhia Química

. Sabrina

Brooks, 24, estava em casa na hora da explosão, mas seu corpo ainda

não foi encontrado. A intensidade da explosão incinerou uma grande

porção da mansão, mas a polícia ainda não confirmou se o corpo da

Srta. Brooks ficou irrastreável

.

A Srta. Brooks organizava um churrasco da igreja mais cedo

que iniciou um protesto de tamanho considerável contra as políticas de

adoção pró-vida não denominadas. A polícia está investigando se o

evento pode ter causado o ataque.

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A Segurança do Bairro manteve uma lista de emergência exclusiva para os moradores da seção residencial de South Shore e contataram Jon Aeppli e Hoyt Wexford imediatamente após o relato da explosão. Eles se encontraram ao chegarem e ver os bombeiros trabalhando desesperadamente para conter o incêndio de grau dois.

“Não posso acreditar nisso,” Hoyt estava em um estado de distração, com lágrimas escorrendo por seu rosto. “Como algo assim pôde acontecer?”

“Espero que não tenha nada a ver com a viagem que fizeram ao norte do estado,” Jon sussurou.

“Ela te contou sobre isso?” Hoyt o encarou.

“Eua  conheço a sua vida toda,” Jon disse, seus olhos marejados. “Ela me confiava muitas coisas.”

“Rastejador da Noite?”

“Sim.”

“Vou pegar quem quer que tenha feito isso. Eu juro que vão pagar pelo que fizeram.”

“É exatamente o que ela não iria querer que fizessem,” Jon insistiu. “Ela se importava com você, garoto. Se importava muito. Ela não ia querer que nada lhe acontecesse. Isso deve ser o suficiente. Por favor. Por Sabrina. Deixe o FBI e a Segurança Nacional pegar esses ratos.”

“Não posso te prometer nada,” Hoyt conseguiu segurar o choro para dizer. “Não vou descansar até que eles sejam pegos, mas vou tentar não ficar com o grupo para que eu possa ver esses miseráveis caírem.”

Jon voltou para casa e não conseguia sequer pensar em voltar para a cama. Quando ele foi ao trabalho, a equipe de cem pessoas toda estava na entrada o esperando. Ele contou o que havia testemunhado na casa dela e que eles estavam em um estado de distração enquanto voltavam a seus afazeres.

“Nossa Senhora, Jon, isso é terrível,” Rick Alfonso veio a seu escritório pouco depois. “Por onde vai começar isso? Você tem qualquer informação sobre os parentes dela? Vern mencionou algo sobre como a emrpresa seria administrada se algo acontecesse com Sabrina?”    “Estou no mesmo barco que todo mundo,” Jon adimitiu. “Vou ligar para o advogado da família e ver o que ele tem. Quantoa  esse lugar, devemos manter ele funcionando da melhor maneira possível até que o advogado nos diga onde ficamos legalmente. Conhecendo Vern Brooks como conheci, estou bem certo que ele tinha um plano de contingência caso algo assim acontecesse.”

Como sócios majoritários, Jon, Rick e Ryan ficaram bem mais que as horas regulares para ter certeza que contatariam todos os clientes e os avisassem que estavam esperando uma transição suave enquanto as tarefas de Sabrina se assentassem. Os três recusaram receber ligações, evitando a imprensa pelo dia. Os três ficaram além do normal, embora Jon tivesse sido o primeiro a ir embora, visto que ele estava acoradado e sob enorme stress desde as duas e meia daquela madrugada.

Rick Alfonso estava inquieto na sua mesa de trabalho no projeto do Durham. Ele sabia que se Ven Brooks houvesse feito um plano de contingência para liquidar a empresa caso Sabrina se fosse, então o tempo era a essência. Levaria um tempo apara ue o advogado juntasse toda a papelada e assumir o poder como executor para demitir todos antes do processo de liquidação. Rick sabia que se ele pudesse conseguir um dinheiro extra com Durham, seus bônus entrariam e eles poderiam sair da mesa com um pequeno extra.

Ele viu uma figura entrando na sala pelas sombras, quando ele desligou as luzes fluorescentes e ligou a de sua mesa conforme a política da empresa. Vern Brooks havia estabelecido isso como um sinal a quem estivesse fora que o negócio estava fechado e que o pessoal estava fazendo horas extras. Ele continuou pesquisando saus bases de dados até que uma mão macia passou por seu rosto.

“Trabalhando até tarde de novo?”

“Acho que todos deveríamos estra,” Rick reclamou baixo. “Não estão exatamente nos dando pára-quedas de ouro quando esse lugar cair e quiemar, sabe.”

“Não posso acreditar que tudo acabou assim,” Ryan Hoffman suspirou observando a janela vendo os campos que cobriam a parte norte no prédio. “Ano passado, Vern estava quase dobrando nossas projeções, Sabrina estava se graduando em defesa da lei e parecia que nós todos iríamos nos aposentar aqui. Como as coisas puderam chegar nesse ponto?”

“A vida é uma droga, então você morre,” Rick grunhiu. “As coisas mudam, especialmente para os gays. Porque acha que judeus e negros nos tratam tão bem? Eles sabem exatamente como é. Tempos e opiniões podem mudar num piscar de olhos. Em um minuto você está no topo, e no minuto seguinte, quando as coisas começam a desandar, eles procuram por bodes espiatórios. Se eles venderem esse lugar e um cara super macho hétero tomar conta, nós provavelmente seremos os primeiros a receber nossas demissões. Eu digo que devemos tirar o máximo daqui e cair fora.”

“E sobre nós, Rick?” Ryan insistiu, sua voz mudando de tom. “Achei que tínhamos algo entre nós. Sei que não estivemos... juntos em um bom tempo, mas isso não muda o que sinto por você.”

“Meus sentimentos por você também não mudaram, sabe disso,” Rick manteve seus olhos colados no computador digitando informações. “Ambos sabemos que era muito arriscado manter nossa relação. Minha esposa estava supeitando dos meus atrasos e a sua também. Ela estará em cima de mim como moscas no cocô quando chegar em casa essa noite. Temos muito o que perder tendo um caso, já falamos sobre isso várias vezes. Acho que devemos focar em manter o que temos em vez de desejar o que pode nunca dar certo. Temos que nos focar em tentar manter esse lugar aberto por mais alguns salários.”

“Eu te amo, Rick,” Ryan enxugou os olhos.

“Também te amo,” ele respondeu. “Vá para casa e durma um pouco. Teremos um longo dia amanhã.”

Ele esperou até que ouviu a porta do escritório de Ryan fechar, então a pesada porta de metal na saída lateral do silencioso prédio. Ele ouviu o carro de Ryan dar partida e o cascalho fazer barulho sob os pneus quando ele finalmente foi embora para casa. Rick então foi até o escritório de Sabrina, ligou o computador e entrou com a senha de visitante que ela estupidamente nunca se importou em mudar.

Foi todo o conceito de negócio familiar de Vern Brooks que causou sua queda. Se ele tivesse planejado tudo para que Jon Aeppli se beneficiasse de uma tragédia com os Brooks, isso nunca teria acontecido. Todos sabiam que Sabrina era só uma menina mimada que não tinha a disciplina necessária ou o caráter para seguir os passos de seu pai. Vern era um homem o qual Rick apoiaria na hora. Sua filha era o oposto: uma garota festeira, fraca e desfocada gastando dinheiro mais rápido que ela poderia ganhar. Esse navio estava destinado a afundar e Rick era o único esperto o suficiente para pegar um bote.

Quando Sheryl e Callen o contataram na primavera passada, ele os colocou na espera com medo de Vern o descobrir e arriscar perder o emprego e até mesmo ir preso. Quando Vern morreu, pareceu que uma ãoondaavia chegado e mudado sua vida. Ele ligou para as garotas e as disse que o negócio daria certo. Ele descobriu que sua incrível onda de sorte continuou quando viu que Sabrina não tinha mudado a sua senha. Ele pode entrar nos arquivos confidenciais e acessar todas as informações do projeto militar. Jon Aeppli continuava achando que Sabrina abria as bases de dados de sua estação de trabalho enquanto Rick entregava todas as pesquisas sobre armas químicas a Sheryl e Callen por quinhentos mil dólares.

O esquema do Octógono foi genial. Eles receberam cem milhões da Al Qaeda para lançar um ataque qupimico em Nova Iorque. Independente do sucesso, ele fecharia o Empire State em alerta vermelho por mais dez anos. As demandas do Ceifador por dinheiro foram só um truque, enfraquecendo os cidadãos e fazendo-os pensarem duas vezes quanto a atender as exigências de terroristas. Quando eles lançassem o Kolokol-1 sobre o East River no Quatro de Julho próximo, quase um milhão de pessoas seriam feridas ou mortas pelo gás. A Al Qaeda anunciou que pagariam outros cinco milhões caso concluíssem o ataque. Isso deixaria as pessoas de Nova Iorque, e o mundo, para sempre se perguntando se seus governos não podiam ter gasto o dinheiro salvando tantas vidas.

“Boa noite, Rick,” ele ouviu uma voz eletrônica na porta que quase o fez ter um infarto. “Parece que você se perdeu voltando para sua mesa no escuro.”

Ele olhou para cima e viu uma figura sombria voar em sua direção. Ele se levantou apenas para uma nuvem de uma substância em pó o envolver. Ele sentiu como se estivesse debaixo d’água, seus ouvidos e garganta fecharam e sua língua engrossou de uma forma que ele quase sufocou. Ele caiu na poltrona estofada giratória e tentou mexer os braçõs e pernas inutilmente.

“Sua mulher e seus filhos estão lá fora,” uma voz o chamou de quilômetros de distância. “Se você não me contar tudo que eu quero saber, eu vou os trazer aqui dentro e o fazer confessar que é um menininha.”

“Não...aaghh...“ Rick mal podia mexer sua língua.        “Sra. Alfonso?” a voz chamou alto em meio ao vazio.

“Não...” ele implorou. “Não...!”

“Okay, então. Melhor confessar tudo. Apenas diga sim ou não.”

Para o Rick pareceu que se passaram trinta anos, mas haviam se passado apenas trinta minutos antes da torrente de perguntas acabarem. Ele estava começando a recobrar os movimentos, sem conseguir pensar como se houvesse acabado de ser salvo de um afogamento. Ele sentiu como se estivesse caindo de bêbado, incapaz de se lembrar de um minuto para o outro. Tudo o que ele sabia era que sua esposa e filhos poderiam estar sentados lá fora, e esperava que fossem capazes de o levar para casa assim que ele conseguisse ficar em pé.

Sabrina!

Jon Aeppli chegou em casa e lembrou que havia finalizado um relatório para o projeto Durham em sua mesa. Ele teve que dirigir de volta desde Bensonhurst para o pegar, já que ele havia ligado para Durham mais cedo e o disse que ele poderia o pegar amanhã. Ele estava imóvel ao ver as luzes da sala de Sabrina acesas, e mais ainda com o que descobriu.

“Oi, Jon,” ela disse gentil. “Eu peguei Rick vendo o que não devia e não era pornografia. Acho que deveria o mandar embora.”

“Ah, Sabrina,” Jon correu e a abraçou forte. “Por que não me ligou? Eu estava na sua casa noite passada com Hoyt. Foi a pior noite da minha vida. Nós pensamos que havia sido queimada viva.”

“Eu tomei a oportunidade para checar algumas coisas,” ela disse se desculpando. “Eu não teria pego esse rato mexendo no meu computador se ele soubesse que eu ainda estava por aqui. Ele armou para o Ryan e vendeu nossas pesquisas de ADM secretas para o Octógono.”

“Vou chamar a polícia,” Jon enfiou a mão no bolso buscando o celular.

“Não,” ela pediu. “Apenas o deixe ir. Ele se arrependerá. Ele está aqui há anos e agora não se atreverá a sequer nos usar como referência. Tenho certeza que sua mulher e filhos também já tiveram o suficiente.”

“O que você vai fazer agora?” ele perguntou, olhando para sua roupa de Rastejador da Noite com a balaclava puxada em volta do pescoço. “Você parece uma tartaruga ninja.”

“Tenho que descobrir o que o Octógono vai fazer com essas fórmulas. A Al Qaeda não está enviando as ADMs, estão disponibilizando os ingredientes pelo mercado negro. O Octógono pediu os produtos químicos com semanas de antecedência, graças a esse verme. A máfia russa já entregou os ingredientes para o Kolokol-1. Eles estão planejando atacar na celebração do Quatro de Julho no East River. Eu só tenho que descobrir como eles estão planejando executar isso.”

“Não!” Jon foi incisivo. “Isso é grande demais para você! Você não pode arriscar vidas inocentes por querer fazer isso sozinha! Um erro de cálculo e milhões de pessoas serão expostas ao gás!”

“Okay, pense comigo,” ela insistiu. “Primeiro de tudo, esses caras foram pagos adiantado. Eles estão continuando com isso porque querem entrar no cenário internacional. Eu fiz minha lição de casa. Eu sei quem é o Ceifador. Ele me jogou de uma janela alguns dias atrás. Seu nome é Dalibor Branko. Ele era um líder do Exército da Liberação Sérvia em Kosovo nos anos 90. Ele é procurado por toda a Europa por crimes de guerra. Ele tem conexões com a máfia russa e eles são os que estão movendo os produtos químicos para a Al Qaeda. Se ele for bem sucedido, vão mandar o Octógono de volta à Europa para operações contra a União Européia. Ele acha que eu estou morta e ninguém está perto de o pegar. Ele tem o dinheiro dele, pensa que vai sair daqui depois disso, será descuidado e eu vou o pegar dessa vez.”

“De jeito nenhum, mocinha. Eles quase te mataram. Não vou ficar de braços cruzados enquanto você os dá outra chance.”

“Siga seu coração, Jon,” Sabrina o entreteu enquanto saía pela porta. “Você sabe que eu estou certa e sabe que eu posso pegar esse cara. Se você chamar a polícia, eles vão enviar um alerta e ele vai jogar todo o produto nas ruas ou na água. Ele não tem absolutamente nada a perder. Eu aposto que ele vai tentar lançar o produto no ar durante o show aéreo. Uma vez que estiver fora do chão e eu o pegar, podemos deixar a polícia capturar o avião e o mover para o oceano, onde não poderá machucar ninguém.”

“É muito arriscado,” ele a avisou. “Vou chamar a polícia.”

“Siga seu coração,” ela pediu antes de desaparecer pelo corredor.

Ele tateou seu celular em seu bolso, olhando a figura semi-consciente de Rick Alfonso. Resistindo ao desejo de o chutar nos dentes, ele se resignou a sentar na cadeira de Sabrina e esperar que o renegado recobrasse a consciência.

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Hoyt Wexford jantou cedo e tirou um cochilo antes de entrar no turno da noite. A segurança estava a toda para o feriado de Quatro de Julho que estava chegando e ele iria se encontrar com sua unidade para discutir o contingente de operações caso houvesse uma emergência durante a celebração. Seria uma aparição gratuita dele, já que ele seria condcorado com a Medalha de Valor em uma cerimônia na semana seguinte. Ele também seria promovido a sargento e receberia um distintivo de detetive. Ele tinha pedido uns dias de folga para se recuperar da morte de Sabrina, e o departamento não poderia recusar algo a um membro da força tão querido. Eles requeriram que ele respondesse em caso de mergência, então ele teria que ir a essa reunião para receber instruções antes de tirar sua folga.

Ele entrou em seu BMW e mexeu nas chaves, quase chorando pensando em Sabrina. Ele percebeu o quanto havia se apaixonado por ela, e se martirizou por não a ter dito isso a ela antes dela ser morta. Se eles estivesse dormindo juntos, ele poderia ter salvo sua vida ou pelo menos morreria com ela. Ele nunca saberia como seria segurar seu corpo próximo ao dele, como seria fazer amor com ela, como seria olhar em seus olhos quando a pedisse em casamento. Ele nunca amaria outra mulher como a amou e não sabia quando tempo levaria até que conseguisse voltar ao normal depois disso.

“Sentiu saudades?” uma figura negra pulou do banco traseiro.

Bree!

Ele saltou do carro e abriu com tudo a porta, a arrancando do carro como se ele estivesse em chamas. Ele a abraçou até que ela não conseguisse respirar, então encheu seu rosto de beijos até que ela não conseguisse respirar de novo.

“Meu Deus,” ela disse. “Acho que deveria ter ligado antes.”

“Eu te amo, Bree,” ele segurou o rosto dela, olhando em seus olhos intensamente. “Eu nunca consegui dizer com medo de te assustar e você ir embora. Eu não me atreveria a correr o risco de te perder.”

“Bem, nossa, Hoyt. Eu também te amo,” ele conseguiu brincar, segurando suas mãos gentilmente para que ela pudesse se recompor. “O Senhor me salvou aquela noite. Ele me fez ter um estalo, então não estava na cama quando a bomba detonou. Eu pensei em te ligar, mas se eu me escondesse, todos pensariam que eu estava morta e aquele grande idiota do Ceifador me deixaria em paz. Espera até eu colocar minhas mãos nele. Primeiro ele me joga de uma janela, depois explode minha casa.”

“Não, Bree, você está fora do jogo,” Hoyt insistiu. “Vou te levar para um hotel fora da cidade, talvez em Jersey ou na Pennsylvania. Ainda podemos fingir que está morta, mas eu nunca, jamais, vou te deixar arriscar sua vida assim de novo.”

“Pensei que tivesse dito que me amava,” ela abaixou os olhos.

“O quê?” ele disse incrédulo, segurando seu rosto de novo. “Eu te amo mais do que tudo nesse mundo!”

“Bom, então não tente me impedir de terminar o que comecei,” ela disse triste. “Seis dos capangas dele estão presos, são só ele e aqueles dois sapatões que explodiram minha casa. Além disso, eu peguei o rato que tinha em meu escritório. Descobri o que ele está planejando e sei como o pegar. Também sei como o derrotar. Ele manda uma de direita depois de seu jab de esquerda.”

“Hey, espera um pouco,” ele balançou o dedo perto do ouvido. “Não estou ouvindo direito. Aquela bomba explodiu perto da sua cabeça?”

“Ele tem a fórmula e os ingredientes para o Kolokol-1,” Ela explicou. “É uma morfina derivada baseada em fentanil que é liberada no ar para rápida dispersão. Eles a usaram naquele teatro em Moscou nos terroristas chechenos alguns anos atrás. Não é letal a menos que seja absorvida em altas doses, então o pior efeito será nas pessoas diretamente abaixo do ponto de detonação. Se conseguirmos o impedir de detonar a bomba a curta distância, tudo o que ele vai conseguir é fazer um punhado de gente andar por aí chapada.”

“Okay, você disse nós,” ele exalou resignadamente. “Qual o seu plano, sua doida?”

“Certo, vou te contar, mas você tem que manter segredo e terá que continuar fingindo que eu morri.”

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Pastor Mitchell estava tristíssimo com a notícia da morte de Sabrina e a congregação se reuniu para orar por ela naquela noite. Ele ficou para trás terminando de resolver uns papéis, preparando-os para a reunião com os patrocinadores do abrigo de mulheres que estiveram no churrasco beneficente e o fizeram possível. Ele sentiu-se terrivelmente culpado por ter que re-agendar o piquenique na casa dela, mas não havia como saber que algo assim poderia ter acontecido. Muitas orações foram feitas naquela noite pelos sodomitas que planejaram a morte de Sabrina, e imploraram ao Senhor que levasse luz para suas vidas e salvasse suas almas.

Ele ouviu um barulho na porta da frente e não pode deixar de sentir-se um pouco apreensivo. Ele esperava que fosse uma das mulheres que tivesse voltado para pegar algo que tivesse deixado para trás. Ele se preocupou em ser um dos militantes gays, não por sua segurança, mas pelo risco de deixar seu rebanho sem atenção em uma hora tão importante como essa em colocar o programa de adoção do abrigo para funcionar.

Bree!

Sabrina correu pelo corredor e pulou em seus braços enquanto Hoyt a esperava na entrada, sorrindo. Eles se abraçaram antes dele a soltar, enxugando uma lágrima de felicidade de seus olhos.

“Oh, meu Deus do céu, pensei que tivesse te perdido para sempre,” ele disse feliz, então olhou atento ao seu uniforme. “Você não está pensando em sair de novo, está?”

“Acho que serei obrigada,” ela disse quieta, então se virou para Hoyt. “Você se lembra do meu namorado no piquenique. Ele vai comigo para ter certeza de que volto inteira.”

“Você não é policial?” o Pastor perguntou. “Você não pode se reportar às autoridades para que elas resolvam isso? Certamente nossa polícia pode fazer mais que essa garota sozinha.”

“Ela me contou que você sabe desse esquema todo dela,” Hoyt balançou a cabeça. “Eu sei que já a tentou convencer a parar com isso. Você já deve saber que essa cabecinha dela é cheia de concreto.”

“Senhor, eu acredito que isso vai muito além dela querer colocar as autoridades no caso ou não,” Mitchell objetificou. “O bando de assassinos o que ela está atrás já ameaçou a vida de milhares de pessoas!”

“Há um mandado de prisão para o Rastejador da Noite,” ele exalou, tirando um cartão e o colocando na mesa em frente ao púlpito atrás de Mitchell. “Além disso, eles provavelmente a mandariam para um hospício. Eu sei que eles tirariam meu distintivo e me jogariam para fora da força policial por não a entregar. Pode ligar para aquele número se quiser. Vai matar dois coelhos com uma cajadada só.”

O Pastor pegou o cartão da mesa após eles sairem, encarando a porta depois que desapareceram. Ele o apertou em ambas as mãos, então se prostrou de joelhos e começou a rezar pelas vidas e a segurança de Sabrina Brooks e Hoyt Wexford.

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A cidade de Nova Iorque tinha uma das maiores festas de Quatro de Julho do país. Eles tinham agendado um show aéreo com um avião vintage da Primeira Guerra Mundial, seguido por caças e aviões de transporte de um avião cargueiro em direção ao Oriente Médio do Porto de Nova Iorque. Eles teriam um grande número de dirigíveis de diversos tipos atravessando o rio antes do grande show de fogos às nove da noite.

O Octógono alugou uma plataforma fora da costa ao longo do rio Hudson não muito longe dos Hudson Yards onde eles colocariam seu plano em prática. O dirigível deles tinha um slogan vermelho, branco e azul pintado dizendo “Feliz Quatro de Julho”. O dirigível foi carregado com uma mistura de Kolokol-1 e hélio na noite anterior e os balões de ar foram cheios antes de decolar naquela manhã. Os mafiosos russos que trabalharam no dirigível fizeram os últimos ajustes e ele finalmente decolou pouco antes do meio-dia.

Eles atingiram quinhentos pés de altitude e começaram a circular devagar pela ilha de Manhattan para se unit à fila que viajaria em procissão sobre o East River perto da Ponte do Brooklyn às três da tarde. Começando no norte do Bronx, foi planejado para que todos os cidadão de Manhattan pudessem ver a esquadrilha. O show duraria três horas, dando tempo para que as pessoas pudessem jantar antes de se sentar às nove para o show de fogos.

O Octógono carregou a gôndola do balão com explosivos que seriam detonados  por controle remoto em posse do Ceifador. Ele e os outros tinham preparado roupas de mergulho as quais eles colocariam assim que chegassem ao East River. Eles mergulhariam da gôndola quando o dirigível descesse de sua altitude original, o colocando próximo da multidão onde a explosão causaria mais danos. O caos resultante seria tanto que ninguém se preocuparia com os mergulhadores que escapariam por trás dos piers ao longo do rio.

“Pensa só, após esse vôo magnífico e um excitante mergulho pelo East River, estaremos e um vôo para Paris ainda essa noite,” o Ceifador gargalhou olhando pela janela da nave vendo as multidões que se alinhavam nos parques e piers às margens do rio. “As pessoas lá também parecem estar se divertindo muito. Eles serão capazes de contar aos seus netos sobre esse evento histórico. Pena que o povo no porto da South Street e do Brooklin Promenade não terão a mesma sorte.”

“Só quero acabar com isso,” Callen Marlowe acendeu um cigarro olhando para os barcos descendo o rio em direção ao porto. “Eles estão se aproximando demais. Não posso acreditar que eles descobriram sobre o Rick. Acho que tem algo que ele não está nos contando. Além disso, somos alvos fáceis aqui nesse maldito balão. Estamos voando em direção a uma zona aérea onde eles têm aviões de guerra em exposição.”

“Pense nisso como o maior ato em favor dos direitos dos gays na história da humanidade,” Sheryl Harrington zombou. “Eu queria poder ver a cara daqueles preconceituosos quando essa coisa explodir. Falando de fogos de artifício, esse será a versão LGBT do Big Bang.”

“Vamos nos manter focados,” Dalibor Branko disse gentil mas firme. Seu estômago revirava em repulsa com a noção de que de alguma forma ele poderia ser associado a esses pervertidos como militante gay nos anais da história. “Assim que atingirmos duzentos pés do porto, vamos colocar nossas roupas de mergulho e preparar os explosivos. Vamos começar a perder altitude aproximadamente um minuto antes da bomba explodir e vamos pular na água dez segundos antes da detonação.”

De uma vez eles ouviram o som de hélices de helicóptero se aproximando, e ficaram surpresos com o barulho ficando mais alto o suficiente para parecer que ele colidiria com o dirigível. Eles correram até as janelas da gôndola e perceberam que o helicóptero deve ter voado direto para o dirigível para ter feito tanto barulho.

“Esse idiota deve ter acabado de tirar o brevê,” Callen disse brava. “Se ele tivesse acertado essa coisa com as hélices do helicóptero, teríamos uma tragédia aqui.”

“Talvez não tão grande para as pessoas de Nova Iorque quanto para nós,” o Ceifador zombou. Ele ficou bem conhecido por permanecer frio nos campos de batalha da Sérvia diante de bombardeios.

Os três mercenários encararam a cidade agitada lá embaixo, cada um imerso em seus pensamentos. A mente do Ceifador caminhava em uma direção diferente das de seus confederados. Agora que seis deles estavam na prisão, eles dividiriam 100 milhões de dólares em três. Se ele pensasse em algo para eliminar esses dois transsexuais, ele depositaria um valor surreal em sua conta bancária na Suíça.

Callen já tinha investido em uma hacienda espanhola e pensou em seguir seu caminho assim que chegassem na Europa. Num primeiro momento, sua mudança de sexo não a havia preenchido, e ela se perguntava se tinha feito a coisa certa. Muitos a disseram que ela seria capaz de ter o melhor dos dois mundos. Ela sempre foi um homem forte e atlético, mas gostava da aparência de uma mulher sexy e bem definida. Ela foi abordada por nacionais árabes perguntando se ela estaria interessada em trabalhar como agente disfarçado, e achou essa noção intrigante. Embora ela eventualmente soubesse que era um grupo conectado à Al Qaeda, os números que eles apresentaram eram muito difíceis de recusar. Ela foi apresentada ao Ceifador, e o encontro mudou sua vida.

Vestida em sua roupa de mergulho de borracha, ela pegou seu cigarro instintivamente andando para longe do painel de controle onde o Ceifador e o Escorpião encaravam com expectativa para a parte sul de Manhattan uns três quilômetros a frente. Tudo o que restava era fazer esse mergulho e nadar pelo Fulton Fish Market onde a conexão russa deles esperava com um caminhão de emergência falso. Ele navegaia através do caos pela Wall Street até o terminal de balsas de Staten Island, onde cruzariam e fazer uma segunda conexão. Ela os levaria até o aeroporto John Kennedy e, possivelmente, para fora dos Estados Unidos para sempre.

Ela ouviu um impacto no lado da gôndola, e encarou com espanto quando uma figura desceu e habilidosamente entrou pela janela dos fundos que estava aberta. Ela se lembrou da figura do incidente em Garrison, a pessoa que o Ceifador jogou de uma janela do segundo andar. Ela se lembrou do rosto, o mesmo rosto da mulher que elas assassinaram com uma bomba alguns dias atrás. Ela não podia acreditar que era Sabrina Brooks, parada em frente a ela sem sua balaclava.

“Você!” Callen disse espantada enquanto o Ceifador e o Escorpião vieram de cada lado dela.

“Suponho que deicidiu deixar seu véu em casa para que as autoridades identifiquem seu corpo mais facilmente,” o Ceifador a disse. A gôndola tinha nove metros de comprimento, com espaço suficiente para os passageiros se moverem, aproveitando essa experiência única.

“Bom, pelo menos você vai ter certeza de quem te arrebentou,” Sabrina respondeu, segurando sua arma de gás pronta para disparar.

“Ela não pode pegar ambas vocês,” o Ceifador disse a suas parceiras. “Quando eu a jogar da janela dessa vez, eu lhes asseguro que nunca mais ouviremos dela.”

O Ceifador insistiu que eles não usassem armas de fogo em suas missões porque seria fácil de seus advogados os tirarem da cadeia caso fossem pegos. Ambas Tarantula e Escorpião vieram de cada lado de Sabrina, agachados se preparando para pegá-la. Ela fintou em direção a Callen, então se virou e disparou em Sheryl enquanto o Escorpião vinha em cima dela. Sheryl se afogou e engasgou, desabando de costas no chão enquanto lutava para conseguir respirar. Callen avançou em Sabrina e foi acertada no queixo pela arma de gás. Sabrina então largou a arma e agarrou o colarinho de Callen, deslizando-a por sua perna esticada. Callen tropeçou e foi de cabeça por uma janela, caindo sobre a Vila Greenwich.

“Okay, cara, fim de jogo. Me dê o detonador.”

“Vem cá, então, Srta Brooks. Por quê não o tira de mim?”

“Com prazer.”

Sabrina foi em direção a ele em uma posição de boxe, enquanto o Ceifador estava com sua mão direita à frente e balançando a esquerda ao lado como de costume.

“Sabe, é uma pena que não tivemos a oportunidade de unir forças. Aquele seu gerente homossexual, Rick Alfonso, nos deu tudo o que queríamos saber sobre sua empresa. Isso inclui as fórmulas da pesquisa de ADMs de seu pai. Ele é um cara bem rico agora, aquele pervertido. Nós o pagamos o suficiente para que ele pudesse abrir a própria empresa quase do mesmo tamanho da sua.”

“Então, você poderá passar o resto da vida lendo sobre isso em sua cela acolchoada. Isso, claro, se não tirarmos seus privilégios de leitura também.”

O Ceifador pulou como um gato, surpreendentemente rápido para um homem do seu tamanho. Se esticou o máximo que podia para a acertar em seu alcance, então mandou um poderoso cruzado de direita.

Sabrina tinha uma incrível capacidade de não sentir medo. Ela sempre daria crédito ao seu pai pelo modo como a criou, e ao Pai dos Céus por lhe dar a coraem de encarar o desconhecido. Vern Brooks a matriculou em aulas de natação e patinação no gelo assim que ela aprendeu a andar, e a colocou em um grupo de escalada quando estava no ensino fundamental para a ajudar a vencer o medo natural de altura. Ele queria que sua filha fosse bem sucedida em tudo o que ela quisesse. Ele queria remover todo obstáculo no seu caminho para o sucesso que pudesse a impedir de realizar cada um de seus sonhos.

O maior sonho dela nessa hora era arrebentar o Ceifador por a jogar de uma janela e explodir seu quarto. Ela tinha uma memória excelente e se lembrava exatamente de como o Ceifador a tinha pego da última vez. Ela desviou do cruzado de direita, passou por baixo do braço esticado e deu um chute giratório na lateral do seu rosto. Ela não deu um impacto total, mas o desconcertou para que ele mandasse o jab de esquerda que ela estava esperando.

Ela sabia que muitos boxeadores baixavam a direita mesmo que ligeiramente quando mandavam o jab de esquerda. Seu pai, um entusiasta do boxe, a mostrou suas fitas de como Max Schmeling havia percebido isso quando derrotou o lendário Joe Louis. Ela sempre procurou isso, e percebeu quando o Ceifador a espancou antes de a lançar pela janela. Quando o Ceifador mandou o jab de esquerda, ela imediatamente girou e mandou um segundo chute circular. A ponteira de aço de sua bota bateu diretamente na têmpora do homem, o arremessando para trás cambaleando.

“Acabou, Branko,” ela disse quando viu seus olhos embaçados. “Me dê o detonador e ninguém se machuca.”

“Não vou a lugar algum,” o Ceifador puxou o detonador de seu bolso e o mostrou a ela. Um controle remoto modificado. “Se eu for capturado, meus inimigos na Sérvia não vão economizar para me matar na prisão.”

Com isso, o Ceifador apertou o botão vermelho no aparelho.