21
Andrew Raleigh tinha pedido a Laurie que se encontrasse com ele às três e quarenta e cinco numa morada em East 78th Street, mesmo a oeste de Park Avenue. Quando lá chegou, ela deparou-se com uma casa de tijolo três vezes mais larga do que as restantes do mesmo quarteirão. A entrada era guardada por um pesado portão preto de metal, vigiado por uma câmara de segurança. Ela tocou à campainha, e, no espaço de alguns segundos, o portão abriu-se.
Estava a menos de um quilómetro e meio do seu apartamento, na 94th, mas a muitos níveis encontrava-se num mundo à parte. Este era um dos quarteirões mais prestigiados de Manhattan, habitado por famílias que davam o nome a edifícios de universidades, a salas de espetáculo e a secções de museus.
A mulher que a recebeu por trás da porta trabalhada de mogno envergava um fato azul-marinho de corte impecável e uma blusa de seda branca. Trazia o longo cabelo preto apanhado num rabo de cavalo perfeitamente alinhado à altura da nuca. Laurie apresentou-se e disse que estava ali para se encontrar com Andrew Raleigh.
— Eu sou a Mary Jane Finder, a assistente do general James Raleigh. O Andrew está no segundo andar, na biblioteca Kennedy. Ele está à sua espera. Acompanho-a lá acima.
Esta casa não se limitava a ter uma biblioteca; a própria biblioteca tinha nome. Era de facto um mundo à parte.
Laurie parou na base das escadas e deixou que o silêncio preenchesse o átrio. Tinha aprendido que, quando confrontadas com o silêncio, a maioria das pessoas tinha tendência para continuar a falar. Mas esta mulher não era como a maioria das pessoas. Os telefonemas de Laurie para o general, na sexta-feira à tarde e nessa manhã, tinham sido atendidos por Mary Jane. Em ambas as ocasiões, ela fora extremamente profissional, dizendo que comunicaria a mensagem, mas sem assegurar que houvesse devolução da chamada. Agora Laurie estava ao lado dela e Mary Jane continuava a nada dizer acerca das suas tentativas prévias de chegar à fala com o patriarca dos Raleighs.
Mary Jane aparentava estar na casa dos cinquenta anos, mas continuava a ser muito atraente. Quando tinha começado a trabalhar para a família devia ser aproximadamente da idade de Hunter. Laurie interrogou-se se ela teria sido sempre assim tão fria.
No fim de semana, Laurie tinha lido um perfil que descrevia o irmão mais novo de Hunter Raleigh, Andrew, como sendo uma «grande personalidade». Quando ele a cumprimentou na biblioteca Kennedy, ela percebeu como aquela descrição encaixava nele. Estimou que ele mediria perto de um metro e noventa. Ao contrário do irmão, que era esguio e atlético, Andrew tinha um peito largo e um pescoço redondo. Cada uma das suas mãos era do tamanho das luvas de basebol de Timmy. A sua camisa larga, de cores berrantes e padrão tropical, e as calças de sarja pareciam deslocadas naquela casa.
Até a voz dele era volumosa.
— Obrigadinho por vir ter comigo aqui, senhora Moran — disse, numa voz ribombante. — Posso tratá-la por Laurie?
— Claro.
Ela olhou em redor, para as estantes forradas, o tapete persa e os cortinados das janelas.
— Esta divisão é magnífica — comentou, com sinceridade.
— Este velho mausoléu? Isto é o poiso do meu pai. Pessoalmente prefiro a baixa, mas o meu loft está a ser remodelado. Provavelmente devia ter ficado à espera em East Hampton, mas por lá já está a começar a ficar fresco. Ou então podia ter ido para a casa de Palm Springs ou para o meu apartamento de Austin. Seja como for, não tem de estar para aqui a ouvir-me falar do património imobiliário dos Raleighs.
Laurie detetou um ligeiro sotaque sulista, que não era de esperar num membro de uma família da elite nova-iorquina, mas, quando Andrew se referiu ao apartamento de Austin, fê-la recordar que ele tinha andado na Universidade do Texas. Ele devia ter adotado esse estado como a sua segunda — ou terceira ou quarta — casa.
Mary Jane deixou-os à porta da biblioteca.
— A senhora Finder apresentou-se como assistente do seu pai. Ela trabalha para ele há muito tempo?
— Há uns vinte anos. Aqui entre nós, a mulher apavora-me. Duvido que o sangue que lhe corre nas veias seja quente, se é que me entende.
— Falei com ela ao telefone quando tentei entrar em contacto com o seu pai. É estranho que, quando nos conhecemos, há pouco, ela não tenha mencionado as mensagens que lhe deixei.
— A Mary Jane é um túmulo, mas o meu pai mantém-na muito mais ocupada do que eu ando. Ele dá consultoria a candidatos políticos, integra várias administrações, está a escrever as memórias. Eu? Eu cá gosto de pescar e de beber cerveja. Por falar nisso, aceita uma bebida? Hão de ser cinco horas algures.
Laurie recusou e Andrew sentou-se na cadeira à frente da dela.
— O seu programa está mesmo a considerar lançar-se na história da morte do meu irmão? Tenho de lhe dizer que não vejo o sentido disso, Laurie.
— Como possivelmente se terá apercebido pelas notícias do fim de semana, o caso do seu irmão ainda desperta muito interesse junto do público. O júri condenou a noiva dele por homicídio involuntário, quando vários observadores dos tribunais achavam que ela devia ter sido condenada por homicídio qualificado. Entretanto, a Casey nunca abdicou da versão dela.
— Que alguém a drogou com comprimidos que por acaso foram encontrados na mala dela.
— Ela alega que qualquer pessoa que tenha estado na gala pode ter-lhe colocado alguma substância na bebida, nessa noite. Quando eles chegaram a casa, e estando ela a dormir profundamente, a mesma pessoa podia facilmente ter-lhe colocado os comprimidos na mala para fazê-la parecer culpada, ainda que a polícia lhe fizesse análises ao sangue, para detetar a presença de drogas.
— Ou então ela está a mentir.
— É isso que acha, pessoalmente? — perguntou Laurie. — Que a Casey matou o seu irmão?
— Ao princípio não pensei isso. Eu gostava da Casey. Caramba, eu conheci-a antes do Hunter. Eu próprio podia ter tentado a sorte com ela. Ela era mais divertida do que o tipo habitual de namoradas dele.
— Ele tinha um tipo?
Andrew encolheu os ombros.
— Bonitas, mas aborrecidas. Boas para uma saída ou duas, para uma fotografia numa passadeira vermelha, mas todas muito idênticas. Mas a Casey não era assim. Aquela miúda tinha fogo nela.
— Não sei se percebo bem o que quer dizer com isso.
— Ah, não é nada de indecoroso nem algo do género. Ela era um desafio. Quando namoravam há perto de dois meses, o Hunter foi passar uma semana à ilha Kiawah e não lhe disse. Não lhe ligou uma única vez, apesar de ela saber perfeitamente que ele tinha o telemóvel sempre consigo. Ela descobriu onde ele estava quando viu uma fotografia dele numa angariação de fundos qualquer numa terriola, para um senador da Carolina do Sul. Quando o Hunter voltou para casa, ela não lhe atendia o telefone. Quando ele lhe apareceu à porta de casa, ela fechou-lha na cara. Nunca nenhuma mulher o tinha posto no lugar. — Andrew riu-se com aquela recordação. — O que é certo é que ela conquistou a atenção dele. Depois disso, o Hunter era um homem mudado. Ficou completamente embeiçado. Ele amava aquela mulher.
— Então, porque haveria ela de o matar?
— Para lhe responder a isso, pergunto-lhe primeiro o que sabe exatamente acerca do meu pai.
— O que li na biografia dele. E que ele tem uma assistente que não me devolve as chamadas e que é capaz de ser um vampiro — acrescentou, com um sorriso.
Andrew ergueu um polegar aprovador.
— Ele é um bom homem, mas é um general de alta patente e filho de um senador. É um homem à moda antiga. No mundo dele, homens com um determinado estatuto têm certas responsabilidades face ao mundo. Dirigem fundações e servem o povo.
Laurie quase conseguia ouvir a sua voz interior a terminar aquele pensamento… «Não dedicam as suas vidas a pescar e a beber.»
— E esse tipo de homem precisa de um certo tipo de mulher ao seu lado — prosseguiu ele. — E não é o tipo de mulher que tenta vergar o homem às suas vontades. Pelo menos era o que o meu pai pensava. Já para não falar das discussões.
— Está a referir-se às discussões mencionadas por algumas testemunhas no julgamento da Casey?
A acusação tinha interrogado um verdadeiro desfile de conhecidos de Hunter, ali chamados para relatarem as discussões acaloradas que Casey e Hunter tinham em público.
— Aqueles dois debatiam tudo e mais alguma coisa. A política, obviamente. A Casey era uma liberal assumida. Ficava irritadíssima quando o Hunter lhe chamava hippie de Woodstock. Mas não havia situação nenhuma em que eles não estivessem em lados opostos. Ela gostava dos filmes do Michael Moore. Ele achava que o trabalho de Jackson Pollock se assemelhava a pinturas feitas com os dedos, por crianças. Os dois massacravam-se como se estivessem numa comissão parlamentar. Aquilo era incomodativo para muitos dos amigos do Hunter, tal como eles mencionaram no julgamento. Mas o que os amigos e o meu pai não entendiam era que eles os dois gostavam das suas discussões. Para eles, era como jogar ténis.
— Discussões acerca de filmes e arte não constituem certamente motivo para homicídio.
— Acho que lhe está a escapar o quadro mais geral, Laurie. A Casey não se estava a adaptar. O meu pai achava que ela devia ser mais reservada.
— Desculpe que lhe diga isto, mas não me parece que a maioria das pessoas ainda espere que as mulheres fiquem caladas ao lado do marido.
— Bom, o meu pai não é como a maioria das pessoas. A mulher de um político, como a minha mãe ou a minha avó, não sonharia contradizer o marido. Para além disso, o Hunter já tinha tido uma relação muito séria com uma socialite. O meu pai adorava as origens sociais dela e a Casey não podia competir com isso.
— Já deixou bem claro que o seu pai não aprovava a Casey.
— Não aprovar é um eufemismo. Primeiro, ele insistiu num contrato pré-nupcial inflexível, pensando que isso a afastaria. Eu não fiquei minimamente surpreendido quando a Casey lhe disse: «Diga-me só onde é que tenho de assinar. Eu não me vou casar com o Hunter por causa das origens dele e do que isso implica», disse ela. Mas isso não foi suficiente para o nosso pai. Ele estava a tentar ativamente dissuadir o Hunter de ir para a frente com o casamento.
— Está a dizer-me que o Hunter planeava romper o noivado com a Casey?
Aquela fora sempre a teoria da acusação.
— Eu não tenho a certeza, mas digamos que eu era aquele que estava disposto a desapontar o meu pai. O Hunter nunca o fez.
Correndo o risco de estar a precipitar-se, Laurie já estava a imaginar Andrew, a sua grande personalidade e o sotaque do Sul no ecrã da televisão e estava a gostar do que via. Aquele era o tipo de programa que ela adoraria ver.
— Mencionou que a Casey bateu com a porta na cara do seu irmão por ele não lhe ter telefonado ao longo de uma ausência em viagem. Foi a única vez que a viu mostrar-se ciumenta ou possessiva?
— De maneira nenhuma. Ela conhecia bem a reputação do Hunter e sabia que a anterior namorada dele era exatamente o seu oposto. Acho que ela esteve sempre à espera de que acontecesse alguma coisa. Em resultado disso, ela podia tornar-se intensamente ciumenta e fazia questão que toda a gente soubesse que ela não era apenas mais um caso passageiro. Ela não se coibia de fazer comentários contundentes em público, tais como: «Com qual de nós é que tu estás?» Um dos preferidos dela era: «Estás à espera de que nos casemos para deixares de te comportar como um solteiro disponível?»
Andrew estava a descrever um lado de Casey que Laurie não vira.
— Talvez esteja certo e a Casey seja culpada — disse Laurie, também para si mesma e não apenas para Andrew. — O nosso programa faz questão de ser justo. Nós fazemos perguntas difíceis a todas as pessoas envolvidas. E para mim é importante que a sua família esteja representada nesse processo. Dou-lhe a minha palavra em como o programa trata a memória das vítimas com respeito. Queremos que os espectadores percebam que não se trata apenas de ir recolher provas a um processo. Queremos que se lembrem do valor da vida que se perdeu.
Andrew desviou o olhar e tossiu. Quando voltou a falar, o seu sotaque sulista praticamente tinha desaparecido.
— O meu irmão era um ser humano extraordinário, Laurie. Foi um dos homens mais nobres que eu tive a honra de conhecer. Era extraordinariamente inteligente. Eu mal consegui entrar na Universidade do Texas, mas o Hunter frequentou Princeton e a escola de gestão de Wharton. Com os seus feitos a nível patrimonial, ele fez com que a fortuna anterior da minha família parecesse uns meros trocos. Mas ele estava a entrar numa nova fase da vida. Estava a usar os talentos que Deus lhe deu para o bem comum, a reunir com o presidente da câmara para discutir a utilização dos princípios do mercado livre para expandir a cota de casas a preços acessíveis. A nossa mãe morreu vítima de cancro da mama quando tinha apenas cinquenta e dois anos. Eu apanhei um avião para as Caraíbas e passei um ano bêbedo, mas o Hunter mudou a missão da fundação em honra dela.
Uma vez mais, Laurie sentia-se tentada a começar a fazer as perguntas mais difíceis. Andrew não poupava elogios ao irmão, mas viver na sombra de um irmão tão admirado tê-lo-ia tornado amargo, como Casey alegava? E o que sabia Andrew acerca de possíveis irregularidades financeiras na fundação? Ela não queria afugentar o único membro da família Raleigh que lhe tinha devolvido os telefonemas.
— O Hunter ponderava concorrer a um cargo político?
— Ah, claro, ele estava seriamente a pensar nisso, talvez a presidente da câmara de Nova Iorque, quando o presidente da altura saísse por ter atingido o limite de mandatos. Ele seria o raro político que acordava todas as manhãs a perguntar como podia melhorar a vida das pessoas comuns. O Hunter era simplesmente adorado e era merecedor dessa adoração. E, se me for permitido dizer tudo isto aos seus espectadores, então terei todo o gosto em participar. Diga-me onde e quando.
— Esperamos filmar em breve. Queremos ter uma cena com as seis pessoas que vão participar no programa sentadas à mesma mesa onde se encontravam naquela derradeira noite. O Cipriani já aceitou disponibilizar o salão de festas, assim o calendário o permita. E, segundo sei, herdou a casa de campo do seu irmão. Não sei o que pensa de a disponibilizar…
— Negócio fechado. Na verdade, a propósito do salão de festas, a nossa fundação ainda usa o Cipriani para muitos dos eventos. Vamos ter um encontro lá no próximo domingo, com os nossos beneméritos mais importantes. Não é nada tão sumptuoso como a gala anual, tenho de a advertir, mas se lhe interessar fazer umas filmagens nessa noite, tenho a certeza de que podemos consegui-lo.
— A sério? Isso seria extraordinariamente útil.
Naquela manhã, os responsáveis pelo Cipriani tinham dito a Jerry que teriam de filmar antes das dez da manhã ou esperar dois meses para terem o salão de festas disponível por um dia. Laurie anotou a data que Andrew lhe deu, interrogando-se se conseguiriam estar prontos para filmar tão cedo. Se dependesse de Brett, ela já estaria a filmar.
— Imagino que não tenha ideia do que o seu pai irá decidir.
Ele esticou o pescoço para espreitar para lá da porta da biblioteca e a seguir respondeu-lhe num sussurro.
— Se eu tivesse de adivinhar, diria que a Mary Jane nem lhe disse que lhe ligou. Eu falo com ele. Desde que não seja uma exploração da imagem do Hunter…
— Claro que não.
— Sou capaz até de conseguir que ele se sente à frente das vossas câmaras. Ele tem andado a trabalhar como um escravo, para terminar as memórias dele, mas deve poder dispensar-vos uns minutos.
— E o Mark Templeton? Segundo julgo saber, ele era um dos amigos mais chegados do seu irmão e também esteve na gala naquela noite.
Ela ainda não tinha mencionado as suspeitas de Casey acerca do antigo diretor financeiro da fundação da família.
— Há anos que não falo com o Mark, mas vou ver o que consigo fazer.
— E, sem querer abusar da sorte, talvez pudesse usar a sua magia junto da Mary Jane Finder? Julgo que ela estava na mesa da vossa família, na gala. Queremos contemplar um número alargado de potenciais testemunhas e ela deve ter observado o comportamento da Casey naquela noite.
Ele fingiu arrepiar-se.
— As suas câmaras são capazes de não conseguir obter o reflexo da imagem dela, mas vou tentar.
— Obrigada, Andrew. A sua ajuda é inestimável.
O portão preto de metal tinha acabado de se fechar atrás dela quando Laurie fez um telefonema para Brett.
— Estou a ver que me está a ligar do seu telemóvel — disse-lhe, mal Dana lhe passou a chamada para a linha dele. — Anda outra vez na rua? — perguntou, num tom sarcástico.
— Desta vez sei que vai aprovar. Acabo de sair da casa de cidade da família Raleigh. O irmão já concordou em participar e acha que o pai também vai concordar.
— Excelente. Desde que tenhamos um deles, devemos ficar bem. Comece a recolher assinaturas nos acordos de participação e a tratar do calendário de produção. Eu estava a falar a sério quando disse que temos de nos mexer depressa.
Ela estava a arrumar o telemóvel novamente na mala, quando o aparelho vibrou. O ecrã indicava-lhe tratar-se de Charlotte.
— Olá — atendeu. — Tudo bem?
— Vou encontrar-me com a Angela para bebermos um copo. Queres vir connosco?
— Na verdade, estive com ela há duas horas no meu gabinete. Ela veio com a prima. A Casey também vai?
Laurie tinha acabado de prometer a Andrew Raleigh que ia manter uma mente aberta em relação aos factos que rodeavam a morte do irmão. Ser vista a socializar com a mulher que tinha sido condenada pelo seu assassínio seria inapropriado, já para não falar da possibilidade de ela ser efetivamente uma assassina.
— Claro que não — respondeu Charlotte. — Ela acompanhou a Angela à Ladyform depois de terem estado contigo, por isso, tive a oportunidade de falar com ela. A Angela sentia-se tão mal por a Casey ter precisado de ir ao centro comercial comprar roupa que a deixámos varrer o roupeiro das amostras. Ela tem roupa desportiva que chega para os próximos quinze anos. Fiquei com a impressão de que ela já se cansou da exposição pública destes últimos dias. A Angela contratou-lhe um serviço de aluguer de viaturas para ela não ter de enfrentar a viagem de comboio de regresso ao Connecticut. Vens ter connosco ao Bar Boulud, mesmo à frente do Lincoln Center?
Laurie gostou da ideia de passar algum tempo com Angela sem a prima dela. Se conquistasse a confiança dela, talvez Angela conseguisse ajudá-la a obter a aprovação, também, da tia.
— Claro. A que horas?
— Já!
Laurie lançou uma olhadela ao seu relógio. Eram quatro e um quarto. «Tal como Andrew Raleigh tinha dito, são cinco horas algures», pensou ela. Merecia comemorar. Finalmente, tinha o seu próximo programa.