25
Laurie estava a descer de um táxi à porta do escritório de Alex quando o seu telemóvel tocou. O nome de Jerry apareceu no ecrã. Ela não ficou admirada por ele ainda estar a trabalhar. Atendeu imediatamente.
— Tenho más notícias — anunciou ele. — O Mark Templeton, o antigo diretor financeiro da Fundação Raleigh, devolveu-te finalmente a chamada. Queria saber do que se tratava, por isso a Grace passou-me a chamada. Falei-lhe do programa. Espero que não te importes.
O facto de Jerry ter dito que tinha más notícias significava que Templeton não iria participar.
— Claro que não, Jerry. Confio no teu bom senso. Presumo que ele seja um «não»?
— Infelizmente.
— É um bocado esquisito — comentou Laurie. — Ele era um dos amigos mais chegados do Hunter.
Talvez Casey estivesse certa e a morte de Hunter estivesse relacionada com a auditoria às contas da fundação.
— Não quis abordar o tema das contas da fundação sem falar contigo primeiro. Disse-lhe que queríamos falar com ele acerca da noite da gala. A justificação dele para recusar tem alguma lógica. Ele disse que adorava o seu amigo e que acabou por concluir, com base nas provas, que a Casey era culpada. Enquanto dirigente de uma respeitável associação sem fins lucrativos, sente que tem a responsabilidade de não se deixar envolver no que quer que a Casey, nas palavras dele, «esteja a esconder na manga».
— Está bem, fizeste bem em não forçar.
Ela tinha tomado a mesma decisão quando não perguntara ao irmão de Hunter pelas finanças da fundação. Ryan poderia interrogá-lo a esse respeito quando já estivessem em fase de produção. Ela tinha esperança de que, nessa altura, já conhecessem melhor os motivos de Templeton para se ter demitido do cargo.
Entretanto, tinham outros suspeitos para investigar.
— Acabei de falar com a Angela, a prima da Casey. Ela confirmou as alegações da prima em relação ao facto de o Jason Gardner ter tentado reconquistá-la depois de terem acabado o namoro, mesmo depois de ela ter ficado noiva do Hunter.
— A sério? Mesmo que somente metade das coisas maldosas que ele escreveu acerca dela no livro fosse verdade, seria de esperar que fugisse dela a sete pés.
— Estava a pensar a mesma coisa.
A acusação tentara apresentar Jason como testemunha no julgamento de Casey, para que ele dissesse que ela era ciumenta e volúvel. O juiz determinara que o depoimento dele constituiria «testemunho de carácter» inadmissível. Mas isso não impedira Jason de escrever um livro escandaloso que fazia Casey parecer a Lizzie Borden.
— Vamos ver o que mais conseguimos descobrir acerca dele.
— Percebido — respondeu Jerry. — Já não voltas cá hoje?
— Não. Vemo-nos amanhã.
Ela tinha de falar com Alex.