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— Você precisa assinar esses formulários, Connie — Jenny empurrou a papelada sobre a mesa. Já era a manhã do dia seguinte e todas estavam de volta ao escritório. — O banco precisa de todas nossas assinaturas, pois a conta é conjunta. Lucy e Sadie assinaram ontem à noite. Entretanto, consegui que somente duas assinaturas fossem necessárias para qualquer transação. Seria difícil conseguir que todas nós assinássemos um cheque com urgência se duas de nós estivéssemos de férias nas Bahamas — ela riu.
— Nas Bahamas? — Sadie soltou. — Quando é que serei capaz de arcar férias nas Bahamas? Duvido que eu vá muito além de Brighton!
— Não seja tão pessimista, — Jenny respondeu. — Você não sabe o que o futuro reserva.
— É disso que tenho medo — disse Sadie sombriamente, a testa franzindo. — O futuro nunca reserva nada de bom no que me diz respeito. Então eu prefiro saber o que está por vir, assim eu posso me preparar para o que quer que seja.
— Pelo amor de Deus, anime-se. Você vai fazer todas chorarem em um minuto — Lucy disse, virando para Connie. — Sadie te contou que eu marquei o Divorciados.biz como favorito no seu navegador enquanto estava na sua casa ontem à noite? Ia mostrar para Jenny e Sadie como tudo funcionava, mas... — Ela parou de falar quando um som de ping anunciou a chegada de uma mensagem na caixa de entrada. — Oops! É Michael Stone! Acredito que ele esteja respondendo a mensagem que mandei ontem à noite.
— O que ele escreveu? — Sadie inclinou-se sobre a mesa. — Espero que ele não se sinta estranho com a mensagem que mandamos para ele. Caso contrário eu...
— Ele está se desculpando — Lucy interrompeu rapidamente. Ela olhou para Connie antes de voltar os olhos para a tela. — Ele disse que não percebeu que não podia marcar vários encontros de uma só vez e disse que podemos ir adiante e arranjar um encontro com Ann Masters — Lucy colocou a foto de Ann na tela. — Ele já pagou a taxa de cinquenta libras online. Então, o que vocês acham?
— Não acho que temos escolha — disse Connie. Ela colocou a caneta que segurava sobre a mesa e segurou as mãos entrelaçadas. — Agora cabe a nós entrar em contato com Ann e pergunta-la se gostaria de encontrar com Michael.
— Mas não deveríamos contar para ela o que ele estava tentando fazer? — Sadie franziu a sobrancelha. — Quero dizer, não deveríamos contar para ela como que Michael Stone realmente é?
— E sabemos como ele realmente é? — Connie sentou-se novamente na cadeira e fez a cruz com os dedos. — Ele pode ser um cara bem legal. Mas, eu devo dizer que duvido muito disso pela forma como ele se apresentou para nós. Porém, não cabe a nós decidir quem nossos clientes devem encontrar. Poderíamos ter vários tipos de problemas se começarmos a fazer observação sobre cada pessoa — ela pausou. — Enfim, sabemos que Ann Masters o conheceu no lançamento, então pelo menos ela sabe que homem ele é.
— Talvez devamos fazer uma recomendação geral no site — Lucy disse pensativa. — Por exemplo, poderíamos acrescentar um comentário na página de entrada aconselhando nossos clientes a se encontrarem num lugar público no primeiro encontro — de uma certa forma, ela concordava com Sadie. Elas deveriam passar qualquer informação que soubessem sobre as pessoas que elas estavam arranjando encontros. Mas ela também sabia que Connie estava certa. Elas poderiam ser acusadas de difamação de caráter se elas começassem a fazer observações sobre alguém.
— Boa ideia! — Sadie bateu com os punhos sobre a mesa. — É o mínimo que podemos fazer.
— Tudo bem, — disse Connie. — Vamos ver como colocar no site, mas no meio tempo vamos mandar uma mensagem informando a ela que Michael Stone solicitou um encontro com ela e ver o que ela tem a dizer — ela mordeu os lábios. — Espero que não tenhamos que ter uma discussão de grupo todas as vezes que formos pedidas para arranjar um encontro, caso contrário, vai durar uma eternidade.
— À propósito, o que Andrew quer que a gente faça com o formulário de inscrição dele? — Lucy olhou para Connie. — Você conseguiu mencionar o formulário para ele ontem à noite ou estava muito preocupada?
— É claro, conversei com ele sobre isso — Connie disse. Ela ainda estava um pouco agitada desde que viu Andrew. — Não foi esse o motivo de eu me encontrar com ele? — Ela puxou um formulário da sua bolsa e jogou para Lucy. — Apenas coloque o nome dele e que ele é o presidente de uma companhia grande. Olhe o perfil dele e acrescente tudo que você tiver certeza. Esqueça toda as outras baboseiras!
— Oops, desculpa — Lucy arqueou a sobrancelha. — Estamos um pouco nervosas hoje, não?
Connie respirou fundo. — Desculpa Lucy, mas prefiro não falar sobre ontem à noite, se você não se importar — ela sorriu. — Posso ligar a chaleira para mais café?
****
Durante a manhã várias pessoas mandaram e-mail para a agência para arranjar encontros.
— Se continuar assim, vamos ficar milionárias — Lucy disse, apertando o botão de enviar, mandando outra mensagem para o ciberespaço. — Alguém que chama Sue Hutchins deve gostar bastante da aparência do nosso Quentin. Devo dizer, achei que ele estava bastante elegante.
— Até o momento, a única de nós que foi chamada para sair foi você, Connie — disse Jenny, melancolicamente. — O restante de nós não parece ter acendido o fogo de ninguém.
— Sim, bem, não posso dizer que eu fiquei muito animada com o convite de Brian Lomax. Ele não acende meu fogo, exatamente — Connie sorriu. — E você está esquecendo de Sadie e de você mesma. O maravilhoso Michael Stone solicitou o prazer da companhia de vocês.
— Mas, se você se lembra bem, estávamos bem no final da lista dele — resmungou Sadie.
— Tem alguém que você gostaria que arranjássemos um encontro, Sadie? — Lucy olhou para as outras. — Isso serve para vocês também, poderia escrever para eles agora mesmo.
— Acho que vou esperar um pouco e ver no que tudo isso pode dar — respondeu Sadie.
Um dos motivos que ela concordou em se envolver com essa agência em primeiro lugar era de encontrar um homem bom e honesto. Alguém que fosse o mais diferente possível do seu marido. Ainda assim, fora todos aqueles homens lindos no website, o único homem que mostrou algum interesse era um babaca que queria se atirar numa piscina cheia de mulheres antes de fazer uma escolha.
— Vou esperar e descobrir um pouco mais sobre os homens do nosso banco de dados.
Jenny assentiu. — Sim, concordo. Certamente não quero outro marido como Rob. Realmente achei que ele fosse o homem certo quando nos casamos, mas no final, ele gostava de se dividir demais, acho que vou levar as coisas mais devagar, também.
Connie e Lucy, apesar de por motivos diferentes, concordaram em esperar um pouco antes de escolher um homem. Ben, o ex-marido de Lucy, foi um homem bastante cruel, tanto fisicamente quanto mentalmente. Ela somente ficou com ele por causa do filho deles, Terry. Entretanto, assim que ele foi aceito numa universidade, ela entrou imediatamente com o pedido de divórcio.
— Agora eu estou descomprometida e livre em folha, não tenho planos nenhum de correr para outro relacionamento, a não ser que Brad Pitt ou Johnny Depp entram para nossa agência — Lucy sorriu. — Qualquer um dos dois fariam uma grande diferença na minha decisão. Apesar de achar que talvez eu me perca no número de respostas — ela esperava que as outras aceitassem sua resposta sem nenhum questionamento. Ela viu uns dois homens de quem ela gostou e planejou escrever para eles sem o conhecimento de suas colegas. Como cada uma delas iriam revezar tomar conta do site, não haveriam segredos no escritório e isso seria muito constrangedor receber uma rejeição lida em voz alta por qualquer uma delas. Talvez ser sócia de uma agência de encontro não tenha sido uma das melhores ideias no final das contas.
Connie, por outro lado, ainda estava agitada por causa de Andrew. Ela tentou não pensar nele, até foi a um ou dois encontros durante o ano que passou. Mas desde o jantar com Andrew na noite anterior, ela percebeu que ainda estava loucamente apaixonada por ele. Sendo assim, as desculpas dela eram que ela simplesmente queria esperar até que seu negócio decolasse. — Eu realmente não acho que eu conseguiria concentrar em encontrar o homem certo no momento.
Embora o tom de Connie não fosse convincente, Sadie permaneceu em silêncio, assim como a conversa que tiveram na noite anterior revelou muita coisa para ela. Era óbvio que Connie precisava de ser salva contra si mesma.
****
Durante a tarde, Lucy baixou o programa do Divorciados.biz no laptop de cada uma delas e procedeu em mostra-las como que ele funcionava. — Todas vocês sabem como mandar e-mail e etc, então o que vocês precisam saber agora é de como manusear o programa — após pressionar algumas teclas, um maço de letras, números e símbolos apareceram na tela.
— Que diabos é tudo isso? — gritou Sadie, dando um passo para trás.
— Ai! — Jenny resmungou. — Esse é meu pé, não tem muito espaço para movimentos bruscos. Avise antes de começar a pular.
— Desculpe, mas se você se aproximar da...
— Estes são os códigos de todas as coisas que acrescentei no site. — Lucy continuou. Os olhos fechados, mal havia começado a mostrar as coisas para as amigas de como o site funcionava, esse não era o momento para discussões calorosas. — Essa é você, Sadie — ela apontou para a tela, — daqui eu posso adicionar ou deletar qualquer informação do seu perfil. Preste atenção, vou te mostrar — ela acrescentou algumas palavras, dizendo que Sadie era uma senhorita de muitos talentos. Depois abriu a página de Sadie na internet e apontou para onde as palavras foram acrescentadas. — Faça a mesma coisa se alguém quiser adicionar ou deletar qualquer coisa do perfil dela.
— Deixe esse comentário assim, ele me faz parecer legal e misteriosa — Sadie sorriu.
— Mas está forçando um pouco — disse Connie com um sorriso. — Se você tem algum talento, ele deve estar bem escondido. Ainda preciso conhece-lo — ela bateu palmas — é isso, uma senhorita de muitos talentos escondidos.
Lucy prontamente alterou a frase. — Agora você realmente soa misteriosa.
— Amei — gritou Sadie. — Isso vai fazer com que chova homem na minha horta!
Lucy então passou a mostra-las como cadastrar um novo cliente e como deletar um perfil caso alguém deseje sair da agência. Ela enfatizou que elas precisavam tomar cuidado para não adicionar ou deletar informação do perfil errado. — Mas, honestamente, a coisa toda é mamão com açúcar. É muito mais fácil do que parece — ela sentou no seu lugar e olhou para os rostos de suas amigas. — E então, o que acham?
Sadie deu um passo para trás e sentou-se desajeitada. — É melhor não contar comigo. Não tem como eu ousar fazer quaisquer uma das coisas que você fez. Me contento em ler os e-mails, arranjar os encontros solicitados e ser o faz tudo geral no escritório. Mas me recuso a ter que lidar com trabalhos de computador — ela colocou a mão na testa. — Meu Deus! Você não percebe, eu poderia ferrar com tudo tão facilmente e depois onde estaríamos? — Ela cruzou os braços. — Desculpa pessoal, eu estou falando sério quando digo que eu realmente não sei fazer isso.
— Então, aprender a usar o computador não é um dos seus muitos talentos? — Connie sorriu, puxando uma cadeira e sentando ao lado de Sadie. — Não acha que deveria ao menos tentar? Não podemos deixar tudo nas mãos de Lucy.
— Estou avisando agora, se eu tocar naquela coisa, tudo vai dar errado — Sadie apontou o dedo para o computador. — Maldição, Connie. Você sabe muito bem que não entendo muito de tecnologia — ela levantou os braços, — e nenhuma persuasão vai mudar isso.
— Acho que isso quer dizer que Jenny e eu vamos ter que perseverar e aprender tudo que pudermos. — Connie olhou para Jenny do outro lado do escritório. — O que você acha?
Jenny estava um tanto quanto feliz por dar uma chance a esse desafio. Ela estava sempre disposta a aprender algo novo. — Claro, por que não? — Ela disse.
Sadie sorriu. — Obrigada, gente. Tem alguma coisa que vocês gostariam que eu fizesse enquanto vocês três lidam com o computador?
Jenny sugeriu que talvez ela pudesse ir ao banco. — Não podemos deixar todo esse dinheiro aqui no escritório.
Sadie ficou bastante feliz por ter que sair. Ela queria ter uma palavrinha com Andrew e se perguntou quando teria a oportunidade. Seria difícil com Connie sempre em cima, tanto no escritório quanto em casa.
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Sadie apertou os passos em Park Lane em direção à Oxford Street e rapidamente encontrou um pequeno café. Após pedir um, ela pegou seu celular e digitou o número da firma onde Andrew trabalhava e pediu que fosse transferida para o seu escritório. Passaram-se alguns minutos e Sadie começou a tamborilar com os dedos sobre a mesa. Por que diabos estava demorando tanto para sua secretária atender a chamada?
— Quem devo dizer que está ligando? — A secretária perguntou quando finalmente atendeu o telefone.
— Diga que é Sadie, e por favor, depressa.
— Sadie? — Houve uma pausa. — O Sr Somerfield sabe quem você é?
— É claro, ele saberá, maldição — Sadie retrucou. — E ande logo, não tenho o dia todo! — Ela olhou para o relógio, o banco fechará em breve.
Houve um clique e depois a voz de Andrew do outro lado da linha. — O que foi Sadie? Está tudo bem com a Connie? — Perguntou ele, sua voz com um tom de preocupação. Ele provavelmente ficou bastante alarmado quando sua secretária o informou que ele tinha uma ligação de alguém chamada Sadie. Ela nunca telefonou para ele no escritório antes, então seu pensamento imediato seria de sua ex-mulher.
— Connie está bem — ela o assegurou. — Não posso falar muito, eu deveria estar no banco nesse momento. Connie adicionou seu perfil na nossa agência.
— Oh! Eu não pensei...
— Não interrompa, Andrew, deixa eu terminar. — Sadie estalou a língua e olhou novamente para o relógio. Os minutos pareciam estar passando mais rápido do que nunca. — Você precisa fazer algo para que Connie note. Acho que você deveria fazê-la sentir um pouco de ciúmes arranjando um encontro com uma de nossas clientes. E antes que você comece a gritar, — ela acrescentou antes que Andrew pudesse interrompê-la, — não acho que você deveria ir a algum lugar e ter sexo selvagem e animalesco com uma modelo jovem e glamorosa. Apenas escolha alguém bastante comum para te acompanhar num jantar ou cinema.
— Eu não acho que seja uma boa ideia — Andrew estava menos que interessado. Ele queria Connie de volta em sua vida, não fazer uma situação ruim piorar ainda mais.
— Pelo amor de Deus, homem, você vai precisar fazer algo drástico ou desistir de vez. Isso pode dar certo, — ela hesitou por um momento antes de mencionar a conversa que ela teve com Connie na noite anterior. Era justo dizer alguma coisa ou não? Ela estava quebrando a confiança da amiga? No final, ela optou por contar. — Connie estava num dilema noite passada. Acho que ela realmente queria ter ficado no hotel com você.
Andrew permaneceu em silêncio. Então Connie contou para Sadie como ele quase implorou que ela ficasse. Ele estava um pouco envergonhado.
— Eu só acho que ela precisa de um empurrãozinho, — Sadie olhou para o relógio novamente. — Olha, Andrew, preciso ir. As meninas pensam que estou no banco e ele vai fechar em cinco minutos. Prometa que vai pensar sobre isso.
— Tudo bem, vou pensar, mas não vou dizer mais nada, — Andrew desligou o telefone.
Sadie cuidadosamente deletou toda evidência da chamada de seu celular. Não seria nada bonito se Connie o pegasse por engano e descobrisse que ela andou fazendo ligações secretas para Andrew. Pegando suas coisas, ela correu para fora do café, parando apenas para deixar uns trocados sobre o balcão para por ele.
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Após desligar o telefone, Andrew sentou em sua cadeira e olhou para o teto. Sua cabeça estava doendo a manhã toda, ele bebeu muito na noite anterior. Depois que Connie foi embora, ele voltou para o bar e se afogou em grandes copos de uísque antes de subir para o quarto. Ele tinha muita esperança de que Connie fosse ceder e ficar com ele, mas ela não cedeu. Em vez disso, ela insistiu em voltar para casa. E agora a ideia de Sadie de como ganhar Connie de volta fez com que sua cabeça doesse dez vezes mais.
Ele tinha uma reunião em meia hora. Nesse momento ele deveria estar focando em James Hargreaves, um homem muito importante no mundo dos negócios. Ele estava muito interessado na companhia e estava pensando em investir uma grande quantidade de dinheiro. Nesse clima econômico, qualquer um que desse a entender que quisesse colocar dinheiro na firma deles merecia atenção total. Mas o telefonema de Sadie o estava distraindo.
Ela poderia estar certa? Ele deveria tentar fazer ciúmes na Connie? Mas, e se Sadie estivesse errada? Isso poderia ser o fim de qualquer tipo de relação entre ele e sua ex-mulher. Pelo menos Connie estava conversando com ele agora, um dia ou dois atrás, ela teria pisado nele tão facilmente quanto num cigarro.
Connie era o amor de sua vida. Eles foram casados por treze anos antes do divórcio e ele se casaria com ela de novo sem nenhum momento de hesitação. Não tinha mais ninguém para ele. Ela era a mulher mais maravilhosa do mundo.
Embora os dois tenham ficado decepcionados quando Connie descobriu que não podia ter filhos, ele lidou bem com isso. Eles tinham um ao outro e ele estava muito feliz por deixar as coisas como estavam. Entretanto, ela não recebeu a notícia tão bem. — Por que eu sou tão diferente? — Ela chorou na época. — Por que eu? Todas minhas amigas parecem ter filhos quer elas queiram ou não! — Mas, sendo durona como ela era, ela aprendeu a viver com isso.
Mesmo assim, Connie se sentiu humilhada quando ele confessou sua infidelidade. O homem que jurou não existir outra mulher na terra para ele a traiu. A expressão de pura descrença que mudou para o de horror ainda estava impressa na memória dela. Talvez ele devesse ter mantido isso para ele mesmo. Talvez ela nunca tivesse descoberto se ele não tivesse contado. Mas ele não conseguiria viver sabendo que alguém, em algum lugar, pudesse ter visto outra mulher saindo de seu quarto e pudesse contar para Connie. Se ela tivesse que saber sobre tudo isso, seria através dele.
Ele respirou fundo e voltou para o presente momento. Talvez fosse melhor esquecer sobre a ligação e deixar as coisas como estavam. Mesmo assim, quando sua secretária encaminhou James Hargreaves para seu escritório, Andrew ainda estava com a cabeça na conversa que acabara de ter com Sadie.
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Sadie chegou no banco no momento que o segurança estava prestes a fechar a porta.
— Estou vendo que um dos caixas ainda está aberto, preciso apenas depositar estes cheques — ela sorriu para o guarda com um dos seus sorrisos mais cativantes, — prometo que só vai levar alguns segundinhos — ele cedeu e abriu a porta para que ela entrasse. — Muito obrigada, — ela disse, dando outro sorriso grande — você é demais.
Quando ela voltou para o escritório, Jenny estava fazendo café. — Você quer um pouco? — Ela perguntou, pegando outra xícara.
— Sim, por favor. Desculpa eu ter demorado tanto, tinha uma fila no banco — Sadie cruzou os dedos atrás. Ela só uma mentirinha boba. Certamente não machucaria ninguém.
— Parece que estamos fazendo progresso com o site — Jenny entregou uma xícara de café para Lucy. — Pelo menos, Connie está. Ainda estou um pouco devagar.
— Bobagem — disse Lucy. — Acho que as duas estão se saindo muito bem. Além do mais, não é como se vocês tivessem que aprender tudo de uma vez. Não se esqueçam que estamos aqui diariamente, — ela pegou o café da Jenny. — A próxima vez que tivermos um cliente novo, vou assistir enquanto uma de vocês cadastram o perfil dele.
Ao final da tarde, muitas pessoas entraram em contato para arranjar encontros. Toda vez que uma mensagem nova chegava, o estômago de Sadie revirava. Dessa vez seria do Andrew? Embora ela achasse que fosse uma boa ideia, ela estava um pouco apreensiva quanto à reação de Connie, principalmente se Andrew escolhesse alguém jovem e glamorosa. Entretanto, nenhuma das mensagens era dele, então ela podia relaxar. Talvez ele tenha decidido ir contra a sua sugestão.
— Vamos, cada uma de nós, fazer revezamento no computador — disse Connie, colocando seu casaco. — Não estou fazendo nada hoje, então vou ficar de olho durante a noite.
— Vai ser preciso levar isso com você — Lucy entregou duas folhas contendo endereços eletrônicos. — Sugiro que cada uma de nós tenha uma cópia em casa. Seria melhor que carregá-las para cima e para baixo todos os dias.
Sadie engoliu seco quando todas desceram. Ela tinha a esperança de que Lucy ou Jenny fossem tomar conta do site hoje à noite. Se Andrew mandasse uma mensagem, Connie seria a pessoa que iria ver e ela talvez deletasse sem as outras saberem. Seria melhor que qualquer solicitação dele viesse durante o horário comercial quando todas tivessem presentes. Ela se martirizou por não ter pensado nisso quando estava conversando com ele. Ela deveria ter dito a ele para mandar mensagem somente no horário do expediente. Ela deu de ombros. Não havia nada que ela pudesse fazer agora, exceto sentar com Connie a noite toda e olhar as mensagens que chegar. Quão chato seria isso?
Do lado de fora do prédio, elas seguiram caminhos diferentes. Sadie e Connie correram para o ponto de ônibus, deixando Jenny decidir se iria direto para casa ou se perambularia pelas lojas. Lucy já havia combinado de encontrar uma amiga que estaria em Londres por dois dias.
— Vejo vocês amanhã — disse Connie, enquanto ela e Sadie tentavam atravessar a rua. — Não sei como eles falam que as cobranças de trânsito estão funcionando — ela resmungou. — Não vejo nenhuma mudança. O trânsito está pior que nunca!