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Capítulo Nove

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Demorou duas semanas para Andrew finalmente mandar um e-mail para a agência. Ele passou a maior parte desse tempo agonizando sobre a sugestão de Sadie. A princípio, a ideia era boa, mas, e se tudo desse errado? Connie pode nunca mais querer falar com ele. No final do dia, ele entrou no site e navegou sobre o mar de clientes, descartando cada uma delas até que se deparou com um rosto familiar. Ele recostou na sua cadeira e ficou olhando a imagem na sua tela. Se ele fosse fazer isso, então essa pessoa seria a sua escolha.

****

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Sadie tinha tanta certeza que Andrew havia decidido ir contra sua ideia de tentar fazer Connie ficar com ciúmes que ela começou a relaxar e esquecer sobre esse assunto. Quer dizer, seu estômago não estava mais dando viravoltas toda vez que uma mensagem nova chegava. Então, quando Lucy chamou dizendo que Andrew mandara um e-mail, ela quase engasgou com o café.

— Você está bem? — perguntou Jenny.

— Sim, — Sadie gaguejou. — O café desceu errado — ela apontou vigorosamente para a xícara de café.

— O que ele quer? — Connie perguntou.

— O assunto é “Solicitação de Encontro”, — Lucy respondeu. Ela manteve os olhos colados na tela, não ousando olhar para Connie.

— Oh! — Connie suspirou. Ela foi pega de surpresa. Ela meio que esperava que a mensagem de Andrew fosse para ela. Ele havia lhe dito que não usaria a agência, então, por qual outro motivo ele entraria em contato com elas? Ainda assim, aqui estava ele solicitando um encontro com alguém. — Erm... Quem ele quer encontrar? — Ela tentou manter sua voz baixa e casual. — Provavelmente é a encantadora Ann Masters, — ela acrescentou, dando um sorrisinho sem graça.

Entretanto, apesar do seu tom casual e sorriso forçado, Sadie detectou uma pitada de desespero na sua voz. Com medo de dar a menor ideia de que tivera algo a ver com o súbito interesse de Andrew em sair com alguém, ela encolheu os ombros e voltou os olhos para o livro de contabilidade na sua frente.

— Tem certeza que quer saber? — Lucy perguntou. Talvez fosse melhor Connie não saber sobre os arranjos de Andrew.

— É claro que eu quero saber. Abra! — Connie engasgou. Ah bem, tentou tanto parecer casual. Ela balançou a cabeça, — abra logo de uma vez a maldita mensagem.

Sadie segurou a respiração, esperando Lucy abrir o e-mail.

— Então, quem é? — Connie bateu com os dedos por sobre a mesa. Ela estava muito curiosa para saber com quem Andrew queria se encontrar.

Lucy clicou na mensagem e caiu na risada. — É a minha tia. Andrew está solicitando um encontro com minha tia Agnes. Ele gostaria de levá-la para jantar.

— Sua tia? — Connie perguntou.

— Isso é muito simpático da parte dele, — disse Sadie. Ela estava aliviada que Andrew não escolhera Ann Masters ou alguma outra mulher que se parecesse com ela. O plano era simplesmente fazer Connie ficar com ciúmes, não a fazer ficar dando voltas no escritório a ponto de explodir. — A tia da Lucy pode, não pode, Connie? Pergunto-me onde ele a levará.

— Vou ligar para minha tia e vou perguntar quando estará livre. Ela tem um laptop, mas não consigo esperar que ela o ligue. Ela vai ficar tão surpresa. É o aniversário dela semana que vem, talvez ele a leve para algum lugar para celebrar — Lucy pegou o telefone e pressionou os números.

— Você está muito quieta, Connie — disse Jenny — você está bem?

— Sim, estou bem, — Connie respondeu quietamente — por que cargas d’água não estaria? — mas ela não estava nada bem. Andrew ia ter um encontro com outra mulher. Mas, por que isso a incomodava tanto? Ele tinha direito de sair com quem quisesse. Se alguém a convidasse para sair ela também iria, não iria? É claro que iria. Ela já não havia ido a alguns encontros após o divórcio? Mas, pensando bem, ela só aceitou sair para um encontro porque acreditava que Andrew estava tendo um caso selvagem. Porém, verdade seja dita, ela não gostou de nenhum deles. Mas, ela aceitaria sair com alguém agora sabendo a verdade sobre o caso de Andrew? Ela pegou seu lenço e assoou o nariz.

Sadie observou em silêncio, o plano estava tendo efeito.

— Você não vai dizer alguma coisa, Sadie? — perguntou Connie.

— O que você quer que eu fale? — Sadie esticou os braços e bocejou — Andrew é um homem livre e pode fazer o que quiser. Espero que a tia de Lucy aproveite sua noite, tenho certeza que ele será muito cortês e dará a ela uma ótima noite.

— Minha tia está muito animada, — disse Lucy. Ela desligou o telefone e virou para ficar de frente para as outras — isso fez o dia dela. Ela disse que está livre todas as tardes na próxima semana, exceto sábado — Lucy deu uma risada, — ela não disse isso exatamente, mas sei que ela joga bingo aos sábados — ela girou a cadeira de volta para o computador. — Vou mandar uma mensagem para Andrew e acertar os detalhes. Vou tentar que seja no aniversário dela — ela notou Connie a olhando — o que? — ela perguntou, levantando uma sobrancelha.

— Nada, — respondeu Connie irritada enquanto pegava algumas correspondências ainda não abertas. Ela estava agindo como uma idiota. O que ela importava se Andrew estava tendo um encontro com Agnes? A tia de Lucy era uma mulher de idade, pelo amor de Deus. Isso nunca ficaria sério. No fundo, ela sabia que ele só estava fazendo isso para lhe causar ciúmes, então, nesse caso, por que diabos estava funcionando?

— Mandei uma mensagem para Andrew dizendo que Agnes Anderson adoraria encontrá-lo para jantar e está disponível para o próximo dia vinte e cinco. Vamos ver o que ele diz. Também escrevi para Ann Masters para falar sobre o pedido de Alan Peterson para conhecê-la. Agora, Connie, você quer tentar criar a página desse novo cliente?

Sadie observou Connie passando pelos detalhes de como criar um perfil no site. Apesar de ela parecer estar enganando as outras, Sadie sabia que ela estava irritada pelo fato de Andrew estar levando outra mulher para jantar, mesmo que a mulher fosse velha o suficiente para ser sua mãe.

Ela estava se segurando para não o telefonar e contar que o plano estava funcionando, mas, ao mesmo tempo, não se atrevia a fazer nada que pudesse levantar as suspeitas de Connie. Ainda faltavam muitos dias para a data do jantar, seria interessante observar o comportamento de Connie até lá.

— Acho que é hora de um cafezinho — Sadie não conseguia mais sentar quieta e levantou para encher a chaleira —, uma pena que não temos umas carolinas para acompanhar.

— Não posso comer carolinas, — disse Lucy. — Estou tentando perder peso.

— Ah é? Não era você que estava enchendo a cara de sanduiches e biscoitos ontem?

— Sim, bem, isso foi ontem. Subi na balança hoje de manhã e fiquei horrorizada que eu estava pesando... — Lucy olhou para baixo, — enfim, não importa o quanto eu estou pesando, mas basta dizer que estou mais pesada do que eu deveria estar.

— Tudo bem, mas eu realmente gosto de comer alguma coisa boa com meu café da manhã — Sadie bufou.

— Eu também — resmungou Lucy. — Esse é o problema. Se eu fosse um varapau igual a você eu nem me importaria, mas eu não sou, então...

— Tudo bem, tudo bem — Sadie interrompeu levantando as mãos. — Esqueça as carolinas. Talvez possamos comprar uns biscoitinhos integrais para ficar no escritório. É sempre bom ter alguma coisa para ficar beliscando. Só algo para beber não é legal. — Ela estava com a esperança de que alguém desse a sugestão para que ela saísse para comprar alguma coisa, dando assim a oportunidade que ela queria de ligar para Andrew, mas isso não aconteceu.

Durante a manhã elas receberam mais alguns e-mails solicitando encontros, mas não tantos quanto Connie esperava. — Precisamos muito ter um fluxo constante, está um pouco instável no momento.

— Estamos no começo, — disse Jenny. — Enfim, como eu disse outro dia, acho que precisamos de novos clientes. A maioria das pessoas que temos no nosso website estavam no lançamento. Todos basicamente já se conheceram. Alice é a única pessoa que temos no nosso banco de dados que mora fora de Londres. Precisamos ser conhecidas nas outras áreas.

— Alguém poderia ir até a banca da esquina e pegar alguns jornais? — perguntou Connie. — Talvez algumas revistas também. Poderíamos ligar para eles e nos informar sobre propagandas.

— Eu vou! — Sadie se levantou antes mesmo que Connie terminasse de falar. — Preciso de ar fresco, — ela acrescentou, percebendo que ela se voluntariou um pouco cedo demais. — Alguém vai querer mais alguma coisa?

— Você pode depositar o cheque que chegou essa manhã. — Jenny balançou a folha de cheque. — Precisamos manter a conta abastecida, a conta do Royale está prestes a cair.

— Enquanto você estiver fora, vou verificar os jornais online fora de Londres, — disse Lucy. — Jenny está certa, precisamos nos promover no país inteiro.

Assim que saiu, Sadie ligou para Andrew. — Escolher sair com a tia de Lucy foi uma ideia brilhante, — ela disse quando Andrew atendeu. A secretária dele reconheceu sua voz e transferiu a ligação bem rápido dessa vez.

— Como Connie reagiu? — ele perguntou. — Não tinha certeza se estava fazendo a coisa certa, ainda não tenho certeza, para falar a verdade.

— Ela ficou bem quieta. De fato, ela está muito quieta desde que recebemos sua mensagem. Certamente mexeu com ela. — Ela riu. — À propósito, é o aniversário da Agnes no dia vinte e cinco, então um buquê de flores não faria mal. Lucy disse que a tia dela estava bem animada que ela tinha um encontro.

— Quero que me avise se a Connie ficar chateada.

— Sim, claro, vou avisar. Serei seus olhos e ouvidos. Estou ficando com ela no momento, então não vou deixar passar nada. Suponho que ela tenha te contado isso quando se encontraram?

— Sim, ela mencionou. Preciso ir agora, tenho uma reunião daqui a pouco. — Ele pausou. — Espero que tudo isso não volte para me assombrar.

Após apagar todos os traços da ligação do seu celular, Sadie caminhou até o banco. Andrew era um homem tão adorável. Connie tinha muita sorte de ter alguém como ele. Alex, seu ex-marido, era uma cobra. Ela percebeu que ele não valia nada pouco tempo após terem se conhecido. Ele era o tipo de homem que estava sempre atrás de dinheiro fácil. Ele se via como um dos grandes oportunistas das ruas de Londres, mas ele não tão esperto quanto imaginava. Todo mundo sabia disso, menos ele. No passado, sempre quando havia qualquer ocorrência na região, a polícia ia direto na casa dele.

Então, por que cargas d’água mesmo sabendo disso tudo ela foi adiante e se casou com ele? Sadie respirou fundo e entrou no banco. Infelizmente, era aquela velha história, ela achou que pudesse mudá-lo, transformá-lo num homem bom. Fazer com que ele se transformasse um pouco e conseguisse um trabalho decente, um trabalho que desse um salário todo final de mês. Mas, isso funcionou? É claro que não. Ela foi uma boba só de pensar no assunto.

— Bom dia.

Sadie estava tão profunda nos seus pensamentos que ela demorou para perceber o segurança do banco na porta. — Bom dia, — ela respondeu e deu uma risada. Ele era o mesmo cara simpático que permitiu sua entrada no banco alguns dias atrás, quando estavam prestes a fechar.

Olhando para o relógio na parede, ele deu um sorriso amigável e confortante. — Você tem tempo de sobra hoje.

Sadie riu. — Sim, não queria ser a última cliente duas vezes em seguida. — Ela queria ter se vestido melhor do que jeans velho e blusa larga. Ela se lembrou da cara de Connie quando estavam se saída para o escritório mais cedo “você não poderia ter vestido algo mais elegante? Estamos trabalhando em Mayfair” ela disse, “se alguém visitar o escritório, vou te apresentar como a faxineira!”

— O dia hoje está muito bom. — Ele disse apontando em direção a porta — muito bom para ficar lá dentro.

— Sim, concordo. É por isso que me ofereci para fazer algumas tarefas. Queria sair do escritório. — Ele parece ser muito agradável, ela pensou, enquanto caminhava em direção ao balcão mais próximo e entregou o cheque para o caixa. Ela se perguntou o que ele pensava dela. Pelo menos ele se lembrara dela, ela deve ter dado alguma impressão.

Sadie conseguia ver o reflexo do segurança através do vidro que separava o caixa, ele estava olhando em sua direção. Ela notou que ele era bem alto, bonito de uma forma diferente, e estava usando um uniforme elegante. Seu cabelo tinha um corte curto, mas ela imaginava que devia ser por causa do trabalho. Ele era um pouco mais pesado do que normalmente deveria ser, mas todos os seguranças não eram? Divagando um pouco mais, ela se perguntou como ele deveria ser na cama.

Ainda observando a reflexão dele, ela viu que ele começou a andar em sua direção. Oh meu Deus do céu, ele estava vindo conversar com ela? Ela ficou toda agitada e sua respiração ficou rápida ao passo que ele se aproximava. Sim, definitivamente ele estava vindo conversar com ela. Ela olhou para baixo se perguntando o que ela diria se ele a chamasse para sair e “sim, por favor! Estou livre todas as noites do ano” imediatamente começou a saltar na sua mente. Mas isso a faria soar muito desesperada. Se Connie estivesse aqui ela diria para que ela agisse com calma e que fosse educada. Okay, Connie, eu posso ser calma e educada. Pensou. Ela apertou as palmas das mãos com força sobre o balcão para acalmar seus nervos.

Olhando para o reflexo dele, ela viu que ele estava quase atrás dela. Rapidamente ela formulou um plano na sua cabeça. Primeiro, ela sorriria docemente, depois diria que precisaria dar uma olhada na sua agenda, e após vasculhar sua bolsa, ela checaria sua agenda lotada antes de dizer “está ótimo, muito obrigada”. Perfeito, isso parecia bom. Até mesmo Connie ficaria impressionada.

— Com licença. — Ela ouviu a voz dele atrás dela.

Ela respirou fundo e se virou. — Sim? — ela deu seu sorriso mais doce.

— Você deixou isso cair no chão quando pegou sua caderneta bancária da bolsa. — Ele agachou e pegou um cartão de visita.

— Oh! — Sadie se segurou firme para lutar contra a decepção. — Sim... obrigada. — Sentindo-se envergonhada, ela pegou o cartão dele e se virou de volta para o caixa. Seu rosto estava ficando quente, ela devia estar parecendo um pimentão agora. Mas, por que ela deveria estar tão envergonhada? O segurança e nem o caixa poderia saber o que ela estava pensando. Ainda assim, assim que o caixa terminou o depósito, ela pegou o comprovante e correu em direção à porta.

— Espero ansioso pela próxima vez. Meu nome é Michael, a propósito, — o segurança gritou por trás dela.

— Oh! Sim. Obrigada... Michael. — Sadie acenou, deu um sorriso para ele e fugiu. Do lado de fora, ela se apoiou contra a parede na esquina. Da próxima vez —, se for ter uma próxima vez — ela não seria tão presunçosa.

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Você está um pouco corada, está se sentindo bem? — Connie perguntou quando Sadie emergiu no escritório.

— Sim, estou bem.  Está um pouco quente lá fora, é só isso. — Ela jogou os jornais e revistas na frente da Connie e se sentou. Ela estava com o pensamento tão profundo quando deixou o banco que quase esqueceu de pegar os jornais. Ela estava na metade da escada quando lembrou e teve que voltar correndo de volta na banca. — Aconteceu alguma coisa enquanto estive fora?

— Recebemos um telefonema do Royale, — disse Connie.

— The Royale? O que eles querem? Não recebemos a conta deles e esquecemos de pagar, não é?

— Eles queriam saber o que fazer com o bolo.

— Que bolo? — Sadie levantou uma sobrancelha.

O bolo? — Connie sentou-se em sua cadeira e esperou cair a ficha.

— Oh meu Deus do céu, você não quer dizer o bolo que encomendamos para o lançamento? — ela acrescentou, lembrando de repente do bolo na recepção. — O bolo lindo, cheio de frutas, banhado a brandy e que nos custou uma pequena fortuna?

— O próprio, — disse Connie. — Parece que esquecemos de cortá-lo no evento, e desde então está guardado em um de deus refrigeradores esperando que coletássemos.

— Merda! Dinheiro jogado fora! — Sadie se jogou sobre sua cadeira.

— Pelo menos você terá algo para tomar com seu café pelas próximas semanas. — Lucy riu. — Mas fora isso, tivemos apenas alguns pedidos de encontros. — Ela pegou um dos jornais. — The Times! Isso não é um pouco demais para fazer propaganda de uma agência de encontro?

— De forma alguma. — Connie levantou os olhos da revista Good Housekeeping que estava folheando. — Os intelectuais leem o The Times e eles não são o tipo de gente que estamos procurando? Quanto eles cobram por um anúncio?

Lucy passou o jornal para Connie. — Tenho certeza que vai depender do tamanho do anúncio. Não é assim que essas coisas funcionam? — Ela pausou. — Você deveria saber, você quem organizou o último lote.

— Conseguiu encontrar alguma coisa online? — Sadie perguntou.

— Sim, — disse Lucy. — Conseguimos arranjar para ter um anúncio num monte de jornais locais em Yorkshire, Northumberland e Cumbria.

Até o final da tarde, Connie tinha arranjado anúncios para aparecerem em vários jornais do país. Todos estariam publicados na semana seguinte. — Acho que podemos encerrar o dia, — ela disse, dobrando os jornais e jogando-os no lixo.

— Não vou fazer nada essa noite, então posso ficar de vigília no site, se vocês quiserem, — disse Lucy, desligando o computador.

— É um bom nome — disse Jenny rindo, saindo pela porta. — De vigília no site, gostei.

— Você está muito quieta, Connie, — disse Sadie. Nesse momento, duas delas já estavam no ônibus a caminho de casa. — Tem algo de errado? — Ela sabia perfeitamente bem que Connie ainda estava pensando sobre o futuro encontro de Andrew com a tia de Lucy. Mas ela queria que Connie admitisse isso.

Entretanto, parecia que Connie não tinha a intenção de discutir seus pensamentos com Sadie. — Acho que já exaustamos todos os tópicos do escritório. Não temos mais nada para conversar. — Ela pausou. — Exceto, você já começou a procurar um lugar para morar?

— Não tive tempo. — Sadie estava com esperança que pudesse ficar um pouco mais de tempo com Connie. Os aluguéis em Londres estão um absurdo.

— Estávamos com todos aqueles jornais no escritório hoje. Poderíamos tê-la ajudado encontrar algo.

— Eu não poderia alugar um quarto de você? Prometo mantê-lo limpo e ajudar a pagar pela comida e etc. Pagarei um aluguel decente, você poderia até mesmo fazer um contrato.

Connie respirou fundo. Ela nunca pensou em ter uma inquilina. Entretanto, ela tinha que admitir que estava sendo bom ter companhia durante as noites nos últimos dias e Sadie estava sendo muito mais higiênica dessa vez, bem, um pouco higiênica. — Vou pensar sobre isso, — ela disse por fim.

— Fantástico! Vou procurar tentar arranjar algumas coisas para deixar o quarto um pouco mais com a minha cara.

— Eu disse que vou pensar... — Connie balançou a cabeça. De que adiantava? Ela podia ver que Sadie não estava ouvindo. Provavelmente ela estava pensando em ir até a Oxford Street na manhã seguinte e comprar almofadas e colchas.