Os olhos de Sadie brilharam quando Michael a levou de volta para mesa.
— Não sabia que dançar podia ser tão divertido. — Ela colocou a mão sobre a boca. — Desculpa que eu pisei no seu pé. Espero não tê-lo machucado.
— Não senti nada. — Ele sorriu. — Você se saiu muito bem, Sadie. Pegou os passes bem rápido. Dançamos valsa, foxtrote, agora tudo que você precisa aprender é o quickstep. É um pouco complicado, mas tenho certeza que você vai pegar o jeito.
Sadie olhou em torno do salão. Nunca em um milhão de anos ela imaginou ir a um encontro em um lugar como esse. Desde o divórcio, qualquer homem que a chamasse para sair a levou para um bar local. E mesmo assim foi para vê-lo jogar dardo e sinuca com seus amigos.
Ela escondeu uma careta quando se lembrou de como um homem a levou para um jogo de futebol. Quando eles chegaram no estádio, ele gritou “SURPRESA”. Ela se perguntou onde foi que ele tirou a noção de que ela gostava de futebol. Sem ter coragem de dizer para ele que ela odiava o jogo, ela teve uma tarde horrível e congelante na arquibancada, tentando mostrar um pouco de entusiasmo. Ela preferia estar enrolada em frente à uma lareira lendo um livro.
Michael era tão diferente de qualquer homem com quem já saíra antes. Ele sabia como tratar uma mulher. Ele era muito atencioso: puxava a cadeira para ela se sentar, enchia sua taça quando ela esvaziasse e, agora, pacientemente a ensinara a dançar. Ele a lembrara muito de Andrew.
— Está tudo bem? Você ficou quieta de repente. — Michael interrompeu seus pensamentos.
— Sim, estou bem. — Sadie pausou. — Na verdade, estou melhor que bem. Sinto como se estivesse caminhando sobre as nuvens. Muito obrigada por me trazer aqui.
Michael sorriu e levantou-se. — A senhorita concede-me o prazer desta dança?
— Seria uma honra, — ela respondeu pegando seu braço.
****
— Okay, para onde vamos? — Perguntou Connie. Elas estavam de volta a Piccadilly Circus. Ela apontou para as opções de rua. — Regent Street, Shaftsbury Street, Haymarket, o que você acha?
— Não importa, Connie. Você escolhe.
— Conheço um lugar legal em Shaftsbury Avenue onde eles servem uma comida muito boa. Poderíamos comer e depois decidir para onde ir.
O restaurante estava meio cheio quando chegaram. Entretanto, o garçom-chefe, pairando pela porta, disse que havia uma mesa livre para duas pessoas num canto no fundo do restaurante. — Não sei se queremos ficar nos fundos, — disse Connie, olhando por cima dos ombros dele para ver se havia alguma mesa mais decente. — E aquela mesa? Parece estar livre. — Ela apontou para uma mesa muito mais próximo da entrada.
O garçom-chefe deu uma tossidinha. — Normalmente mantemos essa mesa para casais.
— Então não está reservada no momento?
— Não, senhorita. Como eu disse, mantemos para casais.
— Talvez a gente devesse usar a mesa dos fundos. — Jenny odiava causar problemas.
Connie notou que ele olhava para a janela. Por um momento ela ficou confusa, mas depois entendeu. — Ah eu entendi! Se um casal passar procurando por algum lugar para comer e ver um jovem casal lindo sentados aqui, aproveitando um jantar, eles vão pensar que esse é um lugar maravilhoso para trazer as pessoas em seus encontros, ou algo do tipo. Bem, hoje, todos casais terão que olhar para outro lugar porque minha amiga e eu vamos nos sentar aqui.
— Mas... — o garçom-chefe começou.
— Mas nada, — interrompeu Connie. — Se você nos proibir de usar essa mesa, então vou ter que processar esse restaurante por discriminação!
— Bem, — o garçom-chefe resmungou, — se você vai ser grosseira...
— Pode apostar que vou ser grosseira! — Connie agarrou o braço de Jenny e marchou em direção a mesa.
— Discriminação contra o que? — Jenny perguntou depois que se sentaram.
— Não faço ideia, mas com todas as regras e leis que circulam por aí nos dias de hoje, tenho certeza que teríamos encontrado algo bem rápido. Além do mais, Andrew e eu já viemos aqui diversas vezes e nunca notei nenhum problema com mesas antes. Se o garçom de sempre estivesse aqui, talvez ele tivesse me reconhecido. Falando nisso, onde será que ele está? — Connie perguntou. — Ele já deve ter saído ou talvez hoje seja sua noite de folga. Enfim, vamos ver o menu.
O garçom-chefe ficava lançando olhares desagradáveis em suas direções. Ele estava bastante irritado que sua autoridade havia sido questionada.
— Então, quem é o gorila a porta? — Connie perguntou o garçom quando ele veio fazer seus pedidos.
— Albert, — ele respondeu sem se virar para ver de quem tratava. — Ele faz parte da nova direção. Joseph está de folga hoje. Acho que ele está procurando outro trabalho. Ele não está feliz com as novas regras desde que o restaurante passou para uma nova direção.
— Tipo manter certas mesas livres para casais?
— Sim, mas é apenas uma de muitas. — Ele mudou de pé. — Melhor eu anotar o pedido de vocês.
— Não deixe aquele homem horrível estragar nossa noite, — disse Connie depois que o garçom desapareceu para a cozinha. — A comida aqui sempre foi maravilhosa. Duvido que eles tenham mudado o chefe. Isso seria pura loucura, ele é absolutamente brilhante.
No mesmo instante dois homens entraram carregando pastas. O garçom-chefe começou a guia-los em direção ao fundo do restaurante, mas um deles apontou para a mesa próxima a de Jenny e Connie. O garçom-chefe abriu a boca para dizer alguma coisa, mas, após olhar para Connie, mudou de ideia. — Sim, é claro, senhor — disse.
— Boa noite, senhoritas, — disse um deles, sentando-se. — Como vamos ser vizinhos, por assim dizer, talvez devêssemos nos apresentar. Esse é David Edwards e eu sou John Hutchins.
— Boa noite para vocês dois. Sou Connie e essa é minha amiga e colega Jenny.
— Desfrutando um jantar fora? — Perguntou David.
— Sim, odeio cozinhar e ter que lavar depois, — respondeu Connie, tomando um gole de vinho. Ela acenou para o garçom, que colocou os aperitivos sobre sua mesa.
— Bon appétit. — David sorriu para Jenny antes de se virar para o garçom e fazer o seu pedido.
Durante o curso da noite, Connie e Jenny descobriram que os dois homens estavam em Londres para participar de uma conferência a trabalho. — Voltamos para Peterborough amanhã. — David disse.
Connie explicou como ela e Jenny criaram uma agência online de encontro. — Tem mais duas amigas envolvidas. A coisa toda ainda está no começo, mas estamos fazendo progresso a cada dia, — disse, entregando um cartão de visita para eles. — Se vocês conhecem alguém divorciado e que esteja procurando por uma agência respeitável, talvez possa falar da gente.
Jenny cutucou o braço de Connie. — Pelo amor de Deus, você não pode ir caçando por cliente em todos os restaurantes que for, — ela sussurrou.
— Não estou caçando por cliente em todos os restaurantes que vou. Só estou mencionando para esses dois... — ela pausou. — Por Deus, Jenny. Essa é uma boa ideia. Estávamos nos perguntando como fazer a agência ser conhecida, mas sem custar uma fortuna. Essa pode ser a resposta. Vamos imprimir uns panfletos e pedir nos melhores restaurantes e clubes para coloca-los nos murais.
Jenny concordou, parecia sim ser uma boa forma de fazer a agência ficar conhecida.
— Acho que a gente devia ir embora agora. — Connie sorriu para os dois homens. Desde que terminaram o jantar, elas estavam discutindo sobre para onde ir em seguida. Connie gostou muito da ideia de ir para uma boate, um lugar onde elas poderiam dançar e se divertir. Mas, Jenny não estava a fim. Ela disse que preferia ir para um bar de algum hotel chique. — Nunca fiz isso, então seria minha primeira vez.
Depois de verificar a hora, Connie concordou. Estava ficando tarde. Uma bebida agradável em algum lugar fecharia a noite, embora não seria o que ela chamaria de “diversão”, o que, em sua mente, era o motivo de terem saído para comer fora. Mas, ela se divertiu no jantar e gostou de conversar com os homens no restaurante.
— Nunca se sabe, talvez a gente se encontre novamente em algum lugar, — David levantou-se e ajudou Jenny a colocar o casaco.
— Sim, isso seria legal, — Jenny disse. — Obrigada. Espero que aproveitem o resto da noite.
— Obrigada, John, — disse Connie enquanto ele segurava seu casaco.
No balcão, Connie apresentou seu cartão de crédito para o garçom-chefe.
— Eu acredito que tudo estava em ordem, — ele disse.
— Não. Não muito.
— Não muito? — Ele repetiu.
— Sim, foi o que eu disse. Não muito. — Connie fez uma pausa, enquanto digitava sua senha na máquina. — Deixe-me explicar. Seu garçom foi cortês e prestativo, — respondeu Connie lentamente. — A refeição estava excelente, o que significa que você ainda tem o mesmo cozinheiro chefe. No entanto, sinto que o homem na porta precisa aprender algumas lições de maneiras.
— O homem na porta? — Ele olhou através da janela. — Mas nós não temos uma porta... — Ele estava franzindo o cenho, quando ele se virou para encará-la. — Você quer dizer eu!
— Sim eu quero. Boa noite!
Lá fora, Connie explodiu rindo. — Eu gostei disso. Você viu aquelas mulheres no fundo se contorcendo todas tentando escutar? Espero ter falado alto o suficiente. Elas deveriam fazer o mesmo. Percebi que elas foram conduzidas até os fundos muito rapidamente quando entraram. A ousadia desse homem.
— Você percebe que está começando a agir como Sadie?
— O que! — Connie gritou, parando de andar. — Eu me comportando como a Sadie. Oh meu Deus, espero que não. Devo estar passando muito tempo com ela.
— Bem, — Jenny fez uma pausa, — não exatamente como Sadie. Ela teria usado uma linguagem muito mais explícita, mas você está se tornando um pouco, devo dizer, zombeteira, dando nós em todo mundo.
— Zombeteira, por Deus! Você realmente acha isso? — Connie olhou para o reflexo dela em uma vitrine. — Por favor, me diga que não estou realmente me tornando uma Sadie.
Jenny explodiu rindo. — Então, o que você achou de David? — Perguntou, mudando de assunto.
— Eu o achei muito legal. Ele pareceu gostar de você, Jenny. Ambos eram muito gentis, ajudando-nos com os nossos casacos no meio da refeição deles. — Ela olhou para cima e para baixo da rua. — Ok, onde vamos tomar nosso drink? Você tem alguma coisa em mente?
— Que tal Langley? E antes de dizer alguma coisa, sei que é caro, mas podemos pedir apenas uma bebida e fazê-la durar. Eu pago.
— O Langley parece bom para mim. O salão de coquetel é adorável, embora já tenha um tempo desde Andrew... — Ela parou. Por que ela continuava pensando no Andrew? — Vamos pegar um táxi, — acrescentou, acenando para um táxi que passava.
— Como eu disse, nunca estive lá, — disse Jenny, enquanto entrava no táxi. — Mas eu já ouvi falar muito.
— Espere e verá. Você terá uma agradável surpresa. Você deve experimentar um dos especiais deles. Todos são maravilhosos.
****
— Você está gostando da noite? — Michael apertou a mão de Sadie enquanto a levava de volta para a mesa deles.
— Se estou gostando? Michael, essa deve ser uma das noites mais maravilhosas da minha vida. — Sadie mergulhou na cadeira. — Eu não sabia o que estava perdendo. Eu sempre pensei que a dança de salão era algo que somente as pessoas mais velhas faziam durante a tarde num salão de dança local. No entanto, não é. É tão romântico. — Ela corou. Ela estava muito ansiosa? Possivelmente. No entanto, ela estava realmente gostando da companhia de Michael e queria que ele soubesse como ela se sentia.
Ele era um verdadeiro cavalheiro, tão pensativo. Ela só esperava que seu lapso ocasional de linguagem mais questionável não o afastasse. Ela tentou muito seguir o conselho de Connie, mas ocasionalmente, uma palavra proibida passaria despercebida.
— Nós fazemos uma boa equipe. Teremos que fazer isso novamente. — Ele olhou para o relógio. — Está ficando tarde. Você precisa voltar? Tem alguém à sua espera?
— Bom Deus, não. — Sadie se chutou sob a mesa. Vamos, garota, comporte-se, você está começando a soar interessada até demais. Ele vai pensar que você está desesperada. — O que quero dizer é que no momento estou morando de aluguel num quarto da casa de uma amiga, Connie, e tenho a minha própria chave da porta.
Michael sorriu. — Nesse caso, que tal outra bebida? E depois vamos enfrentar o quickstep novamente. Eu realmente acho que você vai conseguir da próxima vez.
— Sim, por favor. — Sadie sorriu. Ela se perguntou se deveria oferecer para pagar por algo. Ela tinha visto a lista de preços. Na verdade, ela quase engasgou quando viu. Ela sabia que comida e bebida não seriam baratas em um lugar como este. No entanto, quando viu o que cobraram por uma garrafa de vinho, ela achou que era uma desgraça absoluta. Michael era um segurança de um banco. É verdade que era um banco grande e era um trabalho responsável, ele poderia ser morto tentando impedir que o banco fosse roubado, mas, no entanto, ele ainda era apenas um segurança, não um chanceler do Tesouro.
Muito cedo, a banda tocou a última valsa e a noite terminou. Sadie pairava de um pé para outro quando Michael foi pagar a conta. Ela ainda não sabia se deveria oferecer algum dinheiro.
Do lado de fora, Michael acenou para um táxi que passava. — Vou te acompanhar até sua casa, — disse ele.
— Não é necessário, vou ficar bem, — disse ela. Era tarde e Michael tinha que ir para sua própria casa (onde quer que fosse sua “casa”).
No entanto, ele insistiu. — Nunca se sabe quem pode estar à espreita à essa hora da noite.
Ela estremeceu ao lembrar de Rob perambulando em torno do apartamento de Jenny na outra noite. — Michael. — Ela hesitou. — Eu não sei como dizer isso, então vou apenas dizer. Você quer que eu ajude a pagar alguma coisa? Quero dizer...
Ele levantou a mão e riu. — Claro que não. Mas foi bom você ter perguntado.
— Obrigada, — ela respondeu. — Eu tive uma noite realmente encantadora.
Não demorou muito para chegarem à casa de Connie. — Você gostaria de um café ou algo assim? — Sadie perguntou, enquanto o motorista parava na porta.
— Não, obrigado, é muito tarde e entro no serviço no início da manhã. — Ele adoraria ter aceitado sua oferta de café. Eles tiveram uma noite tão encantadora e ele gostou de verdade de estar com ela, ele não queria ir embora. Ela era como um sopro de ar fresco em sua vida seca e empoeirada. Mas esse foi o primeiro encontro dele e ele não queria que ela pensasse que ele estava sendo um aproveitador. — Talvez possamos nos encontrar novamente? Assistir a um show ou ver um filme?
— Sim, obrigada. Eu gostaria disso. — Sadie tentou não parecer muito entusiasmada. Mas em segundo plano, tampouco queria que ele fosse embora acreditando que não estivesse interessada. — Espere! Vou te dar meu número de celular. — Ela escreveu o número e entregou para ele.
Michael inclinou-se para a frente e pressionou os lábios nos dela. Seu beijo era quente e gentil. Tudo o que uma mulher esperava de um beijo em um primeiro encontro. No entanto, ao mesmo tempo, ele tinha o toque de uma paixão que Sadie só havia lido em histórias de amor. Muito cedo, ele se afastou. — Boa noite, Sadie. Eu te ligo, — disse ele, antes de virar e voltar para o táxi.
Por um momento, Sadie não conseguia falar. Ela colocou os dedos sobre os lábios, tentando desesperadamente reviver o momento maravilhoso. — O número do escritório está no site, — disse finalmente. Ela observou até o táxi alcançar a esquina e antes dela girar a chave na porta. — Oi pessoal, voltei! — Ela gritou quando a porta se abriu.
****
Michael acenou quando o táxi virou a esquina no final da rua, mas duvidava que Sadie o tivesse visto. Estava muito escuro. Quando o táxi atravessou as ruas quase desertas, ele se recostou no seu assento e lembrou da sua noite juntos. Para um primeiro encontro, tinha ido bastante bem, pensou ele. Sadie era uma mulher maravilhosa e ele gostou bastante dela. Ela era tão diferente da maioria das outras pessoas que ele vira entrar no banco. Ela parecia uma pessoa com os pés no chão. Sem atos e graças: o que você via era o que ela era e ele definitivamente gostou bastante do que vira aquela noite. Sim, ele realmente gostou da companhia dela e estava ansioso para se encontrar com ela novamente.
****
— Será que Lucy ainda está acordada? — Perguntou Connie ao sair do táxi ao chegarem no Langley com Jenny.
Jenny olhou para o relógio. — Já passou das onze. Ela pode estar na cama, adormecida.
— Bem, então vamos acordá-la e ver se ela quer se juntar a nós. — Connie tirou o celular e digitou o número. — Está tocando. — Ela sorriu para Jenny. — Pode ser que ela diga não.
— Ela pode dizer muito mais do que não, sendo acordada a esta hora da noite.
— Alô, Lucy, é você? Sua voz está diferente. Por um momento achei que tivesse ligado para o número errado. — Connie colocou a mão sobre o porta-voz. — Ela estava escovando os dentes e estava com a boca cheia de pasta, — ela sussurrou para Jenny. — Estamos do lado de fora do Langley, quero dizer, Jenny e eu, Sadie está no seu encontro. Enfim, vamos tomar uma bebida no bar e queríamos saber se você também gostaria de vir. — Ela assentiu com a cabeça para Jenny. — Ótimo! Bem, apresse-se, a gente se vê lá dentro. — Ela estava prestes a desligar o telefone, quando ouviu a voz de Lucy. — O que? — Perguntou ela. — Oh, apenas use algo elegante e está tudo bem. Nós só estamos bebendo, não é um banquete. — Ela desligou o telefone. — Ela vai pegar um táxi e deve estar aqui em cerca de vinte minutos.
Dentro do hotel, Connie foi direto para o banheiro. — Vou retocar a minha maquiagem. Você nunca sabe quem você pode se encontrar em um lugar como esse.
— Eu vou fazer o mesmo. Além disso, não quero entrar sozinha no bar.
— Nós estamos vestidas para arrasar, — disse Connie, quando elas deixaram o banheiro. — É incrível o que um pouco de batom pode fazer por você.
— Oh meu Deus, — Jenny paralisou e sua boca abriu quando elas entraram no bar. — Eu realmente não pensei que seria tão grandioso. — Ela ficou surpresa com o suntuoso lobby do hotel, mas isso era outra coisa.
— Feche sua boca, Jenny. Vai entrar moscas nela. Connie riu. — Mas sim, é maravilhoso. — Ela apontou para uma mesa do outro lado do salão. — Vamos sentar ali, assim poderemos ver Lucy quando ela entrar.
Jenny sentou-se em uma das cadeiras confortáveis e olhou ao redor do salão.
— Posso servi-las alguma coisa? — Um dos garçons estava pairando com um bloco de notas em sua mão.
— Estamos esperando uma amiga, — respondeu Connie. — Ela não deve demorar.
— Lá está ela. — Jenny acenou para Lucy, que estava de pé na entrada.
— Você poderia nos dar um minuto? — Perguntou Connie ao garçom.
Ele desapareceu de volta ao bar.
— Que diabos fizeram vocês decidirem vir aqui? — sussurrou Lucy. Ela sentou-se e agora estava olhando o menu de bebidas. — Vocês viram esses preços?
— Eu tenho que admitir que foi minha ideia, — disse Jenny. — É por minha conta, por sinal, então eu só posso pagar uma bebida, vocês vão ter que fazer isso durar.
— Você estava pronta para dormir? — Perguntou Connie.
— Mais ou menos. Eu estava de olho no site durante a maior parte da noite e estava ficando um pouco entediada com isso, então sair foi uma pausa muito bem-vinda.
— Deus! Não olhe agora, mas os dois homens que conhecemos no restaurante acabaram de entrar. — Jenny rapidamente virou a cabeça.
— Restaurante! Você quer dizer que vocês estiveram em um restaurante também? Demônias sortudas. — Lucy suspirou. — Eu queria que tivesse me convidado.
— Não foi planejado! — Connie entrou na conversa. — Depois de ajudar Sadie se aprontar para o seu encontro, Jenny e eu decidimos sair em vez de cozinhar algo.
— Como estava Sadie quando ela saiu? — Lucy perguntou. — Conseguiram fazê-la usar algo legal?
— Ela ficou ótima! — Respondeu Jenny. — Nós a convencemos a usar meu vestido verde. Você sabe, o que eu usei no lançamento. Eu fiz o cabelo dela e consegui suavizar seus cachos um pouco, e Connie fez a maquiagem.
— Obrigada Senhor! Eu tive visões dela chegando no Luigi’s usando uma dessas roupas estranhas que ela compra.
— Ela teria ido senão tivéssemos intervindo taticamente, — Connie riu. — Ok, o que você gostaria de beber? — Connie viu o garçom voltando para a mesa delas.
Todas decidiram tomar uma Singapore Sling.
— Boa noite. Então, nos encontramos novamente.
Elas olharam para cima e viram David e John de pé ao lado da mesa. David estava sorrindo para Jenny.
— Olá, — Connie apresentou Lucy aos dois homens.
— Você se importa se nos juntarmos a vocês? — Sem esperar por uma resposta, David puxou uma cadeira e sentou-se ao lado de Jenny.
O garçom chegou com as bebidas que as damas pediram. — Coloque essas bebidas na minha conta, — disse David, sem tirar os olhos de Jenny. — E pode trazer nossa bebida de sempre?
Jenny olhou de lado para Connie. Elas mal conheciam esses homens e agora eles estavam pagando por suas bebidas, não qualquer bebida velha, mas estas loucamente caras. Ela esperava que eles não tivessem a impressão de que elas fossem garotas de programa.
— Obrigada, David. Isso é muito gentil da sua parte. — Connie pegou seu copo e tomou um gole. — Isso é muito bom, Jenny. — Sem os homens ver, ela cutucou sua amiga e acenou com a cabeça para a bebida sobre a mesa.
— Sim, obrigada, David. — Jenny sorriu. — Se para Connie estava tudo bem, então para ela também estava.
Eles conversaram durante uma hora. Parecia que David e John estavam ficando no Langley. Eles voltariam para Peterborough na manhã seguinte depois de passar os últimos três dias em Londres. — A conferência foi apenas parte do motivo pelo qual estamos aqui. Nossa empresa está interessada em mudar o negócio para mais perto de Londres, — disse John. — No entanto, encontrar instalações adequadas e, mais importante, a preços acessíveis neste clima econômico não é fácil.
— Mas achamos que talvez possamos ter encontrado algo que valha a pena olhar com carinho, — acrescentou David. — Se tudo der certo, podemos mudar para Londres muito em breve.
Connie percebeu a obsessão de David com Jenny. Quem poderia culpá-lo? Jenny era uma mulher muito atraente. Ela olhou para Lucy, mas seus olhos estavam firmemente fixos em John e ele parecia estar levando mais do que um interesse passageiro por ela. Ela estava começando a se sentir como segurando vela. Ela teria deixado suas amigas e ido para casa, mas sabia que elas não deixariam que ela voltasse sozinha para casa e ela não queria estragar a noite delas.
— Eu acho que é melhor irmos agora. — Jenny olhou para o relógio dela. — Já está muito tarde. Além disso, eles devem estar fechando em breve.
— Sim, — disse Lucy relutantemente. Ela queria ter encontrado John mais cedo. Ela gostou dele e esperava que ele sentisse o mesmo sobre ela. Ele ainda estava olhando em sua direção, o que provavelmente dizia alguma coisa.
— Talvez possamos nos encontrar na próxima vez que estivermos em Londres? Se o conselho estiver interessado na propriedade que encontramos John e eu talvez estaremos de volta aqui nas próximas duas ou três semanas.
— Isso seria muito legal. — Jenny deu a David um sorriso caloroso. — Eu espero ansioso por isso. — Ela se perguntou se ela deveria dar-lhe seu número de telefone. Por outro lado, ele não pode não estar sendo sincero. Assim que estivesse de volta à estrada, ele poderia facilmente esquecer-se dela. No entanto, o problema foi resolvido quando a sugestão de troca de números de telefone veio de David.
Jenny anotou dois números de telefone. — O primeiro é o número de Connie. Eu estou ficando com ela no momento. Eu adicionei meu número de celular também.
John pediu o número de Lucy, que ficou mais do que feliz em fornecer. Ele lhe deu um cartão de visita contendo seu número de casa e escritório.
Do lado de fora, John acenou para um táxi e as três amigas entraram. — Eu ligo para você, — gritou David enquanto o táxi saía. — Eu também, — gritou John.
— Ele não era maravilhoso? — Derreteu Jenny, ainda agarrando o cartão com o número de telefone de David. — Fico feliz que decidimos ir ao Langley. Talvez nunca mais os veríamos se tivéssemos ido a uma boate.
— Estou muito satisfeita que me ligaram para me juntar a vocês, caso contrário, eu nunca teria conhecido John. — Ajeitando-se de volta na cadeira, Lucy decidiu que definitivamente iria perder peso. Ela começaria uma nova dieta amanhã e não sairia dela. Se, não, ela tinha que pensar positivo, quando ela encontrasse John novamente, ela estaria alguns quilos mais magra.
— Nós vamos deixar você primeiro, Lucy. — Connie invadiu seus pensamentos. Ela deu ao motorista o endereço antes de dar uma cutucada em Lucy. — Você ainda está aqui? Você parece estar a quilômetros de distância. Em que você está pensando?
— Perdendo peso.
Connie riu. — Onde eu ouvi isso antes?
— Falo sério dessa vez! Quando John e eu nos encontrarmos novamente, quero ser mais magra. — Lucy hesitou. — Você acha que ele falou sério quando disse que entraria em contato? Quero dizer, olhe para mim. — Ela gesticulou em direção a seus quadris. — Eu devo ter parecido uma baleia encalhada em comparação a Jenny e você.
— No entanto, foi para você que ele deu o número de telefone. — Connie sorriu. — Você sabe, você se coloca muito para baixo. Você não está com excesso de peso, Lucy. Certamente muito longe de ser uma baleia encalhada, como você disse com tanta eloquência.
— Estamos entrando na sua rua, — disse Jenny, olhando pela janela. Ela olhou de volta para Lucy. — Connie está certa. Você tende a se criticar demais.
O táxi parou do lado de fora do apartamento de Lucy e ela saiu. — Eu vejo vocês de manhã. — Ela riu. — Já é manhã na verdade. Obrigada por me convidar. — Ela acenou enquanto o táxi se afastava.
****
— Oi pessoal. Encontrei o recado de vocês. — Connie e Jenny quase saíram pela janela. Elas estavam passando pelo corredor para não acordar Sadie e, de repente, ela surgiu do nada.
— Oh, meu Deus! — Jenny agarrou sua garganta. — Você quase me matou de susto. A gente achou que você estivesse dormindo e não queríamos te acordar.
— Acabei de voltar há alguns minutos. Coloquei a chaleira no fogo, — respondeu Sadie. — Onde vocês estevavam?
— Nós fomos comer fora depois de arrumar você, sentimos vontade de sair também. — Connie fez uma pausa. — Você se divertiu?
— Sim, tive uma noite encantadora. — Sadie rodeou a cozinha e tirou três canecas dos ganchos sob a prateleira enquanto ela passava. — Michael é maravilhoso, o restaurante era excelente, e a comida estava deliciosa. Michael é absolutamente maravilhoso, a banda era brilhante, o serviço estava ótimo, eu mencionei o quão maravilhoso é Michael?
— Não, você não mencionou de forma alguma. Então, diga, o que você achou de Michael? — Connie piscou maliciosamente para Jenny. — Ele é bom de alguma forma?
— Não a faça começar de novo, — Jenny gemeu. — Caso contrário, vamos ficar aqui a noite toda.
— Não seja assim, Jen. Acabei de ter a noite mais maravilhosa imaginável e eu estava explodindo para contar para vocês sobre ela, mas vocês não estavam aqui. — Sadie tirou o cadinho do chá do armário. — Alguém? — Perguntou ela. — Onde vocês estavam, afinal?
— Nós fomos jantar em um restaurante na Shaftsbury Avenue. Depois Jenny teve ideia de ir beber no Langley. — Connie bocejou. — Estou começando a me sentir cansada.
— Esbanjando, Jen? Não imagino que seja barato lá. — Sadie entregou as canecas de chá.
— Não, não é, mas é muito adorável.
— Continue, diga a ela sobre os homens que você e Lucy conheceram. — Connie indagou.
— Homens? Lucy? Lucy foi também?
— Ela não estava com a gente no restaurante. — Jenny passou a explicar que elas conheceram os homens enquanto jantavam e como foi uma surpresa quando os encontraram no hotel. — No bar, Lucy se juntou a nós. John e David até pagaram nossas bebidas, não gastamos um centavo. — Ela segurou o cartão que David lhe deu com seus números de casa e escritório. — John deu o dele para Lucy, então com certeza vamos vê-los novamente.
— Lucy vai começar uma nova dieta, — acrescentou Connie.
Sadie revirou os olhos. — Ah não! Outra não! Por favor, salve-me da Lucy numa dieta. Não acredito que eu possa suportar a tensão novamente.
— Eu acho que ela está falando sério desta vez. — Connie bocejou de novo. — Eu morta. Vou tomar meu chá na cama. Vejo vocês às oito horas da manhã. Eu acho que todas vamos chegar atrasadas ao escritório.
— É melhor irmos para a cama também, — murmurou Jenny.
No entanto, como Sadie e Jenny ainda estavam compartilhando uma cama, elas conversaram por muito tempo antes de finalmente adormecer.