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Capítulo Quatorze

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Desculpe, estou atrasada. Não consegui acordar. — Lucy entrou no escritório e jogou a bolsa sobre a mesa.

— Não se preocupe. Acabamos de chegar também. — Jenny riu. — Todas nós fomos dormir tarde, não é? — Ela fez uma pausa. —Mas foi divertido.

— Minha tia ligou quando eu estava saindo. Ela está ansiosa para o seu encontro, mas acho que ela está um pouco preocupada que Andrew possa mudar de ideia de levá-la jantar devido à sua idade e tudo mais, ou de simplesmente não aparecer. Eu assegurei para ela que ele não é o tipo de pessoa que faz esse tipo de coisa. — Ela fez uma pausa. — Ele não faria isso, faria, Connie?

— Não, é claro que ele não, — gritou Connie, e continuou. — Andrew não é assim. Sua tia tem muita sorte de sair com ele. — Sentindo-se culpada por sua explosão, ela rapidamente olhou para a pilha de cartas que estava sobre sua mesa. Por que ela gritou com Lucy? Não foi culpa dela. Ela precisava se acalmar. No entanto, só de pensar no Andrew levando outra mulher para jantar, sem importar com a idade que a mulher pudesse ter, isso a perturbou.

Mordendo o lábio, Lucy lançou uma olhada para suas amigas. Ela desejou não ter mencionado a ligação da sua tia. Ela queria ter continuado e dito que também conversou com John. Embora tenha sido por apenas alguns minutos. Isso significava que ele não tinha esquecido dela no dia seguinte. A explosão de Connie arruinou o momento. Não tinha motivos para ela ter falado com ela daquela forma. Se Connie quisesse o seu ex-marido de volta, então ela deveria ter sido mais clara quando eles se encontraram alguns dias atrás. Sem dizer nenhuma outra palavra, Lucy pegou sua bolsa e saiu do escritório.

— Isso foi realmente necessário? — Sadie deu um salto. — Connie, você é uma boa amiga para mim e eu faria qualquer coisa por você, mas agora eu tenho que lhe dizer que você é uma verdadeira idiota! — Connie ergueu os olhos bruscamente e abriu a boca como para dizer alguma coisa. Mas Sadie continuou sem dar a chance dela dizer qualquer coisa. — O que Andrew faz não tem nada a ver com Lucy ou você. Se ele quiser levar Agnes para jantar, ele pode. Ele não precisa da sua permissão. Você e Andrew são divorciados. — Ela soletrou.  — D.I.V.O.R.C.I.A.D.O.S. Isso significa que ele é seu próprio dono. Ele pode sair com quem ele quiser! — Ela olhou para a porta. — Eu vou atrás da Lucy.

— Não! Espere! Você está certa. — Connie pegou seu casaco e sua bolsa. — Eu vou atrás dela. Vou levá-la para tomar um café em algum lugar onde possamos conversar. — Antes de sair correndo pela porta, ela olhou para Jenny. — Verifique as correspondências, acho que vi um envelope com o Royale impresso na frente. Pode ser a conta que estávamos aguardando.

— Opa! Andrew sair para jantar com outra mulher pode ter chateado Connie mais do que ela está admitindo, — disse Jenny depois que Connie desapareceu nas escadas, pegando o envelope que ela mencionara.

— Sim, chateou, — respondeu Sadie pensativa. Seu plano estava funcionando bem, talvez muito bem. Ela só queria que Connie ficasse um pouco mexida por Andrew sair com outra pessoa, não começasse a se dar coice na Lucy porque a mulher em questão era sua tia. Deus sabe o que aconteceria se Connie descobrisse que tinha o dedo de Sadie nisso tudo. Ela olhou para Jenny, que estava olhando a conta do Royale. — Está tudo bem? Parece ter visto um fantasma.

— Oh meu Deus. — Jenny sacudiu a cabeça. — Quase nove mil libras!

— Não é tão ruim assim. Achei que pudesse ser mais. Tinha bastante comida...

— Sadie! As nove mil libras são apenas para as bebidas! Parece que consumimos cerca de cento e setenta garrafas de champanhe. — Jenny olhou mais para baixo na conta. — A comida é outro valor...

— Só quero saber o total. — Sadie interrompeu, enquanto abaixava para se sentar. — Mas espere até eu estar completamente sentada, assim não caio no chão.

— Vinte e cinco mil libras. — Jenny falou devagar, então Sadie não entendeu mal.

— Vinte e cinco pau! Acho que preciso me deitar. — Sadie afundou-se na cadeira. — Achei que Connie disse que conseguimos um acordo na comida.

— Nós conseguimos.

— E ainda assim é vinte e cinco mil? — Ela sorriu ironicamente. — Talvez a gente tivesse conseguido mais três mil libras de desconto se tivéssemos mostrado nossos peitos!

— Há quase dez mil na conta de bebidas. — Jenny olhou para Sadie. — Parece que não estávamos pagando apenas pelo champanhe. Existem várias outras bebidas aqui também. Gim, conhaque, uísque...

— Não quero ouvir mais nada. — Sadie ofegou. — Não acredito que as pessoas iam para o bar e pediam bebidas por nossa conta quando tinhamos champanhe fluindo como água. Elas devem ter bebido como loucas a noite toda.

— Graças a Deus a maioria delas entrou para nossa agência na mesma noite, caso contrário, não iríamos iriamos conseguir pagar essa conta, — disse Jenny, acenando a cabeça em concordância. — Enfim, onde estávamos?

— Com o pé na lama, — Sadie retrucou.

Jenny revirou os olhos quando pegou outro envelope. — Este é do fotógrafo. Ele está nos cobrando quinhentas libras.

— Estamos no negócio errado, Jenny. Quinhentas libras para quê? Tudo o que ele fez foi tirar algumas fotos, beber nosso champanhe e comer nossa comida. — Ela inclinou a cabeça para um lado. — Parece-me que a gente pagou para ele comer e beber nossas coisas. Bom trabalho.

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Connie alcançou Lucy do lado de fora. — Desculpa, — ela disse, entrelaçando seu braço com o dela. — Eu não queria ser desagradável.

Lucy parou de caminhar e puxou seu braço. — Connie, se você quer que Andrew volte, então você deve se encontrar com ele e dizer para ele como você se sente. Caso contrário, deixe-o em paz e continue com sua vida.

Connie olhou para Park Lane. — Podemos tomar um café e comer um bolo em algum lugar?

— Eu estou de dieta! — Lucy respondeu sombriamente.

— Sim, claro... Eu esqueci. — Connie mudou de um pé para outro. Isso não estava indo bem. — Ok, então vamos tomar café.

Lucy suspirou. A última coisa que queria fazer agora era falar com Connie. Mas, lembrando que tinham que trabalhar juntas, precisava superar isso. — Tudo bem. Onde você quer ir?

Elas encontraram uma mesa na Starbucks na Oxford Street. Connie disse a Lucy para se sentar, enquanto ela fazia o pedido no balcão. — Sinto muito, Lucy, — disse quando voltou com o café. — Eu sei que o meu problema não tem nada a ver com você ou sua tia e eu não deveria ter descontado em você. Claro que Andrew não vai desapontá-la. — Connie colocou os cotovelos sobre a mesa e afundou o queixo entre as mãos. — Minha vida está uma confusão no momento.

— Confusão? Ouça a si mesma, Connie. Todas somos divorciadas e esperamos encontrar o nosso Sr. Certo. No entanto, ao mesmo tempo, estamos assustadas em dar o primeiro passo novamente por medo de acabar com o mesmo tipo de pessoa de que divorciamos. Acontece que o ex de Jenny era um mulherengo e agora parece estar perseguindo-a, enquanto o ex de Sadie é um perdedor e está com uma prostituta simplesmente para voltar a morar no apartamento, que, aliás, acho que Sadie estava pagando, porque Alex nunca contribuiu com muito dinheiro para nada. Quão baixo um homem pode ir? Meu ex-marido é um valentão covarde. Ele costumava me bater porque ele bebia demais e isso o fazia sentir como um homem. Você pode acreditar nisso? O bastardo sentia-se homem porque ele podia bater numa mulher indefesa. Na outra noite, ele me empurrou para uma entrada. Por um momento, pensei que ele iria me matar até que minha amiga interveio. Ninguém fez porra nenhuma!  — Ela desviou o olhar e balançou a cabeça. — Você pode acreditar nisso? Todas aquelas pessoas passavam e nem sequer se importaram se alguém estava sendo assassinado a dois metros de distância. — Ela estremeceu. Mesmo agora, aqui em segurança dentro deste café, ela podia ver Ben se debruçando sobre ela, o punho fechado, pronto para atacar. Ela voltou-se para Connie. — Você não tem ideia sobre como é o mundo real. Andrew te adora, ele sempre te amou. Mas você já sabe disso. No entanto, você não consegue esquecer a única indiscrição que ele cometeu. Tudo bem, a decisão é sua. Mas você não pode culpar a mim ou nenhuma de suas amigas se ele decidir seguir em frente.

— Então, o que você quer dizer? — Perguntou Connie. Ela permitiu que Lucy falasse tudo sem interrupção, mas não estava certa que lição tinha que aprender com isso.

— O que quero dizer? O que quero dizer? Você não ouviu uma palavra do que eu disse? O que quero dizer é o seguinte: sua vida não está em uma confusão, Connie, é verdade, não está. Seus problemas você mesma quem criou. Você precisa de controlar, sentar e pensar muito o que você quer fazer a partir daqui. Se você decidir que Andrew está fora da equação, você precisa esquecer dele e seguir em frente. Mas, se você quer o seu marido de volta, então pelo amor de Deus, faça algo antes que apareça alguém e seja tarde demais. — Ela sorriu. — Alguém como minha tia. Ela não é uma velha senhora que tricota meias o dia inteiro. Ela pode estar um pouco grisalha, mas ela ainda é uma mulher bastante atraente. E eu estou lhe dizer uma coisa, ela comprou um vestido novo para sair com Andrew!

Connie inclinou a cabeça e olhou para a mesa. Lucy estava certa; Sadie estava certa. Ela deveria encontrar Andrew novamente para tomar uma bebida em algum lugar e ter uma longa conversa. No entanto, ela não conseguia superar a promíscua. Ela simplesmente não conseguia entender o fato de Andrew tê-la traído. E enquanto ela se sentia assim, então, qual era o ponto de voltarem?

— Eu entendo o que você está dizendo, Lucy. Sadie continua me dizendo o mesmo. Eu sei que vocês duas querem ajudar, mas não consigo aceitar o que Andrew fez. — Ela suspirou. — Talvez um dia eu concorde com tudo isso e então começaremos por lá.

— Talvez até lá seja tarde demais. — Lucy virou sua xícara de café e colocou-a de volta no pires. — Acho que devemos voltar para o escritório.

— Sim. — Connie levantou-se lentamente. A última observação de Lucy ainda soava em seus ouvidos. — Talvez até lá seja tarde demais. — Ela estava certa. Um dia seria muito tarde. Um dia Andrew cansaria de esperá-la e sairia de sua vida para sempre. Ela suspirou. Talvez fosse melhor se isso acontecesse. Assim ela poderia tirá-lo de uma vez da sua cabeça e procurar outro homem no site da agência. Afinal, era para isso que elas tinham criado a agência, em primeiro lugar.

Elas saíram da cafeteria e voltaram para o escritório em silêncio.

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Deem só uma olhada nisso! — Sadie pegou a conta do Royale e acenou para Connie e Lucy quando elas entraram no escritório. — Vinte e cinco mil! Vinte e cinco por uma noite! A audácia desse Royale!

Tomando a conta de Sadie, Connie sentou-se e começou a ler.

— A maior parte do dinheiro foi gasto em bebidas. Parece que algumas pessoas esbanjaram no bar, — acrescentou Jenny.

— Tudo bem, não há nada que possamos fazer. Não há alternativa, temos que pagar. — Connie respirou fundo. — Eu realmente não pensei que todo mundo tivesse bebido champanhe a noite toda. Umas duas taças era tudo o que eu pretendia. Mas passar de quase cento e oitenta garrafas, é muito champanhe. Estou surpresa que o hotel tenha tantas garrafas na adega.

— Acredito que eles aumentaram os pedidos quando perceberam que estávamos servindo champanhe a toda a noite e não mudando para algo mais barato depois das primeiras garrafas. — Jenny fungou. — Ainda assim, saberemos o que fazer da próxima vez.

— Da próxima vez? — Sadie gritou, levantando-se. — O que da próxima vez?

— Calma, Sadie, era apenas uma figura de linguagem, — acrescentou Jenny, rapidamente.

— Mais alguma coisa? — Perguntou Connie.

— O fotógrafo também enviou a conta. — Jenny entregou-lhe a nota fiscal. — Ele está pedindo quinhentos pau. — Ela olhou para Sadie. — Você acha que devemos falar com eles sobre essas cobranças tão altas?

— Não. Eu acho que devemos simplesmente assinar os cheques e acabar logo com isso.  — Connie não estava afim de falar sobre dinheiro agora. Sua mente estava preocupada com a conversa que teve com Lucy. Se Andrew estivesse fora de sua vida para sempre, ela conseguiria ficar com outro homem? Ou ela ainda estava se perguntaria o que ele estava fazendo? Com quem ele estava saindo?

Jenny interrompeu o silêncio. — Falei com David esta manhã, — ela piou. Ela queria ter dado a notícia para todas no escritório mais cedo, mas o estranhamento entre Lucy e Connie estragou o momento.

— Ele te ligou? — Sadie perguntou. — Você e eu ficamos aqui juntas a manhã inteira e você não falou nada. O que ele disse?

— Não muito. Ele e John estavam à espera do trem. Ele só queria dizer um oi.

— Dizer um oi? Só isso? Apenas oi? — Sadie franziu a testa.

— Sim. Bem, ele disse algumas outras coisas, mas depois o trem chegou e ele teve que ir. — Ela fez uma pausa. — Mas ele ligou e isso deve ser um bom sinal. — Ela olhou para as amigas. — Bem, não é?

— Sim, é claro que é um bom sinal. — Connie ficou feliz que a conversa sobre as duas contas enormes mudara de rumo. Isso também lhe deu outra coisa para pensar além do que Andrew estava fazendo.

— John também ligou, — disse Lucy. — Eu estava de saída de casa, outra razão pela qual eu estava atrasada de manhã. Ele estava na estação com David, então não podia falar por muito tempo. Mas ele disse que ele entraria em contato de noite quando voltasse para casa. Tanto ele quanto David estavam indo direto para o escritório quando chegaram a Peterborough.

— Isso é ótimo, Lucy, e para você também, Jenny. Isso quer dizer que eles não estavam de brincadeira na noite anterior, — disse Connie. — E você, Sadie? Você já falou com Michael?

— Não, ainda não, mas ele disse que gostaria de se encontrar novamente comigo. — Os olhos de Sadie reviraram quando pensou na noite anterior. — Ele é uma pessoa muito boa e certamente sabe como tratar uma mulher. Não é como alguns idiotas que já encontrei.

— Chegaram umas duas mensagens na nossa caixa de entrada. — Lucy clicou para abrir a primeira. — Este é de Michael Stone. Ele quer que o apresentemos a Charlotte Strong.

— Esse não perde tempo, hein? — Sadie riu. — Mas, é dinheiro em nossos bolsos, então não por que reclamar?

— Enquanto ele continuar a pedir que os encontros sejam arranjados um de cada vez. — Connie ainda não tinha certeza sobre as intenções desse homem. Ela se martirizava por não ter estabelecido algumas regras básicas quando formaram a agência pela primeira vez. — Será que é muito tarde para criar algumas regras? Obviamente, teria sido melhor se tivéssemos tido a ideia no começo. — Ela encolheu os ombros. — Mas não tivemos. É muito tarde agora?

— Não sei ao certo. — Lucy observou os rostos sem expressões de suas amigas. — Se algumas pessoas não estiverem satisfeitas com as regras que estabelecermos, elas podem querer sair e pedir seu dinheiro de volta.

Connie não pensou nisso. Seria um golpe duro se as pessoas decidissem pedir reembolsos. Eles precisavam do seu dinheiro para pagar as duas contas enormes que tinham recebido naquela manhã. — Nesse caso, uma das regras deveria ser que não haveria reembolso se os clientes decidirem sair.

— Mas isso não precisa nem dizer, não é? — Sadie franziu a testa.  — O que quero dizer é que espero que nossos clientes não esperem ter seu dinheiro de volta caso decidam se casar e não precisarem mais da agência.

— De jeito nenhum, — disse Connie. Isso estava indo de mal a pior. — Precisamos ter algo nesse sentido no site.

— Não se preocupe. Vou adicionar algumas coisas em um minuto. Mas, voltando aos e-mails no momento, o outro é de Brian Lomax. Lucy sorriu. — Ele parece ter desistido de você, Connie. Ele agora está pedindo para ser apresentado a Ann Masters.

— Ela é bem-vinda, — riu Connie. — Escreva para ela e veja o que ela diz.

O resto do dia transcorreu bem. Várias novas mensagens chegaram solicitando encontros com outros clientes, enquanto uma breve resposta de Ann Masters lhes informava que ela não aceitava a oferta de Brian.

— Não posso dizer que eu a culpo, — disse Lucy ao digitar uma mensagem para Brian Lomax informando-lhe sobre a decisão de Ann. — No entanto, — ela acrescentou ao clicar no botão de envio, — eu sinto muito por ele. Até o momento, ninguém aceitou sair com ele. — Ela olhou para o relógio. — Se ninguém se importa, vou dar uma saidinha agora. Prometi a minha tia que a visitaria para ver seu vestido novo. — Ela mordeu o lábio. Talvez ela não deveria ter dito o motivo de estar saindo cedo. Claramente Connie ainda estava preocupada com o encontro de Andrew com sua tia.

— Tudo bem. Vou ficar de olho no site. — Connie tentou parecer mais tranquila do que sentia. — Eu não vou hoje à noite, então vou ficar de vigília no site. — Pelo menos isso lhe ocuparia a mente.

Naquele momento, o telefone tocou. — É para você, Sadie. — Lucy passou o telefone.

— Alô, — disse Sadie cautelosamente. — Michael! — Ela gritou depois que ouviu a voz de Michael. — Que bom que você ligou.

Os outros se entreolharam enquanto Sadie ouvia o que Michael tinha a dizer.

— Sim, eu adoraria, — ela irradiou. — Oh! Espere um pouco, é melhor perguntar se Connie precisa de mim com a vigília do site hoje à noite. — Ela deu a Connie uma expressão dolorida que claramente dizia “você realmente não precisa de mim, não é?”

Mas Connie já estava batendo as mãos. — Vá, — ela articulou com os lábios.

— Está bem. Connie não precisa de mim. Sadie fez uma pausa. — Isso é ótimo, estarei pronta. — Ela estava radiante quando desligou o telefone. — Parece que alguém tinha uns ingressos para um show no West End e agora eles não podem ir, então Michael comprou os ingressos dessa pessoa. — Ela entrelaçou os dedos. — Não é tão maravilhoso? — Ela hesitou e fez uma careta. — Não era para sair desse jeito. Obviamente, é uma pena para as pessoas que não podem ir, mas isso é ótimo para mim. Vocês entendem o que quero dizer?

— Pare enquanto estiver à frente, — disse Lucy. Ela esperou um pouco para ouvir o que Michael tinha a dizer. — Enfim, aproveite a sua noite. É melhor eu ir embora.

As outras ouviram o barulho dos saltos de Lucy descendo as escadas.

— Pela quantia que eles nos cobram nesse prédio, eles deveriam colocar carpetes nos degraus das escadas e não simplesmente pintar os degraus de madeira com uma cor cinzenta e monótona, — reclamou Jenny.

— Sim, bem. — Connie não queria se envolver em uma discussão sobre as instalações. Era ela quem queria um endereço em Mayfair e ela conseguira um, embora o escritório fosse muito pequeno e muito caro.

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Connie ligou seu laptop e abriu o site da Divorciados.biz. Ela, Sadie e Jenny haviam chegado em casa e queria ter certeza que ninguém havia tentando entrar em contato com elas desde que deixaram o escritório.

Enquanto isso, Sadie, que tinha apertado os passos assim que atravessaram a porta da frente, estava tirando todas as roupas do guarda-roupa e jogando-as em uma pilha sobre cama. — Nós vamos jantar antes do espetáculo e Michael estará aqui muito em breve, — ela gritou para suas amigas.  — O que eu devo usar?

Jenny e Connie se entreolharam e sorriram. — Estamos a caminho, — disseram em coro.