Quando Sadie chegou, a casa estava quieta. Ela subiu para o andar de cima e encontrou Jenny já dormindo. Ela vestiu seu pijama antes de ir com a ponta dos pés até o quarto de Connie. A cama estava vazia.
Ela começou a voltar para o quarto dela, mas percebeu que ela ainda estava muito agitada para dormir. Tivera outra noite maravilhosa com Michael e sentiu que precisava relaxar um pouco antes de ir para a cama. Talvez uma xícara de chocolate quente pudesse ajudar.
Enquanto esperava o leite esquentar, ela relembrou da sua noite. Ela e Michael perderam toda a noção de tempo no Zak's Wine Bar e Disco. Foi só quando eles se sentaram para recuperar o fôlego que perceberam o quanto era tarde. Por que diabos ela não conheceu Michael antes de se casar com Alex? Sua vida teria sido tão diferente. Ela poderia estar morando em uma casa agradável no subúrbio. Ela também poderia ter um casal de filhos. Michael teria sido um marido tão amoroso e um pai maravilhoso. Ainda pensando nisso, ela colocou o leite quente na caneca com o chocolate e se sentou na cadeira.
E ainda assim isso poderia acontecer. Se ele sentisse da mesma forma em relação a ela, sim, isso ainda poderia acontecer. Ela ainda era jovem o suficiente para ter filhos. Ela sempre quis ser mãe e sabia que sua própria mãe estava louca por netos.
Foi Alex quem disse que não. — Idiota egoísta, — ela murmurou, batendo o punho sobre a mesa. Sua desculpa escrota havia sido “as crianças serão um estorvo para nós, Sadie”. Mas ela tinha percebido demais por que era ela que teria que deixar seu trabalho, o que significava que o desgraçado preguiçoso precisaria encontrar um emprego decente.
Michael era tão diferente. Ele era educado, ele era amável e seu rosto se iluminava quando a via. Por um momento, Sadie sentiu-se triste quando lembrou que a esposa dele morreu de câncer. O grande C, como John Wayne costumava chamá-lo. Michael havia dito a ela como ele se ficou com ela até o fim.
Sadie passou as mãos pela caneca e lembrou-se o quão aliviado ele ficou quando ela telefonou para dizer que ela iria encontrá-lo sozinha depois de tudo. Mais tarde, quando ela explicou o que aconteceu, ele parecia satisfeito que Andrew e Connie poderiam estar voltando. — A vida é muito curta para guardar rancor, — disse. — O que aconteceu no passado deve ficar lá. Connie precisa esquecer isso. — Então ele sorriu aquele lindo sorriso dele antes de continuar. — Você é uma casamenteira daquelas, não é? Ou talvez eu devesse dizer fabricante da paz, nesse caso.
Ela olhou para seus pés inchados. Ela muito a noite toda e não sentia mais nada. Mas, agora que ela estava sentada confortavelmente em uma cadeira, eles estavam começando a protestar. Michael gostou da roupa dela. Embora não fosse tão espalhafatosa quanto a que usara para que Connie se irritasse, era muito diferente daquelas que usara nos dois primeiros encontros.
Eles não tiveram a chance de conversar muito por causa da música alta, mas no caminho de casa no táxi, Michael a tinha beijado. Foi um beijo caloroso e gentil, o tipo de beijo que te deixa ofegante querendo mais. Ela tocou seus lábios. Ela ainda podia sentir o formigamento de seus lábios sobre os dela. E depois quando ele a levou até a porta, ele a beijou de novo, dizendo que ligaria no dia seguinte.
Sadie engoliu o último gole do seu chocolate quente e olhou para o relógio. Era muito tarde e Connie ainda não estava em casa. Ela devia estar se divertindo muito.
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Benedict's era um restaurante encantador. A comida lá estava sempre deliciosa e muito bem apresentada. Havia apenas uma desvantagem, não tinha a intimidade que o Condrew proporcionava. Connie sentia-se em casa no Condrew. Ela quase sugeriu que cancelassem a reserva no Benedict’s e fossem para. Mas talvez Andrew não se sentisse à vontade, principalmente depois do que aconteceu na última vez.
Durante a ida ao restaurante, Andrew decidiu levar a noite com cautela. Ele não ia dizer nem fazer nada para apressar seu relacionamento. A princípio, tinha passado pela sua cabeça cancelar Benedict's e ir para o Condrew. Mas, lembrando sua última vez, ele rapidamente descartou a ideia.
— Você gostaria de dançar? — Ele perguntou. O restaurante tinha uma pequena pista de dança e a banda estava tocando uma valsa.
Connie sorriu. — Sim, por favor, — ela sussurrou.
Era tão bom estar nos braços de Andrew novamente. Ela pensou muito nisso na semana passada. Ela não queria. No entanto, como poderia não pensar nele? Seu nome surgia no escritório quase todos os dias e a cada vez, sentia uma facada de dor porque não estava com ele. Mas depois o espectro da promíscua continuava aparecendo sobre uma nuvem negra, lembrando Connie que ela ainda estava lá, pairando sobre eles.
— Obrigado por me acompanhar hoje à noite. — Andrew sorriu. — Eu não sei o que Benedict teria feito em relação à roupa de Sadie.
— Sadie tem um jeito estranho de se vestir. No lançamento da agência, todas nós conversamos com ela, uma de cada vez, perguntando o que ela iria usar. Eu acho que ela estava começando a ficar complexada, se é que é possível para Sadie ficar complexada com alguma coisa. Felizmente para nós, ela não fez nenhuma birra. Em vez disso, ela comprou algo respeitável. Bem, quase respeitável. O vestido era tão apertado que ela mal podia andar. — Ela riu. — Nem vou dizer o que aconteceu com ela no caminho para o Royale. Basta dizer que ela deu ao motorista de ônibus de Londres o passeio de sua vida. —Connie lançou seus olhos em torno do elegante salão. A maioria das pessoas estavam usando roupa formal. — O maitre d' poderia tê-la botado para fora, e a você também. — Ela riu. — Mas, ela não teria se importado. Ela teria mostrado um dedo, pegado o microfone e teria dito para eles o que ela pensava antes de ir embora. Mas teria ficado mal para você. Você traz clientes aqui, não é?
— Sim eu trago. Mas isso não aconteceu. Você salvou o dia e minha reputação. — Andrew mordeu o lábio. Ele não deveria ter dito isso. Isso lembraria a Connie de sua única indiscrição, quando a noite estava indo tão bem.
No entanto, Connie simplesmente sorriu. Neste momento, ela estava muito feliz e não deixaria nada estragar a noite.
As horas passaram muito rápido e agora a banda estava tocando a última valsa. A pista de dança estava cheia e Connie aconchegou-se a Andrew enquanto se mexiam de um lado para o outro com a música. — Sinto muito, mas é isso, — disse Andrew, enquanto a banda tocava a corda final. — Espero que tenham gostado da sua noite.
— Sim, me diverti, — murmurou Connie. Ela lamentava que tudo tivesse chegado ao fim. Havia tanta coisa que ela queria dizer a Andrew, mas de alguma forma o tempo havia passado tão rápido. Eles falaram por muito tempo sobre a agência, o trabalho de Andrew, entre muitas outras coisas. No entanto, eles haviam evitado os problemas reais. Como eles se sentiam um em relação ao outro e o que eles iriam fazer sobre isso. Não! Isso era errado, o que ela iria fazer sobre isso. Andrew já estava tentando muito voltar a sua vida. — Estava tudo maravilhoso, Andrew. Foi como... Os velhos tempos.
— Sim, foi. — Andrew respirou fundo. Era como nos velhos tempos, exceto que agora que ele a levaria de volta para a casa dela. Seus pensamentos pularam para o quarto em Condrew. Estava tudo pronto e esperando por eles, se ao menos... Mas este não era o momento certo. Talvez depois de mais alguns jantares e mais vinhos, muito mais vinho...
— Estava pensando, — Connie invadiu seus pensamentos. Ela hesitou.
— O que você estava pensando? — Andrew indagou.
— Nada. Não é nada. — Connie balançou a cabeça enquanto colocava os braços no casaco. Ela estava fazendo isso de novo! Não falando o que pensava. Por que diabos ela simplesmente não disse o que queria dizer e acabava logo com isso? — Exceto... Que eu estava pensando se nós não poderíamos ir para o Condrew beber alguma coisa para fechar a note. — Ela olhou para o relógio. — Mas talvez seja tarde demais. Você precisa ir para o escritório amanhã cedo.
— Uma última bebida no Condrew parece boa para mim, — disse Andrew rapidamente. — Se nos apressarmos, devemos chegar no bar antes dele fechar. — Ele se perguntou o que dera a Connie a ideia, mas ele não ia perguntar. Poderia estragar o momento.
Havia apenas um punhado de pessoas no bar de Condrew. A maioria dos hóspedes provavelmente tinham subido para seus quartos. — Sinto muito, mas o bar está fechado, senhor, a não ser que esteja ficando no hotel.
Andrew estava prestes a dizer que não, mas Connie falou primeiro. — Sim, estamos, — disse ela. — Eu quero um gim com tônica. O que você vai querer, Andrew?
Durante a curta viagem ao Condrew, Connie havia se perguntado se ela estava fazendo a coisa certa. Seu coração estava de bem com a ideia, de fato, seu coração estava extasiado. Estava batendo como um bumbo, dizendo-lhe que este era o caminho a seguir. Era sua cabeça que estava causando seu sofrimento, constantemente se lembrando do erro de Andrew. Apontando que ela deveria esquecer Andrew e seguir em frente. Mas seguir para onde, e com quem? Nenhum outro homem jamais seria igual ao Andrew.
Sadie estava certa, ele era um homem muito sexy. Certo, ela na verdade não usou essas palavras. O que ela falou mesmo? Bonito e viril, foi isso. Mas, pelo amor de Deus, não era a mesma? Então, agora era a hora de tomar uma decisão. Ou vai ou racha! O que, em termos de leigos, significava que ela precisava ser firme com a cabeça dela e superar a promíscua ou esquecer Andrew para sempre.
Seu comentário pegou Andrew de surpresa, apesar de tentar esconder o fato do barman. — Quero um uísque de malte. — Ele levou Connie até uma mesa no canto. — Você realmente quis dizer aquilo ou estava disse apenas para conseguir a bebida?
— Eu não sei. — Connie balançou a cabeça. — Vamos ver no que isso vai dá, o que acha?