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Capítulo Vinte E Oito

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Jenny estava esperando na plataforma quando David desceu do trem. Ela notou que ele estava arrastando uma mala extremamente grande. Isso era um sinal de que ele iria ficar em Londres mais do que alguns dias? Ela acenou enquanto se aproximava. Embora ele tivesse dito a ela que seu trem não chegaria antes das às sete horas, ela estava na estação de Kings Cross desde as seis. Ela estava muito agitada para ficar sentada na casa de Connie sem fazer nada, observando o ponteiro do relógio o tempo todo.

— É tão bom vê-la novamente, Jenny, — disse ele. Ele jogou sua mala no chão, envolveu-a em seus braços e a beijou. Todas aquelas semanas de espera acabaram e ele estava aqui finalmente. — Eu mal pude esperar que hoje chegasse. — Ele apontou para a mala dele. — Vou ficar em Londres por duas semanas. Eu tenho que assinar os documentos e supervisionar a mudança, o que deve demorar cerca de três dias, o resto do tempo é todo meu ou devo dizer, nosso.

Os olhos de Jenny brilharam quando ela olhou para ele. Ele era ainda mais atraente do que lembrava. — Eu estava ansiosa para vê-lo novamente, — disse ela. — Vou ficar um tempinho fora do escritório para que possamos ficar juntos.

David pegou sua mala e eles saíram da estação e entraram na rua. — Eu tenho um quarto reservado no Langley. Vamos para lá primeiro, depois que eu fizer o check-in, podemos sair para jantar. — Ele acenou para um táxi e pouco depois eles estavam no hotel.

— Fale um pouco mais sobre você, Jenny. — David havia feito o check-in no hotel e eles estavam bebendo no bar do hotel antes de jantar. Eles decidiram jantar no Langley.

— O que mais eu posso te dizer? —  Ela riu. — Eu já te contei a história da minha vida inteira ao telefone. — Ela levantou de repente e deu um giro. — Essa sou eu! O que você vê na sua frente é tudo o que existe. Eu não tenho segredos. — Era verdade, ela contou a David tudo sobre si mesma durante suas conversas telefônicas. Ela queria que ele soubesse do seu casamento e divórcio. Ela até falou sobre o fato de Rob ter perambulado do lado de fora do apartamento dela até que a polícia o tirasse de lá. Não havia motive para esconder nada, já que tudo um dia viria à tona cedo ou tarde, provavelmente quando ela estivesse menos esperando. — Conte-me algo sobre você. Você quase nunca fala sobre você ao telefone.

— Por onde você quer que eu comece? — Ele perguntou.

— Do início!

— Eu mal consigo lembrar do início da minha vida! — David riu. — Eu lembro de ser escoteiro, ia para acampamentos e tudo mais. Mas depois minha mente pula para a empresa para qual trabalho. Parece que estou lá desde sempre.

— Foi seu primeiro emprego? — Perguntou Jenny.

David assentiu. — Sim, fui lá como junior no escritório quando saí da escola e estou lá desde então. Eu trabalhei duro porque queria fazer crescer na vida. E então, quando tive a chance de viajar em nome da empresa, aproveitei a oportunidade. O dinheiro era ótimo. — Ele fez uma pausa. — Mas minha esposa não gostava que eu ficasse longe por tanto tempo e no final ela teve um caso, embora pudesse ter ido comigo. Ela não precisava ficar em casa. — Ele tomou um gole de sua bebida. — Ela me disse que não gostaria de girar o mundo, mas, olhando para trás, acho que gostava mesmo era de estar solteira.

— E agora? Você ainda viaja para lugares distantes? — Perguntou Jenny.

— Não. Um ano atrás eu decidi que não queria mais viver viajando para longe. Então eu fui promovido e agora eu só viajo pelas Ilhas Britânicas, mas não com muita frequência.

Naquele momento, eles foram chamados para jantar.

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Temos mais um para ver. — Connie e Andrew estavam vendo casas. Ela pegou a tarde de folga e visitou vários agentes imobiliários antes de se encontrar com Andrew. Até agora, eles não tinham visto nada que tivesse o “fator uau”.

— Precisa mesmo ser uma casa? — Perguntou Andrew. — E se fosse um bom apartamento?

Connie refletiu por um momento. Ela não pensou em um apartamento. Talvez um dos novos grandes apartamentos de frente para o rio possa ser uma ótima opção se o estoque de habitação não agradar. Um apartamento com todos os confortos modernos, perto das lojas, e perto do escritório soa atraente. — Ok, mas vamos ter que dar uma olhada neste. Já agendamos.

No final das contas a casa não era o que procuravam. Até mesmo Andrew achou isso e ele não era tão chato quanto Connie. — Se pegarmos um táxi, devemos chegar na imobiliária antes deles fecharem, — disse ele. — A gente podia pegar um punhado de folhetos de vendas e dar uma olhada neles durante a noite.

— Parece uma boa ideia. Estou de vigília no site hoje à noite, então estamos presos no Condrew, de qualquer forma. Sadie e Lucy estarão fora com seus respectivos namorados e Jenny vai encontrar David em Kings Cross.

— Como estão Sadie e Michael? — Perguntou Andrew enquanto ele chamava um táxi. Ele esperava que Sadie tivesse encontrado o homem certo desta vez. Connie havia mencionado algo sobre todos eles se reunindo para jantar.

— As vibrações que peguei de Sadie são boas. Ele definitivamente é melhor do que seu ex-marido. — Ela fez uma pausa. — Mas qualquer um tem deve ser melhor que Alex. Eu só o encontrei duas vezes e isso foi suficiente para mim. Nunca vou entender por que ela se casou com ele, ele era um perdedor só de olhar. — Ela explicou como Michael tinha qualificações no mundo financeiro, embora ele estivesse trabalhando com a equipe de segurança do banco que sua agência usava. — Foi assim que Sadie o conheceu.

O táxi os deixou numa grande imobiliária. — Ok, vamos ver o que eles têm para oferecer, — disse Connie, caminhando até a porta.

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Você viveu uma vida muito excitante. — Jenny e David haviam terminado o jantar e estavam andando pelo aterro. A lua espreitava entre as nuvens e o Tâmisa fluía silenciosamente além delas.

— E sabe, está longe de terminar, — riu David.

— Eu não quis dizer que você era velho ou algo do tipo, — Jenny corou. — Eu apenas quis dizer...

—  Eu sei o que você quis dizer, eu estava brincando. — David inclinou-se e beijou-a na bochecha. — Você é tão adorável, Jenny.

— Você sente falta de viajar? — Perguntou Jenny. — Quero dizer, você acha que uma vida mais tranquila é maçante?

— Na verdade não. Eu pensei que acharia, mas não. Talvez eu esteja envelhecendo, afinal. — Ele olhou para ela pelo canto do olho.

— Não, você não está! — Gritou Jenny. Ela riu e golpeou-o de brincadeira no braço. — Você está me provocando de novo.

Eles continuaram a caminhar ao longo do aterro de mãos dadas. Jenny ficou surpresa com o quanto ela gostava de David e com a sensação confortável que sentia em sua companhia. Apesar de estar satisfeita por vê-lo, ela ficou um pouco apreensiva quando se encontraram na plataforma em Kings Cross. Ela estava fazendo a coisa certa? Sobre o que eles falariam? Eles sabiam muito pouco um sobre o outro. No entanto, ela o estava achando muito encantador e muito fácil de se dar bem.

— É melhor eu levá-la em casa, — disse David. — Está ficando tarde. — Ele fez uma pausa. — Vou te ligar amanhã e a gente pode passar o dia inteiro juntos. Você pode até mesmo me mostrar os pontos turísticos.

— Sim, eu gostaria disso, — disse Jenny. Estava decepcionada que a noite tivesse passado tão rápido. Amanhã não chegaria rápido o suficiente. Após seu divórcio, ela prometeu a si mesma que ela não correria para o primeiro homem que conhecesse. Tão determinada a ser mais cuidadosa desta vez, ela decidiu levar qualquer relação futura mais lentamente, chegando mesmo a elaborar um plano. Após quatro ou cinco encontros, ela o convidaria de volta para o café quando ela sabia que seus vizinhos estariam em casa. Então, depois de mais algumas semanas, ela poderia sugerir que ele passasse a noite com ela.

No entanto, aqui estava ela, mais excitada que adolescente, apaixonada por qualquer palavra que David dissesse e não querendo deixá-lo por um segundo. Mas ele não era apenas qualquer homem, disse a si mesma. Este homem era amável, atencioso e extremamente atraente.

— Sadie! — Gritou Jenny quando abriu a porta para a casa de Connie. Não houve resposta. Sadie não devia estar em casa ainda, ou então ela ficou na casa de Michael de novo. — Você gostaria de entrar para tomar uma xícara de café? — David estava de pé atrás dela. Ele havia insistido em leva-la até a porta.

— Sim e não, — ele respondeu.

— O que isso quer dizer? — Perguntou Jenny.

— Isso quer dizer sim, um café seria bom, mas não, eu não estou tentando fazer com que você me peça que passe a noite aqui. — Ele fez uma careta. — Acho que isso não saiu bem da forma que eu queria. O que eu queria dizer era...

— Eu entendi o que você quis dizer. — Jenny riu. Ela queria saber com certeza que Sadie não viria para casa. Apesar de todos os seus planos, do jeito que ela estava se sentindo no momento, ela estava mais do que feliz por David passar a noite com ela. — Sinta-se à vontade. Vou começar o café. — Na cozinha, ela rapidamente enviou um texto para Sadie perguntando se ela voltaria para casa naquela noite. Ela colocou o percolador e colocou as xícaras numa bandeja. Naquele momento, seu celular vibrou. “Não vou pra casa, vá com tudo!” Jenny sentiu seu rosto esquentar. Ela esperava que Sadie não percebesse o que estava realmente estava pensando em fazer. Que boba ela. Sadie sempre pegava tudo!

— É melhor eu ir andando, — David olhou para o relógio. — Está ficando tarde.

— Gostaria de outro café antes de ir? — Perguntou Jenny. Ela pegou o percolador, mas estava vazio. — Eu posso fazer um pouco mais.

David riu. — Já tomei quatro xícaras. Eu sinto como se eu estivesse nadando sobre as coisas.

— Sim. Eu também. —- Ela abaixou o percolador, sem saber o que dizer depois.

David olhou para ela por um momento, depois envolveu seus braços ao redor dela e a beijou. Jenny se derreteu em seus braços. Ela não se lembrava de se sentir assim antes.

— É melhor i" —, disse David, afastando-se dela. — Eu não...

Ela colocou um dedo em seus lábios e puxou-o para ela. — Não. Fique, — ela sussurrou.