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Capítulo Trinta E Um

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Connie foi a primeira a chegar ao escritório. Ela esperava ter alguns minutos para checar os e-mails antes que as outras chegassem. Ela planejava dar uma olhada depois que chegasse do jantar com Andrew. Mas o jantar demorou tanto e ela bebeu vinho demais e Andrew fez...

— Oh meu Deus, — Connie bateu sua mão na testa. Havia no total oitenta e dois e-mails. Andrew tinha dito a ela que tinha dado uma espiada enquanto ela estava se preparava e haviam vinte mensagens, mas agora eram oitenta e dois. Ela só conseguiu responder cerca de quinze antes de Lucy chegar.

— Oi, Connie. Tudo bem com você esta manhã? — Disse Lucy alegremente. Sua noite no teatro com Paul tinha ido muito bem e ela ainda estava se sentindo no topo do mundo.

— Não, não é! — Connie disparou enquanto apunhalava os dedos nas teclas. Ela respirou fundo e olhou para cima. — Desculpa, sim, está. Saí com Andrew ontem à noite e hoje de manhã encontrei oitenta e dois e-mails esperando para serem respondidos. — Ela ergueu a mão quando Lucy abriu a boca para falar. — Eu sei exatamente o que você vai dizer. Sim, eu disse que tomaria conta do site porque não estava fazendo nada. Mas houve uma mudança de plano com o jantar de negócios de Andrew. Ele precisou de mim e eu não consegui dizer não. — Ela olhou para o computador e abriu outro e-mail. — Mais outra pessoa quer entrar para a agência. Ele diz que um cheque foi postado.

Lucy não disse nada. Ela encheu a chaleira e ligou na tomada antes de ligar o computador principal. Assim que o site apareceu na tela, ela se inclinou para Connie. — Vou começar de baixo da lista e a gente se encontra no meio.

— Obrigado, Lucy. Me desculpe, eu fui tão grossa com você. Fiquei simplesmente impressionado por encontrar tantos e-mails. Deveríamos estar felizes, pois cada mensagem significa dinheiro. Bem, a maioria delas pelo menos. Mas vai ser um pouco cansativo se alguém tiver que ficar de olho no site 24 horas por dia.

Eles ainda estavam passando pelos e-mails quando as outras chegaram. Connie percebeu que Sadie não estava agindo de sua forma falante habitual. Seus olhos não tinham aquele brilho que costumavam ter após uma noite com Michael. E ela parecia um pouco distante. Mas, ela descartou isso, acreditando que Sadie provavelmente tinha ido dormir tarde.

— Estou com a correspondência aqui. — Jenny deixou cair uma pilha de cartas sobre a mesa. — O carteiro estava fazendo a entrega quando estávamos chegando, então eu disse que pouparia suas pernas.

— Vocês duas parecem muito ocupadas, — disse Sadie, tirando o casaco. — Os e-mails já estão acumulando?

— Sim... não. Alguns vieram nesta manhã, mas a maioria é da noite passada. Saí com Andrew, então não tive a chance de verificá-los.

— Merda, Connie! Eu pensei que você tivesse dito que ficaria de vigília no site ontem à noite. — Sadie jogou o casaco no gancho. — Todas aquelas pessoas podem ter ficado esperando que alguém respondessem para eles, enquanto você estava se exibindo em algum restaurante elegante com Andrew!

— Não fale comigo assim! — Connie cuspiu fogo e levantou. — Se eu me lembro corretamente, foi você quem aconselhou Jenny que ela deveria deixar a vigília do site de lado se surgisse algo melhor para ela fazer. Bem, ontem à noite surgiu algo melhor para mim! — Ela respirou fundo. — De qualquer forma, eu não disse que ficaria em casa de olho no site. Eu disse que não tinha nada planejado para a noite. Há uma diferença!

— Uau! Calma! — Jenny levantou as mãos para cima e para baixo. Ela estava alarmada com o que estava acontecendo. As coisas começando a esquentar.

— Pelo amor de Deus, controlem-se, vocês duas.

— Bem, eu só estava dizendo... — Sadie estava respirando fundo.

— Sim, todas nós ouvimos o que você estava dizendo... — Jenny franziu a testa. — Toda essa chama significa que você teve uma discussão com Michael?

— Não! Claro que não tive uma discussão com Michael! — Exclamou Sadie, ainda olhando para Connie. — Eu só achei que...

— Sente-se, Sadie! — Lucy bateu o punho sobre a mesa. — As duas! O que está acontecendo aqui? Ok, então, Connie saiu. Qual é o problema? Por que você está sendo tão ignorante quanto a isso? Pelo amor de Deus, Sadie, você teria feito o mesmo. Todas nós teríamos feito a mesma coisa. Então não comece a subir no salto aqui.

— Só estou dizendo...

— Ouvimos você, Sadie. Sabemos o que estava dizendo. Então, o que te tirou do sério? — Lucy estalou os olhos. — É o Michael, não é?

— Nada me tirou do sério! Está tudo bem. — Sadie respondeu. Ela fechou os olhos e respirou fundo. Não estava nada bem. Seu novo mundo belo estava desmoronando e ela não podia fazer nada. Seus olhos brilharam com lágrimas e ela caiu na cadeira. — Esbarrei com Alex ontem à noite quando estava com Michael. Aquela vagabunda que ele levou para casa semanas atrás estava em seus braços, e ele andou bebendo. Ele se apresentou para o Michael e disse algumas coisas bastante desagradáveis ​​sobre mim. Nenhuma delas verdades, por sinal. Depois ele começou a falar para o Michael o quanto eu era boa na cama. Eu queria morrer de vergonha. Principalmente quando ele deu uma piscadinha para o Michael e disse “mas acho que você já deve saber disso”.

— E ele ainda ficou de pé? — Perguntou Jenny. — Alex, quero dizer, não Michael. Conhecendo você, ele poderia estar jogado no chão em algum lugar sem consciência.

— Eu queria. Eu queria socar a boca dele, mas eu me segurei. Eu não sei como consegui fazer isso, mas consegui. Talvez nesse momento eu já estivesse muito chocada para me mover. — Sadie olhou para Connie. — Eu sinto muito. Eu não deveria ter explodido com você, mas estou tão chateada por conta de ontem à noite. — Ela engoliu em seco.

— E o Michael não disse nada? — Perguntou Jenny hesitante. — Certamente ele disse alguma coisa.

— Não, nem uma palavra. Ele simplesmente empurrou Alex para um lado e a gente saiu. Mas ele não disse nada. Nem para mim ou para o Alex. Deus sabe o que ele estava pensando. Mesmo quando ele finalmente disse alguma coisa, foi sobre algo trivial. Eu já havia dito a ele que aquela noite eu precisava voltar para a casa da Connie porque eu realmente precisava lavar roupa. Enfim, ele me deixou na porta e não entrou para tomar um café.

— Sinto muito, — disse Connie. Ela estendeu a mão e acariciou o braço de sua amiga. — Mas tenho certeza que Michael vai ficar bem. Ele provavelmente está chocado com a súbita aparição de Alex. Fala sério, Alex aparecer assim do nada é suficiente para tirar o fôlego de qualquer um.

— Eu não sei. Certamente ele poderia ter dito alguma coisa a Alex por me ter me humilhado daquela forma. “Caia fora” ou algo assim. — Sadie suspirou. — Mas ele não disse uma palavra. Estou te dizendo aqui e agora, se meu relacionamento com Michael terminar, eu vou entrar para a ordem das freiras. Eu realmente amo esse cara. De forma alguma vou passar por toda essa dor e tristeza de novo. — Ela fechou os olhos por um momento e refletiu sobre a estranha expressão no rosto de Michael quando ele foi embora na noite anterior. Mas depois, balançando a cabeça, pegou a postagem e disse. — Tudo bem, você quer que eu comece abrindo esse?

— Não, pode deixar. Eu cuido disso, — disse Jenny. — Por que você não faz para a gente uma boa xícara de café?

— A água já está fervendo, — acrescentou Lucy. Ela ficou aliviada que a briga entre Connie e Sadie tivesse sido resolvida. Mas os comentários de Sadie colocou sua mente em ação. Qual seria a reação de Paul se ele encontrasse Ben na rua? Ela havia contado a ele tudo sobre seu ex-marido, ela não queria segredos entre eles. Mas e se ele deparasse com o valentão, pode ser uma outra história.

Sadie começou a fazer o café. — Como foi sua noite, Jenny? Você foi para algum lugar? — Perguntou.

— Sim, jantamos no Langley e depois fomos ver um filme. Como vocês devem ter imaginado, passei a noite com David, dado que não voltei para casa. — Jenny corou quando pensou neles fazendo amor. Ela queria que fosse quinta-feira e ela e David ficariam juntos durante alguns dias antes de ter que voltar para Peterborough.

— Eu poderia simplesmente ter imaginado que você tivesse voltado para o seu próprio apartamento, — Sadie piscou. — Mas eu não imaginei isso. Eu sabia onde você estava. — Ela estava tentando desesperadamente parecer alegre, embora seu estômago parecia que estivesse amarrado em nós. — Então, quanto dinheiro ganhamos hoje? — Perguntou, colocando uma caneca ao lado de Connie.

— Ainda não terminamos, mas até o momento temos quase vinte mil libras. — Connie tomou um gole de café. — Ugh! Você colocou açúcar no meu.

— Desculpa. Eu acho que te dei o meu. — Sadie mudou as canecas e estava prestes a tomar um gole do café, quando de repente percebeu o que Connie havia dito. — Vinte mil libras! — Ela engoliu por cima da caneca. — Você tem certeza?

— Sim, claro que tenho. — Connie olhou para Lucy. — Está certo, não é?

— Sim. — Lucy olhou para a pilha de correspondências. — E quem sabe pode haver um pouco mais de dinheiro em um ou dois desses envelopes.

Sadie ficou em silêncio enquanto pensava. Isso foi como um sonho se tornando realidade. O negócio delas estava realmente fazendo dinheiro. Elas estavam crescendo e poderia melhorar. Ela deveria estar se sentindo no topo do mundo, mas não era. Ela só conseguia pensar em Michael e o que ele poderia estar fazendo ou pensando neste exato momento.

Tudo bem, ela só conhecia o cara há algumas semanas, seis no máximo. Mas ela sentia como se o conhecesse a vida toda. E se ele nunca mais quisesse voltar a vê-la? E se o que aconteceu ontem à noite fez Michael repensar seu relacionamento? E se...? Ela tinha que parar de pensar em Michael. Afinal, eles nunca conversaram sobre nada permanente. Nada foi escrito em pedra. Sadie afundou em sua cadeira. Ela bateu o punho na mesa e seu café passou por cima da caneca e caiu em cima de um dos arquivos. Se ao menos eles não tivessem encontrado o Alex. Tudo estava indo bem até que esbarraram naquele maldito idiota!

— Você está bem? — Connie perguntou cautelosamente. Ela olhou para os outros. — Você prefere ir para casa? Nós damos conta aqui.

— E o que eu faria lá, sozinha? Não, preciso ficar aqui, com minhas amigas.

No final das contas, o dia no escritório foi bastante corrido e Sadie não teve tempo para se preocupar com seus problemas. O telefone não parava de tocar e os e-mails inundavam a caixa de entrada, e havia tantos formulários de inscrição e cheques nas correspondências que elas mal tiveram tempo de parar para almoçar.

— Precisamos depositar todos esses cheques, — disse Jenny. — Melhor eles já virarem dinheiro antes que as pessoas mudem de ideia. — Ela olhou para Sadie. — Você quer ir ao banco ou prefere que eu vá?

— Vá você, — Sadie respondeu calmamente. Se fosse qualquer outro dia, ela teria pulado por qualquer oportunidade de ter um vislumbre por menor que fosse de Michael, mas hoje não. — Se eu encontrar o Michael, que diabos diria a ele? O que eu poderia dizer a ele?

— Nunca pensei que viveria para ver o dia em que você se ficaria sem palavras, Sadie, — disse Connie. — Eu sabia que você consegue sair de qualquer situação mesmo que ela tenha sido iniciada por você mesma.

— Sim... Bem ... Isso é diferente. — Sadie desviou o olhar. Era diferente. O que ela poderia dizer? Talvez ela devesse ter esclarecido todo o assunto na noite passada depois que eles se afastaram de Alex e sua vagabunda. Mas ela não disse nada. Pelo amor de Deus, o que ela poderia ter dito? Como ela poderia ter se defendido depois de ter casado com um homem grosseiro e horrível como Alex? — Eu vou ligar a chaleira enquanto você estiver fora e fazer um café quando você voltar.

Jenny vestiu o casaco e colocou os cheques na bolsa. — Não vou demorar, — disse ela, caminhando em direção à porta. No entanto, quando ela abriu a porta, ela ouviu passos na escada. — Tem alguém está vindo. — Ela ficou de tocaia, esperando para ver quem apareceria no alto da escada.

— Vocês precisam colocar um elevador aqui. — A voz veio era de um homem.

— Oh, meu Deus! — Disse Sadie. — É o Michael. Diz que eu não estou aqui. — Ela voou para o canto onde ela estava parcialmente escondida por um dos arquivadores. Ela esperava que ele não a visse.

— Não podemos fazer isso, — sibilou Connie. Os passos estavam se aproximando.  — Com certeza ele vai te ver aí.

Sadie se agachou e puxou uma cadeira na frente dela.

Jenny olhou em volta para as outras. — Estou indo agora. Vejo vocês mais tarde, — disse ela, antes de descer as escadas. Era uma desculpinha para sair, porque se houvesse uma cena, ela não queria ter nada a ver com isso.

— Boa tarde, como podemos ajudá-lo? — Perguntou Connie quando Michael entrou no escritório.

— Vim ver Sadie. — Ele fez uma pausa. — Eu realmente preciso vê-la com urgência.

— Bem... Ela não está aqui no momento, — disse Connie dificilmente. Pelo canto do olho, ela podia ver Sadie agachada em uma posição desconfortável, lutando para ficar escondida. Elas precisavam se livrar de Michael o mais rápido possível. Ela olhou para Lucy, esperando que ela ajudasse dizendo algo, mas Lucy estava digitando alguma coisa no teclado do computador.

— Posso anotar algum recado?

— Não! Isso é algo que eu mesmo devo fazer. — Ele ouviu um som baixinho e olhou bruscamente para a porta, como se esperasse que Sadie entrasse a qualquer momento. Mas não havia ninguém lá. — Eu realmente preciso falar com ela. É muito importante que eu a veja. — Ele estava prestes a continuar, mas ele ouviu outro movimento dessa vez mais perto e se virou. — Sadie! — gritou.

Sadie levantou-se e afastou a cadeira. Ela sorriu timidamente para Connie.

— Desculpa, Michael, mas não tinha certeza se conseguiria encará-lo hoje, pelo menos, não em frente das minhas amigas. — Ela engoliu em seco e se levantou completamente. — Se você veio aqui para me derrubar, então esqueça. Já contei para elas tudo o que aconteceu na noite passada. — Ela fez uma pausa. — Não deixei nada de fora.

Michael olhou para o chão. — É disso que eu quero falar com você. Eu deveria ter feito alguma coisa lá na hora, mas fiquei com medo que as coisas pudessem sair fora de controle. Queria jogar aquele cara no chão e esfregar o rosto dele no asfalto. — Ele olhou para cima. — Mas e se eu machucasse ele? Onde estaríamos agora? — Ele respirou fundo. — Quando fomos embora, senti que decepcionei você. Não. Mais do que isso, eu sabia que eu iria decepcioná-la. Eu queria dizer uma coisa para você, queria que você entendesse por que não bati nele. Mas não consegui encontrar as palavras certas. Então eu não disse nada. — Sadie estava prestes a interromper, mas Michael levantou a mão. — Deixa eu terminar. Preciso dizer o que vim aqui para dizer. — Ele suspirou. — Sadie, você é o melhor que aconteceu comigo há muito tempo. Eu te amo. Mas se eu tivesse cometido um deslize com aquele cara na noite passada, talvez eu pudesse facilmente ter me despedido de qualquer futuro que pudéssemos ter tido juntos.

Michael enfiou a mão no bolso da jaqueta e puxou uma caixinha. — Não é assim que eu queria que fosse. Ontem à noite, eu estava... Eu estava planejando ficar de joelhos e pedir que você se casasse comigo. Eu queria que fosse perfeito, apenas nós dois, sentados em um banco junto ao rio à luz da lua. Mas o clima mudou quando o ani... — Ele hesitou e olhou para Connie e Lucy como se de repente se lembrando de que ainda estavam lá. — Inferno! Se é assim que é para ser, então eu vou fazer isso aqui e agora. — Michael se posicionou em um joelho. — Sadie, você quer se casar comigo? — Ele abriu a caixa e segurou um anel de noivado.

— Eu não sei o que dizer, — disse Sadie.

— Pelo amor de Deus, diz que sim e acabe com o nosso sofrimento, — Connie pegou um lenço e tapeou os olhos.

Sadie estendeu a mão esquerda. — Sim, Michael. Eu adoraria me casar com você.

Depois que ele deslizou o anel em seu dedo, Sadie jogou seus braços ao redor do seu pescoço. — É lindo, Michael. Estou tão feliz. Depois de ontem pensei que... Não importa o que eu pensei.

Lucy veio de trás da mesa e abraçou Sadie, enquanto Connie apertou a mão de Michael. — Isso é maravilhoso, temos que comemorar. Eu vou sair e pegar um champanhe.

— Eu não posso ficar. Tenho que voltar para o banco, — disse Michael. — Eu disse a eles que eu tinha algum assunto pessoal para tratar e só ficaria fora por pouco tempo. — Ele colocou seu braço em torno de Sadie. — Desce comigo.

— Eu vou fazer mais do que isso. — Sadie pegou sua bolsa. — Eu vou até o banco com você. — Do lado de fora, eles encontraram Jenny. — Olhe para isso, Jen. — Sadie estendeu a mão para mostrar seu anel de noivado. — Não é lindo?

— Estou tão feliz por você, — Jenny comemorou. — Por vocês dois. — Ela abraçou Sadie e depois apertou a mão de Michael, mas depois mudou de ideia e deu-lhe um abraço também.

— Você tem boas amigas, Sadie. — Michael disse enquanto caminhavam em direção a Oxford Street de mãos dadas.

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Eu conheço a Sadie e não acho que já a vi tão feliz, — disse Jenny, entrando no escritório. — Suponho que Michael pediu a mão dela em casamento. — Ela queria que seu relacionamento com David estivesse fosse de longa data. Ela só passou alguns dias com ele, mas já sentia que ele era o homem certo para ela.

— Sim. Ele se ajoelhou e tudo para pedir a mão de Sadie. Acontece que todo o episódio da noite passada foi um grande mal-entendido. — Connie sorriu. — Devemos celebrar. Deveríamos todas nós saírmos para comer em algum lugar. A gente já ia fazer isso mesmo, de qualquer maneira, então por que não resolver isso agora?

— Isso parece bom. Podemos facilmente resolver isso.

— Está resolvido então. Falaremos com Sadie quando ela voltar. Enquanto isso, vou comprar uma garrafa de champanhe. Não vou demorar. — Connie pegou sua bolsa e desceu as escadas.

— Queria que fosse eu, — disse Lucy com pesar.

— Bem, por que você não disse? — Jenny levantou as sobrancelhas. — Tenho certeza de que Connie não teria se importado com você indo buscar o champanhe.

Lucy riu. — Não é isso, boba. Eu queria que fosse eu quem estivesse noiva.

— Ah, sim. — Jenny também riu. — Claro! Eu não sei o que eu estava pensando. — Ela fez uma pausa. — Mas sabe de uma coisa, Lucy, acho que você está bem. Paul parece ser um homem muito legal, ele certamente está encantando com você. Isso era óbvio.

— Obrigada, Jenny. — Lucy sorriu. Ela olhou para o relógio, querendo que fosse hora de ir para casa. Ela lembrou de quando ela era casada com Ben, ela queria segurar os ponteiros do relógio. Ela odiava voltar para casa para ele.  Mas as coisas eram diferentes agora. Paul ficava sempre tão feliz em vê-la. Ele sempre perguntava como tinha sido o seu dia. Ele a ouvia quando ela falava com ele e sempre estava pronto para ajudá-la com o que for que ela estivesse fazendo. Se ao menos tivesse conhecido Paul antes.

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Sadie estava pisando nas nuvens enquanto caminhava de volta para Park Lane. Ela ficava levantando a mão e espalhando os dedos para ter uma melhor visão de seu lindo anel. Este foi o primeiro anel de noivado que tivera. Alex não fizera esse tipo de coisa. Ele preferiu melhor a ideia de se gastar uma fortuna numa festa. No entanto, o tipo de festa que organizou era nada menos do que uma bebedeira colossal. Ela lembrou de se sentir tão envergonhada quando suas amigas chegaram. Até então, Alex já estava totalmente embriagado e mal conseguia ficar de pé. Seus amigos ou companheiros, como ele os chamava, não estavam melhores. Tudo o que eles faziam era fazer observações sugestivas para Connie e Jenny e várias outras pessoas que ela havia convidado. Ela deveria ter largado ele naquele momento. Ela deveria ter percebido que as coisas só poderiam piorar. Mas ela não tinha. Ela seguiu adianta e se casou com a criatura. Ela olhou para o anel novamente. Desta vez, seria diferente. Desta vez, isso funcionaria, porque desta vez, ela encontrou o homem certo.

Quando ela voltou ao escritório, uma garrafa de champanhe estava esperando para ser aberta e pequenos pratos de nozes e batatas fritas estavam espalhados sobre as mesas. — Parabéns! — Suas amigas cantaram em coro quando ela entrou pela porta. Seu rosto estava brilhando. Ela não conseguia se lembrar a última vez que esteve tão feliz.