Sinopse cronológica

1891 13 de maio – No Rio de Janeiro, à Rua Ipiranga, nº 18, nasce Afonso Henriques de Lima Barreto, filho legítimo de João Henriques de Lima Barreto e Amália Augusta Barreto.

13 de outubro – É batizado na igreja matriz de N. S. da Glória, no Rio de Janeiro.

1887 dezembro – Falece, no Rio de Janeiro, Amália Augusta Barreto, mãe do escritor.

1888 março – Começa a frequentar a escola pública, regida pela professora Teresa Pimentel do Amaral, à Rua do Resende, nº 143-A, Rio de Janeiro.

1889 agosto – João Henriques, pai do escritor, é promovido de chefe de turma a mestre das oficinas de composição da Imprensa Nacional.

1890 11 de fevereiro – João Henriques é demitido da Imprensa Nacional.

5 de março – João Henriques é nomeado escriturário das Colônias de Alienados da Ilha do Governador.

novembro – Afonso recebe, como prêmio escolar, um exemplar de As grandes invenções, obra de Luís Figuier.

1891 março – Matricula-se, como aluno interno, no Liceu Popular Niteroiense, dirigido por William Cunditt.

20 de março – João Henriques é promovido a almoxarife das Colônias de Alienados da Ilha do Governador.

1893 30 de dezembro – João Henriques é nomeado administrador das Colônias.

1895 12 de janeiro – Afonso faz exame de Português, no Ginásio Nacional, Rio de Janeiro. Aprovado simplesmente.

1895 17 de agosto – Faz exame de Francês. Aprovado simplesmente.

1896 10 de janeiro – Faz exames de História Geral e do Brasil. Aprovado simplesmente.

29 de janeiro – Faz exame de Aritmética. Aprovado simplesmente.

março – Matricula-se, como aluno interno, no Colégio Paula Freitas, no Rio de Janeiro, à Rua Haddock Lobo (curso anexo de preparatórios à Escola Politécnica).

1897 28 de janeiro – Faz exame de Desenho Geométrico Elementar, na Escola Politécnica (exame vestibular). Aprovado simplesmente.

5 de fevereiro – Faz exame de Inglês, no Ginásio Nacional. Aprovado simplesmente.

16 de março – Faz exames de Álgebra, Geometria, Trigonometria Retilínea e Álgebra Superior, na Escola Politécnica (vestibular). Aprovado simplesmente em todas essas cadeiras.

1º de abril – Faz exame de Física e Química, no Ginásio Nacional. Aprovado simplesmente.

2 de abril – Matricula-se, como ouvinte, na segunda cadeira do segundo ano do Curso de Engenharia Agronômica da Escola Politécnica (Zoologia).

7 de abril – Faz exame de História Natural, no Ginásio Nacional. Aprovado.

10 de abril – Matricula-se no primeiro ano do Curso Geral da Escola Politécnica.

novembro – Faz exame das cadeiras do primeiro ano. Aprovado em Física. Reprovado nas demais.

1898 abril – Matricula-se novamente no primeiro ano da Politécnica.

novembro – Faz exames de Cálculo e Geometria Descritiva, cadeiras que faltam para completar o primeiro ano. Reprovado em ambas.

1899 15 de fevereiro – Faz exames de segunda época. Aprovado em Geometria, reprovado em Cálculo.

1 de maio – Renova a matrícula no primeiro ano. Matricula-se no segundo, como ouvinte.

novembro – Faz exame de Cálculo. Reprovado.

1900 15 de fevereiro – Faz exame de Cálculo em segunda época. Nova bomba.

Viagem a Barbacena, em exercícios práticos da cadeira de Topografia.

novembro – Faz exame de Cálculo mais uma vez, sendo aprovado. Faz, ao mesmo tempo, exame das cadeiras do segundo ano. É aprovado em todas, exceto em Mecânica Racional.

1901 21 de fevereiro – Faz exame de Mecânica, em segunda época. Reprovado.

abril – Matricula-se no segundo ano, pois continua repetente em Mecânica. Matricula-se também no terceiro ano, como ouvinte.

1902 março – Reprovado novamente em Mecânica.

agosto – João Henriques, pai do escritor, enlouquece.

30 de agosto – Lima Barreto inicia a sua colaboração n’A Lanterna, jornal de estudantes.

A Família Lima Barreto muda-se da Ilha do Governador para o Rio de Janeiro, indo residir no Engenho Novo, à Rua Vinte e Quatro de Maio, nº 223.

10 de outubro – João Henriques tira uma licença de três meses, para tratamento da saúde.

novembro – Lima Barreto presta novo exame de Mecânica. Nova reprovação.

– Com Bastos Tigre, edita um periódico de efêmera duração: A Quinzena Alegre.

1903 2 de março – Decreto, aposentando João Henriques de Lima Barreto do cargo de administrador das Colônias de Alienados da Ilha do Governador.

12 de março – Lima Barreto é reprovado em Mecânica, pela quinta vez.

1903 31 de março – Matricula-se novamente no segundo ano e, como ouvinte, no terceiro.

– Colabora no Tagarela, jornal humorístico de Raul, Klixto e outros, sob o pseudônimo de Rui de Pina.

18 de junho – Inscreve-se no concurso para o preenchimento de uma vaga de amanuense na Diretoria do Expediente da Secretaria da Guerra.

9 de julho – É classificado em 2º lugar no concurso para a Secretaria da Guerra, com 6 7/20; o primeiro colocado obtivera 6 11/20.

12 de agosto – Aparecimento do semanário O Diabo, de Bastos Tigre e outros; deu apenas quatro números e contou com a colaboração de Lima Barreto.

27 de outubro – Nomeado amanuense da Diretoria do Expediente da Secretaria da Guerra.

28 de outubro – Toma posse do cargo.

– Passa a residir em Todos os Santos, à Rua Boa Vista, nº 76.

– Durante alguns meses, exerce as funções de secretário da Revista da Época, dirigida por Carlos Viana.

1904 – Começa a escrever Clara dos Anjos (primeira versão).

1905 28 de abril – Inicia no Correio da Manhã uma série de reportagens, sem assinatura, sob o título: “Os subterrâneos do Morro do Castelo”.

3 de junho – Publica o Correio a última das reportagens da série acima referida.

12 de julho – Data do prefácio das Recordações do escrivão Isaías Caminha: por essa época provavelmente começou a escrever o livro.

1906 8 de outubro – Data do prefácio de Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá; tudo indica que escreveu este livro, que só veio a ser publicado em 1919, em fins de 1906 e parte de 1907.

10 de outubro – Entra em licença para tratamento de saúde, até 15 de janeiro de 1907 (fraqueza geral, diz o exame médico).

1907 abril – Começa a trabalhar no Fon-Fon, como redator.

20 de junho – Em carta a Mário Pederneiras, demite-se da redação do Fon-Fon.

25 de outubro – 1º número da Floreal, onde inicia a publicação do Recordações do escrivão Isaías Caminha.

12 de novembro – 2º número da Floreal.

1 de dezembro – 3º número da Floreal.

31 de dezembro – 4º e último número da Floreal.

1909 fevereiro – Antônio Noronha Santos segue para a Europa, levando os originais do Recordações do escrivão Isaías Caminha, entregues ao editor A. M. Teixeira, em Lisboa.

dezembro – É posta à venda, no Rio de Janeiro, a 1ª edição do Recordações do escrivão Isaías Caminha.

– Com Antônio Noronha Santos, edita um panfleto contra a candidatura de Hermes da Fonseca à presidência da República. Intitula-se O Papão – “semanário dos bastidores da política, das artes e... das candidaturas”.

1910 setembro – Toma parte no júri da Primavera de Sangue.

– Viagem a Juiz de Fora.

1º de dezembro – Entra em licença na Secretaria da Guerra, para tratamento de saúde, até 28 de fevereiro de 1911. Impaludismo, diz o exame médico.

1911 janeiro – Começa a escrever o Triste fim de Policarpo Quaresma.

março – Termina o Triste fim de Policarpo Quaresma.

20 de abril – Começa a colaborar na Gazeta da Tarde, cujo redator-chefe é Vítor Silveira.

11 de agosto – O Jornal do Commercio (edição da tarde) inicia a publicação em folhetins do Triste fim de Policarpo Quaresma.

12 de agosto – Participa do movimento para a criação da Academia dos Novos, patrocinada pelo jornal A Imprensa, de Alcindo Guanabara.

19 de outubro – O Jornal do Commercio (edição da tarde) publica o último folhetim do Triste Fim de Policarpo Quaresma.

1912 1º de fevereiro – Licença para tratamento da saúde até 30 de abril do mesmo ano (reumatismo poliarticular, hipercinese cardíaca).

27 de junho – É posto à venda O Chamisco ou o Querido das mulheres. Assim o anuncia O Riso: “O Chamisco ou o querido das mulheres. O nec plus ultra da literatura brejeira. Desopilante história de um conquistador irresistível. Este belo livrinho contém cinco nítidas gravuras. Preço 1$500. Pelo correio, 2$000. Pedidos a A. Reis & Cia. R. do Rosário, 99. Telef. 3803. Rio de Janeiro”.

setembro – Publica os dois fascículos conhecidos das Aventuras do Doutor Bogóloff: I – Fiz-me, então diretor da Pecuária Nacional, e II – Como escapei de “salvar” o estado dos Carapicus.

10 de setembro – Aparece Entra, Senhórr!..., edição da revista O Riso. No anúncio, publicado na mesma revista, lê-se o seguinte: “Entra, Senhórr!... Sensacional romance humorístico. Narrativa de episódios interessantes, passados na alcova de uma horizontal. Belíssimas fotografias ornam esse hilariante romance. Preço 1$500. Pelo correio, 2$000. Pedidos a A. Reis & Cia. R. do Rosário, 99. Telef. 3803. Rio de Janeiro”.

1913 – 13 de setembro – Muda-se para a Rua Major Mascarenhas, nº 42, em Todos os Santos.

1914 19 de junho – Começa a escrever, diariamente, uma crônica para o Correio da Noite, jornal de Vítor Silveira, secretariado por Emílio Alvim.

julho – Participa do movimento para a fundação da Sociedade dos Homens de Letras.

18 de agosto – Primeira estada no hospício, de 18 de agosto a 13 de outubro.

1º de novembro – Licença para tratamento da saúde, até 31 de janeiro do ano seguinte (neurastenia, segundo o exame médico).

1915 15 de março – O jornal A Noite inicia a publicação, em folhetins, de Numa e a ninfa.

27 de março – Inicia a primeira fase da sua longa colaboração na Careta, que vai até 24/06/1916.

1916 26 de fevereiro – Aparecimento, em volume, do Triste fim de Policarpo Quaresma.

junho – Viagem a Ouro Fino (Minas Gerais).

16 de junho – Licenciado para tratamento da saúde, até 17 de julho do mesmo ano (neurastenia, com anemia pronunciada, opina a junta médica que o examinou).

25 de dezembro – Inicia a sua colaboração no A.B.C., semanário político, dirigido a princípio por Ferdinando Borla e depois por Paulo Hasslocher e Luís de Morais.

1917 julho – Recolhido, enfermo, ao Hospital Central do Exército.

– Entrega ao editor Jacinto Ribeiro dos Santos os originais de Os Bruzundangas, que só aparecerão em volume em dezembro de 1922, um mês após a morte do escritor.

21 de agosto – Em carta a Rui Barbosa, declara-se candidato à Academia Brasileira de Letras, na vaga existente com a morte de Sousa Bandeira. A inscrição não foi considerada.

setembro – Aparecimento da 2ª edição do Recordações do escrivão Isaías Caminha.

– Aparecimento de Numa e a ninfa, em volume.

1918 17 de janeiro – Começa a publicar no vespertino Lanterna uma série de crônicas, sob o pseudônimo de Dr. Bogóloff.

11 de maio – Lança no A.B.C. o seu manifesto maximalista, que termina com o grito de guerra: “Ave, Rússia!”.

25 de julho – Num artigo, publicado no semanário Brás Cubas, sob o título: “Vera Zassúlitch”, manifesta a sua simpatia pela Revolução Russa (“Não posso esconder o desejo de ver um [movimento] semelhante aqui”).

29 de julho – Requer aposentadoria do seu cargo na Secretaria da Guerra, “julgando-se inválido para o serviço público e contando mais de 10 anos, nos termos da Constituição e das leis”.

17 de agosto – Submete-se à primeira junta médica, que o examinou e que o considera inválido para o serviço público, por “sofrer de epilepsia tóxica”.

1º de setembro – Licenciado para tratamento da saúde, até 27 de dezembro do mesmo ano.

4 de novembro – É recolhido ao Hospital Central do Exército com a clavícula fraturada. Ali fica até 5 de janeiro de 1919.

9 de novembro – Remete a Monteiro Lobato os originais do Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá.

27 de novembro – Segundo exame médico, para efeito da aposentadoria. Resultado idêntico ao primeiro.

26 de dezembro – Decreto do presidente da República, aposentando Afonso Henriques de Lima Barreto, terceiro oficial da Diretoria do Expediente do Ministério da Guerra. Tempo líquido de serviço público: 14 anos, 3 meses e 12 dias.

– Muda-se para a Rua Major Mascarenhas, nº 26.

1919 1 de fevereiro – Suspende a sua colaboração no A.B.C., pelo fato de ter sido publicado nessa revista um artigo contra a raça negra.

22 de fevereiro – É posta à venda a 1ª edição do Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá.

24 de fevereiro – Candidato à Academia, na vaga de Emílio de Meneses, obtém 2 votos no primeiro e segundo escrutínios e apenas 1 voto no terceiro e quarto.

20 de março – Começa a publicar no semanário Hoje uma série de crônicas de folclore urbano, intituladas: “As mágoas e sonhos do povo”.

13 de setembro – Inicia a segunda fase da sua colaboração na Careta, só interrompida com a morte.

30 de outubro – Nova eleição para a vaga de Emílio de Meneses. É eleito Humberto de Campos.

25 de dezembro – Segunda estada no hospício, até 2 de fevereiro de 1920.

1920 4 de dezembro – Apresenta-se candidato ao prêmio da Academia Brasileira de Letras para o melhor livro publicado no ano anterior, com o Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá.

dezembro – Aparece, nas livrarias, Histórias e sonhos.

dezembro – Entrega ao editor Schettino os originais de Marginália, que se perderam.

1921 janeiro – Publica um trecho do romance: O cemitério dos vivos – “As origens”, na Revista Sousa Cruz.

abril – Viagem a Mirassol (São Paulo).

– A Academia Brasileira de Letras concede menção honrosa ao Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá.

junho (?) – Aparece o Gonzaga de “de roupa nova” (expressão de Monteiro Lobato); o editor trocara a capa, colocando os dizeres: “menção honrosa da Academia Brasileira de Letras” e pôs o livro novamente em circulação.

1921 1º de julho – Apresenta-se candidato à Academia, na vaga de Paulo Barreto (João do Rio).

agosto – Entrega ao editor os originais de Bagatelas, que só vão aparecer em 1923.

28 de setembro – Retira a sua candidatura à Academia, na vaga de Paulo Barreto, “por motivos inteiramente particulares e íntimos”.

outubro e novembro – Publica na Revista Sousa Cruz a conferência: “O destino da Literatura”, a única que fez e que deveria ter sido pronunciada em Rio Preto (São Paulo), por ocasião da sua estada em Mirassol.

dezembro – Começa a escrever Clara dos Anjos (segunda versão), que terminou em janeiro do ano seguinte.

1922 (?) – Entrega ao editor Schettino os originais de Feiras e mafuás.

maio – Na revista O Mundo Literário, publica o primeiro capítulo do romance inédito: Clara dos Anjos – “O Carteiro”.

1º de novembro – Falece, no Rio de Janeiro, à Rua Major Mascarenhas, nº 26, às 17 horas (gripe torácica e colapso cardíaco).

3 de novembro – Falece, no Rio de Janeiro, o pai do escritor.