Prólogo
O despertar do mal

Em alguma caverna qualquer, na floresta sombria.

Aquela noite estava bastante fria e perigosa. Era possível sentir o mal se manifestando lentamente entre as árvores sombrias. Quem estivesse andando na floresta naquele horário perceberia que um ritual estava sendo feito na caverna da feiticeira. E esta pessoa, que possivelmente estaria caminhando na floresta exatamente à meia noite, perceberá que foi uma péssima ideia andar por aquele local em horário tão inoportuno. Pois os mais espertos sabem que exatamente naquele horário a feiticeira assassinava pessoas para tomar-lhes o sangue, usar-lhes o coração para algum ritual demoníaco. Como o que estava acontecendo naquele exato momento.

A Feiticeira do Dragão girava dentro de um círculo feito de sal que circunscrevera no centro de sua caverna. Ao redor do círculo estavam algumas ervas espalhadas. Várias velas de iluminação macabra rodeavam o local. No meio do círculo estava um crânio humano límpido. A feiticeira girava de forma cada vez mais coreografada, enquanto repetia uma frase que ia sendo enunciada em entonações e em línguas diferentes. Os olhos da feiticeira estavam revirados, deixando apenas o glóbulo branco à mostra. Sua boca mexia-se rapidamente cuspindo as palavras e a mão com que ela segurava um jarro de porcelana estava ficando ainda mais apertada na cerâmica.

De repente, ela parou e encaminhou-se em direção ao crânio no meio do círculo. Apoiou um dos joelhos no chão e lentamente despejou o líquido avermelhado que estava no recipiente em cima do crânio, cobrindo-o com o sangue recém extraído do corpo de um assassino que andava ali por perto. Ela colocou o vaso de lado na terra e pegou o crânio entre as mãos. Com a mão esquerda ela segurou a parte inferior do crânio. Com a mão direita ela segurou a parte superior do crânio. Acariciando-o, como se ele fosse algo muito valioso. Seus olhos voltaram ao normal, mostrando suas íris castanhas.

— Muito em breve estaremos juntos, meu querido. Muito em breve. Não precisa mais se preocupar… – falou Ingrid, a Feiticeira do Dragão.

Logo, ela escutou um barulho, o chão estremeceu como se um monstro enorme estivesse a despertar de um sono muito profundo.