ensaio geral

 

 

 

 

Principalmente quando perdidas, as guerras têm o dom de atrair revoluções. Derrotadas no confronto com o inimigo externo, as forças do Estado se enfraquecem o suficiente para que seus opositores internos tomem o poder.

Não foi diferente com a Revolução Russa.

A Revolução de Outubro, também chamada Revolução Bolchevique, teve parto difícil.

Apesar da falência do arcaico czarismo e do descontentamento da maioria das classes sociais russas, foram necessárias duas guerras e duas revoluções preparatórias para que ela acontecesse.

A primeira dessas guerras foi a Russo-Japonesa, e sua consequência, a revolução de 1905.

No início deste século, russos e japoneses disputavam a posse da Manchúria e da Coreia, no litoral do Pacífico, no Extremo Oriente, extremo limite oriental do gigantesco Império Russo.

O Japão era uma potência emergente, recém-industrializada, e ávida por mercados e poder político na região.

Quando os japoneses, de surpresa, atacaram a poderosa frota russa fundeada nas costas da China, o ataque foi interpretado como um gesto insano de um pequeno país contra o império tão vasto e tão abundante de recursos.

Para surpresa geral, a Rússia foi fragorosamente derrotada, perdendo milhares de homens e toda a força que tinha no Extremo Oriente.

Na Rússia europeia e suas principais cidades, a derrota teve como efeito imediato a chamada revolução de 1905, uma revolução “democrático-burguesa”, o “ensaio geral” para a Revolução de 1917, no dizer de Lênin.

O império dos czares era uma efervescência só, inquietação social, greves, confrontos diretos entre trabalhadores e as forças do governo, atentados terroristas contra as autoridades, unindo numa só direção subversiva o movimento operário, o movimento camponês e o movimento da intelectualidade pequeno-burguesa, esta cada vez mais imbuída de ideias e princípios marxistas.

Estava para acontecer aquilo que Marx não poderia prever: a revolução socialista, que ele esperava acontecesse nos países mais adiantados (Inglaterra, França, Alemanha), ia acontecer num dos países industrialmente mais atrasados da Europa, no império dos Romanov, mundo de camponeses, kulaks e mujiques, onde o capitalismo industrial (e a classe operária) tinha sido introduzido “de fora” e dependia em tudo de capitais, investimentos e tecnologia estrangeira.

A revolução de 1905, que dura até 1907, tem a configuração confusa das revoluções que não deram certo.

Foi uma espécie de abalo sísmico, sem centro, vindo de todas as classes sociais da Rússia.

Em pleno século XX, a autocracia czarista constituía um anacronismo gritante, um país que se industrializava sob uma monarquia absoluta, de direito divino, sem Constituição, sem Parlamento nem Poder Legislativo independente.

A rebelião generalizada que tomou conta da Rússia, depois da derrota diante dos japoneses, em Port-Arthur, em dezembro de 1904, queria apenas atualizar as instituições políticas, com a introdução de uma Assembleia Legislativa autônoma, a Duma, palavra que, em russo, quer dizer tanto pensamento quanto assembleia.

Claro que o absolutismo czarista não estava disposto a ceder um palmo dos seus poderes. Nicolau II, o último dos czares, fuzilado pelos bolcheviques em 1917, era um cretino e um irresponsável, tão incapaz quanto Luís XVI, decapitado na Revolução Francesa.

Sua estupidez evidenciou-se no evento que deflagra 1905, o chamado “Domingo Vermelho”, ou “Sangrento”.

Em janeiro de 1905, 150 mil operários de Petrogrado, mulheres e filhos se dirigiram ao Palácio de Inverno do czar levando uma petição para o “papaizinho czar”, como o povo o chamava.

Conduzida por um padre ortodoxo, Gapon, a multidão portava imagens de santos, cruzes e grandes retratos do czar e de membros da família imperial.

Mas não conseguiu chegar ao seu destino. Nas proximidades do palácio, a guarda do czar, obedecendo a ordens superiores, abriu fogo contra a multidão, produzindo centenas de mortos e outras centenas de feridos.

Karamázov, o pai castrador, tem que ser morto.

A notícia desse massacre repercutiu em toda a classe operária do Império Russo: uma greve geral explodiu em Moscou, em Varsóvia, na Polônia, e em Tíflis, capital da Geórgia, no Cáucaso. Ao todo, entraram em greve mais de 800 mil operários.

No campo, milhares de camponeses se insurgem contra seus senhores, queimando, saqueando e destruindo as mansões dos ricos proprietários.

Em outubro de 1905, os bolcheviques de Moscou deflagram uma greve política que paralisou 2 milhões de operários.

A inquietação atinge as Forças Armadas, braço forte do regime. A marinheiragem de um poderoso vaso de guerra russo, o encouraçado Potemkin, se amotina, mata os oficiais e circula vitoriosa pelos portos do mar Negro.

As novas ideias se espalham, o futuro é incerto, todas as classes conspiram.

A desordem toma conta do país. Mas ainda era apenas a desordem. Ainda não era a Revolução.

Pressionado de todos os lados, o czar cede e convoca duas Dumas, que dissolverá em seguida, assim que a pressão da sociedade começa a esmorecer e a perder força e coesão. “A revolução não é vocação natural dos povos”, diria depois Trótski…

Com a derrota da revolução de 1905, o absolutismo czarista se cristaliza e se fossiliza ainda mais em seu centralismo vertical. O aparato policial, a teia de delações, a canina vigilância das autoridades estrangulam ainda mais o povo russo. O campo é pacificado, por via militar.

De dentro, não havia salvação. A salvação tinha que vir de fora. Do mesmo lugar donde vinha a consciência. Para o povo russo e para a classe operária.

Só a Primeira Guerra Mundial (1914-8) conseguiria quebrar a máquina do czarismo.

Mas, no interior da derrotada revolução, quase que imperceptivelmente, tinha nascido, espontaneamente, uma instituição que viria a desempenhar papel central na revolução seguinte, a vitoriosa de 1917. Eram os sovietes, assembleias de operários, camponeses e soldados, os humilhados e ofendidos da Rússia, uma forma primária e original de democracia popular, nascida sem interferência das elites revolucionárias da intelligentsia. Uma democracia de baixo para cima, trabalhadores votando livremente em seus representantes, acatando suas deliberações, acompanhando suas diretrizes.

Nos sovietes, os operários russos inventaram a democracia, que a elite não tinha conseguido.

A elite revolucionária foi apanhada de surpresa. Isso não estava nos planos. Num primeiro momento, sempre zeloso da unidade de esforços e do papel condutor do Partido, Lênin condenou os sovietes, a democracia soviética. Certamente, os sovietes lhe pareciam forças desagregadoras, dispersivas, centrífugas. O bom andamento da revolução, agora, teria que contar com a laboriosa orquestração de centenas de assembleias de trabalhadores, broncos, primários, teoricamente desequipados, comparados com os brilhantes quadros de marxistas bolcheviques e mencheviques.

Nessas alturas, nem Lênin nem Trótski ainda concebiam a ideia de uma revolução e de um Estado totalmente baseado na classe trabalhadora, operários e camponeses. Diante da fraqueza da classe trabalhadora, alguma espécie de coalizão com a pequena burguesia e os estratos semiproletários seria inevitável, para o êxito da Revolução.

O atraso histórico da Rússia justificava a dúvida: revolução burguesa ou proletária? E qual seria a parte que caberia ao proletariado, na nova sociedade? Logo bolcheviques e mencheviques estariam lutando para responder a questões bem mais prementes.

Em fevereiro de 1905, um mês depois do “Domingo Sangrento”, Trótski chega a Kiev, capital da Ucrânia, no ocidente da Rússia. Vem clandestino, com nome e documentos falsos. A polícia prende sua mulher, Natália Sedova, durante uma manifestação de Primeiro de Maio. Polícia nos calcanhares, Trótski foge para a Finlândia, que fazia parte do Império Russo. Em outubro de 1905, recebe notícias: uma enorme greve geral tinha estourado em Petrogrado. Imediatamente, faz as malas, e parte em direção à grande paixão de sua vida, a greve, a agitação, o conflito, a tempestade de homens que se chama revolução.

No próprio dia de sua chegada da Finlândia, irrompe no soviete de Petrogrado, identifica-se, é reconhecido pelos que conheciam seus escritos, artigos de jornal e peripécias, discursa, organiza, conspira. Logo, adquire grande força no interior dessa assembleia proletária, de quem recebe toda a energia do povo rebelado e a quem devolve a inspiração em entusiasmo, dedicação e lucidez. Afinal, a intelligentsia revolucionária não poderia deixar as massas sozinhas, entregues a suas tendências centrífugas e ao imediatismo dos seus objetivos…

Depois de cinquenta dias de agitação, as tropas do czar invadem o recinto das reuniões, e dão por encerrado o primeiro soviete da história, levando presos todos os seus líderes, Trótski inclusive.

Mas a constituição de uma assembleia de representantes dos trabalhadores nada tinha de ilegal. De dentro da prisão, Trótski e outros líderes preparavam uma justificativa legal para a acusação de que armavam um golpe, uma insurreição armada. Como sempre fez nessas ocasiões, Liev desenvolveu, na prisão, uma intensa produção de textos teóricos, reflexões históricas, ensaios econômico-políticos, aprofundando e amadurecendo sua compreensão do processo histórico russo, europeu e mundial, articulando as causas remotas com os efeitos imediatos. Todo esse trabalho realizou sem bibliotecas, longe de qualquer convívio acadêmico, sozinho, falando com a Humanidade.

Os líderes da Revolução de Outubro passaram longos anos de suas vidas na prisão, no exílio, no degredo. Anos sem vida sentimental ou sexual, sem convívio social, sem fonte de renda fixa, sem família, anos sem paz, anos com medo, com raiva, alimentados apenas pela certeza de que lutavam por um mundo melhor.

Se o conceito de santidade, significando autoentrega idealista a uma causa maior, ainda faz algum sentido, bem que poderíamos aplicá-lo a esses “santos da Revolução”, heróis dedicados à mais difícil das tarefas, a transformação radical do ordenamento sociopolítico-econômico de uma sociedade.

Os santos, claro, são cruéis. Suas virtudes nos colocam em xeque, eles estabelecem os limites, os recordes, os máximos do viver humano. A integridade do seu sacrifício zomba de nossa mediania.

Preso esteve Trótski, mas não inativo.

Prometia ser tumultuado o julgamento dos chefes do soviete de Petrogrado. Muitas greves de vulto tinham protestado contra sua prisão.

Tão brilhante falando, quanto escrevendo, Trótski atuou como advogado da assembleia, durante o julgamento. Sua defesa procurou contestar a acusação mais grave: a de preparação de uma insurreição armada. Em novembro, saiu o veredicto. O soviete era absolvido da acusação principal. Quanto a Trótski e outros líderes, exílio perpétuo na Sibéria, e perda de todos os direitos civis. Era na cabeça que o czarismo queria ferir o movimento.

Trótski e os companheiros foram remetidos, depois de quase um mês de viagem por trem, até a colônia penal de Obdorsk, perto do rio Ob, a mil e seiscentos quilômetros de qualquer ferrovia ou posto telegráfico.

Mais uma vez, Trótski foge, desta vez, antes de chegar ao destino.

Acobertado por simpatizantes, faz a viagem de volta para Petrogrado, através de rios gelados e tempestades de neve.

No caminho, mentindo seu nome e ocupação, passou por todas as barreiras e obstáculos. O perigo estava em Petrogrado, onde todos os policiais o conheciam. Foi para lá que se dirigiu, mandando um telegrama para Natália, assim que chegou, o cúmulo da imprudência que podia cometer.

Reprimido o “ensaio geral”, em 1907, o despotismo czarista requintou a repressão, que imperou, soberana, até o fatídico ano de 1914, início da Guerra Mundial.

Foram anos de relativa calmaria e de refluxo no movimento revolucionário, extenuado e desiludido diante da resistência do império dos czares e suas instituições medievais.

Lógico que bolcheviques, mencheviques e outros agrupamentos revolucionários não ficaram parados. Mas seus movimentos foram mais de ordem interna, acomodações teóricas, conflitos intergrupais, lutas de facções e outros acidentes próprios da subversidade clandestina.

Trótski, sempre muito brigão e polêmico, manteve intensa atividade teórica e reflexiva, procurando, sobretudo, “pensar 1905”, os porquês da derrota. Chegou mesmo a declarar: “durante os anos de reação, a maior parte do meu trabalho consistiu em interpretar a revolução de 1905, e preparar o caminho para a revolução seguinte, através da análise teórica”.

Mal chegado da fuga da Sibéria, parte para a Finlândia, onde se encontra com Lênin e Martov, que o recebem efusivamente, admirados com sua peripécia mais recente. Logo depois já está em Londres, presente numa reunião do Partido.

É de pasmar o dinamismo e a determinação de alguém que, em menos de um ano, vai do interior da Sibéria até a Inglaterra, numa época em que as viagens se faziam só por terra e mar, trens, carruagens, navios, consumindo dias, semanas e meses. Trótski está com vinte e oito anos, em seu pleno vigor de camponês ucraniano.

O congresso em Londres aprofunda as diferenças entre bolcheviques e mencheviques. Entre Lênin e Trótski. Não que Trótski fosse um menchevique, pura e simplesmente. Os anos de 1907 até 1914 o veem nas brigas de foice internas, ora votando com uns, ora com outros. Nesse congresso, estava presente Rosa Luxemburgo, que concordou com as posições de Trótski. E estava também um obscuro bolchevique do Cáucaso, um georgiano, Ióssif Djugachvili, depois conhecido pela alcunha de Stálin.

Absorto em suas disputas com a inteligência de Lênin, a única que reconhecia como igual à sua, Trótski parece não ter prestado muita atenção no obscuro caucasiano, um “bárbaro” do interior, que, provavelmente, nem falava russo direito. Jamais poderia imaginar que, um dia, aquele caucasiano iria derrotá-lo, expulsá-lo do Partido, exilá-lo, persegui-lo pelo mundo afora, até matá-lo, no México.

Depois do congresso, onde a apaixonada tagarelice dos russos esgotou todos os assuntos relativos à Revolução, Trótski foi para Berlim, e daí para Viena, na Áustria, onde viveu anos, até o começo da Primeira Grande Guerra. Lá, parece que viveu tempos de relativa paz e calmaria, com a mulher Natália, e os filhos, Liova e Serioja, escrevendo intensamente para a imprensa socialista europeia, em russo, em alemão, em francês, em inglês, com a facilidade poliglótica de todo bom judeu errante.

Nesses anos, ia frequentemente a Paris, Londres ou Munique, e acompanhava a rica efervescência artística da época.

Em Viena, uma das capitais mais cultas da Europa, mergulhou na ebulição intelectual e artística da cidade, envolvendo-se com gosto em sua atmosfera cosmopolita, multilíngue e ligeiramente decadente.

Nos conciliábulos socialistas da Áustria, compareceu várias vezes como representante do socialismo russo.

Mas, na Europa centro-ocidental, conviveu muito tempo com ideias da “social-democracia”, esta fórmula conciliatória entre o capital e o trabalho, última fronteira entre o socialismo e o capitalismo.

Em 1908, em Viena, começa a dirigir aquele pequeno jornal chamado Pravda (em russo, verdade), órgão de mencheviques ucranianos.

Era mais um jornal subversivo russo, editado no estrangeiro, que seria levado para a Rússia e nela distribuído por perigosas vias clandestinas. Mas o Pravda vienense de Trótski foi mais um motivo de discórdia com Lênin e os bolcheviques, naquelas questiúnculas incompreensíveis, que faziam a vida dos círculos russos subversivos, espalhados pelas capitais europeias.

Na equipe de redação do jornal, Trótski conheceu Adolf Yoffe, jovem intelectual, neurótico, que tinha sido paciente de Adler, discípulo de Freud. Através dele, Trótski descobriu Freud, cujas teorias chegou a defender, argumentando que nada tinham de antagônico com o materialismo marxista.

Anos depois, na Rússia, em 1927, Yoffe se suicida, em protesto contra a expulsão de Trótski do Partido Comunista.

O Pravda vienense foi palco de luta contínua entre Lênin e Trótski, entre bolcheviques e mencheviques, embate cheio de marchas e contramarchas, impasses e rupturas, em que o pensamento revolucionário russo afinou armas e instrumentos.

As discordâncias e conflitos entre dois grupos, terminou-as Lênin, abruptamente, em 1912, num congresso em Praga, quando declarou que o Partido era a facção bolchevique.

Trótski ficou furioso com a atitude.

E mais furioso ainda quando os bolcheviques, na Rússia, começaram a editar um jornal também chamado Pravda, para captar o público que o Pravda vienense já tinha angariado.

O diretor do Pravda russo, plágio do vienense, era aquele mesmo obscuro georgiano, Ióssif Djugachvili, hoje Stálin.

O roubo do nome deu margem a uma breve briga verbal entre Trótski e o georgiano, origem de uma futura inimizade implacável.

Na Rússia, o movimento clandestino e subversivo começa a recobrar forças.

Essa volta à vida das ideias revolucionárias é marcada pelo surgimento e entrechoque desses jornais e periódicos de curta duração, onde a discussão é áspera e, à maneira russa, os insultos substituem, muitas vezes, a argumentação.

Eram brigas internas, entreveros entre pessoas que, no fundo, queriam a mesma coisa: a queda do czarismo e a instauração de uma sociedade socialista, sob a égide do poder proletário. Esse, o ideário mínimo.

As personalidades, porém, eram diferentes, as táticas divergiam, as alianças se faziam e se desfaziam com a velocidade do filme da história, que, a essas alturas, deixava de andar de trem para voar de avião.

Mas não se pense que eram apenas questiúnculas internas de uma seita de lunáticos. Foi nos conflitos internos, disputando os poderes na redação desses jornais (no fundo, toscos boletins, cheios de palavras de ordem) que os futuros líderes da Revolução testaram armas, afinaram seus instrumentos, aclararam posições, no atrito com as posturas dos outros.

Esse jornalismo subversivo e clandestino treinou a mais brilhante geração de governantes e políticos que o mundo já vira.

Não era apenas um tiroteio de artilharia verbal. As futuras diretrizes da Revolução e da construção do socialismo na URSS já estavam ali se configurando. O duro centralismo de Lênin, intransigentemente proletário na base, aristocrático na cúpula (“a consciência vem de fora”…). As hesitações de Trótski, o sempre ex-menchevique, judeu, mais europeu, menos mongol, o homem das sutilezas, infelizmente, sempre superior ao curso da história… Gengis Khan, a Ásia, acabaria vencendo: no bate-bola diário da política, Trótski não era páreo para o georgiano Ióssif Stálin, que viria a transformar o pensamento e a prática viva de Lênin nesse academicismo ideológico, que é o chamado “marxismo-leninismo”.

Mas naqueles remotos tempos ninguém poderia imaginar o que viria.

Os subversivos russos brigavam entre si, no estrangeiro, vivendo vida de ratos de esgoto, fugindo de todas as polícias, que os perseguiam como inimigos do gênero humano.

Dessas microbatalhas fratricidas, veio acordá-los a Catástrofe.