Instintivamente, o braço se estende, dedos da mão unidos, como se fosse tocar as folhas da Bíblia. É um ato ostensivo de promessa ante Deus pela fidelidade da conduta pessoal, exatamente nos limites do compromisso. O efeito jurídico é do liame contratual com a própria Dignidade da Justiça. A omissão constitui crime. Sabemos o Juramento compromisso legal antes da posse de uma função pública, seja qual for sua importância e o Juramento militar, ante o Pavilhão Nacional, com o braço na horizontal, incorporando-se às Forças Armadas. Etiqueta infalível em todos os recantos da contemporaneidade. Na Grécia e Roma o juramento, Sacramentum, participava do formalismo forense e militar. Jurava-se pelos Deuses, pela Boa-Fé. No Império, pelo nome sagrado do Imperador, imprecando-se castigo em caso de violação perjuratória. O braço ficava na diagonal, dirigido aos Altares. E assim atravessou vulgaridade indispensável, com os vários juramentos a Deus, ao Rei e ao Senhor feudal. O braço sugeria uma espada apontada em saudação ao vulto da Autoridade, como os romanos e gregos às insígnias da Legião e da Corte. Mesmo ritual para os Povos germânicos, jurando ante a tenda do Rei, orlada de atributos religiosos. Com a oficialização do Cristianismo, os Evangelhos constituíram o objeto material do pacto moral, pondo-se a destra no livro aberto. A mais remota posição foi o braço direito na diagonal. Atitude invocatória aos Deuses, implorando proteção, suplicando-lhes auxílios defensivos em troca da Dedicatio individual. “O campo está eriçado de mãos direitas!” exclama Danaus nas Suplicantes, a mais antiga das tragédias de Ésquilo, 475 anos antes de Cristo.