Braços estendidos, palmas das mãos voltadas para fora, em vertical, valiam fórmula clássica de súplica no antigo Egito. Não vi o original mas me reporto e dou fé ao desenho divulgado pelo abade Vigouroux na sua Bible Polyglotte, sob o título: Aegyptii regem adorantes. O grupo reverente, de pé, ajoelhado, curvado, cabeças ao rés do solo, mostra o côncavo das mãos exibidas como se esperassem incenso. São os impetrantes à divina generosidade do Faraó, filho dos Deuses, Deus pessoal. O gesto, inalterado, possui interpretação contemporânea bem diversa. Pertence, mesmo no plano universal, ao complexo mímico da evitação, parança, afastamento. Para que implorem é indispensável que as mãos estejam com as palmas na horizontal e não na perpendicular.