Theoretically this is an age of Science! Pois sim. Ciência que não penetrou a mentalidade do Homem, mantendo-o inalterável complexo de Anjo e Demônio. Vivem os resíduos das práticas exorcistas católicas já existentes no primeiro século e renitentes, apesar das restrições conciliares do Vaticano II; das purificações da Grécia e Roma: dos cultos da Caldeia derramados entre os romanos e semeados pela Europa sob as legiões do Império; da Bruxaria medieval; dos processos feiticeiros dos séculos XV ao XVIII, patrimônio da Credulidade eterna, resistindo, soberano, entre os edifícios de cinquenta andares. A Bruxa não viaja cavalgando um cabo de vassoura mas sentada numa poltrona de avião a jato. The civilized man has a moral obligation to be skeptical! Pois sim. Quando falamos nesses assuntos aos europeus e norte-americanos do Alto Progresso Mecânico, têm um sorriso de compreensão apiedado para os Povos que não pertencem às Nacionalidades Determinantes. Estão completamente esquecidos da poderosa existência da Superstição entre os seus valorizados conterrâneos. As Cidades crescem mas seus habitantes são criaturas humanas, orgulhosas da maquinaria e temerosas do inevitável Sobrenatural. Bergen Evan71 e os ingleses Edwin e Mona Radford72 pesquisaram e colheram documentário nos Estados Unidos e Grã-Bretanha anterior, em volume e extensão, ao dilúvio de Angústia e Sexuália desabando sobre a Humanidade eletrônica. Completará o painel The Folk-lore of Sex (New York, 1951), do doutor em Filosofia Albert Ellis. Verificar-se-á a Cidade-Grande constituir convergência de todos os escoadouros supersticiosos do Mundo na surpreendente widespread diffusion of superstitious beliefs, divulga Sir John Hammerton em plena contemporaneidade astronáutica. Onde a moda consagrou os colares de abundantes amuletos para o pescoço dos três sexos? Os pretos africanos ornamentam-se sabendo a história de cada objeto mágico aparentemente decorativo. Os elegantes ocidentais obedecem jubilosos às imposições exteriores, alheias à escolha submissa dos usuários. Sem que tenham Fé religiosa, mantêm a disponibilidade crédula e na maioria a repetição maquinal dos gestos propiciatórios do Bem ou afastadores do Mal. Muito mais acreditam nos Efeitos do que nas Causas. Não mais havendo hierarquia no confuso e difuso Culto personalíssimo onde Deus é uma informe névoa luminosa como fora sarça flamejante, amuletos e gestos caracterizam a liturgia intermitente e desordenada. Há mais profissionais do Pavor na Califórnia que no Rio de Janeiro e Buenos Aires reunidos. Os gestos mágicos são diariamente vistos na consciência ou insciência das origens mais abundantes e naturais na mímica cotidiana: Bater palmas, tocar o solo, tocar madeira, erguer a mão aberta, fazer figas, fazer Isola (indicador e mínimo estendidos, os demais presos sob o polegar), varrer os ares com os dez dedos espaçados, balançar a cabeça, soprar, ajoelhar-se, indicador e médio afastados em ângulo, fechar os olhos em concentração, entrar com o pé direito, abanar a mão como dispersando mau cheiro, escarrar afastando imagens opressivas, abençoar com o sinal da Cruz ou a mão na cabeça, beijar a unha do polegar (final de benzer-se em Roma), curto sopro dizendo “Livra!”, mãos postas, mão curvada batendo o ar como se ferisse alguma coisa viva, cruz com os indicadores ou polegares, tantos, tantos... This is an age of Science!