A conclusão é o momento de atar as pontas, não as duas pontas da vida,
restaurando na velhice a adolescência, como queria Dom Casmurro,
mas as intenções e o produto, mostrando como neste estão aquelas.
José Luiz Fiorin
Para um bom desempenho em provas, é fundamental não somente estudar a teoria, mas treinar o que se estudou com exercícios.
Após cada parte deste livro você encontrou questões, com respostas comentadas que ajudaram na fixação dos conceitos, tanto da gramática quanto da interpretação de texto, redação oficial e redação discursiva. Depois desse trabalho de fixação, é importante testar os conhecimentos acumulados.
Pensando nisso, preparamos 35 provas simuladas, envolvendo todos os assuntos apresentados na obra. Elas representam o estilo das principais empresas preparadoras de exames, tais como: Cesgranrio, Cespe-UnB, Cetro Consulplan, Esaf, FCC, FGV, NCE-UFRJ, Vunesp, entre outras.
Essas provas simuladas apresentam, cada uma, dez questões sobre vários assuntos, para que você possa ter uma ideia clara e inequívoca de como é uma prova moderna de Língua Portuguesa.
Elas devem ser resolvidas paulatinamente, para que você observe a sua crescente melhoria no desempenho das resoluções: resolva uma prova simulada, volte à teoria, revise o conteúdo, refaça os exercícios e, em seguida, resolva outra prova simulada. Esse trabalho de revisão é que fará com que o seu desempenho de estudante melhore dia a dia.
Durante todo o livro, as respostas das questões foram colocadas logo após cada uma delas, pois assim facilitamos o trabalho de fixação de conceitos. Como o intuito destas provas simuladas é testar o seu conhecimento, o gabarito das questões é colocado ao final de cada prova, para que assim você possa dedicar um tempo à resolução e, depois disso, conferir acertos e erros.
Lembre-se de que não basta conferir o gabarito. Para que aumente o seu número de acertos a cada prova, é preciso que, ao errar uma questão, você volte à teoria, revise conceitos e refaça exercícios.
Então, bom treino.
Leia o texto abaixo para responder à questão 1.
Duas pesquisas mostram que as políticas sociais e de combate à fome implementadas pelo governo federal começam a apresentar resultados concretos na melhoria das condições de vida do povo brasileiro. Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), intitulado “Miséria em Queda”, baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE, confirmou que a miséria no Brasil caiu em 2004, e atingiu o nível mais baixo desde 1992. O número de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza passou de 27,26% da população, em 2003, para 25,08%, em 2004. Em 1992, esse percentual era de 35,87%. É considerado abaixo da linha da pobreza quem pertence a uma família com renda inferior a R$ 115 mensais, valor considerado o mínimo para garantir a alimentação de uma família. O estudo da FGV mostrou que o índice de miséria no Brasil caiu 8%, de 2003 para 2004, deixando o país com a menor proporção de miseráveis desde 1992.
1. Assinale a opção que não constitui continuação coesa e coerente para o texto acima.
a) A cobertura destes dois programas alcança os bolsões de pobreza das zonas mais distantes dos grandes centros, reduzindo bastante a miséria no país.
b) O coordenador do estudo da FGV atribuiu a queda da pobreza ao crescimento econômico do país e listou fatores como estabilidade da inflação, reajuste do salário mínimo, recuperação do mercado de trabalho, aumento da geração de empregos formais e, ainda, o aumento da presença do Estado na economia, com uma maior transferência de renda para a sociedade.
c) O aumento da taxa de escolarização da população tem sido fundamental para a redução da desigualdade entre ricos e pobres.
d) Há uma nova geração de programas sociais que está fazendo a sociedade brasileira enxergar que é preciso dar mais a quem tem menos e entre os exemplos estão o programa Bolsa Família e o programa de aposentadoria rural.
e) A redução da taxa de pobreza foi fortemente influenciada pela queda na distância entre os ricos e pobres no Brasil, registrada em três anos consecutivos. Somente em 2004, a desigualdade caiu duas vezes mais do que no ano anterior.
(Adaptado de Em Questão, n. 379 — Brasília, 30 de novembro de 2005)
Leia o texto abaixo para responder à questão 2.
Haverá (1) incentivo para o aprimoramento da tecnologia nacional de produção do combustível biodiesel. Para o desenvolvimento de pesquisas e processos de produção foi destinado (2) R$ 16 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Parte (3) desses recursos está sendo aplicada (4) na formação da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel (RBTB), formada por universidades e instituições de pesquisa de 23 estados, e no reforço de infraestrutura laboratorial (5) para monitorar a qualidade do biodiesel.
(Adaptado de Em Questão, n. 261 — Brasília, 08 de dezembro de 2004)
2. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Leia o texto abaixo para responder às questões 3 e 4.
As pesquisas desenvolvidas nos vários centros nacionais e internacionais, tanto em animais quanto em seres humanos, têm demonstrado que o tratamento regenerativo com células-tronco está deixando de ser uma utopia, podendo tornar-se importante recurso para o tratamento de diversas doenças. As pesquisas mostram que essas células têm potencial capaz de reparar as alterações determinadas pelas doenças que provocam perda ou diminuição da capacidade funcional de determinados órgãos do nosso corpo. Assim, especula-se que os transplantes de células-tronco possam vir a beneficiar doenças do coração, doenças neurovegetativas, degeneração celular ligada ao envelhecimento e a tratar certas formas de câncer, como as leucemias.
(O Globo, 11.03.2006. José Barbosa Filho e Roberto Benchimol Barbosa)
3. Assinale a opção correta em relação às formas verbais do texto.
a) “têm” (1o período) está no plural para concordar com “seres humanos”.
b) “está deixando de ser” (1o período) concorda com “células-tronco”.
c) “provocam” (2o período) está no plural para concordar com “pesquisas” (2o período).
d) “especula-se” (3o período) apresenta sujeito implícito.
e) “a tratar” (3o período) forma locução verbal com “possam vir” (3o período).
4. Assinale a opção que está de acordo com as ideias do texto.
a) O tratamento com células-tronco já se tornou importante recurso para o tratamento de doenças.
b) As células-tronco provocam diminuição da capacidade funcional de determinados órgãos.
c) O tratamento com células-tronco pode vir a tornar-se recurso para reparar os danos à saúde causados por diversas doenças.
d) Os transplantes de células-tronco já beneficiam doenças do coração e doenças neurovegetativas.
e) As células-tronco já tratam, principalmente, certas formas de câncer, como as leucemias.
Leia o texto abaixo para responder à questão 5.
Há (1) os que defendem um governo universal; essa seria, de acordo com certos teóricos, a única forma de eliminar as guerras, de construir uma paz durável, se não (2) eterna. Outros teóricos apontam a impossibilidade de governo universal sobre (3) uma História construída nos fundamentos da desigualdade. A paz só pode ser obtida entre sociedades iguais, e as sociedades nunca serão (4) iguais. Se houver a provável igualdade econômica, sempre haverá a desigualdade cultural, e, por fim, os deuses tão pouco (5) são iguais.
(Adaptado de Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 11.03.2006)
5. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical, no texto acima.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Leia o texto abaixo para responder à questão 6.
Para incentivar a fabricação do biodiesel, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar até 90% dos itens passíveis de apoio para projetos com o Selo Combustível Social e até 80% para os demais projetos. Os recursos serão destinados a todas as fases de produção, como a agrícola, a fabricação do óleo bruto, o armazenamento e a aquisição de máquinas. A partir do próximo ano, estarão à disposição R$ 100 milhões para linhas de financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para o cultivo da matéria-prima do combustível renovável. Estima-se que 250 mil famílias de agricultores familiares e assentados da reforma agrária participam da produção de oleaginosas para atender o mercado de B2.
6. Assinale a substituição necessária para que o texto acima fique gramaticalmente correto.
a) “vai financiar” por financiará
b) “serão destinados” por destinar-se-ão
c) “estarão” por vão estar
d) “para o cultivo da” por para que se cultive
e) “participam” por participem
7. Assinale a opção que preenche respectiva e corretamente as lacunas do texto.
O século XXI desponta com a atenção da comunidade científica voltada (1) pesquisas que visam aprimorar os conhecimentos sobre a biologia celular. A aplicação racional (2) conhecimentos possibilitará o surgimento de uma nova modalidade de tratamento de doenças: a terapêutica celular regenerativa, (3) base será o emprego das chamadas células-tronco. (4) sua capacidade regenerativa, estas células se apresentam como potencialmente habilitadas para restituir o estado funcional de órgãos doentes (5) forem implantadas.
(O Globo, 11.03.2006. José Barbosa Filho e Roberto Benchimol Barbosa)
a) para as / desses / cuja / Em face de / em que
b) a / dos / que a / Face à / nos quais
c) às / de / tais qual / Diante de / no que
d) nas / de / com a / À frente de / em quais
e) perante as / dos / da qual / Diante à / em cujos
Leia o texto abaixo para responder à questão 8.
O Brasil é sócio fundador do FMI desde 1944 e o pagamento antecipado da dívida não vai alterar o bom relacionamento entre essa instituição e o País. Além das relações normais previstas no Artigo IV do Estatuto do Fundo para todos os países-membros, _____________ que deverão ter impacto importante em outros países-membros, notadamente no que concerne ao Projeto Piloto de Investimento e à implementação do Manual de Contas Públicas. Além disso, o Brasil dará prosseguimento ao diálogo que vem mantendo com o Fundo sobre a conveniência de desenvolver mecanismos que fortaleçam a arquitetura financeira mundial e amenizem os impactos de choques sobre a conta de capital das economias abertas.
(Adaptado de Em Questão, n. 387 — Brasília, 26 de dezembro de 2005)
8. Assinale a opção que completa o texto acima com coesão e coerência.
a) alguns dos projetos conjuntos
b) o Brasil continuará desenvolvendo projetos conjuntos
c) determinados projetos conjuntos
d) o desenvolvimento de determinados projetos conjuntos
e) o Brasil e o desenvolvimento conjunto de projetos
9. Assinale a opção em que há erro.
a) A crise de 2002 reduziu significativamente o fluxo de recursos externos no Brasil e elevou bastante o risco-país, indicador de confiança do investidor estrangeiro num determinado país.
b) Em 2003, houve um ajuste fiscal mais firme para controlar a inflação, a expansão do crédito doméstico e o aumento da demanda externa por produtos brasileiros, fato que permitiu a retomada do crescimento da economia em 2004.
c) As políticas de ajuste ainda permitiram a diminuição de dívida líquida do setor público de 57,2% do PIB, no final de 2003, para 51,8%, no fim do ano passado.
d) Para continuar a crescer de forma sustentável é necessário recuperar os investimentos e ampliar a capacidade de atrairem recursos estrangeiros.
e) Para enfrentar esses desafios, são necessários os esforços para equilibrar as contas da Previdência Social, reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), implementar a nova Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior e aprovar a lei das Parcerias Público-Privadas.
(Adaptado de Em Questão, n. 355 — Brasília, 12 de setembro de 2005)
10. Assinale a opção em que o emprego dos sinais de pontuação está correto.
a) Motoristas e montadoras de automóveis, não terão que desembolsar mais recursos com a mudança para o biodiesel, pois esse combustível não exige nenhuma alteração nos motores dos veículos.
b) A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), assegurou a garantia dos motores dos veículos que utilizarem o biodiesel misturado ao diesel na proporção de 2%, como foi autorizado.
c) Além disso, o combustível renovável poderá ser usado, em substituição ao óleo diesel em usinas termelétricas, na geração de energia elétrica em comunidades de difícil acesso, como é o caso de diversas localidades na região Norte.
d) Para autorizar o uso do biodiesel no mercado nacional, o governo, editou um conjunto de atos legais que tratam dos percentuais de mistura do biodiesel ao diesel, da forma de utilização e do regime tributário.
e) Tal regime, considera a diferenciação das alíquotas com base na região de plantio, nas oleaginosas e na categoria de produção (agronegócio e agricultura familiar). O governo cria também o Selo Combustível Social e isenta a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
(Adaptado de Em Questão, n. 261 — Brasília, 08 de dezembro de 2004)
1-a, 2-b, 3-e, 4-c, 5-e, 6-e, 7-a, 8-b, 9-d, 10-c.
Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto que segue.
Propósitos e liberdade
Desde que nascemos e a nossa vida começou, não há mais nenhum ponto zero possível. Não há como começar do nada. Talvez seja isso que torna tão difícil cumprir propósitos de Ano-Novo. E, a bem da verdade, o que dificulta realizar qualquer novo propósito, em qualquer tempo.
O passado é como argila que nos molda e a que estamos presos, embora chamados imperiosamente pelo futuro. Não escapamos do tempo, não escapamos da nossa história. Somos pressionados pela realidade e pelos desejos. Como pode o ser humano ser livre se ele está inexoravelmente premido por seus anseios e amarrado ao enredo de sua vida? Para muitos filósofos, é nesse conflito que está o problema da nossa liberdade.
Alguns tentam resolver esse dilema afirmando que a liberdade é a nossa capacidade de escolher, a que chamam livre-arbítrio. Liberdade se traduziria por ponderar e eleger entre o que quero e o que não quero ou entre o bem e o mal, por exemplo. Liberdade seria, portanto, sinônimo de decisão.
Prefiro a interpretação de outros pensadores, que nos dizem que somos livres quando agimos. E agir é iniciar uma nova cadeia de acontecimentos, por mais atrelados que estejamos a uma ordem anterior. Liberdade é, então, começar o improvável e o impensável. É sobrepujar hábitos, crenças, determinações, medos, preconceitos. Ser livre é tomar a iniciativa de principiar novas possibilidades. Desamarrar. Abrir novos tempos.
Nossa história e nosso passado não são nem cargas indesejadas, nem determinações absolutas. Sem eles, não teríamos de onde sair, nem para onde nos projetar. Sem passado e sem história, quem seríamos? Mas não é porque não pudemos (fazer, falar, mudar, enfrentar...) que jamais poderemos. Nossa capacidade de dar um novo início para as mesmas coisas e situações é nosso poder original e está na raiz da nossa condição humana. É ela que dá à vida uma direção e um destino. Somos livres quando, ao agir, recomeçamos.
Nossos gestos e palavras, mesmo inconscientes e involuntários, sempre destinam nossas vidas para algum lugar. A função dos propósitos é transformar esse agir, que cria destinos, numa ação consciente e voluntária. Sua tarefa é a de romper com a casualidade aparente da vida e apagar a impressão de que uma mão dirige nossa existência.
Os propósitos nos devolvem a autoria da vida.
(Dulce Critelli, Folha de S.Paulo, 24.01.2008)
1. A autora defende a tese de que afirmamos nossa liberdade quando
a) formulamos propósitos que nos libertam plenamente de nossas memórias e das experiências vividas.
b) formulamos a intenção de agir para provar nossa capacidade de dominar e exercer o nosso livre-arbítrio.
c) passamos a agir com a determinação de abrir caminhos que representem novas possibilidades.
d) condicionamos nossas ações à personalidade que viemos constituindo e cristalizando ao longo da vida.
e) orientamos nossa ação pela escolha de valores definidos previamente como imperativos morais.
2. Considere as seguintes afirmações:
I. Ao sustentar que Não há como começar do nada, a autora deixa implícito que somos fatalmente conduzidos para um destino já traçado.
II. O conflito que, para muitos filósofos, se traduz como problema da nossa liberdade é o que se estabelece entre as amarras do passado e o anseio de ser livre.
III. O fracasso em iniciativas passadas não deve impedir que as retomemos, pois é essa insistência que atesta nossa liberdade.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
3. Ao dar ênfase ao caráter consciente e voluntário dos nossos propósitos, a autora coloca-se contra
a) a subordinação nossa à força dos acasos.
b) a tentação de sobrepujarmos fortes determinações.
c) a nossa tendência para retomar antigas iniciativas.
d) o caprichoso hábito de nunca voltarmos atrás.
e) a possibilidade de nos valermos do livre-arbítrio.
4. Numa outra redação de um segmento do 5º parágrafo do texto, estará correta e coerente com o sentido original a seguinte construção:
Sem nossa história e nosso passado, não teríamos
a) de onde prover, nem aonde nos inclinarmos.
b) por onde começar, nem espaço para nos expandirmos.
c) aonde começar, nem aonde alcançarmos projeção.
d) por onde provermos, nem lugar aonde nos fixarmos.
e) onde dar início, nem aonde progredirmos.
5. É a liberdade que dá à vida uma direção.
O termo em destaque na frase acima exerce a mesma função sintática do termo sublinhado em:
a) Sem passado e sem história, poderíamos ser livres?
b) Liberdade seria, a meu ver, um sinônimo de decisão.
c) Somos livres a cada vez que, agindo, recomeçamos.
d) Liberdade seria, pois, começar o improvável.
e) A liberdade nos liberta, o passado é argila que nos molda.
6. Assinale a opção incorreta em relação ao trecho abaixo:
Prefiro a interpretação de outros pensadores, que nos dizem que somos livres quando agimos. E agir é iniciar uma nova cadeia de acontecimentos, por mais atrelados que estejamos a uma ordem anterior. Liberdade é, então, começar o improvável e o impensável. É sobrepujar hábitos, crenças, determinações, medos, preconceitos. Ser livre é tomar a iniciativa de principiar novas possibilidades. Desamarrar. Abrir novos tempos.
a) O verbo preferir, na primeira oração, tem a mesma classificação sintática que o verbo assistir na frase: “Nem sempre assistem com atenção os médicos o seu paciente”.
b) o primeiro “que” do trecho introduz uma oração explicativa.
c) o segundo “que” do trecho introduz uma oração restritiva.
d) podemos substituir o ponto-final após agimos (1º período) por vírgula, sem prejuízo sintático ou semântico para o texto.
e) todas as palavras do trecho estão corretamente acentuadas.
7. Em relação ao texto, assinale a opção correta.
É preciso que sejam adotadas medidas indispensáveis para dar continuidade ao crescimento, entre elas os investimentos necessários à nossa infraestrutura (energia elétrica, portos, rodovias e ferrovias), a melhoria no nível da educação, aprovação das reformas tributária, sindical, previdenciária e trabalhista e a desburocratização dos serviços públicos. Sem isso, estaremos condenados à costumeira gangorra de sempre, com números bons num ano e ruins no outro, eternos dependentes dos humores da economia mundial.
Ao contrário do que previam os pessimistas, no final do século passado, o processo de globalização está favorecendo o comércio exterior de países como o Brasil, que tem ainda muitas áreas inaproveitadas para expansão da lavoura.
(Jornal do Commercio (PE), 12.01.2008)
a) A substituição dos parênteses por travessões prejudicaria a correção gramatical do período.
b) O sinal indicativo de crase em “à costumeira” justifica-se pela regência de “estaremos”.
c) A expressão “costumeira gangorra” está sendo empregada em sentido denotativo.
d) O emprego da primeira pessoa do plural em “nossa” e “estaremos” indica que o autor fala em nome de um departamento do governo.
e) A vírgula após “Brasil” justifica-se por ser a oração subsequente subordinada adjetiva explicativa.
8. Assinale a opção em que o trecho do Valor Econômico (15.01.2008 — com adaptações) apresenta erro gramatical.
a) Várias lições foram aprendidas com o apagão de 2001 e não há dúvida de que a situação em que o País se encontra para prevenir e enfrentar a eventual repetição de cortes forçados de energia são muito melhores que as de sete anos atrás.
b) Há pelo menos dois anos o abastecimento de gás natural deixou de ser confiável, e não será pela proximidade de escassez de energia que o problema mudará de natureza.
c) A questão da necessidade de medidas de economia de energia, sejam elas quais forem — inclusive a que deveria ser item permanente de todos os governos, todos os anos: a racionalização do uso —, passou a ser encarada pelo governo como um desafio.
d) O modelo energético atual privilegiou a garantia de fornecimento da energia e a modicidade tarifária para novos empreendimentos. Tem pontos fortes e fracos, como todos os modelos. Ele é estadista e centralizador, sem que, por isso, esteja condenado à ineficiência.
e) Ao contrário, a previsibilidade de todo o sistema é hoje maior, embora isto tampouco seja uma garantia de que as necessidades do futuro serão atendidas por medidas adequadas no presente. Se o planejamento for seguido à risca, a situação da oferta do gás tem condições de melhorar em 2008.
9. Assinale o trecho do texto adaptado do Jornal do Commercio (PE), de 12.01.2008, que apresenta erro de regência.
a) Depois de um longo período em que apresentou taxas de crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fecha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a maior taxa registrada na última década.
b) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a conhecida Comissão Econômica para a América Latina (Cepal).
c) Não há dúvida de que os números são bons, num momento em que atingimos um bom superávit em conta corrente, em que se revela queda no desemprego e até se anuncia a ampliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de novas fontes de petróleo.
d) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente, percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuída à Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina.
e) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia, com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro da América Latina, o organismo internacional está atribuindo um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do que o do Brasil.
10. Assinale a opção em que o trecho foi transcrito com erro de pontuação.
a) Ao longo dos últimos anos, na reforma do Judiciário, o Congresso municiou o Supremo com ferramentas novas para imprimir maior eficácia ao sistema. A corte, entretanto, as vem utilizando com certa timidez.
b) A mais poderosa dessas armas é o efeito vinculante. Trata-se de dispositivo que permite ao Supremo editar súmulas fixando jurisprudência que deve obrigatoriamente ser seguida pelas instâncias inferiores da Justiça e pela administração pública.
c) Criado em 2004 e regulamentado dois anos depois, o mecanismo só foi utilizado em três ocasiões, nenhuma delas envolvendo conteúdo muito controverso.
d) Caminho semelhante segue o princípio da repercussão geral, que possibilita ao STF, recusar recursos extraordinários e agravos em ações com baixa relevância social, no entendimento da maioria dos ministros.
e) Associadas, a edição de novas súmulas vinculantes e a exclusão das matérias sem repercussão geral teriam o condão de livrar o Judiciário de milhares de processos repetitivos, cujo desfecho já é conhecido de antemão.
(Folha de S.Paulo, 02.02.2008)
1-c, 2-e, 3-a, 4-b, 5-d, 6-c, 7-e, 8-a, 9-d, 10-d.
Texto para as questões de 1 a 5
O conceito de verdade tem sido abordado e compreendido de diferentes formas por diversos pensadores e por diversas escolas filosóficas. Os filósofos gregos começaram a buscar a verdade em relação ou oposição à falsidade, ilusão, aparência. De acordo com essa concepção, a verdade estaria inscrita na essência, sendo idêntica à realidade e acessível apenas ao pensamento, e vedada aos sentidos. Assim, um elemento necessário à verdade era a “visão inteligível”; em outras palavras, o ato de revelar, o próprio desvelamento.
Já para os romanos, a verdade era Veritas, a veracidade. O conceito era sempre aplicado, isto é, remetia a uma história vivida que pudesse ou não ser comprovada. Essa concepção de verdade subordinava-a, portanto, à possibilidade de uma verificação. A formulação do problema do “critério de verdade” ocupou os adeptos da gnosiologia, aqueles que se dedicavam ao estudo das relações do pensamento, e de seu enunciado, sua forma de tradução na comunicação humana com o objeto ou fato real, em que se buscava uma relação de correspondência. Para a lógica, o interesse circunscrevia-se na correção e(ou) coerência semântica do discurso, da enunciação, descartando a reflexão sobre o mundo objetivo.
Para o filósofo Heidegger, as verdades são respostas que o homem dá ao mundo. Ressalte-se a utilização do termo no plural, quando o conceito de verdade perde o critério do absoluto e(ou) do indivisível. Portanto, não haveria mais uma verdade filosófica, mas várias verdades. Esse sentido mais pluralista também é defendido por Foucault, para quem o significado de verdade seria o de expressão de determinada época, cada qual com sua verdade e seu discurso.
(Iluska Coutinho. O conceito de verdade e sua utilização no jornalismo —
Disponível em: <www.metodista.br/unesco/gcsb>, com adaptações)
1. Assinale a opção correspondente à frase do texto que representa a síntese de suas ideias.
a) “O conceito de verdade tem sido abordado e compreendido de diferentes formas por diversos pensadores e por diversas escolas filosóficas.”
b) “Os filósofos gregos começaram a buscar a verdade em relação ou oposição à falsidade, ilusão, aparência.”
c) “Assim, um elemento necessário à verdade era a ‘visão inteligível’; em outras palavras, o ato de revelar, o próprio desvelamento.”
d) “A formulação do problema do ‘critério de verdade’ ocupou os adeptos da gnosiologia”.
2. No texto, um fato ou estado considerado em sua realidade está expresso pelo verbo destacado em
a) “a verdade estaria inscrita” (1o parágrafo).
b) “o interesse circunscrevia-se” (2o parágrafo).
c) “não haveria mais uma verdade filosófica” (3o parágrafo).
d) “o significado de verdade seria o de expressão” (3o parágrafo).
3. A respeito do texto, julgue os itens seguintes, e assinale uma das opções.
I. Tanto para os gregos como para os lógicos, a verdade constituía uma reflexão, acessível aos sentidos, não ilusória sobre o mundo.
II. Em latim, o conceito de verdade estava associado à experiência e dependia de verificação.
III. Para filósofos mais modernos, a verdade relaciona homem e mundo e varia nas diferentes épocas e discursos.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
4. Assinale a opção correta a respeito do emprego da crase nas estruturas linguísticas do texto.
a) No segundo período do texto, mantêm-se as relações semânticas, bem como a correção gramatical, ao se inserir à antes de “ilusão” e antes de “aparência”.
b) No 1o parágrafo, tanto o uso da crase em “à realidade” como da contração em “ao pensamento” justificam-se pelas relações de regência de “idêntica”.
c) No 2o parágrafo, preservam-se as relações de regência de “remetia”, bem como a correção gramatical do texto, ao se inserir um sinal indicativo de crase em “a uma história”.
d) A retirada do sinal indicativo de crase em “à possibilidade” (2o parágrafo) provocaria erro gramatical e incoerência nas ideias do texto, por transformar objeto indireto em objeto direto na oração.
5. Assinale a opção incorreta a respeito da função textual das estruturas linguísticas do texto.
a) 1o parágrafo — No encadeamento dos argumentos do texto, a expressão “essa concepção” remete à ideia anterior, de “verdade em relação ou oposição à falsidade, ilusão, aparência”.
b) 1o parágrafo — A expressão “em outras palavras” tem a função de introduzir uma explicação ou um esclarecimento sobre como o conceito de “visão inteligível” deve ser compreendido.
c) 2o parágrafo — O desenvolvimento das ideias do texto mostra que a expressão “gnosiologia” deve ser interpretada como sinônimo de “critério de verdade”.
d) 3o parágrafo — Na organização da coesão textual, as duas ocorrências do vocábulo “mais” associam as ideias das orações em que ocorrem às dos parágrafos anteriores, mas sua omissão não prejudicaria a correção ou a coerência textuais.
Texto para as questões de 6 a 8.
A ciência moderna teve de lutar com um inimigo poderoso: os monopólios de interpretação, fossem eles a religião, o estado, a família ou o partido. Foi uma luta travada com enorme êxito e cujos resultados positivos vão ser indispensáveis para criar um conhecimento emancipatório pós-moderno. O fim dos monopólios de interpretação é um bem absoluto da humanidade.
No entanto, como a ciência moderna colonizou as outras formas de racionalidade, destruindo, assim, o equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação, em detrimento desta, o êxito da luta contra os monopólios de interpretação acabou por dar lugar a um novo inimigo, tão temível quanto o anterior, e que a ciência moderna não podia senão ignorar: a renúncia à interpretação, paradigmaticamente patente no utopismo automático da tecnologia e também na ideologia e na prática consumistas.
(Boaventura de Sousa Santos. A crítica da razão indolente. São Paulo: Cortez, 2007, p. 95, com adaptações)
6. Depreende-se da argumentação do texto que
a) a criação de um conhecimento pós-moderno apoia-se na utopia da ideologia e da prática consumista.
b) tanto uma interpretação monopolizada quanto a falta de interpretação são prejudiciais à humanidade.
c) tanto a ciência moderna quanto outras formas de racionalidade prejudicaram a luta contra os monopólios de interpretação.
d) o fim dos monopólios de interpretação teve como uma de suas consequências o enfraquecimento da religião, do Estado, da família e dos partidos.
7. Assinale a opção correspondente à proposta de substituição para o texto que provoca erro ou incoerência textual.
a) fosse em lugar de “fossem eles” (1o parágrafo)
b) seus em lugar de “cujos” (1o parágrafo)
c) Acabarem os monopólios de interpretação em lugar de “O fim dos monopólios de interpretação” (1o parágrafo)
d) deixar de em lugar de “senão” (2o parágrafo)
8. No desenvolvimento das ideias do texto, introduz-se uma ideia de causa com o uso
a) de “para” em “para criar um conhecimento emancipatório pós-moderno”.
b) de “como” em “como a ciência moderna colonizou as outras formas de racionalidade”.
c) de “destruindo” em “destruindo, assim, o equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação”.
d) do sinal de dois-pontos depois de “ignorar” em “e que a ciência moderna não podia senão ignorar: a renúncia à interpretação”.
Texto para as questões 9 e 10.
Por muitos anos, pensávamos compreender o que era interpretado, o que era uma interpretação; inquietávamo-nos, eventualmente, a propósito de uma dificuldade em particular, ocorrida no trabalho de interpretação. Nada mais. Atualmente, não temos certeza, já não estamos tão certos. O conflito de ideologias fez com que indagássemos sobre o que quer dizer uma interpretação e duvidássemos sobre o que estávamos fazendo ou teríamos de fazer.
Em vez desse tratamento que era dado à questão da interpretação, a Teoria Crítica ou o Criticismo insiste em trabalhar com as palavras que estão inscritas em determinada página.
(Célio Garcia. Graças à letra “soft”, a estrutura “hard” dura.
In: Hugo Mari et al. (Org.). Estruturalismo, memória e repercussões.
Belo Horizonte: UFMG/Diadorim, p. 192, com adaptações)
9. Assinale a opção incorreta a respeito do uso dos sinais de pontuação no texto.
a) Na conexão de ideias, a conjunção e desempenharia a mesma função da vírgula depois de “interpretado” (1o período) e poderia substituí-la sem prejudicar a correção do texto.
b) A substituição das duas vírgulas que demarcam a explicação “a propósito de uma dificuldade em particular” (1o período) pelo duplo travessão preservaria a correção gramatical e a coerência textual.
c) Respeita-se a relação entre as ideias do texto e mantém-se sua correção gramatical com a substituição do ponto depois de “certos” (2o período) pelo sinal de dois-pontos, fazendo os necessários ajustes na inicial maiúscula.
d) No 1o período do 2o parágrafo, a inserção de uma vírgula depois de “tratamento” preservaria a correção do texto, mas deixaria de marcar o caráter restritivo da oração iniciada por “que era”.
10. Preserva-se a correção gramatical e a coerência das ideias do texto
a) ao se deslocar o pronome átono em “inquietávamo-nos” (1o período) para antes do verbo, escrevendo nos inquietava.
b) ao se inserir que tenha sido antes de “ocorrida” (1o período).
c) ao se substituir “fez com que indagássemos” (3o período) por fez-nos indagarem.
d) ao se retirar “que era” (2o parágrafo).
1-a, 2-b, 3-d, 4-a, 5-c, 6-b, 7-d, 8-b, 9-b, 10-d.
Leia o texto abaixo para responder às questões 1 e 2.
Uma das condições principais da pós-modernidade é o fato de ninguém poder ou dever discuti-la como condição histórico-geográfica. Com efeito, nunca é fácil elaborar uma avaliação crítica de uma situação avassaladoramente presente. Os termos do debate, da descrição e da representação são, com frequência, tão circunscritos que parece não haver como escapar de interpretações que não sejam autorreferenciais. É convencional nestes dias, por exemplo, descartar toda sugestão de que a “economia” (como quer que se entenda essa palavra vaga) possa ser determinante da vida cultural, mesmo “em última instância”. O estranho na produção cultural pós-moderna é o ponto até o qual a mera procura de lucros é determinante em primeira instância.
(David Harvey, Condição pós-moderna, p. 301, com adaptações)
1. Assinale a relação lógica que não se depreende do texto.
a) Ser uma situação presente é causa de não se poder discutir a pós-modernidade.
b) Elaborar uma avaliação crítica implica debater, descrever e representar.
c) Se há produção cultural, há a busca de lucros.
d) Se a pós-modernidade fosse uma condição histórico-geográfica, a economia seria determinante na vida cultural.
e) Interpretações autorreferenciais são frequentes como resultado de avaliações críticas de uma situação presente.
2. Avalie as seguintes afirmações a respeito das estruturas linguísticas do texto (em destaque) para assinalar a opção correta.
I. O singular do verbo da primeira oração do texto deve-se à expressão “Uma das”; se, em seu lugar, fossem empregados termos que mantivessem o sujeito no plural, por exemplo, Entre as, o verbo deveria ser flexionado necessariamente no plural.
II. A opção pelo verbo “parece”, iniciando a oração, exige o emprego de uma forma impessoal de verbo no seu desenvolvimento; daí o uso de singular em “não haver como escapar”.
III. O emprego da preposição de é obrigatório antes da conjunção integrante “que”, pois aí se inicia uma oração subordinada que completa a ideia de “sugestão”.
IV. A palavra “mesmo”, empregada com valor adverbial de ainda que, sugere que o autor antecipa uma rejeição ao argumento que explicita na oração anterior.
A quantidade de itens corretos é
a) 0.
b) 1.
c) 2.
d) 3.
e) 4.
3. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa do governo federal em conjunto com o Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vai selecionar e dar visibilidade (1) experiências em todo o país que estão contribuindo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), como (2) erradicação da extrema pobreza e (3) redução da mortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um compromisso assumido, perante (4) Organização das Nações Unidas, por 189 países de cumprir (5) 18 metas sociais até o ano de 2015.
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390 — Brasília, 06 de janeiro de 2006)
a) a, à, à, a, às.
b) as, a, a, à, as.
c) às, à, a, à, às.
d) a, a, a, a, as.
e) as, a, a, à, às.
4. As opções trazem propostas de continuidade ao trecho abaixo, diferentemente redigidas. Assinale a que contém erro de regência e/ou de concordância.
Como ninguém quer falar em aumento de impostos, todos se aferram à expressão mágica: reforma tributária. O tema evoca um país moderno, com distribuição mais justa dos valores arrecadados.
(Gustavo Krieger, Agenda necessária e agenda possível, Correio Braziliense, 07.01.2008, p. 4)
a) Bonito na retórica. Quando o assunto chega à mesa de discussões, o clima muda. O governo federal não quer dividir seu caixa. Estados e Municípios sempre querem mais dinheiro.
b) É bonito até chegar à mesa de discussões. Aí ninguém quer perder. Ao contrário: todos lutam para aumentar sua fatia do bolo.
c) Tudo vai bem até o assunto chegar à mesa de discussões. União, Estados e Municípios se digladiam para não perderem nenhuma partezinha do que arrecadam. O que querem mesmo é ganhar mais.
d) Todos concordam até se sentarem na mesa de discussões, quando se inicia os mais acalorados debates. Ninguém quer perder. Estados e Municípios buscam aumentar seu quinhão na nova divisão do dinheiro arrecadado.
e) Falar em reforma tributária é bonito. O xis da questão é botá-la no papel, quando os interesses da União, Estados e Municípios se chocam na busca de uma fatia maior do bolo para cada um.
Leia o texto abaixo para, em seguida, responder à questão 5.
O ser humano não pode ser definido em relação a ele mesmo, porque não é um sujeito isolado, vive em relação com as coisas, com os outros e com o mundo, mesmo antes de pensar e de falar. Esta presença não é somente observável como também um fato vivido, isto é, quer dizer que o ser humano se manifesta no ser a cada instante. Nessa responsabilidade, inclui, às vezes, o eu e, às vezes, o outro, num equilíbrio que se faz de uma parte entre poder cuidar de si mesmo e, de outra, poder cuidar dos demais. Através dessa construção coletiva, os homens fazem e criam sua história e, nessa construção-criação, o cuidado torna-se um processo, não apenas um ato. Ato este que envolve o cuidar de si e do outro, mais o cuidado como possibilidade de continuidade da espécie, gozar a vida com qualidade e com liberdade.
(Adaptado de Carlos Altemir Schmitt, O cuidado e a responsabilidade: reflexão sobre a ética estabelecida no mundo do consumo desmedido, disponível em: <www.crescer.org>)
5. Assinale a proposta de paráfrase para fragmentos do texto que respeita a correção gramatical e a coerência da argumentação.
a) Primeiro período sintático:
Por não ser um sujeito isolado, não se pode definir o ser humano em relação à ele mesmo. Daí decorre que, mesmo antes de pensar e de falar, ele vive em relação com as coisas, com os outros e com o mundo.
b) Segundo período sintático:
O ser humano instantaneamente manifesta-se no ser; o que significa que esta presença observável é também um vívido fato.
c) Terceiro período sintático:
O equilíbrio se dá entre poder cuidar de si mesmo, de um lado, e poder cuidar dos demais, de outro, e tal responsabilidade, às vezes, inclui tanto o eu quanto o outro.
d) Quarto período sintático:
Na construção-criação de sua estória — por meio dessa construção coletiva — o ato extrapola o processo no cuidado de fazer e criar estória.
e) Quinto período sintático:
O cuidado como possibilidade de dar continuidade na espécie, e também de gozar a vida com qualidade, usufruíndo da liberdade agrega o ato de cuidar de si e do outro.
6. Assinale o trecho que constitui uma síntese adequada ao texto.
A tradição dominante em nossa historiografia conduziu os melhores espíritos a uma espécie de “história oficial” singularmente desprendida de intenções interpretativas e, em particular, muito sujeita a converter os atos declarados e as aspirações ideais conscientes dos agentes históricos em realidade histórica última, tão irredutível quão verdadeira em si mesma. A reação a esse padrão deficiente e deformado de descrição histórica é recente e ainda não conseguiu criar uma perspectiva de interpretação histórica livre de etnocentrismos, criticamente objetiva e aberta a certas categorias analíticas fundamentais. Por isso, aí reina uma confusão conceitual e metodológica prejudicial a qualquer tentativa de investigação macrossociológica.
(Florestan Fernandes, A revolução burguesa no Brasil. In: Intérpretes do Brasil, v. 3, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 1.509)
a) Os melhores espíritos, sem intenções interpretativas, convertem as aspirações ideais em realidade histórica irredutível. A reação à descrição histórica não conseguiu livrar-se de etnocentrismos nem do prejuízo a qualquer investigação macrossociológica.
b) A tradição em nossa historiografia preferiu adotar a “história oficial” como realidade histórica. A reação a essa descrição equivocada é recente e ainda não conseguiu criar uma perspectiva mais objetiva, livre de etnocentrismos e teoricamente aberta. Por isso, predomina aí confusão conceitual e metodológica que prejudica a investigação macrossociológica.
c) A historiografia tradicional conduziu as descrições históricas a uma verdade irredutível. Esse padrão deficiente e deformado é recente e ainda não mudou a perspectiva das categorias analíticas. Assim, a confusão conceitual e metodológica tenta uma investigação macrossociológica.
d) A tradição historiográfica desprendeu-se de intenções interpretativas e converteu os agentes históricos em verdade irredutível. A reação é recente e ainda não se livrou do etnocentrismo e criou uma perspectiva mais aberta. O predomínio da conceituação na metodologia atrapalha a investigação macrossociológica.
e) Há uma “história oficial” desprendida de intenções interpretativas, sujeita a converter os agentes históricos em realidade histórica última. A reação é recente, mais objetiva, aberta a certas categorias analíticas. Essas conceituações metodológicas predominam e tentam uma investigação macrossociológica.
7. Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e assinale a opção correta.
( ) Seu existencialismo, assentado no postulado filosófico de que “a existência precede a essência”, naturalmente era de compreensão restrita.
( ) Sartre foi do existencialismo ao maoísmo e arrastou, com ele, as mentes mais agudas e os corações mais sensíveis.
( ) Pôs-se assim, ele, o grande libertário, a serviço de um dos grandes tiranos do século XX.
( ) Entretanto, o filósofo entregou-se ao maoísmo na última etapa da vida. Coerente, sempre, em viver cada opção doutrinária, foi vender na rua jornal afinado com o novo credo.
( ) Mas, pela rama, dava para entender que, se a vida era absurda, melhor era curti-la, e assim todo mundo queria ser existencialista.
(Roberto Pompeu de Toledo, Revista Veja, 06.04.2005, p. 142)
a) 5º, 1º, 2º, 3º, 4º
b) 4º, 3º, 5º, 1º, 2º
c) 1º, 5º, 3º, 2º, 4º
d) 3º, 4º, 2º, 5º, 1º
e) 2º, 1º, 5º, 4º, 3º
8. Julgue se os trechos do texto abaixo estão gramaticalmente corretos e responda ao que se pede:
I. Todos os modelos, em maior ou menor grau fracassaram. O socialismo, ao em vez de oferecer o paraíso, criou um inferno sob a forma de estados totalitários, baseados na repressão policial e na ação da polícia política.
II. O capitalismo, longe de criar oportunidades iguais para que todos os indivíduos pudessem competir entre si, criou mecanismos cruéis de concentração de riqueza nas mãos de poucos, expulsando da esfera do consumo milhões de seres humanos famintos e miseráveis.
III. Os modelos intermediários criaram algumas “ilhas de prosperidade” (como os países escandinavos), possíveis por circunstâncias muito específicas de sua história e cultura, mas não conseguiram oferecer uma alternativa séria a países grandes e pobres como o Brasil.
(José Arbex e Cláudio Júlio Tognoli, Mundo pós-moderno, São Paulo: Scipione, p. 17)
Estão corretos
a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) I, II e III.
e) apenas o II.
9. Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma gramaticalmente correta e coerente.
O saldo da balança comercial (exportações menos importações) brasileira de 2005 alcançou US$ 44,76 bilhões, valor (1) registrado na história do país. O resultado positivo, 33% maior que o atingido em 2004, (2) ao desempenho expressivo das exportações e importações. As vendas externas tiveram incremento (3) US$ 24 bilhões no ano passado e fecharam 2005 com US$ 118,3 bilhões. Já as importações totalizaram US$ 73,545 bilhões no ano passado. Os resultados recordes mostram (4), apesar da valorização do real frente ao dólar, a corrente de comércio do país (exportações mais importações) não (5) de crescer com a diversificação de pauta exportadora, aumento do número de países que compram os produtos brasileiros e o crescimento da participação de estados com pouca tradição nas vendas externas.
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral
da Presidência da República, n. 390 — Brasília, 06 de janeiro de 2006)
a) não / se devem / demais de / -lhe / deixa
b) nunca antes / devem-se / mais que / -se / pára
c) nunca / deve-se / superior a / que / para
d) não / deveu-se / de mais / de cujo / cessa
e) nem / devia-se / maior que / qual / termina
Leia o seguinte texto para responder à questão 10.
As normas jurídicas embasadas nos valores éticos e que traduzem os procedimentos e as vivências mais fortes e consolidados da coletividade tendem a ter a adesão espontânea da maioria das pessoas que nelas se sentem representadas. É o sentimento de identidade nacional, de pátria, sem o qual a coesão social se esgarça e abre as portas para o caminho do individualismo, do salve-se quem puder, da corrupção, da violência. A consolidação desse sentimento pressupõe, além das leis, uma ação constante, coordenada pelo Estado, com a participação da sociedade, dos organismos intermediários e das famílias, num processo de educação cívica, nacional, patriótica.
(Adaptado de Patrus Ananias, Civilização pelo Estado, Correio Braziliense, 09.01.2005)
10. Considere tanto a correção gramatical quanto a coerência textual para julgar como falsas (F) ou verdadeiras (V) as seguintes possibilidades de continuidade para o texto:
( ) Apesar das nossas diferenças e divergências, todos os compatriotas de boa vontade somos irmãos no sonho e no trabalho de construir uma nação à altura dos nossos melhores sentimentos.
( ) Por isso, a fragilidade da condição humana revela que a história da humanidade é sempre a história das pessoas inseridas na comunidade política: na hegemonia de nações economicamente mais consolidadas.
( ) Se, por um lado, egoísmo e instinto natural buscam ao rompimento das relações de coesão nacional e reforçar o individualismo, por outro nossos valores éticos consolidados almejam construir uma nação democrática e justa.
( ) Quando se evidenciou a incapacidade do sistema de globalização planejar em uma perspectiva mais ampla e elevada dos vínculos humanos e os conflitos sociais buscou-se um outro sucedâneo para o Estado.
A sequência obtida é
a) V — F — F — F.
b) V — F — V — F.
c) V — V — F — F.
d) F — F — V — F.
e) F — V — V — F.
1-d, 2-b, 3-d, 4-d, 5-c, 6-b, 7-e, 8-b, 9-c, 10-a.
As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue.
Práticas e convenções
Os direitos e deveres estabelecem-se primeiro na prática, depois por convenção. O senso do que é justo, do que é socialmente desejável, mesmo do que é moral, firma-se em valores culturais, cujo acatamento coletivo muitas vezes demanda as prescrições de um código. Ocorre que a legitimidade desse código pode vir a se tornar mera e vazia convenção, quando seus postulados já não refletem a evolução dos fatos da cultura. As revisões dos dispositivos da lei fazem-se, por vezes, com tal atraso, que apenas retiram de um texto caduco aquilo que as pessoas há muito removeram de suas práticas sociais.
As recentes alterações no Código Civil brasileiro, elogiáveis em tantos aspectos, estão longe de representar algum avanço mais profundo, refletindo, apenas hoje, valores que, na prática social, firmaram-se há décadas. No que diz respeito ao papel da mulher na modernidade, essas alterações não fazem mais que formalizar (quase diria: envergonhadamente) direitos conquistados ao longo das lutas feministas, desde que a mulher tomou para si a tarefa que lhe cabia: demarcar com clareza e soberania o território de sua atuação, território que há muito é seu, não por convenção, mas pela ação cotidiana que se fez histórica.
(Diógenes Torquato, inédito)
1. Segundo o texto, as práticas sociais e o estabelecimento dos textos legais
a) ocorrem, simultaneamente, com influências recíprocas.
b) constituem, respectivamente, o plano das convenções e o plano da vida cultural.
c) ocorrem, simultaneamente, sem influência de um em outro.
d) constituem, respectivamente, o plano da vida cultural e o plano das convenções.
e) constituem, respectivamente, o plano dos valores ideais e o plano dos valores históricos.
2. Considere as seguintes afirmações:
I. As recentes alterações no Código Civil brasileiro, no que diz respeito ao papel da mulher na sociedade moderna, revelam-se anacrônicas, ignorando direitos há muito firmados na prática.
II. As lutas feministas constituem um claro exemplo de que, antes de se sistematizarem num texto legal, os valores e os direitos se afirmam na prática das ações sociais.
III. A legitimidade de um código legal depende de que este se apresente sem nenhum defeito formal, constituindo-se plenamente numa clara convenção.
Em relação ao texto está correto SOMENTE o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
3. Para preencher de modo correto a lacuna da frase, o verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma do plural em:
a) As normas que num código legal se ______ (estipular) devem acompanhar a prática das ações sociais.
b) As recentes alterações que ______ (haver) no Código Civil brasileiro são elogiáveis em muitos aspectos.
c) Não nos ______ (dizer) respeito definir o que é ou não é legítimo, se não distinguimos entre o que é e o que não é um fato social.
d) Se dos postulados dos códigos ______ (nascer) todo direito, a justiça humana seria uma simples convenção.
e) Ao longo das lutas feministas tanta coisa se ______ (conquistar) que muitos dispositivos legais se tornaram imediatamente obsoletos.
4. Os tempos verbais estão adequadamente articulados na frase:
a) As mulheres muito lutariam para que possam ter seus direitos respeitados.
b) Esses valores se instituíram na prática, e só muito depois houveram sido formalizados.
c) Firma-se o senso do que é justo à proporção que passassem os anos.
d) São de se elogiar as alterações apresentadas pelo Código que recentemente se lançou.
e) Coube às mulheres lutar para que sejam reconhecidos os direitos que lhes negássemos.
5. A expressão de cujo preenche corretamente a lacuna da frase:
a) É um processo de luta ______ sucesso muitas se empenham.
b) As novidades do novo Código Civil, ______ muito se falou, são um tanto tímidas.
c) As lutas feministas, ______ sucesso ninguém mais duvida, travaram-se ao longo de muitas décadas.
d) A grande tarefa do legislador, ______ esforço devemos reconhecer, é acompanhar a evolução dos fatos da cultura.
e) As práticas sociais, _____ valor nenhum outro deveria se sobrepor, são por vezes ignoradas.
6. É preciso corrigir a redação da seguinte frase:
a) Li o novo código e, no fundamental, nada tenho a lhe opor.
b) É louvável, reconheça-se, a coragem com que as feministas pioneiras se lançaram à luta.
c) Os povos primitivos orientam-se por uma tradição de valores mais precisos e mais permanentes que os nossos.
d) Há sempre quem discuta as leis; mais difícil é haver quem discuta os valores já estabelecidos na prática social.
e) Se contra fatos não há argumentos, esta é uma afirmação autoritária, na qual não se deve recorrer.
7. Está inteiramente clara e correta a redação da frase:
a) É na constância da prática que os valores culturais se retificam, confirmando-se assim como valores onde sua legitimidade torna-se indiscutível.
b) Embora elogiáveis sobre muitos aspectos, as alterações do novo código não obtivera mais do que buscar acompanhar fatos há muito consolidados.
c) O autor do texto ao tratar de práticas e convenções está referindo às ações nas quais cujos seus valores nem sempre são imediatamente acompanhados pela legislação vigorosa.
d) A demarcação de um campo de direitos não prescinde de muita luta, tal como pode observar quem venha acompanhando o processo das batalhas feministas.
e) Não obstante haja quem o discorde, muitos acreditam que o que é justo decorre do texto legal, não se passando o mesmo com a prática das ações.
8. A necessidade ou não do sinal de crase está inteiramente observada na frase:
a) Deve-se à luta das feministas o respeito aos direitos que cabem também às outras parcelas de injustiçados que integram a nossa sociedade.
b) Encontra-se a disposição dos interessados a nova edição do Código Civil, à qual, aliás, já se fizeram objeções à torto e à direito.
c) À vista do que dispõe o novo código, não caberá à ninguém a condição “natural” de cabeça de casal, à qual, até então, se reservava para o homem.
d) Pode ser que à curto prazo o novo código esteja obsoleto em vários pontos, à exemplo do que ocorreu com o antigo.
e) Não se impute à uma mulher a culpa de não ter lutado por seus direitos; todas as pressões sociais sempre a conduziram àquela “virtuosa” resignação.
9. A única frase corretamente construída é:
a) Espero que Vossa Excelência aprecieis o novo código.
b) Se o senhor preferir, aguardarei que termines a leitura integral do código.
c) Se passares os olhos pela nova redação, poderá ver que são pequenas as alterações.
d) Conserva contigo esse exemplar do novo código; não vá perdê-lo, por favor.
e) Se Vossa Senhoria não fizer objeção, levo-lhe ainda hoje a nova redação do código.
10. Considere os seguintes casos:
I. Os homens, que ignoram os direitos da mulher, passarão a acatá-los. Os homens que ignoram os direitos da mulher passarão a acatá-los.
II. Somente, agora o Código Civil brasileiro incorporou as mudanças ocorridas. Somente agora o Código Civil brasileiro incorporou as mudanças ocorridas.
III. O valor de um código, estabelecido por convenção, deve ser comprovado na prática. O valor de um código estabelecido por convenção deve ser comprovado na prática.
A alteração na pontuação provoca alteração de sentido em
a) I, somente.
b) I e II, somente.
c) I e III, somente.
d) II e III, somente.
e) I, II e III.
1-d, 2-b, 3-a, 4-d, 5-c, 6-e, 7-d, 8-a, 9-e, 10-e.
1. Assinale a opção incorreta quanto aos sentidos veiculados no trecho abaixo.
Ser cidadão é entrar em um nó de relações. É simples: ao pedir nota fiscal, evita-se a sonegação e aumenta-se a arrecadação pública que, em tese, permite ao governo investir em rodovias, hospitais, escolas, segurança etc. Quando se recusa a propina ao guarda, moraliza-se o aparato policial.
Cidadania supõe consciência de responsabilidade cívica. Nada mais anticidadania do que essa lógica de que não vale a pena chover no molhado. Vale. Experimente recorrer à defesa do consumidor, escrever para jornais e autoridades. Querem os políticos corruptos que passemos a eles cheque em branco para continuar a tratar a coisa pública como negócio privado. E fazemos isso ao torcer o nariz para a política, com aquela cara de nojo.
(Frei Betto, Educar para a cidadania, Caros Amigos, maio 2008)
a) O autor emprega a expressão metafórica “chover no molhado” no sentido de “duplicar o esforço” para se conseguir algo.
b) Seguindo as ideias do autor, constitui atitude cidadã reivindicar dos políticos em quem votamos o cumprimento de suas promessas de campanha.
c) A expressão “entrar em um nó de relações”, no contexto em que aparece, refere-se ao desencadeamento das diversas ações que provoca um simples pedido de nota fiscal.
d) Segundo as ideias do texto, passar um “cheque em branco” aos políticos corruptos é não agir com responsabilidade cívica.
e) Na lógica do autor, não saber o nome do político em quem se votou nas últimas eleições é uma atitude anticidadã.
2. Assinale a asserção correta em relação aos sentidos e expressões linguísticas do trecho.
Derrotada sistematicamente nos tribunais superiores, a Advocacia-Geral da União (AGU) resolveu editar um pacote com oito súmulas, reconhecendo direitos dos servidores públicos federais. O gesto põe fim a pendências jurídicas que se arrastavam havia décadas e serve de alento para quem ainda busca reaver ou manter benefícios funcionais. Com as súmulas, os advogados públicos ficam automaticamente desobrigados a contestar decisões desfavoráveis. (...) Esclarece a AGU: “O servidor sabia que se entrasse na Justiça ganharia, mas a União, por dever, mesmo sabendo que perderia, tinha de recorrer. As oito medidas acabam com isso”. Entre as súmulas está a que reconhece o direito de pagamento do auxílio-alimentação retroativo ao servidor em férias ou licença entre outubro de 1996 e dezembro de 2001.
(Luciano Pires, Correio Braziliense, 20.09.2008, p. 23, com adaptações)
a) O particípio “Derrotada” e o gerúndio “reconhecendo” (ambos no 1o período) constam no texto com sujeito oculto.
b) No lugar do sintagma “O gesto” (2o período) poderia ser empregado, sem prejuízo da coerência textual, qualquer dos sintagmas Este ato, Tal medida, O feito.
c) O segmento “que se arrastavam havia décadas” (2o período) é resumido, sem incorreção gramatical, da seguinte maneira: de haviam décadas.
d) Reescreve-se, mantendo-se a correção gramatical e a coerência textual, o período “para quem ainda busca reaver ou manter benefícios funcionais” (2o período) do seguinte modo: para que se reavenham ou mantenham benefícios funcionais.
e) Substitui-se, com correção gramatical e sem alteração de sentido, o segmento “ficam automaticamente desobrigados a contestar decisões desfavoráveis” (3o período) por: não ficam automaticamente obrigados a ratificar decisões favoráveis.
3. De acordo com o texto, assinale a opção correta.
Valor: O sr. espera uma piora da crise financeira global?
Fernando Cardim: O que estamos assistindo agora no mercado financeiro dos EUA é altamente preocupante. Em menos de duas semanas, após o governo Bush injetar US$ 200 bilhões nas duas casas hipotecárias, quebra o Lehman Brothers, quarto maior banco de investimento local, e é vendido, preventivamente, em apenas dois dias, o Merrill Lynch, banco de investimento independente. E a maior seguradora do mundo, a AIG, está ameaçada. Isso abre uma frente nova na crise. As seguradoras são grandes fornecedoras de CDS para os bancos comerciais. O CDS é um derivativo de crédito que serve como seguro. Quando os bancos fazem empréstimos e os tomadores não pagam eles recorrem às seguradoras para recuperar os valores dos empréstimos. Uma quebradeira nas seguradoras pode significar que a segurança do sistema bancário está sem proteção, os bancos estão nus.
(Valor Econômico, 18.09.2008)
a) A expressão “estamos assistindo” indica que o entrevistado fala em nome exclusivamente dos representantes do Governo.
b) As vírgulas após “Brothers” e após “local” justificam-se por isolar aposto explicativo.
c) O pronome “eles”, em “eles recorrem às seguradoras”, é elemento coesivo que se refere ao antecedente “tomadores”.
d) O sinal indicativo de crase em “às seguradoras” justifica-se pela regência de “fazem” (em “fazem empréstimos e os tomadores não pagam eles recorrem às seguradoras”) e pela presença de artigo definido feminino plural.
e) A expressão “estão nus” está sendo empregada em sentido denotativo ou literal.
4. Com base no texto, assinale a opção correta.
No caso do Brasil, o potencial de contaminação das expectativas de crescimento pela crise externa concentra-se em três ameaças: a economia real ser atingida por forte contenção de liquidez, o que diminuirá a oferta de capital para manter os investimentos, o consumo interno sofrer abalos com a perda acelerada do preço das commodities, o que tenderá a reduzir o lucro dos exportadores, e a volta do déficit em conta corrente, com pressão sobre o câmbio e reflexos na inflação.
O momento é oportuno para o Brasil encontrar medidas que amenizem os efeitos de uma eventual tempestade internacional. As preocupações não são infundadas. O risco de escassez de crédito externo para as empresas brasileiras é um exemplo. Acertadamente, o governo já estuda meios para compensar uma eventual paralisia do crédito internacional, por meio de fontes internas, como empréstimos do BNDES.
(Jornal do Brasil, 18.09.2008, Editorial)
a) O emprego da aglutinação da preposição com artigo definido feminino em “pela crise” justifica-se pela regência de “crescimento” (1o período do 1o parágrafo).
b) A substituição de “concentra-se” (1o período do 1o parágrafo) por está concentrado prejudica a correção gramatical do período.
c) A redação O momento é oportuno para que o Brasil encontre medidas (1o período do 2o parágrafo) prejudica a correção gramatical do período.
d) Estaria gramaticalmente correta e de acordo com as informações originais do texto a redação: As preocupações têm fundamento (2o período do 2o parágrafo).
e) As palavras “risco” (3o período do 2o parágrafo) e “eventual” (3o período do 2o parágrafo) reforçam a ideia de que haverá paralisia de crédito internacional.
5. Assinale a opção em que o termo destacado está gramaticalmente correto.
O Brasil vem gradativamente progredindo no que diz respeito à (1) administrar o bem público. No século passado, estava arraigado à (2) comportamentos administrativos viciosos, aos quais (3) priorizavam os interesses do administrador e de quem mais lhe conveniesse (4), ficando de lado a real finalidade do serviço público, que é servir o (5) público.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
6. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
Passaram-se (1) anos até que a América do Sul pudesse livrar-se (2) das ditaduras que dominaram o continente, sobretudo na segunda metade do século 20. O custo foi alto, com opressão e mortes. Por isso, faz sentido o apoio que nove presidentes de países do bloco, reunidos em Santiago do Chile, na primeira cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), deram ao (3) governo Evo Morales, legitimamente eleito e confirmado em um referendo (4) popular realizado há pouco tempo. Tirando os exageros anti-imperialistas do coronel Hugo Chávez — que procura enxergar nos levantes bolivianos o dedo da política externa americana como forma de capturar a crise para a própria agenda e, com isso, livrar-se do isolamento — os mandatários souberam manter o tom de diálogo que utilizou (5) para a transição em seus países na hora de apoiar o colega andino.
(Adaptado de O Globo, 17.09.2008, Editorial)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
7. Assinale o trecho inteiramente correto quanto à sintaxe de construção do período, morfossintaxe, adequação vocabular, pontuação, clareza e concisão.
a) O internauta, hoje, passou de receptivo para um usuário ativo. Passou-se, então, a criar os seus próprios conteúdos em vez de apenas buscar informações. Com isso, as redes sociais vêm crescendo cada vez mais a cada dia que se passa.
b) É necessário que se saiba o que os internautas vêm dizendo sobre as empresas nas redes virtuais, para que possa traçar estratégias para reverter quadros críticos e saber se os consumidores estão insatisfeitos com suas compras.
c) Nas grandes empresas, os consultores de tecnologia da informação (TI) vêm exercendo uma função cada vez mais estratégica, para o que se exige conhecimento técnico dos processos de negócio dos clientes e capacidade de formulação de soluções tecnológicas para os problemas detectados.
d) O consultor de TI não deve mais atuar sozinho dentro das organizações; é necessário que ele sempre esteja informado do que acontece dentro da organização na qual trabalha. Ele deve atuar juntamente com outros setores para que possa, cada vez mais, conhecer os processos de negócio de seus clientes para que juntos possam achar uma solução na qual atenda às reais necessidades.
e) O consultor de TI tem o papel de mostrar para o cliente quais são as opções de TI que o cliente pode ter e de que forma a tecnologia pode ajudá-lo a melhorar o seu negócio, ao mesmo tempo no qual se poderá auxiliá-lo informando metodologias que poderiam ser utilizadas para que possa organizar e melhorar os seus processos internos.
8. Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do jornal Valor Econômico, 16 de setembro de 2008. Assinale a opção em que há erro gramatical.
a) A recente convulsão social na Bolívia mostra que é insuficiente para o Brasil criar planos de contingência para lidar com a renintente instabilidade política do vizinho.
b) A imaturidade da democracia boliviana, que, na semana passada, parece ter repetido mais uma vez a tradição de flertar com o abismo e recuar ligeiramente em seguida, mostra a necessidade de alternativas ao principal fornecedor de gás natural para a economia brasileira.
c) É de se perguntar se não é hora de criar rapidamente uma estratégia para anular por completo o eventual impacto, na economia brasileira, de um estancamento no fluxo do gasoduto Brasil-Bolívia.
d) Desde a nacionalização dos hidrocarbonetos, feita de maneira agressiva e propagandística pelo governo Evo Morales em 2006, a Petrobras adotou providências para minimizar a dependência do gás boliviano.
e) Iniciou a construção de instalações para conversão de gás natural liquefeito (GNL), arquivou os planos de ampliação do gasoduto Brasil-Bolívia, reduziu os investimentos em território boliviano ao necessário para manter o fornecimento atual e pôs em prática seus planos para aumentar a extração de gás da Bacia de Santos.
9. Aponte o trecho com pontuação correta.
a) Se o Estado estabeleceu o incentivo à prorrogação da licença-maternidade às trabalhadoras de empresas privadas, deve, bem antes, dar-lhes o exemplo e admitir, desde já, a obrigação para si. Aliás, porque públicos também são os fundos que financiam a política de incentivo, realizados mediante renúncia fiscal, é incongruente pensar que, de um lado, o poder público possa incentivar as empresas, com fundos públicos, e, de outro, não se submeta ao objeto incentivado, arcando-o com os mesmos fundos.
b) Se o Estado, estabeleceu o incentivo à prorrogação da licença-maternidade às trabalhadoras de empresas privadas, deve, bem antes, dar-lhes o exemplo e admitir, desde já, a obrigação para si, aliás porque públicos também são os fundos que financiam a política de incentivo, realizados mediante renúncia fiscal, é incongruente pensar que, de um lado, o poder público possa incentivar as empresas, com fundos públicos, e, de outro, não se submeta ao objeto incentivado, arcando-o com os mesmos fundos.
c) Se, o Estado estabeleceu o incentivo à prorrogação da licença-maternidade às trabalhadoras de empresas privadas deve, bem antes, dar-lhes o exemplo e admitir, desde já, a obrigação para si; aliás, porque públicos também são os fundos que financiam a política de incentivo realizados mediante renúncia fiscal, é incongruente pensar que, de um lado, o poder público possa incentivar as empresas, com fundos públicos, e, de outro, não se submeta ao objeto incentivado, arcando-o com os mesmos fundos.
d) Se o Estado estabeleceu o incentivo à prorrogação da licença-maternidade às trabalhadoras de empresas privadas, deve, bem antes, dar-lhes o exemplo e admitir desde já a obrigação para si. Aliás, porque públicos também são os fundos, que financiam a política de incentivo, realizados mediante renúncia fiscal, é incongruente pensar, que de um lado, o poder público possa incentivar as empresas, com fundos públicos, e, de outro, não se submeta ao objeto incentivado, arcando-o com os mesmos fundos.
e) Se o Estado estabeleceu o incentivo à prorrogação da licença-maternidade às trabalhadoras de empresas privadas, deve, bem antes, dar-lhes o exemplo e admitir, desde já, a obrigação para si, aliás porque, públicos também são os fundos que financiam a política de incentivo, realizados mediante renúncia fiscal; é incongruente pensar, que de um lado o poder público possa incentivar as empresas com fundos públicos e, de outro, não se submeta ao objeto incentivado, arcando-o com os mesmos fundos.
(Jean P. Ruzzarin, Direito & Justiça, Correio Braziliense, 29.09.2008, com adaptações)
10. As opções trazem propostas de continuidade ao trecho abaixo, diferentemente redigidas. Assinale a que contém erro de regência e/ou de concordância.
Como ninguém quer falar em aumento de impostos, todos se aferram à expressão mágica: reforma tributária. O tema evoca um país moderno, com distribuição mais justa dos valores arrecadados.
(Gustavo Krieger, Agenda necessária e agenda possível, Correio Braziliense, 07.01.2008, p. 4)
a) Bonito na retórica. Quando o assunto chega à mesa de discussões, o clima muda. O governo federal não quer dividir seu caixa. Estados e Municípios sempre querem mais dinheiro.
b) É bonito até chegar à mesa de discussões. Aí ninguém quer perder. Ao contrário: todos lutam para aumentar sua fatia do bolo.
c) Tudo vai bem até o assunto chegar à mesa de discussões. União, Estados e Municípios se degladiam para não perderem nenhuma partezinha do que arrecadam. O que querem mesmo é ganhar mais.
d) Todos concordam até se sentarem à mesa de discussões, quando se iniciam os mais acalorados debates. Ninguém quer perder. Estados e Municípios buscam aumentar seu quinhão na nova divisão do dinheiro arrecadado.
e) Falar em reforma tributária é bonito. O xis da questão é botá-la no papel, quando os interesses da União, Estados e Municípios se chocam na busca de uma fatia maior do bolo para cada um.
1-a, 2-b, 3-b, 4-d, 5-e, 6-e, 7-c, 8-a, 9-a, 10-c.
Leia o texto abaixo para responder à questão 1.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou que a renda das famílias parou de cair em 2004, interrompendo uma trajetória de queda que acontecia desde 1997, e que houve diminuição do grau de concentração da renda do trabalho. Enquanto a metade da população ocupada que recebe os menores rendimentos teve ganho real de 3,2%, a outra metade, que tem rendimentos maiores, teve perda de 0,6%. Os resultados da PNAD revelaram, também, que o Brasil melhorou em itens como número de trabalhadores ocupados, participação das mulheres no mercado de trabalho, indicadores da área de educação e melhoria das condições de vida.
1. Assinale a opção que não constitui continuação coesa e coerente para o texto acima.
a) Para o secretário de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social, o resultado da pesquisa revela muito mais do que um aumento de renda: “A desigualdade no Brasil não se alterava desde 88. A população mais pobre do Brasil está ganhando mais se comparada à população mais rica, ou seja, a riqueza no Brasil está se desconcentrando. Essa é a melhor notícia. O Brasil está redistribuindo melhor a sua riqueza.”
b) Entretanto, as ações na área de educação, saúde e transferência de dinheiro, por exemplo, foram responsáveis pelo resultado.
c) A expectativa é que, no próximo ano, a diminuição da miséria no País seja ainda maior por causa das ações voltadas para os indígenas e quilombolas.
d) O assessor especial da Presidência da República, José Graziano, avaliou que esses números comprovam que o País está mudando. “Esses resultados revertem uma máxima histórica no nosso país de que os ricos ficavam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.”
e) A PNAD é a mais completa pesquisa anual sobre as condições de vida da população, mostra um retrato do país e, em 2004, foi estendida para as áreas rurais dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, alcançando a cobertura completa do território nacional.
(Adaptado de Em Questão, n. 379 — Brasília, 30 de novembro de 2005)
2. O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente destacou que, desde 2003, na Amazônia, o Governo Federal elevou em 27% a área sobre (1) proteção da União. Até o momento, mais de 85 mil quilômetros quadrados foram destinados para novas reservas de proteção integral e de uso (2) sustentável, implementadas em zonas de conflito e de expansão da fronteira agrícola. Com as novas unidades de conservação criadas (3), a área protegida na Amazônia chega a 390 mil quilômetros quadrados, apenas em reservas federais, o que (4) equivale à soma das áreas da Itália e de Portugal aproximadamente. Também houve a homologação de 93 mil quilômetros quadrados de áreas indígenas e a criação de 3,76 mil quilômetros quadrados de Assentamentos Sustentáveis, onde (5) a produção agrícola ocorre em harmonia com o uso sustentável da floresta.
(Adaptado de Em Questão, n. 381 — Brasília, 07 de dezembro de 2005)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
3. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
Durante o ano passado, o montante destinado pelo Banco do Brasil (1) concessão de crédito atingiu R$ 101,8 bilhões, um crescimento de 14,9% em relação (2) 2004. Esse resultado consolidou (3) posição do banco de líder na concessão de crédito no país com 15,3% de participação no mercado. Os recursos destinados pelo BB (4) empréstimos beneficiam pessoas físicas e micro e pequenas empresas, favorecem o financiamento do agronegócio e da produção dos agricultores familiares, bem como (5) exportações brasileiras e outras atividades produtivas que promovem o desenvolvimento regional.
(Adaptado de Em Questão, n. 409 — Brasília, 13 de março de 2006)
a) a, a, à, a, às
b) à, à, a, a, às
c) a, a, à, à, as
d) à, a, a, a, as
e) à, à, à, a, as
Leia o texto abaixo para responder à questão 4.
O governo federal tem estabelecido ações para promover as exportações brasileiras. A primeira delas foi desburocratizar o procedimento de exportação, reduzindo a documentação exigida, eliminando autorizações prévias e consolidando em um único documento todas as normas relativas à exportação.
(Adaptado de Em Questão, n. 288 — Brasília, 04 de março de 2005)
4. Assinale a substituição que prejudica a correção gramatical no texto acima.
a) “tem estabelecido” por vem estabelecendo
b) “desburocratizar o” por a desburocratização do
c) “reduzindo a” por que reduziu a
d) “eliminando autorizações prévias e consolidando” por pela eliminação de autorizações prévias e pela consolidação
e) “relativas à” por que têm relação com a
5. Assinale a opção que preenche respectiva e corretamente as lacunas do texto a seguir.
Ninguém pode opor-se às virtudes de São Paulo, (1) as do trabalho e da iniciativa empresarial, na vitoriosa aliança (2) imigrantes que trouxeram a técnica e algum capital e brasileiros de todo o país, (3) constituíram seu grande exército de operários. Mas só a federação garante o país contra as seduções de hegemonia e previne os despotismos, que, (4) serem manhosos, não deixam de ser tirânicos. Em sua viagem aos Estados Unidos, bem depois de Tocqueville, Lord Acton identifica, (5) poder dos estados, a grande força moderadora do governo central e a maior garantia da aplicação dos princípios democráticos.
(Adaptado de Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 10.03.2006)
a) como / com os / cujo / ao / ao
b) entre elas / entre os /que / por / no
c) tais como / pelos / os quais / de / em
d) haja vista / sobre os / os que / além de / do
e) seja / dos / no que / com / com
Leia o texto abaixo para responder às questões 6 e 7.
O Brasil tem potencial para se transformar em um dos maiores produtores de biodiesel do mundo e um grande exportador. Os Estados Unidos e alguns países da Europa já são consumidores do biodiesel. A União Europeia definiu como meta que, até 2005, 2% dos combustíveis utilizados devem ser renováveis e, em 2010, esse valor deverá ser de 5,75%. Como o continente não tem área de cultivo suficiente nem capacidade industrial instalada para atingir esses patamares, surgem as oportunidades de exportação do combustível pelo Brasil. O biodiesel ainda vai contribuir para melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades pela redução do uso de combustíveis derivados de petróleo. O uso de fontes energéticas renováveis e que não poluam o meio ambiente faz parte do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), uma das diretrizes do Protocolo de Quioto.
(Adaptado de Em Questão, n. 261 — Brasília, 08 de dezembro de 2004)
6. Assinale a opção incorreta em relação ao texto.
a) A substituição de “se transformar” por ser transformado mantém a correção gramatical do período.
b) A redação Foi definido como meta pela União Europeia que... mantém a correção gramatical do período.
c) Entre o período iniciado por “Como o continente...” e o período anterior, subentende-se uma relação que pode ser representada por Entretanto.
d) Ao se substituir “pela” pela estrutura por meio da prejudica-se a correção gramatical do período.
e) A inserção de que é antes de “uma das diretrizes” mantém a coesão e a coerência do período.
7. Assinale a opção que não está de acordo com as informações do texto.
a) O fato de o biodiesel poluir o meio ambiente é um fator que diminui as chances de exportação brasileira.
b) O fato de os Estados Unidos e parte da Europa já serem consumidores de biodiesel favorece as exportações brasileiras.
c) A meta definida pela União Europeia quanto à utilização de combustíveis renováveis é favorável às exportações brasileiras.
d) O fato de o continente europeu não contar com área de cultivo suficiente nem capacidade industrial de produção de combustíveis nos níveis requeridos favorece as exportações brasileiras.
e) As exportações brasileiras são favorecidas pelas diretrizes do Protocolo de Quioto que propugnam pelo uso de fontes energéticas renováveis.
(Adaptado de Em Questão, n. 261 — Brasília, 08 de dezembro de 2004)
8. Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.
a) O problema do Brasil é, desde a primeira assembleia constituinte, de 1823, o da descentralização do poder. O absolutismo de Pedro I levou à resistência das jornadas de abril de 1831 e à abdicação do imperador.
b) Com o Ato Adicional, de 1834, tentou-se amenizar o domínio de São Paulo e da cidade do Rio de Janeiro sobre o Império, o que foi contido pela regulamentação de Araújo Lima. A inteligência arguta de Tavares Bastos denunciou os abusos da centralização em 1860, e o Manifesto Republicano, dez anos depois, inicia-se com a reivindicação federalista.
c) Nunca é demais repetir que durante três décadas seguidas, a partir de 1817, em Pernambuco, até 1848, na mesma Província, brasileiros de todas as regiões foram compelidos a lutar pela autonomia provincial — e essa necessidade o obrigou a retomar as armas, no período republicano, na Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, em 1893.
d) A rebelião gaúcha foi derrotada pelas tropas federais enviadas por Floriano, apesar da bravura de seus combatentes e da força doutrinária de Gaspar da Silveira Martins. A questão federalista voltou, em seguida, ao fermentar a Guerra do Condestado, iniciada entre Paraná e Santa Catarina.
e) Essa guerra converteu-se em um dos mais importantes conflitos sociais do Brasil, entre 1911 e 1916, contribuiu para as rebeliões militares dos anos 20 e desembocou na Revolução de 30 — esta claramente contra os interesses hegemônicos de São Paulo.
(Adaptado de Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 10.03.2006)
9. Assinale a opção gramaticalmente correta.
a) O paranoico militante não têm nenhuma consciência de seu desejo de ser Deus. Ele simplesmente está fundido — e confundido — com esse desejo, sob forma de sua realização concreta e imediata.
b) O paranoico não tem desejo de ser Napoleão, ele os é, com as extravagantes consequências de praxe.
c) Seja como for, qualquer um de nós, na posse, no uso e no gozo da ordem da linguagem, pode criar um mundo à imagem e semelhança das mais desvairadas ambições e fantasias.
d) A representação significa, de uma parte, minha possibilidade racional e consciente de operar sobre o mundo, à partir de uma avaliação que o reverencie em sua concretude e realidade.
e) Mas, de outra parte, ela é também a minha possibilidade mais radical de alienação e de extravio. Posso, através dela dar as costas ao real, desfigurá-lo, desrespeitá-lo, traí-lo, negá-lo.
(Adaptado de Hélio Pellegrino)
10. Assinale a opção que apresenta erro de regência.
a) A evolução da arquitetura se caracteriza pelas suas obras mais importantes, aquelas que, especulando na técnica, se fizeram diferentes e inovadoras.
b) E, quando dela nos ocupamos, vale a pena voltar ao passado e sentir como a ideia da obra de arte se integrava nas razões utilitárias da arquitetura, fazendo-a mais rica, mais bela, com suas colunatas, seus ornamentos, pinturas, esculturas.
c) Com o advento do concreto armado, a arquitetura se modificou inteiramente. As paredes, que antes sustentavam os edifícios, passaram a simples material de vedação, surgindo a estrutura independente, a fachada de vidro.
d) A curva, a curva generosa a que os antigos tanto procuravam com seus arcos, cúpulas, voûtes e abóbadas espetaculares assumiu uma nova e surpreendente dimensão e, com ela, os requintes da técnica: o protendido, as cascas, os grandes espaços livres e os balanços extraordinários.
e) Uma arquitetura mais livre e vazada se oferecia a todos os arquitetos que quisessem inovar e se aventurar por novos caminhos.
(Adaptado de Oscar Niemeyer)
1-b, 2-a, 3-d, 4-d, 5-b, 6-d, 7-a, 8-c, 9-c, 10-d.
1. Em artigo publicado no Correio Braziliense (20.09.2008), Emir Sader refuta a pregação de campanha de um candidato a vereador no Rio de Janeiro, o qual defende que “o IPTU arrecadado em seu bairro tem que ser aplicado no seu bairro”. Reconhecendo que o sistema tributário brasileiro comete injustiças ao isentar dos ricos e cobrar da imensa massa da população que vive do trabalho, Emir Sader afirma ser “fundamental combater o egoísmo tributário — este sim, populista, demagógico — de tantas campanhas eleitorais”.
Aponte a asserção que não serve de argumento favorável nem de sustentação à crítica e às ponderações de Emir Sader.
a) O tema tributário — quem paga, quem recebe, de quem o Estado arrecada, a quem deve beneficiar — tem profundo viés de classe: nem sempre os recursos são direcionados para as políticas públicas que beneficiam os mais necessitados.
b) Pouco importam ao candidato populista e demagógico as necessidades do conjunto da cidade, mesmo sabendo que a cidade tem subúrbios, favelas e bairros da periferia, onde vive majoritariamente a população hipossuficiente.
c) A questão tributária se presta à exploração demagógica do egoísmo. Sai na frente o candidato que prega menos impostos, não importando se podem faltar professores nas escolas públicas ou médicos nos hospitais públicos.
d) Pregar que cada bairro utilize os recursos no próprio bairro significa que os ricos financiarão os ricos; e os pobres, que constituem a maioria da população, terão de se arranjar com o pouco que seus bairros arrecadarem.
e) Devido ao montante de suas dívidas para com o Estado, devem merecer o benefício da isenção e de outras formas de não pagamento de impostos os bancos, as grandes empresas e os ricos.
2. Assinale o segmento inteiramente correto quanto à morfossintaxe, concordância, regência e coerência textual.
a) O esgotamento do modelo de administração burocrática, que primava excessivamente pelo respeito as normas e procedimentos internos do setor público, tolhia a criatividade e a autonomia dos profissionais encarregados de ações que melhor atendesse as demandas da sociedade.
b) Devido ao esgotamento do modelo de administração burocrática, que primava excessivamente pelo respeito as normas e procedimentos internos do setor público, inibiam-se a criatividade e a autonomia dos profissionais encarregados de ações que melhor atendesse as demandas da sociedade.
c) O esgotamento do modelo de administração burocrática, que primava excessivamente pelo respeito às normas e procedimentos internos do setor público, obstavam-se a criatividade e a autonomia dos profissionais encarregados de ações que melhor atendessem às demandas da sociedade.
d) Com o esgotamento do modelo de administração burocrática, que se regia excessivamente pelo respeito às normas e procedimentos internos do setor público, fomentou-se a criatividade e a autonomia dos profissionais encarregados de ações que melhor atendessem as demandas da sociedade.
e) Após o esgotamento do modelo de administração burocrática que oprimia excessivamente pelo respeito às normas e procedimentos internos do setor público, impedia a criatividade e a autonomia dos profissionais encarregados de ações que melhor atendessem às demandas da sociedade.
3. Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial do Jornal do Brasil, 18.09.2008. Assinale a opção em que há erro gramatical.
a) A elevação dos termômetros da crise nos mercados financeiros — que emite sinais perturbadores de que será longa e ruidosa — tem encontrado lenitivos consideráveis na economia brasileira.
b) Essa constatação, no entanto, não aplaca as exigências impostas ao país: é preciso encontrar mecanismos sólidos de redução dos habituais riscos de contaminação.
c) De que a saúde da economia brasileira vai bem só as mentes insensatas discordarão. É incontestável que o Brasil exibe hoje índices de vulnerabilidade bem mais baixos do que os que apresentava à alguns anos.
d) As perspectivas são positivas e os indicadores econômicos são favoráveis para a expansão econômica contínua e segura.
e) Tanto é que a taxa de investimento no segundo trimestre deste ano registrou crescimento de 5,4% em relação ao trimestre anterior, permitindo expansão de 1,4% do PIB entre os dois períodos.
4. Assinale a opção que constitui continuação coesa e coerente para o texto abaixo.
Faz vinte anos que foi promulgada a Constituição de 1988, chamada “cidadã” pelo então presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães. Pode haver algum exagero nesse epíteto. Mas hoje está claro que a Constituição de 1988 promoveu um avanço no conceito de cidadania. “Ela contribuiu para sua popularização”, diz o historiador José Murilo de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “E introduziu instrumentos legais importantes de afirmação democrática”. Ao mesmo tempo, a Constituição ficou incompleta.
a) Por isso, em 1988, a Constituição trouxe inovações que hoje parecem triviais. Durante mais de 150 anos, os analfabetos — maioria ou um número expressivo da população — estiveram excluídos da vida política.
b) Até hoje, sofre um aperfeiçoamento contínuo que leva muitos a considerá-la uma “colcha de retalhos” em eterna reforma, descolada da realidade de uma economia moderna.
c) Pois a Constituição garantiu a eles o direito ao voto, assim como aos menores entre 16 e 18 anos. Também concedeu a todo cidadão o direito de saber todas as informações que o governo guarda sobre ele, um recurso conhecido como habeas data.
d) Para atendê-los, depois da Constituição, foram elaborados nos anos seguintes um novo Código Civil, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso.
e) Tanto é que o racismo passou a ser considerado crime inafiançável. Há ainda um capítulo inovador sobre meio ambiente e uma legislação sobre a questão indígena que, se não evita conflitos pontuais, pelo menos protege a minoria.
(Leandro Loyola, Revista Época, 17.09.2008)
5. Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do Editorial do Jornal do Brasil, 15.09.2008, que estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e assinale a opção correspondente.
( ) O resultado desse levantamento aponta para uma elevação da temperatura e para a redução das chuvas em parte da Floresta Amazônica, o que poderia transformar, nas próximas décadas, a maior e mais importante reserva de biodiversidade mundial num imenso semiárido.
( ) Estudo apresentado em Belém pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revela dados alarmantes sobre a devastação em dois Estados da Federação: o Pará e o Maranhão, que, somados, correspondem a 18% do território brasileiro e a 30% da Amazônia Legal.
( ) Explicando melhor esse resultado: o documento mostra que o clima da região se tornará cada vez mais quente e seco, com reduções de chuva que podem ficar entre 2 e 4 milímetros por dia, no período de 2071-2100, quando comparado com o atual clima da região.
( ) Se no plano interno o país conseguir reverter o cenário dramático antecipado pelos relatórios, alcançar um relativo grau de crescimento sustentável e mantiver a política de incentivo aos biocombustíveis, o país terá um enorme handicap na hora de cobrar das nações mais ricas, historicamente as maiores responsáveis pela poluição global, mas também as mais reticentes quanto à aceitação de metas de redução de gases poluentes, o uso racional dos recursos naturais.
( ) A temperatura deve aumentar em toda a região leste do Pará até o Nordeste, chegando a até 7 graus nas regiões do leste da Amazônia e no norte do Maranhão (levando-se em consideração um cenário mais pessimista, com alta concentração de gases do efeito estufa) ou a até 4 graus acima do atual, em condições mais otimistas.
a) 2, 3, 1, 5, 4
b) 4, 3, 2, 1, 5
c) 4, 5, 3, 2, 1
d) 2, 1, 3, 5, 4
e) 4, 1, 2, 3, 5
6. Assinale o trecho inteiramente correto quanto à morfossintaxe e à pontuação.
a) Hoje em dia a população é participativa. Ela é quem decide onde o orçamento-participativo deve ser aplicado, e o melhor o cidadão cobra, busca o resultado, quer saber onde foi empregado os seus tributos.
b) Administrar visando resultados é bom para todos, o país ganha, os servidores estão mais satisfeitos porque sabe que o serviço que ele está prestando é de qualidade, servindo de motivação para que esse servidor busque cada vez mais a capacitação.
c) Entendo que a velocidade que as mudanças vêm ocorrendo, tanto no campo econômico, político, social que se processa de maneira muito rápida, ou os novos gerentes acompanham todo esse mecanismo de desenvolvimento ou tendem a desaparecerem.
d) Hoje se depara com o processo da globalização, com isso consequentemente se exige melhores gestores e mais aperfeiçoamento das ações gerenciais, novos padrões de comportamento, estabelecimento de novas técnicas, aperfeiçoamento constante e manter dentro da competitividade e modernidade desejadas.
e) Ademais de dominar os conhecimentos técnicos de sua área de atuação, um bom gestor deve saber exercer a liderança com flexibilidade; ter habilidade para solucionar conflitos; mostrar aptidão para trabalhar em equipe; ter desenvolvidas a sensibilidade e a intuição; mas, acima de tudo, pautar suas ações sob o manto da ética e da justiça social.
7. Assinale a opção correta em relação à classificação do “se”.
Embora a recuperação da confiança tenha sido modesta em setembro, é possível que a tendência positiva se (1) acentue no final do ano, se (2) a queda do juro básico se (3) transferir para o crédito ao consumo e se (4) os salários reais continuarem a se (5) recuperar devido à contenção da inflação, que eleva o poder aquisitivo.
(O Estado de S. Paulo, 04.10.2005, Editorial)
a) 1 — conjunção condicional
b) 2 — pronome reflexivo
c) 3 — índice de indeterminação do sujeito
d) 4 — conjunção condicional
e) 5 — palavra expletiva ou de realce
Leia o texto abaixo para responder à questão 8.
Em março de 2005, o acordo com o FMI não foi renovado, resultado do sucesso do ajuste na economia promovido pelo governo federal nesses dois anos, que, entre outras coisas, permitiu a queda da relação dívida pública/PIB por dois anos seguidos, ao mesmo tempo em que a distribuição de renda melhorava e se criavam 100.000 empregos formais por mês. Com a economia continuando a se fortalecer nos meses seguintes (mais exportações, menos inflação), a decisão de quitar integralmente a dívida com o Fundo de forma antecipada pôde ser tomada com toda a segurança, trazendo benefícios para a melhora da imagem do país e a diminuição do custo de captação da dívida pública.
(Adaptado de Em Questão, n. 387 — Brasília, 26 de dezembro de 2005)
8. Assinale a opção que não completa o período abaixo de acordo com as ideias do texto acima.
Foi possível dispensar a renovação do acordo com o FMI em decorrência de
a) sucesso do reajuste na economia promovido pelo governo federal.
b) queda da dívida pública/PIB por dois anos seguidos.
c) melhoria da distribuição de renda e criação de 100.000 empregos por mês.
d) fortalecimento da economia — mais exportações e menos inflação.
e) melhora da imagem do país no exterior.
Leia o texto abaixo para responder à questão 9.
Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu: “Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.
(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11.03.2006)
9. Em relação ao texto acima, assinale a opção incorreta.
a) A eliminação do termo “do” depois de “melhor” mantém a correção gramatical do período.
b) O emprego de segunda pessoa em “teu” concorda com o emprego de “dizes”.
c) Em “transformá-los”, a forma pronominal “-los” retoma a ideia explicitada em “outros indivíduos”.
d) Em “o que se combate”, o termo “o” pode, sem prejuízo gramatical para o período, ser substituído pelo pronome aquilo.
e) A substituição de “se combate” por era combatido mantém a correção gramatical e as informações originais do período.
Leia o texto abaixo para responder à questão 10.
Memórias do cárcere, na versão cinematográfica, (1) explora mais desenvoltamente a linguagem artística e as possibilidades que estão ao alcance do cinema de fragmentar a realidade para, em seguida, recompor o concreto nos diversos níveis em que ele aparece na percepção, na cabeça e na história dos homens. Quem ama o livro por ele mesmo não vai recuperá-lo no filme. Quem ama as várias verdades (2) que Graciliano Ramos enfrentou com hombridade e coragem irá ver (3) no filme uma engenhosa e íntegra transposição do livro. Seria pouco dizer que completam-se (4) ambos. Nelson Pereira dos Santos explora a técnica cinematográfica como Graciliano Ramos, a técnica literária, ou seja, (5) como recurso de descoberta da verdade, arma de denúncia intelectual e instrumento de luta política.
(Florestan Fernandes)
10. Assinale a opção em que o segmento destacado apresenta erro gramatical.
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
1-e, 2-d, 3-c, 4-b, 5-d, 6-e, 7-d, 8-e, 9-e, 10-d.
1. Assinale a opção que não preenche corretamente a lacuna do texto.
Outra medida que promove a pequena e média empresa brasileira é a instalação pela Agência de Promoção de Exportações do Brasil — APEX de um centro de distribuição de produtos nacionais, em Miami, Estados Unidos. O centro tem espaço para armazenagem de produtos, um showroom e um escritório comercial e administrativo. As empresas podem ficar instaladas por um período de 12 a 18 meses para a consolidação de seus produtos no mercado, ____________ a ideia é reduzir a distância entre as empresas e seus clientes estrangeiros. O próximo centro será instalado na Alemanha no segundo semestre deste ano.
(Adaptado de Em Questão, n. 288 — Brasília, 04 de março de 2005)
a) uma vez que
b) porquanto
c) pois
d) conquanto
e) já que
2. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto a seguir.
A carteira de crédito do Banco do Brasil destinada ao agronegócio atingiu R$ 35,7 bilhões em 2005 — crescimento de 18,9% em relação ao ano anterior. (1) mostra que o banco manteve a parceria com o setor atingido no ano passado pela perda de produção (2) longos períodos de seca, (3) baixa cotação no preço das commodities (produtos agropecuários e minérios cotados internacionalmente, como soja e suco de laranja) e pela valorização do real (4) dólar. O banco ainda prorrogou dívidas do setor no valor de R$ 2,7 bilhões. Para os agricultores familiares o BB liberou R$ 4,3 bilhões ano passado pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). (5) programa do governo federal financia o custeio e o investimento de atividades produtivas de pequenos agricultores em todo o país.
(Adaptado de Em Questão, n. 409 — Brasília, 13 de março de 2006)
a) Esse incremento / em decorrência de / pela / em relação ao / Esse
b) Essa ampliação / por causa de / à frente / o / Tal
c) Tal aumento / em consequência de / na / diante do / Cujo
d) Esse crescimento / já que houve / da / em frente o / Um
e) Tal incremento / uma vez que houve / de / diante o / O
3. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.
a) Ao longo dos séculos, a política tem sido considerada, pelos economistas e pelos militares, fator de perturbação da paz e da ordem.
b) Nos governos, e isso tem sido vezo histórico, os economistas pregam a austeridade, combatem a solidariedade para com os mais pobres, defendem a ideia de que o êxito é destinado aos mais dotados, pela natureza e pela posição social.
c) Mas se um governo universal, com o consentimento de todos os seres humanos, parecem utópicos, o governo imperial é experiência histórica repetida e sofrida.
d) Impérios, sempre os houve; da mesma forma que houve rebeliões dos dominados. Quase sempre, a humanidade conseguiu impedir um império que fosse universal.
e) Houve sempre duas potências maiores, em cada tempo, que disputaram a hegemonia, e isso permitiu às nações suportarem, fosse pela esperança, fosse pela mútua contenção, a submissão permanente e completa a um ou outro centro do poder.
(Adaptado de Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 11.03.2006)
4. Assinale a opção em que há emprego indevido de palavra.
a) O desmatamento nos nove estados da Amazônia Brasileira caiu 31% no período 2004/2005, passando de 27.200 km2 para 18.900 km2.
b) A redução na derrubada da floresta foi anunciada pelo Ministério do Meio Ambiente, com base em levantamentos realizados por satélite sob a orientação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
c) A última queda no índice havia ocorrido entre 1996-1997, onde o volume de floresta abatida caiu 27%.
d) Os dados apontam queda acentuada do desmate nas áreas próximas à rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), onde houve maior intervenção do Governo Federal por meio do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, do qual participam 13 ministérios.
e) Os números também indicam leve crescimento do desmatamento apenas no sudeste do Pará e no sul do Amazonas. É a primeira vez, em 17 anos de monitoramento da Amazônia, que os dados sobre desmatamento são apresentados no mesmo ano em que são levantados.
(Adaptado de Em Questão, n. 381 — Brasília, 07 de dezembro de 2005)
5. O Governo Federal autorizou o uso comercial do biodiesel. Feito à base de (1) mamona, soja, dendê, girassol (oleaginosas), o novo combustível poderá ter 2% adicionados ao diesel de petróleo para o uso em (2) veículos automotivos. Essa mistura é chamada de B2. Com o biodiesel o setor de energia no Brasil inicia uma nova fase. O uso do novo combustível trará (3) ganhos sociais, econômicos e ambientais para o país, ao privilegiar (4) a participação da agricultura familiar, geraria (5) emprego e renda no campo, ao permitir a redução das importações de diesel de petróleo e ao melhorar a qualidade do ar nos grandes centros urbanos.
(Adaptado de Em Questão, n. 261 — Brasília, 08 de dezembro de 2004)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Leia o texto abaixo para responder à questão 6.
As vantagens sociais do biodiesel dizem respeito à geração de emprego e renda no campo e na indústria nacional. O cultivo da mamona, dendê, girassol, soja e de outras oleaginosas vão gerar emprego e renda, especialmente para os agricultores familiares. O governo federal está apostando no crescimento gradual da nova cadeia de combustível à partir do incentivo à inclusão social de agricultores familiares e assentados da reforma agrária, principalmente no Norte e Nordeste. O biodiesel produzido com base na mamona e no dendê fornecidos por agricultores familiares das regiões Norte, Nordeste e do semiárido terá 100% de redução do PIS/COFINS. Os demais agricultores familiares de todo o país terão diminuição percentual de 89,6%. Outro ganho é a redução das importações de diesel. Hoje, o Brasil importa 10% desse combustível. O uso do biodiesel possibilitará ao Brasil uma economia anual de aproximadamente US$ 160 milhões (R$ 432 milhões) na importação do diesel.
(Adaptado de Em Questão, n. 261 — Brasília, 08 de dezembro de 2004)
6. Para que o texto acima fique gramaticalmente correto é necessário substituir
a) “dizem respeito à” por se referem à.
b) “à partir do” por por meio do.
c) “à inclusão” por a inclusão.
d) “terá” por vai ter.
e) “possibilitará” por vai possibilitar.
7. Assinale a opção em que há erro de pontuação.
a) Entre março de 2004 e fevereiro de 2005, as exportações brasileiras ultrapassaram a marca dos US$ 100 bilhões, um recorde histórico para o país.
b) A meta do Governo Federal, alcançada com quase dois anos de antecedência mostra o vigor das vendas do país para o mercado externo.
c) Exportação em alta significa favorecer o desenvolvimento do país e, portanto, a geração de emprego, de renda. Para o sucesso desse trabalho, as microempresas contam com o apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e da APEX-Brasil (Agência de Promoção de Exportações do Brasil) na capacitação de funcionários e na consultoria técnica.
d) O aumento nas exportações é um dos fatores principais para o saldo positivo referente à criação de postos de trabalho no Brasil. Em 2004, foram 1,5 milhão de novas vagas com carteira assinada, e essa tendência permanece este ano.
e) Em janeiro, foram criadas 115.972 vagas formais, melhor resultado para o período desde 1992. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população ocupada em janeiro deste ano em seis regiões metropolitanas cresceu 4,1% em relação ao mesmo período de 2004.
(Adaptado de Em Questão, n. 288 — Brasília, 04 de março de 2005)
Para responder às questões de 8 a 10, leia o texto abaixo, escrito por José Sergio Gabrielli de Azevedo, Presidente da Petrobras; trata-se do texto de apresentação do Código de Ética do Sistema Petrobras, disponível no site oficial da Liquigás.
O Sistema Petrobras vem a público apresentar seu Código de Ética. A presente versão é resultado de uma ampla revisão, realizada num processo participativo e representativo, que envolveu empregados e empregadas das diversas Unidades do Sistema, em todas as regiões do País, em seminários de formação e em participações por meio eletrônico.
O objetivo deste Código de Ética é definir com clareza os princípios éticos que norteiam as ações do Sistema Petrobras e os compromissos de conduta do Sistema, tanto da parte institucional como da parte dos seus empregados e empregadas, explicitando o sentido ético de sua Missão, Visão e Plano Estratégico.
Expressando a busca de coerência entre o discurso e a prática, este Código de Ética apresenta-se também como um compromisso público do Sistema Petrobras de fazer valer estes princípios em práticas concretas cotidianas.
Assim sendo, o Sistema Petrobras posiciona-se ao lado das melhores práticas de empresas do setor no mercado internacional, que se empenham pelo desenvolvimento sustentável e comprometem-se em fazer dos empreendimentos econômicos iniciativas que também promovam o desenvolvimento ambiental, social, cultural e ético das sociedades. Este compromisso ético levou a Petrobras a conquistar, em setembro de 2006, o direito de compor o Índice Mundial Dow Jones de Sustentabilidade, usado como parâmetro para análise dos investidores sócio e ambientalmente responsáveis. Nesse mesmo sentido, pode ser considerado também uma continuidade da adesão que, em outubro de 2003, a Petrobras fez com relação aos Princípios do Pacto Global da ONU.
Estou certo de que a apresentação pública deste Código de Ética e seu cumprimento contribuirão para fortalecer uma nova cultura empresarial, voltada para o desenvolvimento sustentável, com responsabilidade social e ambiental, no Brasil e nos países onde o Sistema Petrobras atua.
8. Assinale a alternativa que contenha afirmações coerentes com as apresentadas no texto de José Sergio Gabrielli de Azevedo.
a) Dentre outros aspectos, o Código de Ética da Petrobras se destaca porque, desde sua primeira versão, foi formulado com a participação de seus colaboradores, por meio de um processo participativo e representativo.
b) Empresas como a Petrobras acreditam que práticas associadas ao desenvolvimento sustentável e iniciativas que promovem o desenvolvimento ambiental, social, cultural e ético das sociedades precedem os interesses meramente econômicos e a obtenção de lucros.
c) Por meio do Código de Ética do Sistema Petrobras, aspira-se à coerência entre discurso e prática; o documento é um compromisso público do Sistema Petrobras, por mais que revele a vontade da corporação em fazer valer estes princípios em práticas concretas cotidianas.
d) O direito de compor o Índice Mundial Dow Jones de Sustentabilidade e a adesão da Petrobras, em outubro de 2003, aos Princípios do Pacto Global da ONU são indicadores claros de seu compromisso com valores como a responsabilidade social e ambiental.
e) A publicação da mais nova versão do Código de Ética do Sistema Petrobras faz que a empresa seja líder no que diz respeito às melhores práticas de empresas do setor no mercado internacional.
9. Levando em consideração as afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, é correto afirmar que
a) a oração “A presente versão é resultado de uma ampla revisão”, do primeiro parágrafo, pode ser reescrita, preservando-se o sentido do texto original, sem que ocorra erro gramatical, da seguinte maneira: “A presente versão é resultado de ampla revisão”.
b) no trecho “realizada num processo participativo e representativo, que envolveu empregados e empregadas das diversas Unidades do Sistema”, do primeiro parágrafo, o pronome destacado refere-se ao aposto que o antecede.
c) no trecho “O objetivo deste Código de Ética é definir com clareza os princípios éticos”, do segundo parágrafo, o termo destacado, segundo a gramática normativa, deveria ser substituído por “desse”.
d) o trecho “definir com clareza os princípios éticos que norteiam as ações do Sistema Petrobras”, do segundo parágrafo, pode ser reescrito, preservando-se o sentido do texto original, sem que ocorra erro gramatical, da seguinte maneira: “definir com clareza os princípios éticos, que norteiam as ações do Sistema Petrobras”.
e) o trecho “tanto da parte institucional como da parte dos seus empregados e empregadas”, do segundo parágrafo, sofrerá alteração de sentido se for reescrito da seguinte maneira: “tanto da parte institucional como da parte de seus empregados e empregadas”.
10. Levando em consideração as afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, é correto afirmar que
a) a oração “Expressando a busca de coerência entre o discurso e a prática”, que abre o terceiro parágrafo, pode ser reescrita, preservando-se o sentido do texto original, sem que ocorra erro gramatical, da seguinte maneira: “Conquanto expresse a busca de coerência entre o discurso e a prática”.
b) na oração “Expressando a busca de coerência entre o discurso e a prática”, que abre o terceiro parágrafo, se a palavra destacada for substituída por “por”, haverá intensificação da ideia de empenho ou esforço no ato de buscar.
c) no terceiro parágrafo, as palavras “coerência”, “prática”, “Código”, “Ética”, “também” e “princípios” foram acentuadas de acordo com a mesma regra.
d) a oração “fazer valer estes princípios em práticas concretas cotidianas”, do terceiro parágrafo, não pode ser reescrita da seguinte maneira, de acordo com as regras da gramática normativa: “fazer estes princípios valerem em práticas concretas cotidianas”.
e) se quisermos, na frase “fazer valer estes princípios em práticas concretas cotidianas”, do terceiro parágrafo, substituir o termo destacado por pronome, utilizaremos, obrigatoriamente, um pronome pessoal do caso reto, já que o termo exerce a função de sujeito da segunda oração.
1-d, 2-a, 3-c, 4-c, 5-e, 6-b, 7-b, 8-d, 9-a, 10-b.
1. Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.
Um tema objeto de alguns painéis no recém-encerrado Fórum Econômico Mundial foi a desigualdade na distribuição de renda no mundo globalizado, mesmo durante o processo em que milhões de pessoas saíram da pobreza na última década nas diversas partes do mundo emergente, da China à Rússia e à América Latina. Muito além dos aspectos puramente econômicos, o tema foi tratado como uma questão política, assim como cultural e mesmo “emocional”, já que a percepção de distribuição injusta seria mais importante do que uma medida puramente econômica. Se não for atacada, a questão da pobreza pode se transformar, segundo alguns especialistas, em uma crise mundial. Como exemplo, foi lembrado que a previsão é que a população do globo vai ser de 12 bilhões por volta de 2100 e, se nada for feito, cerca de metade pode estar na pobreza, o que seria “insustentável”.
A melhora social propiciada pelo crescimento econômico generalizado, se por um lado demonstra as vantagens da economia globalizada, por outro estimula o aumento do consumo por populações que estavam fora desse circuito, o que traz problemas na cadeia de distribuição de alimentos, e estimula o justo desejo por maior participação nos frutos do desenvolvimento, exacerbando a percepção da injustiça na distribuição de renda, tanto entre países quanto entre cidadãos.
(Merval Pereira, O Globo, 31.01.2008)
a) O Fórum Econômico Mundial ignora a desigualdade na distribuição de renda no mundo globalizado.
b) Na última década, uma parcela insignificante da população mundial saiu da linha de pobreza.
c) A inserção de parcela antes excluída das vantagens do desenvolvimento promove problemas na cadeia de distribuição de alimentos.
d) O desejo de maior participação nos frutos do desenvolvimento atenua a injustiça na distribuição da renda.
e) As vantagens da economia globalizada são disfarçadas pela melhora social propiciada pelo crescimento econômico.
2. Se havia alguma dúvida sobre a forte desaceleração no ritmo de atividade da economia americana, os mais recentes pronunciamentos das autoridades monetárias — entre as quais o próprio presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke — e dados estatísticos deixaram claro que é preciso ficar muito atento para o comportamento dos mercados nos Estados Unidos este ano. Um dos alertas foi a baixa geração de empregos em dezembro. As autoridades estão preocupadas com o risco de recessão e isso já se reflete nos programas dos pré-candidatos dos partidos Republicano e Democrata à Casa Branca.
(O Globo, 15.01.2008, Editorial)
Subentende-se das ideias e informações do texto que
a) não há mais crença na desaceleração da economia americana.
b) a baixa geração de emprego em dezembro reforça a ideia da desaceleração da economia americana.
c) os dados estatísticos reforçam a ideia da aceleração da economia americana.
d) os políticos não se preocupam com a situação recessiva da economia americana.
e) as autoridades não deixam dúvidas de que será forte, este ano, o ritmo de atividade da economia americana.
3. Assinale a opção que não constitui continuação coesa, coerente e gramaticalmente correta para o texto abaixo.
O combate à fome e à pobreza foi adotado pelo governo federal, a partir de 2003, como política de governo. Dentro dessa política, por exemplo, foi criado o Programa Bolsa Família, que beneficia mais da metade das famílias pobres do país. O programa é de responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que tem hoje o maior orçamento já investido no Brasil para combater a fome e promover o desenvolvimento Social — R$ 17 bilhões.
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390 — Brasília, 06 de janeiro de 2006)
a) Há atualmente programas de distribuição de renda em 100% do território nacional, proporcionando o acesso à alimentação e movimentando a economia local.
b) Uma ação importante, feita em parceria com a Articulação no Semiárido (ASA), é o Programa de Construção de Cisternas. Foram 50.248 cisternas construídas na região do semiárido com investimentos diretos do governo federal no valor de R$ 72 milhões entre junho de 2003 e março de 2005.
c) Outra meta é a garantia de que até 2015 todas as crianças terminem um ciclo completo de ensino. Nesse caso, de acordo com o relatório, o Brasil caminha para a universalização do ensino fundamental. Em 2002, 93,8% das crianças de 7 a 14 anos frequentavam a escola de 1ª a 8ª série.
d) Mas o grande problema do País ainda é a qualidade de ensino e o alto índice de analfabetos. Dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), de 2001, mostram que 59% dos alunos da 4ª série não desenvolveram habilidades elementares de leitura.
e) Além das ações governamentais, para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é necessário o estabelecimento de parcerias. Nesse sentido o governo brasileiro tem buscado o apoio da iniciativa privada e de organizações da sociedade civil, bem como tem estabelecido parcerias com outras nações que também firmaram o mesmo pacto para o alcance das metas sociais.
4. Assinale a opção em que há erro.
a) O saldo da balança comercial (exportações menos importações) brasileira de 2005 alcançou US$ 44,76 bilhões, valor nunca registrado na história do país.
b) O resultado positivo, 33% maior que o atingido em 2004, deve-se ao desempenho expressivo das exportações e importações.
c) As vendas externas tiveram incremento superior à US$ 24 bilhões no ano passado e fecharam 2005 com US$ 118,3 bilhões.
d) Já as importações totalizaram US$ 73,545 bilhões no ano passado.
e) Os resultados recordes mostram que apesar da valorização do real frente ao dólar, a corrente de comércio do país (exportações mais importações) não para de crescer com a diversificação de pauta exportadora, aumento do número de países que compram os produtos brasileiros e o crescimento da participação de estados com pouca tradição nas vendas externas.
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390 — Brasília, 06 de janeiro de 2006)
5. Assinale a opção que reproduz corretamente as ideias contidas no trecho abaixo.
Estudo feito por cientistas dinamarqueses revelou que pessoas que bebem moderadamente e são fisicamente ativas têm menor risco de morte por doenças cardiovasculares do que aquelas que não bebem e são inativas. Esta é a primeira pesquisa a avaliar a influência combinada de atividades físicas e de ingestão regular de álcool.
a) Indivíduos que não bebem nem se exercitam têm risco menor de apresentar doenças cardiovasculares do que os bebedores moderados fisicamente ativos.
b) A ingestão moderada de álcool combinada com atividades físicas mostrou-se mais eficaz para a saúde do coração do que a abstenção alcoólica somada à inatividade.
c) Manter-se fisicamente ativo e beber moderadamente causam mais riscos na redução de risco de doenças do coração do que abster-se de álcool mas frequentar academias de ginástica.
d) Estudo dinamarquês revelou que a combinação de álcool, independentemente da quantidade ingerida, com exercitação física causa menos risco à saúde do que a não ingestão somada à inatividade.
e) Combinar atividade física com álcool apresenta maior perigo para a saúde do coração do que a exercitação moderada somada à abstenção alcoólica.
6. Assinale a opção em que o trecho do Valor Econômico (15.01.2008 — com adaptações) apresenta erro gramatical.
a) Várias lições foram aprendidas com o apagão de 2001 e não há dúvida de que a situação em que o País se encontra para prevenir e enfrentar a eventual repetição de cortes forçados de energia são muito melhores que as de sete anos atrás.
b) Há pelo menos dois anos o abastecimento de gás natural deixou de ser confiável, e não será pela proximidade de escassez de energia que o problema mudará de natureza.
c) A questão da necessidade de medidas de economia de energia, sejam elas quais forem — inclusive a que deveria ser item permanente de todos os governos, todos os anos: a racionalização do uso —, passou a ser encarada pelo governo como um desafio.
d) O modelo energético atual privilegiou a garantia de fornecimento da energia e a modicidade tarifária para novos empreendimentos. Tem pontos fortes e fracos, como todos os modelos. Ele é estatista e centralizador, sem que, por isso, esteja condenado à ineficiência.
e) Ao contrário, a previsibilidade de todo o sistema é hoje maior, embora isto tampouco seja uma garantia de que as necessidades do futuro serão atendidas por medidas adequadas no presente. Se o planejamento for seguido à risca, a situação da oferta do gás tem condições de melhorar em 2008.
7. Assinale o trecho do texto adaptado do Jornal do Commercio (PE), de 12.01.2008, que apresenta erro de regência.
a) Depois de um longo período em que apresentou taxas de crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fecha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a maior taxa registrada na última década.
b) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a conhecida Comissão Econômica para a América Latina (Cepal).
c) Não há dúvida de que os números são bons, num momento em que atingimos um bom superávit em conta corrente, em que se revela queda no desemprego e até se anuncia a ampliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de novas fontes de petróleo.
d) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente, percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuída a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina.
e) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia, com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro da América Latina, o organismo internacional está atribuindo um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do que o do Brasil.
8. Assinale a opção correta a respeito dos sentidos e dos elementos linguísticos do texto abaixo.
Estamos nos deparando com uma cantilena a nos cobrar sobre o voto consciente. Quanto aos candidatos, todos são bons até que nos provem o contrário. Há muitos interesses em jogo, é preciso que saibamos distingui-los. Na campanha, alguém nos falou que iria votar a favor ou contra a CPMF? Da mesma forma, alguém nos disse que iria votar a favor da cobrança de contribuição ao aposentado? É um cheque em branco que nós damos aos partidos, que durante quatro anos irão manobrar os votos de suas bancadas, que nem sempre são favoráveis ao povo que os elegeu. O povo funciona como massa de manobra, e as tribunas no parlamento como um palanque político eleitoral. Na verdade, o que menos interessa é o povo.
(Antonio Pereira, Londrina (PR), Sr. Redator, Correio Braziliense, 30.12.2007, p. 14)
a) O autor do texto é um missivista insatisfeito com o redator do Correio Braziliense.
b) Estão incluídas na cantilena a que se refere o Sr. Antonio Pereira as mensagens eletrônicas enviadas pelo povo aos parlamentares pedindo-lhes para votarem contra a prorrogação da CPMF.
c) Está no mesmo tempo e modo verbal de “saibamos” a forma: adiremos, do verbo aderir.
d) O adjetivo “favoráveis” em “que nem sempre são favoráveis ao povo que os elegeu” refere-se ao termo “votos”.
e) Ocorre elipse do verbo “funcionar” no trecho “... e as tribunas no parlamento...”, que é entendido assim: ... e as tribunas funcionam no parlamento...
9. Assinale a opção que reescreve as expressões destacadas no trecho abaixo com vocabulário e morfossintaxe condizentes com a norma escrita formal da Língua Portuguesa.
Em sua última reunião, o Conselho Deliberativo da UNACON colocou em pauta as condições de trabalho de analistas e técnicos em todas as regiões do Brasil. (1) Depois de ouvir o que atrapalhava o seu trabalho, o Conselho deliberou encaminhar à CGU um relato dessas dificuldades, com sugestões (2) para ficar mais fácil as operações de controle e finanças nos Estados.
a) (1) Ao ouvir os tropeços que trazia óbices no seu trabalho,
(2) para deixar mais efetivo
b) (1) Ao ter ciência das dificuldades que se interpunham no decorrer das atividades,
(2) para tornar mais viáveis
c) (1) Depois de saber que obstáculos pelos quais passavam em seu trabalho,
(2) de como desobstaculizar
d) (1) Assim que tomaram conhecimento de tudo o que impedia a realização do trabalho,
(2) corretivas a efetivar
e) (1) Cientificando-se dos entraves em prol do bom desempenho de suas atividades,
(2) evitáveis desses entraves para
10. Assinale a opção em que o trecho foi transcrito com erro de pontuação.
a) Ao longo dos últimos anos, na reforma do Judiciário, o Congresso municiou o Supremo com ferramentas novas para imprimir maior eficácia ao sistema. A corte, entretanto, as vem utilizando com certa timidez.
b) A mais poderosa dessas armas é o efeito vinculante. Trata-se de dispositivo que permite ao Supremo editar súmulas fixando jurisprudência que deve obrigatoriamente ser seguida pelas instâncias inferiores da Justiça e pela administração pública.
c) Criado em 2004 e regulamentado dois anos depois, o mecanismo só foi utilizado em três ocasiões, nenhuma delas envolvendo conteúdo muito controverso.
d) Caminho semelhante segue o princípio da repercussão geral, que possibilita ao STF, recusar recursos extraordinários e agravos em ações com baixa relevância social, no entendimento da maioria dos ministros.
e) Associadas, a edição de novas súmulas vinculantes e a exclusão das matérias sem repercussão geral teriam o condão de livrar o Judiciário de milhares de processos repetitivos, cujo desfecho já é conhecido de antemão.
(Folha de S.Paulo, 02.02.2008)
1-c, 2-b, 3-d, 4-c, 5-b, 6-a, 7-d, 8-e, 9-b, 10-d.
1. Assinale a asserção errada quanto aos sentidos e aos elementos linguísticos do trecho abaixo.
Quando se achava que o Brasil já tinha visto tudo o que poderia ver em matéria de impostos, aconteceu algo jamais ocorrido antes neste país: um imposto que existia deixou de existir. Impostos, como é bem sabido, podem mudar de nome, podem aumentar ou diminuir (em geral, aumentam), podem passar de uma esfera a outra dentro da administração pública, mas uma vez criados ficam aí para sempre. Eis que, justo às vésperas do Natal, o governo não consegue obter do Senado os votos de que precisava para manter viva a CPMF, “contribuição” que era obrigatória e que, sob o disfarce de “provisória”, vinha tirando uma lasca de cada cheque emitido no país desde o remoto ano de 1996.
(J. R. Guzzo. O fim de uma mentira, Exame, 31.12.2007, p. 66)
a) A extinção de um imposto no Brasil é apresentada no texto como algo surpreendente, como um fato inusitado.
b) O emprego da expressão “como é bem sabido”, no contexto em que está, dá a entender que a informação que vem a seguir não deve ser novidade para o leitor.
c) A oração “ficam aí para sempre” é substituível por: nunca deixam de existir, sem prejuízo do sentido original do texto.
d) O adjetivo “remoto” aplicado ao ano de 1996 favorece o entendimento de que o autor considera muito longo o tempo em que vigorou a CPMF.
e) O emprego das aspas em “contribuição” reforça o sentido de que a CPMF era essencial para a melhoria da saúde pública no Brasil.
2. Assinale a opção que completa, com correção gramatical, o espaço do texto abaixo.
O êxodo de jogadores de futebol brasileiros para o exterior é uma tendência difícil de ser revertida a curto prazo. O que se observa é ainda mais calamitoso. Eles estão partindo para qualquer timezinho do exterior cada vez mais cedo, cada vez mais novos, sejam bons ou não. Se os clubes ______ tantos atletas para pequenos times da Europa ou de outros continentes.
a) fossem mais bem administrados, não irão
b) fossem melhor administrados, não vão
c) forem mais bem administrados, não iriam
d) fossem mais bem administrados, não iriam
e) forem melhor administrados, não irão
3. Assinale a opção em que o trecho do texto adaptado do Valor Econômico, 11.01.2008, apresenta erro gramatical.
a) O resultado conjunto de estouro da bolha imobiliária e de uma bolha de crédito construída por empréstimos surpreendentemente generosos e amplos está sendo o corte da capacidade de endividamento do consumidor americano.
b) Recessão ou crescimento muito baixo — a economia americana parece condenada nos próximos trimestres a esta sina. À medida que se aprofundam a crise no mercado imobiliário residencial, seus efeitos se espalham por toda a economia.
c) Um dos grandes problemas é que os EUA acostumaram-se a essa via para crescer, deixando atrás de si um grande déficit no comércio e outro buraco nas contas públicas, ambos hoje cadentes.
d) A acentuada perda de fôlego da economia americana coloca desafios consideráveis para as autoridades monetárias. A arma tradicional da redução dos juros é agora de duvidosa eficácia e não pode ser usada livremente.
e) A desordem criada pelos grandes bancos no mercado de crédito teve como consequência perdas bilionárias em seus balanços. Ao que parece, há ainda muitos papéis invendáveis dentro das grandes instituições — mas fora dos balanços.
4. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
As perspectivas para o mercado agrícola continuam boas. Os preços internacionais estão (1) nível alto, (2) devem manter-se ao longo deste ano, em razão de fatores (3) o bom desempenho das economias dos países em desenvolvimento, o uso de matérias-primas agrícolas (4) produção de combustíveis e a redução da oferta de alguns produtos (5) problemas climáticos.
a) em um / em que / tais como / afim da / sob
b) em / a que / seja / na / causadores de
c) no / onde / tais / com a / sem
d) num / no qual / como / para a / por causa de
e) a / por que / com / em uma / por
5. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa do governo federal em conjunto com o Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vai selecionar e dar visibilidade (1) experiências em todo o país que estão contribuindo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), como (2) erradicação da extrema pobreza e (3) redução da mortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um compromisso assumido, perante (4) Organização das Nações Unidas, por 189 países de cumprir (5) 18 metas sociais até o ano de 2015.
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390 — Brasília, 06 de janeiro de 2006)
a) a, à, à, a, às.
b) as, a, a, à, as.
c) às, à, a, à, às.
d) a, a, a, a, as.
e) as, a, a, à, às.
6. Assinale a opção em que o trecho foi transcrito com correção gramatical.
a) Mesmo com toda a turbulência nos mercados financeiros internacionais, os prognósticos para a economia brasileira, em 2008 apontam para o crescimento.
b) Talvez não chegue ao patamar de 2007, pela necessidade de se conterem um pouco a demanda interna para evitar que a inflação derivada dos alimentos contamine outros preços.
c) Há dez anos, a situação seria totalmente diferente. O que mudou? Em primeiro lugar, o próprio perfil da economia mundial. Nações classificadas na categoria de emergentes conseguiram, de lá para cá melhorar significativamente o quadro de seus balanços de pagamento.
d) Mas a grande maioria dos analistas econômicos não acredita que o Brasil possa estar entre os países mais atingidos por uma crise financeira externa.
e) Aumentaram exportações, reduziram dívidas em valores absolutos ou relativos, ampliou as reservas cambiais, e se transformaram também em mercados relevantes dentro do comércio mundial.
(O Globo, 29.01.2008)
7. Assinale a opção que completa as lacunas do trecho abaixo, respeitando os princípios de coerência, correção gramatical e adequação vocabular.
O servidor envolvido na prática de (1) disciplinares, objeto de processo administrativo, (2) a respeito dos depoimentos das testemunhas, (3) o inquérito jungir-se ao princípio do contraditório.
(Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/RevistaCGU>.
Acesso em: 11 jan. 2008)
a) transgressões / tem de contrariar-se / em caráter de
b) infrações / há de ser notificado / em consequência de
c) inflações / deve tomar conhecimento / em virtude de
d) ilícitos / há que cientificar / em razão de
e) violações / tem de prevenir / em decorrência de
8. Assinale a asserção incorreta a respeito da organização das ideias do texto, seus sentidos e elementos linguísticos.
Seriam os furtos inconhos da espécie humana? Isso mesmo que deu para entender: inconhos, frutos que nascem pegados a outros. O trocadilho furtos/frutos saiu-me sem querer. Peço desculpas e repito a pergunta: nasceria o furto inconho, acoplado, pegado à espécie humana? Sim, porque as coisas que vemos aí, das mais humildes funções aos mais altos escalões, sugerem que o furto seja tão necessário quanto o oxigênio para a sobrevivência de nossa espécie.
(Eduardo Almeida Reis, Furtos inconhos, Correio Braziliense, 10.01.2008, p. 6)
a) Ao explicar o significado de “inconhos”, o autor está acionando a função metalinguística da linguagem.
b) Iniciar texto com pergunta, como acontece nesse texto, é um recurso estilístico que desobriga o autor de responder, deixando ao leitor o processamento mental da resposta.
c) Ocorre também trocadilho em: Na vida tudo passa, até uva passa.
d) Há segmentos no texto em que o autor se dirige diretamente ao leitor.
e) Ocorre comparação de igualdade no texto.
9. Abaixo estão recomendações para evitar o estresse. Assinale a opção na qual os verbos estão conjugados, corretamente, na terceira pessoa do singular.
a) Saboreie a vida, dai mais valor a suas experiências.
b) Para e medite. Põe uma uva-passa na boca. Note textura, cheiro e sabor.
c) Invista em prazeres: ouça música, leia, dê-se o direito de não fazer nada.
d) Fique atenta à respiração. Inspira e expira lentamente.
e) Aprende a dizer não. Peça ajuda sempre que necessário.
(Cristina Nabuco, Para desacelerar, Cláudia, junho 2007, p. 227)
10. Assinale a opção em que o trecho do Editorial de O Estado de S. Paulo (14.01.2008 — com adaptações) foi transcrito com erro gramatical.
a) Estudos preliminares indicam que o setor de agronegócios alcançou, no ano passado, um saldo superior a US$ 50 bilhões em seu comércio exterior, sendo mais uma vez o grande responsável pelo bom desempenho da balança comercial do País.
b) Segundo a consultoria Tendências, com exportações de US$ 61 bilhões e importações de US$ 8,7 bilhões, o superávit do agronegócio brasileiro ficou em US$ 52,3 bilhões, bem superior ao saldo de toda a balança comercial, que ficou em US$ 40,04 bilhões.
c) É muito provável que também em 2008 o agronegócio tenha papel decisivo no desempenho da balança comercial brasileira, embora as empresas de consultoria já identifique alguns fatores que podem afetar o crescimento de suas exportações.
d) Entre 1994 e 2004, o agronegócio registrou continuamente saldos comerciais maiores do que o total da balança brasileira. A série foi interrompida em 2005 e 2006, quando seu superávit representou de 85% a 90% do superávit total.
e) Os bons preços dos principais produtos agroindustriais exportados pelo Brasil em 2007 devem manter-se em 2008, embora não sejam esperadas muitas altas expressivas.
1-e, 2-d, 3-b, 4-d, 5-d, 6-d, 7-b, 8-b, 9-c, 10-c.
Texto para as questões de 1 a 5.
Podemos distinguir dois tipos de processos imaginativos: o que parte da palavra para chegar à imagem visual e o que parte da imagem visual para chegar à expressão verbal. Com relação à arte literária, perguntemo-nos: como se forma o imaginário de uma época em que a literatura, já não mais se referindo a uma autoridade ou tradição que seria sua origem ou seu fim, visa antes à novidade, à originalidade, à invenção? Parece-me que, nessa situação, a questão da prioridade da imagem visual ou da expressão verbal (que é mais ou menos como o problema do ovo e da galinha) se inclina decididamente para a imagem visual. Entretanto, que futuro estará reservado à imaginação individual nessa que se convencionou chamar “a civilização da imagem”? O poder de evocar imagens in absentia continuará a desenvolver-se em uma humanidade cada vez mais inundada pelo dilúvio das imagens pré-fabricadas?
Antigamente, a memória visiva do indivíduo estava limitada ao patrimônio de suas experiências diretas e a reduzido repertório de imagens refletidas pela cultura; a possibilidade de dar forma a mitos pessoais nascia do modo pelo qual os fragmentos dessa memória se combinavam entre si em abordagens inesperadas e sugestivas. Hoje, somos bombardeados por uma quantidade de imagens tal, que não conseguimos mais distinguir a experiência direta daquilo que vimos há poucos segundos na televisão.
Estamos correndo o perigo de perder uma faculdade humana fundamental: a capacidade de pôr em foco visões de olhos fechados, de fazer brotar cores e formas de um alinhamento de caracteres alfabéticos negros sobre uma página branca, de “pensar” por imagens. Penso em uma possível pedagogia da imaginação que nos habitue a controlar a própria visão interior sem sufocá-la e sem, por outro lado, deixá-la cair em confuso e passageiro fantasiar, mas permitindo que as imagens se cristalizem em forma bem definida, memorável, autossuficiente.
Seja como for, todas as “realidades” e as “fantasias” só podem tomar forma por meio da escrita, na qual exterioridade e interioridade, mundo e ego, experiência e fantasia aparecem compostos pela mesma matéria verbal; as visões polimorfas obtidas através dos olhos e da alma encontram-se contidas nas linhas uniformes de caracteres minúsculos ou maiúsculos, de pontos, de vírgulas, de parênteses; páginas inteiras de sinais alinhados, encostados uns nos outros como grãos de areia, representando o espetáculo variegado do mundo em uma superfície sempre igual e sempre diversa, como as dunas impelidas pelo vento do deserto.
(Ítalo Calvino. Seis propostas para o próximo milênio. Visibilidade. Tradução de Ivo Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, com adaptações)
1. De acordo com o desenvolvimento das ideias do texto, é correto afirmar que
a) a literatura atual contribui para a formação do imaginário dos indivíduos ao reportar-se fundamentalmente às tradições das quais se originou.
b) os segmentos “O poder de evocar imagens in absentia” e “a capacidade de (...) ‘pensar’ por imagens” são definições que o autor apresenta para uma única faculdade humana fundamental.
c) não havia, em épocas passadas, novidade nem criatividade na imaginação dos indivíduos, pois a memória visual destes era limitada às experiências diretas de cada um deles e ao mundo figurativo transmitido pela cultura.
d) o que se vê hoje na televisão passou a ser uma experiência direta do indivíduo com os acontecimentos, em contraposição ao grande número de imagens que fazem parte do cotidiano das pessoas.
e) o autor chega à conclusão de que a imagem predomina na atualidade e que, por isso, ela é o ponto de partida para a escrita.
2. No primeiro parágrafo, é apresentado o seguinte comentário entre parênteses: “que é mais ou menos como o problema do ovo e da galinha”. Com esse comentário, o autor
a) imprime ao texto um tom misterioso, o que justifica o emprego de parênteses.
b) enfatiza sua hesitação ao comparar as discussões, o que se evidencia no emprego da expressão “mais ou menos”.
c) compara a questão abordada no texto com outra estabelecida como tipicamente polêmica, ou seja, aquela acerca da qual é muito difícil se chegar a uma resposta consensual.
d) imprime relevância à inclinação da imaginação individual para a imagem na chamada “civilização da imagem”.
e) antecipa que não apresentará opinião a respeito da questão que menciona, por ser controvertida.
3. Acerca da estruturação dos parágrafos e dos períodos do texto, assinale a opção incorreta.
a) Um dos parágrafos é iniciado por um verbo no modo subjuntivo.
b) O primeiro período do segundo parágrafo contém um verbo na voz reflexiva recíproca.
c) No terceiro parágrafo, é apresentada uma proposta para se evitar o perigo anunciado no início desse parágrafo.
d) No último parágrafo, compõem-se enumerações por meio do emprego da vírgula e do ponto e vírgula.
e) Todos os parágrafos apresentam linguagem formal e todas as palavras do texto foram empregadas em seu sentido denotativo.
4. Assinale a opção em que a substituição da(s) palavra(s) sublinhada(s) pela(s) palavra(s) apresentada(s) entre parênteses não provocaria erro gramatical ou alteração nos sentidos do texto.
a) “o que parte da palavra para chegar à imagem visual e o que parte da imagem visual para chegar à expressão verbal” (aquele / aquele)
b) “Hoje, somos bombardeados por uma quantidade de imagens tal, que não conseguimos mais distinguir a experiência direta daquilo que vimos há poucos segundos na televisão” (porque)
c) “Penso em uma possível pedagogia da imaginação que nos habitue a controlar a própria visão interior sem sufocá-la” (mesma)
d) “todas as ‘realidades’ e as ‘fantasias’ só podem tomar forma por meio da escrita” (perante)
e) “encostados uns nos outros como grãos de areia” (por exemplo)
5. Assinale a opção em que, na alteração feita em trecho do texto, verifica-se o correto emprego do acento indicativo de crase.
a) A literatura já não mais se refere à autoridades ou tradições que seriam sua origem ou seu fim.
b) O poder de provocar imagens in absentia continuará a se desenvolver, à priori, em uma humanidade cada vez mais inundada pelo dilúvio das imagens pré-fabricadas?
c) A memória visiva do indivíduo estava limitada ao patrimônio de suas experiências diretas e à imagens refletidas pela cultura.
d) Penso em uma possível pedagogia da imaginação que nos controle à própria visão interior sem sufocá-la.
e) Seja como for, às realidades e às fantasias somam-se as leituras por meio da escrita.
6. Assinale a opção que apresenta um período escrito com correção gramatical.
a) Há, portanto, um conjunto grande de ocupações que cresceu e permaneceu à margem de um sistema de proteção legal, o que permite que empresas mantenham relações de trabalho informais com os profissionais que lhes prestam serviços.
b) Contudo, essas tendências verificadas na última década do século passado, representaram um retrocesso nas relações de trabalho, haja visto a prevalência de redução de custo nas metas traçadas pelas grandes empresas.
c) Vislumbra-se, todavia, um movimento crescente das empresas rumo as relações de trabalho ilegais, porquanto ainda informais, dado que a CLT, já obsoleta, apenas abriga os trabalhadores submetidos ao regime formal de trabalho.
d) Logo, é possível prever que, consoante o atual dinamismo da economia brasileira, a legislação trabalhista, à partir deste momento, pode ser reformada, de maneira a incluir a proteção aos trabalhadores não assalariados.
e) Enfim, entendo que nunca assistiu-se no Brasil, afora o regime escravocrata, a relações de trabalho tão selvagens, quanto as representadas pela terceirização dos serviços, tendência que, gradativamente, impõe-se como predominante.
7. Assinale a opção que está de acordo com as regras de concordância nominal e verbal.
a) Apesar das campanhas governamentais em favor da legalidade das relações de trabalho, existe, ainda, no Brasil, muitos trabalhadores que, mesmo sendo assalariados, não tem carteira de trabalho, ou seja, se submetem a formas ilegais de trabalho.
b) Conforme análises de especialistas da área do trabalho, verificam-se, nas relações trabalhistas brasileiras, várias distorções que se originaram na ausência de legislação específica para determinadas ocupações no mundo do trabalho.
c) Fazem bem mais de 50 anos que foi promulgado, após muitas reivindicações dos trabalhadores, a CLT, mas ainda se observa, no Brasil, que muitas empresas resistem a cumprir seus deveres como empregadores de trabalhadores assalariados.
d) Os que defendem os direitos dos trabalhadores afirmam que devem haver, em nosso país, leis que disponham sobre as novas formas de trabalho autônomo e coíbam o estabelecimento de relações informais de trabalho por aqueles que detém poder de oferecer empregos.
e) Grande parte dos grandes empresários relutou em considerar ilegal ou informal, apesar das evidências em contrário, as relações de trabalho que eles mantêm com os chamados novos autônomos.
Atenção: As questões de números 8 a 10 baseiam-se no texto a seguir.
Por “imaginário” entendemos um conjunto de imagens visuais e verbais gerado por uma sociedade (ou parcela desta) na sua relação consigo mesma, com outros grupos humanos e com o universo em geral. Todo imaginário é, portanto, coletivo, não podendo ser confundido com imaginação, atividade psíquica individual. Tampouco se pode reduzir o imaginário à somatória de imaginações. Obviamente estas também se manifestam em quadros históricos, pois, mesmo ao imaginar, cada indivíduo não deixa de ser membro de uma sociedade e de seus valores objetivos e subjetivos. Porém, por englobar o denominador comum das imaginações, o imaginário as supera, interfere nos mecanismos da realidade palpável (política, econômica, social, cultural) que alimenta a própria imaginação.
Mais precisamente, o imaginário faz a intermediação entre a realidade psíquica profunda da sociedade (aquilo que os historiadores às vezes chamam de mentalidade) e a realidade material externa. Desta, o imaginário leva para a primeira os elementos que na longa duração histórica podem transformá-la; daquela, leva para a segunda as formas possíveis de leitura da sociedade sobre ela mesma. Neste trânsito circular, os instintos, os sentimentos, as sensações, traduzidos culturalmente, adaptam-se à realidade objetiva, e assim formulados são reprocessados pela realidade psíquica. Resultante do entrecruzamento de um ritmo histórico muito lento (mentalidade), com outro bem mais ágil (cultura), o imaginário estabelece pontes entre tempos diferentes. A modalidade do imaginário que foca sua atenção em um passado indefinido para explicar o presente é o que chamamos mito. Aquela que projeta no futuro as experiências históricas do grupo — concretas e idealizadas, passadas e presentes — é ideologia. A terceira modalidade, que parte do presente na tentativa de antecipar ou preparar um futuro, que é recuperação de um passado idealizado, é utopia.
Naturalmente os limites entre essas formas de imaginário são movediços. Tais formas jamais existiriam historicamente em estado puro, e com frequência cada uma delas acaba por assumir as funções das outras. Diante disso, muitas vezes é preferível utilizar a denominação genérica — imaginário — às particulares (mito, ideologia, utopia), que encobrem recortes conceituais problemáticos. O importante é que toda sociedade é, ao mesmo tempo, produtora e produto de seus imaginários. Logo, a verdadeira história, aquela que considera o homem na sua complexidade e totalidade, encontra-se na articulação entre a realidade vivida externamente e a realidade vivida oniricamente.
(Hilário Franco Júnior. Cocanha. A história de um país imaginário.
São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 16-17)
8. No fragmento citado, Franco Júnior
a) alude à transformação das noções de mito, ideologia e utopia, destacando o paulatino processo de baralhamento por que elas passam no campo dos estudos históricos.
b) aponta os movimentos relevantes no processo de emergência do conceito contemporâneo de imaginário, realçando sua especificidade em face de conceitos mais genéricos.
c) concebe as questões terminológicas como secundárias em sua área de estudo, pois os conceitos com que nela se opera são movediços e impedem qualquer tentativa de especificação vocabular.
d) estabelece fronteiras e intersecções entre palavras do vocabulário corrente, deslocando-as para um específico quadro de reflexões — o da história.
e) propõe que sempre se observem as divergências assinaladas pelos termos mito, ideologia e utopia, a fim de preservar o rigor com que a história deve abordar a complexidade do homem.
9. De acordo com o texto,
a) as atividades psíquicas individuais estão desvinculadas do imaginário, na medida em que elas são o lugar de plena independência do sujeito, o autônomo domínio de vivências oníricas pessoais.
b) a realidade palpável, em suas diferentes manifestações, existe apenas em função do processo de interferência recíproca que se verifica entre imaginário e imaginação.
c) a realidade externa ao indivíduo é combustível das atividades psíquicas, e estas, por sua vez, colaboram para a conformação dos conjuntos de imagens compartilhados pelos diferentes grupos.
d) o termo imaginário é impreciso, pois não permite estabelecer hierarquias entre a realidade por ele nomeada e os outros modos de ordenação onírica do mundo, como aquele que recebe o rótulo de mito.
e) a verdadeira história leva em conta, mais do que os fatos objetivos, livres da interferência do imaginário, a dimensão dos sonhos individuais e coletivos que constituem a essência do ser humano.
10. No segundo parágrafo, o autor
a) defende que o imaginário, ao coordenar durações históricas longas e breves, costura, na dimensão onírica, cronologias que, na realidade palpável, seriam independentes.
b) retifica as informações contidas na abertura do texto, pois se dá conta da inadequação de tudo o que afirmou até ali.
c) estabelece uma tipologia para a realidade, ao cindi-la em universo psicológico interior e condições físicas de existência do indivíduo.
d) propõe que instintos, sentimentos e sensações sejam manifestações culturais, isto é, ocorrências adaptáveis à realidade psíquica e não à objetiva.
e) afirma que o trânsito entre a mente humana e a realidade, propiciado pelo imaginário, impede que se distingam as características de uma e outra.
1-b, 2-c, 3-e, 4-a, 5-e, 6-a, 7-b, 8-d, 9-c, 10-a.
1. Conforme as ideias do texto, assinale a opção correta.
O industrial brasileiro entrou em 2008 otimista, prevendo um bom nível de atividade para o primeiro semestre, segundo a sondagem recém-divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A pesquisa foi realizada em 22 Estados, com executivos de 1.394 empresas, entre os dias 2 e 22 de janeiro. Este último detalhe é especialmente importante: a expectativa dos entrevistados, aparentemente, não foi afetada pelo noticiário sobre a crise internacional e sobre o risco de uma recessão nos Estados Unidos. A grande aposta, segundo o levantamento, é no dinamismo do mercado interno, porque há pessimismo quanto à evolução das exportações — mas essa avaliação já foi encontrada na edição anterior da sondagem, no trimestre anterior.
A boa disposição do empresariado foi confirmada pelos últimos números da Fiesp, distribuídos na quarta-feira, um dia depois de a CNI divulgar sua sondagem. No ano passado, o nível de atividade da indústria paulista foi 6,1% superior ao de 2006 e o dinamismo conservou-se até o último mês. Em dezembro, o nível de atividade ficou 7% acima do registrado um ano antes.
(O Estado de S. Paulo, 31.01.2008)
a) A crise internacional e o risco de recessão nos Estados Unidos afetaram a expectativa positiva do industrial brasileiro.
b) Desde o trimestre anterior à sondagem, os industriais já estavam otimistas em relação às exportações.
c) Os números divulgados pela Fiesp estão em desacordo com a sondagem divulgada pela CNI.
d) O nível de atividade da indústria paulista em 2007 não confirma o otimismo demonstrado pelos industriais para 2008.
e) Os entrevistados apostam no dinamismo do mercado interno e desacreditam na evolução das exportações.
2. Conforme as ideias do texto, assinale a opção correta.
O crescimento econômico, por si só, não tem sido suficiente para melhorar as condições no mundo do trabalho, nem mesmo para conter o aumento do número de desempregados (em 2006, o total de desempregados no mundo era de 187 milhões; no ano passado, apesar do crescimento de 5,2% da economia mundial, o total subiu para 189,9 milhões de pessoas). Daí, segundo a OIT, a necessidade de os governos agirem para assegurar que o progresso econômico se transforme num fator de inclusão social e não de aumento das desigualdades, como ocorre em muitos países. Na avaliação da OIT, a crise atual é diferente das anteriores. Esta surgiu no mundo industrializado e, ao contrário do que aconteceu com as crises da década passada, não afetou de maneira notável os demais países — pelo menos até agora. Não há, porém, nenhuma segurança de que esse quadro se manterá. A questão, diz a OIT, é como o mercado de trabalho em todo o mundo reagirá à redução da atividade econômica. “Este será o ano das incertezas”, resumiu o Diretor-Geral da OIT.
(O Estado de S. Paulo, 29.01.2008)
a) O crescimento econômico melhora as condições no mundo do trabalho e contém o aumento do número de desempregados.
b) O crescimento de 5,2% da economia mundial assegurou a diminuição do número de desempregados.
c) O mercado de trabalho em todo o mundo reagirá de forma positiva à redução da atividade econômica nos países industrializados.
d) A atual crise que surgiu nos países industrializados afetou severamente outros países.
e) Em muitos países, o progresso econômico tem-se tornado um fator de aumento das desigualdades sociais.
3. De acordo com as ideias do texto, assinale a opção correta.
O rápido crescimento da economia mundial nos últimos anos gerou milhões de empregos, mas nem assim foi possível evitar o aumento do número de desempregados, porque a quantidade de vagas abertas não foi suficiente para abrigar todos os que chegaram ao mercado de trabalho no período. O que acontecerá ao longo de 2008, quando o desempenho econômico em todo o mundo deve ser pior do que o dos anos anteriores, ainda que não aconteça a recessão nos Estados Unidos? O resultado, de acordo com pesquisa que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) acaba de divulgar, pode ser o acréscimo de 5 milhões de pessoas ao contingente de desempregados em todo o mundo.
O informe anual da OIT Tendências Mundiais do Emprego faz uma avaliação prudente do quadro econômico atual. Mesmo o aumento do número de desempregados que projeta para este ano não chega a ser estatisticamente relevante. No ano passado, cerca de 3 bilhões de pessoas estavam empregadas em todo o mundo. Os desempregados, de acordo com a OIT, representavam 6% da força de trabalho total. Se em 2008 o número de desempregados aumentar em 5 milhões, o índice subirá para 6,1%, variação muito pequena.
Mas a questão não é meramente estatística. O desemprego já atinge quase 200 milhões de pessoas e suas famílias. Além disso, a falta de emprego não é o único problema que afeta os trabalhadores e suas famílias no mundo inteiro. Boa parte dos que integram o grupo dos empregados vive em situação muito difícil.
(O Estado de S. Paulo, 29.01.2008)
a) O problema do desemprego foi resolvido pelo rápido crescimento da economia mundial nos últimos anos.
b) Se houver um acréscimo de 5 milhões de desempregados, o índice mundial de desemprego ficará em torno de 6,1% da força de trabalho total.
c) A Organização Internacional do Trabalho prevê que o contingente de desempregados no mundo chegue a 5 milhões de pessoas.
d) A situação dos trabalhadores empregados é em geral muito satisfatória.
e) A quantidade de vagas abertas foi suficiente para abrigar todos os que chegavam ao mercado de trabalho.
4. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto, adaptado de O Estado de S. Paulo, 05.02.2008.
Os resultados do trabalho de fiscalização da Receita Federal no ano passado impressionam. Por práticas de “evasão fiscal” — (1) sonegação de impostos, apuração indevida de impostos e contribuições a serem recolhidas, erros e omissões nas declarações do Imposto de Renda, entre outras —, a Receita autuou no ano passado 522 mil contribuintes, (2) pessoas jurídicas e físicas, 42% (3) número de autuações emitidas em 2006. Mais notável ainda é o aumento do valor das autuações. Elas totalizaram R$ 108 bilhões, 80% mais do que o total do ano anterior. O combate rigoroso (4) sonegação de qualquer tipo é dever da Receita e uma demonstração de respeito (5) contribuintes que cumprem rigorosamente suas obrigações com o Fisco. O uso de mecanismos mais eficazes nesse trabalho reduz substancialmente a margem para a sonegação e para outros atos considerados ilícitos pela Receita e pela Justiça, (6) resulta em aumentos de arrecadação que, pelo menos em tese, poderiam abrir o caminho para a redução do peso dos impostos, taxas e contribuições sobre as finanças dos contribuintes honestos.
a) como; entre; mais do que o; à; aos; e.
b) sejam; sejam; maior que; contra a; com os; porém.
c) tais como; as; do; da; pelos; entretanto.
d) seja; ou; mais que o; a; para com; mas.
e) por exemplo; de; pelo; pela; nos; porque.
5. Assinale a opção em que o trecho do texto de O Globo, 31.01.2008, foi transcrito com erro gramatical.
a) A acumulação de superávits primários nas contas públicas, uma política que teve início no último trimestre de 1998, depois do abalo causado na economia brasileira por uma crise financeira que teve seu estopim na Rússia, vem dando frutos nos últimos anos, com redução do déficit e da dívida da União, estados, municípios e companhias estatais em relação ao PIB.
b) Em 2008, segundo dados do Banco Central, a dívida líquida do setor público recuou para o equivalente a 42,8% do Produto Interno Bruto, o mais baixo percentual apurado desde 1999. E o déficit total do setor público, no valor total de R$ 58 bilhões, caiu para 2,27% do PIB.
c) Com a redução de suas necessidades de financiamento, o setor público pode renovar mais facilmente seu endividamento, e, nesse caso, o mercado tende a aceitar o pagamento de taxas de rentabilidade mais baixas para os títulos do Tesouro.
d) Para 2008, o Banco Central projeta nova queda na dívida líquida, e queda também do déficit, que encolheria para 1,2% do PIB. Mantendo essa tendência, ao fim de 2009 ou no decorrer de 2010, o déficit desapareceria, equilibrando-se as contas públicas e estancando-se completamente o crescimento da dívida.
e) A diminuição da dívida como proporção do PIB, assim como do déficit público total, significa que o Estado passou a avançar menos sobre os recursos disponíveis para financiar o setor privado. Isso viabiliza a ampliação dos investimentos, que pode ser financiado pelo aumento da poupança interna.
6. Assinale o trecho do texto, adaptado de O Estado de S. Paulo, 06.02.2008, que apresenta erro gramatical.
a) Turistas estrangeiros gastaram no Brasil, conforme os registros do Banco Central, o valor recorde de US$ 4,953 bilhões no ano passado, 14,7% mais do que em 2006.
b) Não se estranhe, pois, que o déficit na conta do turismo tenha mais que dobrado, passando de US$ 1,448 bilhão para US$ 3,258 bilhões.
c) Ainda assim, o balanço cambial do turismo piorou, pois as despesas de brasileiros no exterior aumentaram 42% entre 2006 e 2007, passando de US$ 5,764 bilhões para US$ 8,211 bilhões.
d) Real valorizado e aumento do emprego e da renda são fatores que estimularam as viagens dos brasileiros ao exterior, ao contrário do que ocorreu com os turistas que vem ao Brasil, que pagaram suas despesas com dólares desvalorizados.
e) O que não se justifica é o fato de o Brasil ocupar um modestíssimo 59º lugar entre os 124 países pesquisados pelo Fórum Econômico Mundial, de Davos, no ano passado. E que o setor de turismo tenha um peso tão pequeno na atividade econômica do País, da ordem de 2,8% do PIB, ante cerca de 11% em Portugal e na Espanha.
7. Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de Zero Hora (RS), 11.02.2008. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.
a) Os mundos cultural, econômico, financeiro e até rural giram em torno do que ocorre nessas concentrações que, pelo menos desde a Idade Média, foram adquirindo feição própria e mostrando problemas específicos.
b) A concentração mundial das populações nas cidades, fenômeno historicamente recente, torna essas aglomerações o centro nervoso das sociedades. A problemática das cidades concentra a própria problemática da sociedade.
c) As cidades são o cenário cada vez mais exclusivo em que, pelo desejo de progresso das sociedades, se realiza os direitos e se concretiza a ambição democrática e republicana de tratar a todos igualmente.
d) Questões como a educação, o trabalho, o lazer, o convívio, a assistência social, a produção ambiental, o transporte, entre muitíssimas outras, têm nas cidades suas expressões mais agudas. Desenvolvimento sustentável é uma expressão que faz sentido para os planejadores das cidades de hoje e de amanhã.
e) Para metrópoles europeias ou norte-americanas, essa expressão pode significar uma preocupação fundamental na preservação do ambiente, ao passo que para os demais continentes ela tem um sentido social inevitável, voltado para a necessidade de superação de gargalos sociais e para a conquista de patamares mínimos de dignidade.
8. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
O Brasil encerrou o ano de 2007 com (1) resultados animadores. O País conseguiu gerar mais de (2) 1,6 milhão de postos de trabalho. Acerca de (3) 42% foram empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado. O desemprego nas regiões metropolitanas ficou em torno de (4) 9,5%, ante (5) 10% em 2006. Os rendimentos médios subiram cerca de 3% em termos reais. Em quatro anos o aumento foi de quase 8%.
(José Pastore, O Estado de S. Paulo, 05.02.2008)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
9. A norma culta da Língua Portuguesa está plenamente respeitada em:
a) Ao divulgar os resultados, eles cometeram um grande deslise: deixaram de dar os créditos e agradecerem aos historiadores que acessoraram na busca dos dados contextuais da pesquisa.
b) A ideia de diferençar ideologia de utopia, estabelecendo que uma e outra promovem conjunções específicas das instâncias temporais, é o principal mérito do texto.
c) Visto as circunstâncias em que os termos devem ser compreendidos, precavejam-se empregando o mais abrangente.
d) Muitos não interviram na discussão por acreditar que dela não se tiraria resultados proveitosos para a atuação prática na área de historiografia.
e) Aquelas discussões filosóficas nos entreteram por horas a fio, ainda que não tivessem haver com nossas pesquisas específicas.
10. O texto está clara e corretamente redigido em:
a) O imaginário é inseparável do homem e lhe segue em todos os seus atos; é o instrumento graças o qual o indivíduo modela o seu pensamento, seus sentimentos, emoções, esforços e vontades, o instrumento onde ele influencia e é influenciado, a base última e mais profunda da sociedade.
b) Antes de o primeiro despertar de nossa conciência, o imaginário já ressoava, a volta de nós, pronto para envolver os primeiros germes frágeis de nosso pensamento e a nos acompanhar inseparavelmente através do nosso existir. Ele está conosco desde às mais humildes ocupações da vida cotidiana até aos momentos mais sublimes.
c) Sem dúvida, acredita-se, quando trata-se da técnica interna de comparação de imaginários, estar lidando-se com o mesmo, mas isso é ilusão. Não é o próprio imaginário, mas seus disiecta membra, as imaginações, que impedem apreender a totalidade transcendental que é o primeiro.
d) O imaginário não poderia ser descrito como simples sistema de imagens, posto que a finalidade que o atribuímos, por suposição, faz dele, antes de mais nada, um sistema de representação, que diferencia, conforme a estrutura interna, dos demais.
e) Percebe-se que o imaginário deve ser analisado de um modo particular em cada uma das comunidades consideradas, o que só se pode compreender da seguinte forma: ele é ordenado, articulado, formado de modos diferentes segundo as diferenças culturais.
1-e, 2-e, 3-b, 4-a, 5-e, 6-d, 7-c, 8-c, 9-b, 10-e.
1. Assinale a substituição necessária para tornar o texto gramaticalmente correto.
A defesa do ambiente é um daqueles temas que, no discurso, todos apoiam. Mas basta colocar, de um lado, a chance de auferir lucros e, de outro, a preservação das florestas, para se verificar o quão frágil é o compromisso com esta última. Esse fenômeno se dá em praticamente todos os níveis, desde o mau fiscal do Ibama que fecha os olhos para crimes ambientais em troca de propina até o grande agricultor que não hesita em torcer as normas jurídicas para extrair delas a interpretação que o permita desflorestar a maior área possível.
(Adaptado de Folha de S.Paulo, 21.06.2005, Editorial)
a) apoiam > apóiam
b) auferir > obter
c) quão > quanto
d) mau > mal
e) o > lhe
2. Assinale a opção incorreta em relação às estruturas do texto.
É natural que cada grupo procure fazer valer os seus interesses. O problema do desmatamento é que ele é a expressão de uma visão predatória e de curto prazo que vai de encontro à lei e ao interesse geral da nação. É fundamental, portanto, encontrar fórmulas sustentáveis que aliem desenvolvimento e preservação dos recursos naturais do país.
(Folha de S.Paulo, 21.06.2005, Editorial)
a) O emprego do subjuntivo em “procure” justifica-se por expressar uma possibilidade de ação.
b) O pronome “ele” retoma a ideia de “desmatamento”.
c) A expressão “vai de encontro à” equivale semanticamente a vai ao encontro da.
d) A conjunção “portanto” pode iniciar corretamente o período, com ajustes nas maiúsculas e minúsculas e na colocação das vírgulas.
e) A substituição de “encontrar” por que sejam encontradas mantém a correção gramatical do período.
3. O trecho abaixo contém erros no que respeita ao emprego da norma gramatical padrão. Para saná-los, foram propostas seis alterações. Analise-as e responda ao que se pede.
Nas últimas décadas, a intensificação das pesquisas de opinião e a ampliação da divulgação, pelos meios de comunicação (dos quais merece destaque a televisão, em particular), do que acontece no cenário econômico serviu para mostrar que “as expectativas” dos indivíduos interveem nos resultados das medidas econômicas. Se o trabalhador crê que a economia vai crescer, ele procura um emprego com vantagens superiores às do seu emprego anterior. Do mesmo modo, se o empresário acredita no crescimento futuro, faz investimentos para ampliar seu negócio.
Alterações propostas:
I. Nas linhas 3 e 4, substituir “dos quais” por: dentre os quais.
II. Na linha 6, conjugar o verbo “servir” na 3ª pessoa do plural.
III. Inserir uma vírgula após o sintagma “cenário econômico” (linhas 5 e 6).
IV. Passar o verbo “ir” para o presente do subjuntivo (linha 9).
V. Substituir a forma verbal “interveem” por: interferem (linha 7).
VI. Na linha 11, substituir a combinação “às do” por: as de.
As alterações que efetivamente contribuem para eliminar erros gramaticais do trecho são:
a) I, II, IV, V e VI
b) II e V
c) II, IV, V e VI
d) I, III, IV e VI
e) III, IV e V
4. Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e indique a sequência correta.
( ) Por exemplo: os regimes de câmbio, hoje, são diferenciados, e as moedas de cada país-membro têm trajetórias, às vezes, muito distintas uma das outras, causando desequilíbrios que afetam a competitividade das empresas.
( ) Como superar essa dificuldade? No futuro, os bancos centrais do Mercosul precisarão promover ação mais coordenada. Sistemas tributários terão de ser ajustados. E os mercados de crédito não poderão limitar-se às fronteiras nacionais.
( ) Como instrumento de integração econômica do Cone Sul, ainda há um longo caminho a percorrer pelo Mercosul, até porque os países-membros têm de concluir processos de ajustes internos que lhes permitam, mais adiante, ter políticas articuladas.
( ) São avanços que exigem tempo e amadurecimento político. Pelos passos já dados, o Mercosul está predestinado a avançar, e não voltar atrás.
( ) Dessa forma, no lugar de complementaridade do sistema produtivo, capaz de proporcionar ganhos de escala para a conquista de terceiros mercados, a competição se acirra dentro do próprio bloco, gerando atritos.
(O Globo, 22.06.2005, Editorial)
a) 2º, 4º, 1º, 5º, 3º
b) 3º, 2º, 1º, 5º, 4º
c) 4º, 3º, 2º, 1º, 5º
d) 3º, 2º, 1º, 4º, 5º
e) 5º, 1º, 3º, 4º, 2º
5. Assinale a opção gramaticalmente incorreta.
a) As pesquisas costumam colocar a mídia, os bancos e as igrejas entre as instituições que teriam mais credibilidade, enquanto os governos, os parlamentos e os partidos estariam entre os mais mal avaliados.
b) Os teóricos da nova tendência buscam apoiar-se nas pesquisas para fortalecer suas teses.
c) Alegam que a política é dominada por questões de curto prazo e de caráter eleitoral, enquanto o Banco Central encara questões de longo prazo, de maior profundidade, que exigem capacidade técnica de decisão.
d) As taxas de juros, as políticas monetárias, a questão da inflação estariam entre as matérias que deveriam ser definidas em nível técnico.
e) O mesmo aconteceria com temas como os do meio ambiente, da previdência, da saúde, da educação, que deveriam estar submetidos à especialistas.
(Adaptado de Emir Sader, Jornal do Brasil, 19.06.2005)
6. Assinale a opção em que ambas as propostas apresentadas completam as lacunas do trecho abaixo com correção gramatical, coesão e coerência textuais.
Enquanto houver falta de força de trabalho, (a), os novos direitos conquistados se efetivam para a quase totalidade dos assalariados. Mas a situação muda completamente (b) e (c). Nessas fases da conjuntura, a competição pelos poucos empregos disponíveis faz com que (d), o que só podem fazer trabalhando como “informais”. É o que estamos assistindo hoje no Brasil: (e), um número ainda maior trabalha sem registro e sem os direitos consignados na CLT.
(Paul Singer, Folha de S.Paulo, 30.04.2005)
a) 1. que caracteriza períodos de intenso crescimento econômico
2. que distingue-se a economia em ritmo de aceleração
b) 1. quando a economia estagna
2. nos períodos em que a economia para de crescer
c) 1. grande número de trabalhadores é atingido pelo desemprego
2. grande número de trabalhadores são atingidos pela falta de emprego
d) 1. os trabalhadores sujeitem a renunciar aos direitos obtidos em lei
2. os trabalhadores se disponham a abrir mão de seus direitos legais
e) 1. ademais de muitos trabalhadores estejam desempregados
2. além de muitos trabalhadores estarem desempregados
7. Assinale a opção que apresenta a ideia principal do trecho abaixo.
Gente bem qualificada é um ativo com importância cada vez mais óbvia. Nestes primeiros anos do novo milênio, passados os solavancos provocados pelas reestruturações, fusões, aquisições, trocas de mão de obra por tecnologias e com a estrada pavimentada pelas crescentes exportações de produtos nacionais — alimentos, bebidas, couros, têxteis, sucos, calçados e vestuário —, a indústria brasileira de bens de consumo busca avidamente capitais humanos de alta qualidade para suas necessidades presentes e futuras. As empresas mais conscientes de que tais carências podem afetar a sustentação do crescimento acelerado do setor têm bastante claro que a gestão do capital humano, numa perspectiva temporal de longo prazo, é tão crítica para o êxito empresarial quanto dispor de fundos a custos competitivos, tecnologia avançada e clientes satisfeitos. Gente bem qualificada e motivada é um ativo cuja importância é cada vez mais óbvia para os que investem na indústria de bens de consumo e fator decisivo para se obter níveis de desempenho diferenciados.
(Francisco I. Ropero Ramirez, Gazeta Mercantil, 22.06.2005)
a) No novo milênio, já passaram os solavancos provocados pelas reestruturações, fusões e aquisições.
b) No início deste milênio, houve troca de mão de obra por tecnologias, fator decisivo para a sustentação do crescimento das empresas.
c) As exportações de produtos nacionais — alimentos, bebidas, couros, têxteis, sucos, calçados e vestuário — estão em franco crescimento.
d) No mundo empresarial, é importante dispor de fundos a custos competitivos, tecnologia avançada e clientes satisfeitos.
e) Gente bem qualificada e motivada, ativo cuja importância é óbvia, é fator decisivo para que sejam obtidos níveis de desempenho diferenciados.
8. Assinale a opção gramaticalmente correta.
a) O capital humano precisa ter as capacitações necessárias para competir, liderar e cumprir as expectativas de um mercado, hoje cada vez mais exigente. Naturalmente, as empresas líderes do setor, já perceberam isso, e alguns conhecem suas prioridades para a gestão de pessoas num mercado em disputa globalizada.
b) Ao que tudo indica, pelo ritmo de investimento, aquelas empresas que tardarem em dar-se conta disso ficará irremediavelmente para trás.
c) A ênfase em capital humano pode ser explicada, em parte, pela acelerada geração de novas tecnologias e de conhecimentos e pelas transformações vividas pela indústria de bens de consumo em todo o mundo.
d) A administração de tais conhecimentos em contínuo desenvolvimento é e continuará a ser importante diferencial competitivo. A indústria de bens de consumo, assim como outros setores altamente competitivos, já superou a muito tempo o foco nos processos e nas transações.
e) Hoje o setor se caracteriza, sim, por processos industriais complexos, alto investimento em pesquisa e desenvolvimento, mas é sobretudo em suas estratégias mercadológicas e de distribuição que se encontra os avanços mais notáveis.
(Adaptado de Francisco I. Ropero Ramirez, Gazeta Mercantil, 22.06.2005)
9. Assinale a versão do texto que apresenta truncamento sintático.
a) Só uma reforma política com a participação da população, baseada em princípios éticos e democráticos, poderá atender as reais necessidades da sociedade. O estabelecimento da lista partidária fechada, o financiamento público e o fortalecimento dos partidos, a discussão do pacto federativo e da representação dos Estados no Congresso Nacional e a reforma do Estado são pontos importantes para a reforma política de que necessitamos.
b) Só uma reforma política, baseada em princípios éticos e democráticos, com a participação da população, poderá atender às reais necessidades da sociedade. Entre os pontos importantes para a reforma política de que necessitamos, estão o estabelecimento da lista partidária fechada, o financiamento público e o fortalecimento dos partidos, a discussão do pacto federativo e da representação dos Estados no Congresso Nacional e a reforma do Estado.
c) Só poderá atender as reais necessidades da sociedade uma reforma política com a participação da população, baseada em princípios éticos e democráticos. São pontos importantes para a reforma política de que necessitamos: o estabelecimento da lista partidária fechada, o financiamento público e o fortalecimento dos partidos, a discussão do pacto federativo e da representação dos Estados no Congresso Nacional e a reforma do Estado.
d) O estabelecimento da lista partidária fechada, o financiamento público e o fortalecimento dos partidos, a discussão do pacto federativo e da representação dos Estados no Congresso Nacional e a reforma do Estado são pontos importantes para a reforma política de que necessitamos. Só uma reforma política com a participação da população, baseada em princípios éticos e democráticos, poderá atender às reais necessidades da sociedade.
e) Só uma reforma política com a participação da população, poderá atender às reais necessidades da sociedade, baseada em princípios éticos e democráticos. Alguns pontos importantes para a reforma política de que necessitamos quais sejam: o estabelecimento da lista partidária fechada, o financiamento público e o fortalecimento dos partidos, a discussão do pacto federativo e da representação dos Estados no Congresso Nacional e a reforma do Estado.
(Adaptado de cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, Folha de S.Paulo, 21.06.2005)
10. Os segmentos transcritos abaixo são partes sequenciadas de um texto. Aponte o segmento inteiramente correto quanto à organização sintática, emprego dos sinais de pontuação e propriedade no uso dos vocábulos.
a) Ética dos políticos soa, para a maioria de nossos concidadãos, como um oxímoro. Seria uma ética com desconto, deficitária, complacente, ante à verdadeira ética: a da vida privada.
b) Esse é um fenômeno brasileiro (em nosso país, as virtudes são privadas, e os vícios, públicos), de Terceiro Mundo (idem) e, cada vez mais, mundial (ibidem). Vivemos a descrença na ágora, no espaço público.
c) Ao político depreciado, chama-se maquiavélico. No meio milênio que se passou desde “O Príncipe”, Maquiavel simbolizou o político sem escrúpulos na expressão, que não é dele, segundo o qual os fins justificariam os meios.
d) Numa leitura “moderna” de Maquiavel, podem-se discernir uma ética com vistas a resultados de outra que respeita os valores. A primeira seria uma ética da responsabilidade; a segunda de princípios. Políticos consideram os resultados prováveis de suas ações. Cientistas estimam os valores.
e) Por extensão, passou-se a transferir o que se aplicam aos cientistas para os homens privados em geral: as exigências de respeito a valores incondicionais valem mais a indivíduos privados do que a homens públicos, do qual é axioma a famosa frase de Mandeville: “Vícios privados, benefícios públicos”.
(Renato Janine Ribeiro, Folha de S.Paulo, 17.07.2005, com modificações)
1-e, 2-c, 3-b, 4-a, 5-e, 6-c, 7-e, 8-c, 9-e, 10-b.
1. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
O princípio que nortea (1) o Mercosul é muito simples: a união faz a força. Separados, os países desta região do planeta certamente teriam (2) hoje menos voz e poder de barganha nas negociações multilaterais que vêm (3) definindo as regras do comércio internacional. E, sem objetivo comum, continuariam (4) nutrindo rivalidades regionais sem sentido. Como acordo de livre comércio, o Mercosul é um sucesso, pois (5) gerou intercâmbio considerável entre os países membros e os associados.
(O Globo, 22.06.2005, Editorial, com adaptação)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
2. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.
Diante da atual mediocridade da representação política, é necessária (1) a participação e a organização da sociedade, operando uma profunda mudança em nossa cultura política. Quanto maior (2) o individualismo, mais frágeis são os governos. As regras formais constitucionais não são suficientes para freiar (3) os vícios exacerbados (4) pelo poder. As organizações da sociedade devem ter o poder de vigiar e cobrar prestação de contas. Por isso, em vez de desacreditar da política, devemos agir em corresponsabilidade, com coragem, lucidez e discernimento (5) num grande mutirão para abrir caminho para um país democrático, justo, desenvolvido e pacífico.
(Adaptado de cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, Folha de S.Paulo, 21.06.2005)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
3. Assinale a opção que não constitui continuação coesa, coerente e gramaticalmente correta para o texto abaixo.
A oportunidade e a ameaça encontram-se no mesmo ponto: o imperativo de fazer da causa verde tema central, não periférico, de nossa estratégia de desenvolvimento. Para isso, um futuro governo brasileiro deve comprometer-se com a promoção de todo o espectro de biotecnologias, desde as energéticas até as medicinais. Na fidelidade a esse compromisso, deve
a) recorrer, sem dogma, tanto à iniciativa privada quanto ao empreendimento público, assegurando neste critério de concorrência econômica, gestão profissional, autonomia decisória (com participação das populações diretamente atingidas) e experimentalismo institucional e técnico.
b) promover o que convém em todas as áreas da economia depende da multiplicação de elos diretos entre os setores mais avançados e os mais atrasados de nossa produção e de nossa força de trabalho, cada um desses elos como uma fonte ao mesmo tempo de empregos novos e de ganhos de produtividade nos empregos existentes.
c) começar a comercializar os produtos dessas iniciativas, em todo o mundo, não sob o controle de multinacionais, mas sob nosso controle, como resultados e recursos de um modelo de industrialização e de desenvolvimento que interessará a muitos.
d) desenvolver a Amazônia não como parque ou como cenário de uma atividade agropastoril ou extrativa predatória e autodestrutiva, mas como grande laboratório coletivo desse experimento nacional.
e) organizar a proteção do ambiente em todo o país, fora dos parques nacionais, para não ficar no regime binário: parque ou vale-tudo. E deve transformar esse encontro do brasileiro com a natureza brasileira em palco privilegiado do aprofundamento de nossa democracia, mostrando como se podem conjugar perícia técnica, realismo econômico e participação social.
(Adaptado de Roberto Mangabeira Unger, Folha de S.Paulo, 21.06.2005)
4. Aponte a opção que finaliza com correção gramatical o trecho abaixo.
O desenvolvimento científico e tecnológico tem, de fato, uma coerência imanente fundamental. O seu temido desvirtuamento decorre sempre de fatores acidentais, alheios portanto à sua lógica intrínseca e fatal que, levada às últimas consequências, é sempre a favor e não contra o homem, porquanto não somente somos parte integrante do processo, mas o seu remate. Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se aborrecida ou nociva, _____________.
(Lúcio Costa, O novo humanismo científico e tecnológico)
a) não é que o deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu emprego a torna assim.
b) não é que deva sê-lo necessariamente, mas por que o critério do seu emprego a torna assim.
c) não é porque seja-o necessariamente, mas por que o critério do seu emprego torna-a assim.
d) não é que a deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu emprego torna-a assim.
e) não é que deve sê-la necessariamente, mas por que o critério do seu emprego torna-a assim.
5. Assinale o parágrafo gramaticalmente correto e dotado de organização sintática irrepreensível, a constar de um relatório elaborado no âmbito da Administração Pública, que visa justificar o aumento nas despesas com horas extras verificado em determinada Secretaria.
a) Em consequência da necessidade de disponibilização de tempo para os trabalhos preparativos da participação de nossa instituição na Mostra de Publicações Oficiais, a ser realizada em setembro, no Rio, o que gerou um natural acúmulo de trabalho nas atividades da competência de cada Serviço desta Secretaria de Administração de Pessoal, o Diretor de Pessoal ampliou a jornada diária de trabalho, por mais duas horas, para realizarem serviço extraordinário nos dias não úteis desse mês.
b) A necessidade de dispor de mais tempo para os trabalhos relativos a participação de nossa instituição na Mostra de Publicações Oficiais, que será realizada em setembro, no Rio, além do trabalho rotineiro desta Secretaria, nossos servidores tiveram de enfrentar acúmulo de trabalho nas atividades que competem a cada Serviço, o que os levou a ampliar a jornada diária de trabalho por mais duas horas, contabilizadas como hora extra.
c) Em contrapartida aos trabalhos relativos a participação de nossa instituição na Mostra de Publicações Oficiais, em setembro próximo, no Rio de Janeiro, que gerou um previsível acúmulo de trabalho nas atividades de competência de cada Serviço desta Secretaria de Administração de Pessoal, o Diretor de Pessoal autorizou a ampliação da jornada diária de trabalho, por mais duas horas, e a convocação de mais servidores para a realização de serviço extraordinário nos dias não úteis.
d) Consciente da necessidade de os servidores desta Secretaria de Administração de Pessoal despenderem tempo adicional voltado para os preparativos da participação de nossa instituição na Mostra de Publicações Oficiais, a ser realizada em setembro, no Rio, o Diretor de Pessoal autorizou a ampliação da jornada diária de trabalho, nos dias úteis de agosto, por mais duas horas, bem como convocou servidores da Secretaria para realizarem serviço extraordinário nos dias não úteis desse mês.
e) Tendo em vista o acúmulo de trabalho gerado nesta Secretaria devido à participação de nossa instituição na Mostra de Publicações Oficiais, a ser realizada em setembro, no Rio, o que fez sobrepor às atividades de competência de cada Serviço da Secretaria de Administração de Pessoal, o Diretor de Pessoal houve por bem ampliar a jornada diária de trabalho, por mais duas horas, e autorizar a realização de horas extras nos dias não úteis do mês findo.
6. Assinale a opção que está de acordo com as ideias do texto abaixo.
Infelizmente, há muitas pessoas que ingressam na política para facilitar seus negócios, defender interesses escusos ou mesmo obter imunidade parlamentar para encobrir delitos e crimes. Com meios suficientes para financiar as despesas da campanha eleitoral, essas pessoas, muitas vezes, conseguem êxito e não se submetem ao controle da disciplina partidária. Essas são as figuras que dão à política a conotação de atividade indigna, senão imoral. Dois outros fatores abrem campo para a corrupção: a facilidade para a criação de novos partidos e o excessivo número de cargos em comissão. A pulverização de partidos leva a recorrer-se à troca de votos por concessões e favorecimentos nem sempre de interesse coletivo. Já os quase 30 mil cargos preenchidos por nomeação política pouco contribuem para a coordenação das políticas públicas do governo, porque se tornam moeda de troca para a aglutinação partidária e a formação da base de apoio. Nosso atual sistema presidencial, de fato, foi concebido para atender aos anseios dos donos do poder e não para viabilizar políticas de bem-estar social. Urge, pois, uma reforma política radical conforme as exigências éticas de uma democracia, que inclui, além da representatividade política, o atendimento das demandas sociais e econômicas do povo.
(Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, Folha de S.Paulo, 21.06.2005)
a) Os cargos em comissão são preenchidos por nomeação, o que favorece a aglutinação partidária e a formação da base de apoio.
b) A pulverização de partidos permite a representação popular mais ampla e o atendimento aos interesses coletivos.
c) Há três fatores que favorecem a corrupção: pessoas que ingressam na política com interesses pessoais escusos, facilidade de criação de partidos e excessivo número de cargos em comissão.
d) O atual sistema presidencial foi idealizado para viabilizar políticas de bem-estar social e não para atender aos anseios dos donos do poder.
e) Uma reforma política radical deve ser postergada para que obedeça às exigências éticas de uma democracia.
7. Assinale a opção que apresenta trecho do texto com erro gramatical.
a) Mais do que nunca, a indústria do seguro precisa desenvolver produtos que busquem essencialmente a eficácia.
b) É preciso que os segurados tenham convicção de que tomaram a medida certa ao decidirem pelo seguro e estejam permanentemente confiantes de que, quando precisarem, terão suas necessidades atendidas.
c) Para isso, é necessário que a comunicação seja cada vez melhor, aprimorando constantemente a relação de confiança que deve existir entre as partes.
d) Também os compradores de seguros, os segurados, precisam entender o seguro na sua essência para fazer uso, de maneira correta e na medida certa, do serviço que contratou, não esperando nem mais nem menos do que têm direito.
e) Em síntese, as relações entre segurados, seguradoras e todos os que operam o segmento precisam ser cada vez mais positivas, transparentes, éticas em todos os sentidos, voltadas para o aperfeiçoamento dessa extraordinária instituição chamada seguro.
(Adaptado de Mauro César Batista, Gazeta Mercantil, 22.06.2005)
8. Assinale o segmento construído com organização sintática escorreita.
a) Note-se, em primeiro lugar, que todas as abordagens a respeito da questão penitenciária em nosso país giram em torno, exclusivamente, dos efeitos do crime. Encara-se o delito como fato irreversível, perante os quais só nos resta atuar após a sua ocorrência.
b) Há uma propagação persistente, diria até obstinada, da ideologia da repressão como o instrumento único de combate ao crime. Entendam-se como repressão os mecanismos retributivos utilizados face o cometimento do delito.
c) A cultura repressiva vem acompanhada da divulgação, pelos meios que mais atingem a massa — filmes e novelas —, da violência como único meio de reação às frustrações e decepções a que o mundo nos oferece.
d) É verdade que Estado e sociedade pouco fazem para dar à prisão um sentido utilitário e construtivo. Investem no encarceramento, mas desatendem as necessidades e exigências do sistema em relação à ressocialização do egresso.
e) Assiste-se a um paradoxo. O cidadão exige punição, quer soluções para a questão penitenciária, mas afasta-se dos presos e dos egressos, sequer admite a construção de presídios em sua cidade. Falta-lhes a coragem de passar da exclusão discriminatória para a ação inclusiva.
(Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, Folha de S.Paulo, 06.06.2005, com modificações)
9. Assinale a opção em que o trecho de um relatório da CGU está transcrito com pontuação, grafia e morfossintaxe corretas.
a) Apesar das justificativas apresentadas pela recorrente, os argumentos não foram o bastante para elidir a questão, em razão da qual, mantemos o posicionamento no sentido de que a parceria de trabalho trata-se de Contrato, e não, de Convênio.
b) Apesar das justificativas apresentadas pela recorrente, os argumentos não foram suficientes para elidir a questão, em razão do que mantemos o posicionamento segundo o qual a parceria de trabalho deu-se na forma de Contrato, e não de Convênio.
c) Apesar das justificativas apresentadas pela recorrente, os argumentos não foram satisfatórios para ilidir a questão, em cuja razão, mantemos o posicionamento no sentido de que a parceria de trabalho se tratou de Contrato, e, não, de Convênio.
d) Apesar das justificativas exposadas pela recorrente, os argumentos foram insanáveis para extinguir a questão, em cuja razão houvemos por bem manter o posicionamento segundo o qual a parceria se trata de Contrato, e não de Convênio.
e) Apesar das justificativas oferecidas pela recorrente, os argumentos não foram convincentes os suficientes a ponto de ilidir a questão, e, em razão disso, decidimos manter o posicionamento no sentido de que a parceria ocorreu sob a forma de Contrato, e, não, de Convênio.
(Adaptado de <http://www.cgu.gov.br/Contas/2005/relatorio.pdf>. Acesso em 11 jan. 2008)
10. Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e assinale a sequência correta.
( ) Mas esse mercado ainda é pequeno, quando comparado com as necessidades financeiras das empresas brasileiras, e seu desempenho e sua expansão estão condicionados a diferentes fatores, alguns dos quais externos, como a confiança dos investidores internacionais no futuro da economia do país.
( ) O plano tem, como metas principais, a melhora da fiscalização, a educação do investidor, a redução dos custos de registro das operações, o aumento da concorrência no mercado de capitais e a modernização da própria CVM.
( ) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), encarregada de assegurar o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, aprovou, pela primeira vez desde que foi criada há 28 anos, um plano que, a ser posto em prática até 2007, revela-se importante por seu ineditismo e por suas diretrizes.
( ) Um tal mercado acionário eficiente, que negocie um volume crescente de papéis, atraia mais investidores e ofereça às empresas uma fonte de obtenção de capitais menos onerosa do que os financiamentos bancários, contribuiria para acelerar o crescimento econômico.
(Editorial, O Estado de S. Paulo, 19.06.2005)
a) 4º, 2º, 1º, 3º
b) 3º, 2º, 1º, 4º
c) 1º, 4º, 3º, 2º
d) 3º, 1º, 2º, 4º
e) 4º, 3º, 1º, 2º
1-a, 2-c, 3-b, 4-a, 5-d, 6-c, 7-d, 8-d, 9-b, 10-a.
Leia o texto abaixo, extraído do livro A cabeça do brasileiro, de Alberto Carlos Almeida, para responder às questões 1 e 2.
Existe destino e grande parte dele está nas mãos de Deus. Somente a família é confiável. Se o governo não faz a parte dele, então não há por que fazer a sua parte. Essas frases expressam fatalismo, uma visão familista e falta de espírito público. Características que já foram identificadas por cientistas sociais como atributos marcantes nas sociedades mediterrâneas e ibéricas.
No caso do Brasil, apesar da mistura de raças, o país é, com certeza, uma invenção portuguesa. E, como tal, herdou o fatalismo religioso de origem católica, a noção de importância da família nas relações sociais e a ideia de que o espaço público não é de ninguém. Essas concepções também povoam nossas interpretações sobre a sociedade.
Há grande contraste com a matriz social anglo-saxã de origem protestante. A predestinação calvinista fez com que povos como o norte-americano agissem no mundo por meio do trabalho. Nos países anglo-saxões, o indivíduo tudo pode, principalmente quando em associação com outros indivíduos. Sua extrema mobilidade geográfica só é possível porque os laços familiares, quando comparados a outras relações de confiança, não são demasiado fortes. Nesses países, a palavra community tem um significado bem diferente da nossa “comunidade”, muitas vezes eufemismo para favela ou área de moradias populares. Community, para os anglo-saxões, é um espaço sobre o qual todos têm responsabilidade.
Tais noções, que podem ser atribuídas ao molde religioso — católico versus protestante —, podem também ser associadas ao esforço educacional. Nesse sentido, os anglo-saxões empreenderam uma das maiores mobilizações sociorreligiosas de que se tem notícia. Segundo versões massificadas da teologia protestante, a ignorância é obra do demônio, é prima-irmã de Satanás.
Em sociedades pouco escolarizadas, ao contrário, é onde se encontram mais frequentemente fatalistas avessos à noção republicana de espaço público. É o que acontece no Brasil, onde essa é a visão dominante entre a população: simplesmente 1/3 dos adultos acredita que Deus decide o destino dos homens, sem espaço para a mão humana.
Esse contingente, somado aos 28% que acham que, apesar do destino estar nas mãos de Deus, o homem tem uma pequena capacidade de modificá-lo, resulta que 60% da população acreditam que grande parte do que acontece com os homens está fora de seu controle. No extremo oposto, apenas 14% da população adulta brasileira acreditam que não há nenhum desígnio além da capacidade humana de definir sua própria vida.
(Alberto Carlos Almeida. A cabeça do brasileiro, Rio de Janeiro: Record, 2007)
1. A respeito do fragmento do texto de Alberto Carlos Almeida, é afirmação correta, tanto em relação ao texto quanto em relação à gramática, que
a) o fatalismo, a visão familista e a falta de espírito público são características inerentes ao povo brasileiro que, apesar de gerarem alguns problemas, como a falta de responsabilidade de nossa população pelo espaço coletivo, não pode ser mudado.
b) a matriz social anglo-saxã, de origem protestante, e a predestinação calvinista foram fundamentais para que os povos anglo-saxões, especialmente os norte-americanos, valorizasse o trabalho e rejeitasse os laços familiares, o que lhe deu mobilidade geográfica notável.
c) a comparação entre sociedades mediterrâneas e ibéricas, de um lado, e anglo-saxãs, de outro, revela que há a seguinte correlação entre valorização da educação e fatalismo: quanto maior a importância da educação na sociedade, menor será o número de indivíduos fatalistas.
d) a comparação entre sociedades mediterrâneas e ibéricas, de um lado, e anglo-saxãs, de outro, é fundamental para a compreenção do texto, cuja finalidade é persuadir o leitor de que é preciso fugir às raízes mediterrâneas e ibéricas para que o Brasil modernize.
e) a função da comparação entre sociedades mediterrâneas e ibéricas, de um lado, e anglo-saxãs, de outro, é apenas valorizar traços culturais autenticamente brasileiros. Em outras palavras, o autor adimira a matriz cultural nacional, apesar de ver nela algumas consequências nefastas.
2. Levando em consideração as afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, é correto afirmar que
a) no trecho “É o que acontece no Brasil, onde essa é a visão dominante entre a população”, do quinto parágrafo, as palavras destacadas têm a mesma função sintática e pertencem à mesma classe gramatical.
b) no trecho “simplesmente 1/3 dos adultos acredita que Deus decide o destino dos homens”, do quinto parágrafo, o verbo destacado é transitivo direto.
c) o primeiro verbo do texto, por expressar existência, não tem sujeito, caracterizando, assim, uma oração sem sujeito.
d) o início do primeiro período do sexto parágrafo pode ser redigido da seguinte maneira, preservando-se o sentido do texto original e respeitando as regras gramaticais: “A soma desse contingente aos 28% que acham que — apesar de o destino estar nas mãos de Deus — o homem tem uma pequena capacidade de modificá-lo resulta que...”.
e) nos trechos “60% da população acreditam” e “apenas 14% da população adulta brasileira acreditam”, é proibida a flexão das formas verbais destacadas no singular.
Para responder às questões 3 e 4, leia o primeiro parágrafo do romance Budapeste, de Chico Buarque.
Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira. Certa manhã, ao deixar o metrô por engano numa estação azul igual à dela, com um nome semelhante à estação da casa dela, telefonei da rua e disse: aí estou chegando quase. Desconfiei na mesma hora que tinha falado besteira, porque a professora me pediu para repetir a sentença. Aí estou chegando quase... havia provavelmente algum problema com a palavra quase. Só que, em vez de apontar o erro, ela me fez repeti-lo, repeti-lo, repeti-lo, depois caiu numa gargalhada que me levou a bater o fone. Ao me ver à sua porta teve novo acesso, e quanto mais prendia o riso na boca, mais se sacudia de rir com o corpo inteiro. Disse enfim ter entendido que eu chegaria pouco a pouco, primeiro o nariz, depois uma orelha, depois um joelho, e a piada nem tinha essa graça toda. Tanto é verdade que Kriska ficou meio triste e, sem saber pedir desculpas, roçou com a ponta dos dedos meus lábios trêmulos. Hoje porém posso dizer que falo o húngaro com perfeição, ou quase. Quando de noite começo a murmurar sozinho, a suspeita de um ligeiríssimo sotaque aqui e ali muito me aflige. Nos ambientes que frequento, onde discorro em voz alta sobre temas nacionais, emprego verbos raros e corrijo pessoas cultas, um súbito acento estranho seria desastroso. Para tirar a cisma, só posso recorrer a Kriska, que tampouco é muito confiável; a fim de me segurar ali comendo em sua mão, como talvez deseje, sempre me negará a última migalha. Ainda assim, volta e meia lhe pergunto em segredo: perdi o sotaque? Tinhosa, ela responde: pouco a pouco, primeiro o nariz, depois uma orelha... E morre de rir, depois se arrepende, passa as mãos no meu pescoço e por aí vai.
(Chico Buarque, Budapeste, São Paulo: Companhia das Letras, 2003)
3. Levando em consideração as afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, é correto afirmar que
a) nas orações “ao deixar o metrô por engano numa estação azul igual à dela, com um nome semelhante à estação da casa dela” e “porque a professora me pediu para repetir a sentença”, os termos destacados não se referem à mesma personagem.
b) na oração “ao deixar o metrô por engano numa estação azul igual à dela”, o uso do acento grave no termo destacado se deve à fusão de preposição regida por verbo com um artigo definido.
c) a leitura do texto permite inferir que a frase “aí estou chegando quase” foi proferida, durante conversa telefônica, pelo narrador e em língua portuguesa, o que causou estranheza à professora.
d) para a tradição gramatical, a regência do verbo “pedir”, na frase “porque a professora me pediu para repetir a sentença” é viciosa.
e) nas duas ocorrências nas frases “a professora me pediu para repetir a sentença” e “Ao me ver à sua porta teve novo acesso”, o pronome destacado exerce a mesma função sintática.
4. Levando em consideração as afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, é incorreto afirmar que
a) na frase “Hoje porém posso dizer que falo o húngaro com perfeição”, é obrigatório que a conjunção destacada seja isolada por vírgulas, para que a frase se torne gramaticalmente correta.
b) na frase “Nos ambientes que frequento”, o pronome relativo destacado poderia ser substituído, sem prejuízo para a gramática do texto, por “quais”.
c) a frase “roçou com a ponta dos dedos meus lábios trêmulos” estará adequada gramaticalmente, se for reescrita da seguinte maneira: “roçou-me os lábios trêmulos com a ponta dos dedos”.
d) as frases “comendo em sua mão” e “sempre me negará a última migalha” podem ser entendidas, respectivamente, como “dependendo das lições dela” e “sempre me negará uma explicação definitiva”.
e) no trecho “sempre me negará a última migalha. Ainda assim, volta e meia lhe pergunto”, os pronomes destacados exercem a mesma função sintática.
5. Analise as propostas de correção gramatical para o trecho de relatório abaixo e, a seguir, assinale a única opção que, em vez de corrigir, introduz erro ao trecho.
Procedemos o exame dos atos de gestão da unidade XX, ocorridos no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2005, por seleção de itens, em atendimento à legislação federal aplicável as diversas áreas e atividades examinados, com verificação, quanto à legitimidade dos documentos e dos atos de gestão que deu origem ao atual processo.
(Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/Contas/2005/relatorio.pdf>, com alterações)
a) Acrescentar preposição ao verbo “Procedemos”, escrevendo-o assim: Procedemos ao.
b) Reescrever o trecho da linha 3 com acento grave no “as”. Assim: aplicável às diversas áreas.
c) Acentuar graficamente a palavra “itens”, escrevendo-a assim: ítens.
d) Flexionar o adjetivo “examinados” no feminino. Assim: examinadas.
e) Passar para o plural o verbo “deu”, reescrevendo-o assim: deram:
6. Cada um dos itens abaixo contém trechos adaptados de textos publicados no site oficial da Liquigás. Em todos eles, exceto em um, foi introduzido pelo menos um erro gramatical. Assinale a alternativa que respeita as regras da gramática normativa tradicional.
a) O projeto Efluente Zero é uma das iniciativas estratégicas da Gerência Geral de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (GGSMS), e tem, como finalidade eliminar o descarte no ambiente dos efluentes gerados nas atividades dos Centros Operativos da Liquigás.
b) A implantação de sistemas de tratamento capazes de gerar água com a qualidade requerida para reúso no próprio processo produtivo é o princípio desse projeto inovador, cuja importância para o meio ambiente é indiscutível.
c) O reaproveitamento da água tratada nos processos internos e a ausência de descarte no ambiente traz dois grandes benefícios no aspecto ambiental: contribui para a prevenção da poluição e para a redução da captação de água, preservando os recursos naturais.
d) A primeira fase do projeto consistiu da definição das diretrizes e da implantação de dois pilotos em Natal e Cascavel. Com a conclusão desses dois pilotos e a comprovação do bom funcionamento do sistema, GGSMS iniciou a elaboração de um projeto capaz de subsidiar à implantação nos demais Centros Operativos.
e) O projeto Efluente Zero, consolida a posição da Liquigás como uma empresa socialmente e ambientalmente responsável, agregando a preservação ambiental à melhoria da eficiência operacional da Companhia.
7. Assinale a opção em que o trecho retirado da Folha de S.Paulo (15.01.2008 — com adaptações) apresenta erro no emprego da vírgula.
a) A inflação oficial, medida pelo IPCA, registrou alta de 4,46% em 2007, bastante próxima ao centro da meta, que é de 4,5%.
b) A elevação dos preços foi puxada pelos alimentos, que ficaram 10,79% mais caros.
c) A alimentação contribuiu com cerca de metade do índice.
d) Os analistas econômicos projetam uma taxa de inflação de 4,29% para 2008, segundo o boletim “Focus”. Permaneceria, assim, abaixo do centro da meta.
e) Essa alta reflete uma demanda doméstica e mundial aquecida por problemas na oferta de alguns produtos e, o uso crescente de áreas de lavouras para a produção de combustível.
8. O texto abaixo é adaptado de O Estado de S.Paulo, 12.01.2008. Assinale o trecho que apresenta erro gramatical.
a) Embora tenham registrado o expressivo crescimento de 49,2% em 2007, as vendas de máquinas agrícolas, no total de 38,3 mil unidades, ainda ficaram abaixo do recorde registrado em 2004, de cerca de 43 mil unidades.
b) A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que reúne também os fabricantes de máquinas agrícolas, acredita que, na próxima safra, a atividade no campo se manterá intensa, com aumento da área plantada e da produção de grãos.
c) Prevê que, neste ano, as vendas crescerão cerca de 15% em relação às de 2007, resultado muito bom. As novas estimativas do governo para a próxima safra justificam a previsão dos fabricantes.
d) Se ela se confirmar, as vendas do setor alcançarão, e provavelmente superaram, os níveis de 2002 e 2004, o período de melhor desempenho do setor em toda a história, e ao qual se seguiu uma abrupta queda, parcialmente revertida no ano passado.
e) Os fabricantes de máquinas agrícolas confessam-se surpreendidos com os resultados de 2007. Esperavam o crescimento das vendas, mas como disse o vice-presidente da Anfavea para a área de máquinas agrícolas, Milton Rego, “o que surpreendeu foi o vigor da recuperação”.
9. Assinale a opção inteiramente correta quanto à grafia, pontuação e morfossintaxe.
a) O cerceiamento de defesa, por ser um fato, não se presume; porém, deve ser demonstrado, diante do contexto do processo disciplinar.
b) O cerceiamento de defesa — por ser um fato, não se presume —; porém, tem de ser demonstrado, face ao contexto do processo disciplinar.
c) O cerceiamento de defesa, por ser um fato, não se presume. Porém, há que ser demonstrado, em face do contexto do processo disciplinar.
d) O cerceamento de defesa (por ser um fato) não se presume, porém, carece de ser demonstrado, face ao contexto do processo disciplinar.
e) O cerceamento de defesa, por ser um fato, não se presume. Porém, há de ser demonstrado, em face do contexto do processo disciplinar.
(Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/Publicações/RevistaCGU>. Acesso em: 11 jan. 2008)
10. Marque a opção corretamente pontuada.
a) Febre amarela: a culpa é do macaco. Dizem uns: não, a culpa não é do macaco, dizem outros. E as vacinas? Sempre em quantidade insuficiente.
b) Febre amarela? A culpa é do macaco, dizem uns; não, a culpa não é do macaco, dizem outros; e as vacinas? Sempre em quantidade insuficiente.
c) Febre amarela! A culpa é do macaco, dizem uns. Não a culpa, não é do macaco, dizem outros — e as vacinas, sempre em quantidade insuficiente.
d) Febre amarela... A culpa é do macaco? Dizem, uns não: a culpa não é do macaco. Dizem, outros: e as vacinas, sempre, em quantidade insuficiente.
e) Febre amarela — a culpa é do macaco — dizem uns. Não a culpa não é do macaco. Dizem outros: e as vacinas... sempre em quantidade insuficiente!
1-c, 2-d, 3-d, 4-b, 5-c, 6-b, 7-e, 8-d, 9-e, 10-b.
1. Assinale o segmento do texto retirado de O Globo, 06.02.2008, transcrito corretamente, sem erro gramatical.
a) Nas seis maiores regiões metropolitanas, o índice apurado pelo IBGE caíram para a faixa de 7% em dezembro, o mais baixo da série estatística iniciada em 2002, com a adoção de uma nova metodologia. Na Grande São Paulo, segundo a Fundação Seade, a parcela de trabalhadores sem emprego formal caiu para 14% (índice que chegou a ultrapassar 19% há poucos anos).
b) Mesmo com um aumento significativo da população economicamente ativa — ou seja, pessoas que havia desistido de procurar emprego voltaram ao mercado de trabalho — da ordem de 2%, houve redução dos índices de desemprego.
c) Depois de vários anos com baixo crescimento e insuficiente geração de empregos, a economia brasileira conseguiu, em 2007, expandir-se em ritmo próximo à média mundial. E o resultado foi ainda mais animador porque a criação de empregos bateu recorde, com mais de 1,6 milhão de contratações com carteira assinada.
d) Os salários não aumentaram em igual proporção, pois o mercado ainda estava na fase de absorção de mão de obra. Ainda assim, os rendimentos dos trabalhadores praticamente encostou nos valores de 1995, período áureo do Plano Real.
e) Tudo indica que esse processo de recuperação continuará se a economia brasileira conseguir sustentar taxas anuais de crescimento acima de 4%, e isso dependerá de ajustes macro e microeconômicos. E deixar o mercado funcionar são o melhor caminho para que esses ajustes se concretizem.
2. Assinale a opção que constitui continuação coesa e coerente para o trecho do texto retirado do Jornal do Brasil, 28.01.2008.
O Brasil tem na China um de seus maiores e mais estratégicos parceiros comerciais no planeta. Não por acaso, ambas as nações se alinham entre os quatro países emergentes abrigados sob a sigla Bric (os outros são a Rússia e a Índia). As compras e vendas de ambos os lados saltaram de US$ 1,54 bilhão em 1999 para mais de US$ 23 bilhões no ano passado.
a) Os brasileiros exportam minério de ferro e soja aos bilhões. Vendem também aviões fabricados pela Embraer, café, torneiras elétricas, cachaça, calçados, algodão. Importam máquinas industriais. Também adquirem toalhas e brinquedos produzidos por chineses, e negociados aqui com a etiqueta de marcas brasileiras.
b) E os encargos sociais que elevam até o dobro o custo de cada funcionário brasileiro. Está certo que deixou de citar o fato de os empregados chineses arcarem com uma carga horária humilhante e terem pouco ou nenhum direito trabalhista.
c) O fato, contudo, é que os quase 60 tributos — entre taxas, impostos e contribuições — cobrados no Brasil desestimulam o investimento. E não é de hoje que o país cobra a modernização das leis do trabalho.
d) Ao responder por que é mais barato fabricar na China e comercializar aqui (tática já adotada por empresas brasileiras e centenas de outras no mundo) cita, em primeiro lugar, a carga tributária — a brasileira corresponde a 36% do Produto Interno Bruto; a chinesa, a 17,5%.
e) As reformas tributária e trabalhista estão na pauta brasileira há anos. A primeira, volta à agenda política este ano, no embalo do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira e da urgência de o governo abrir uma frente para recriar a CPMF via Congresso.
3. Assinale a opção incorreta em relação às ideias do texto.
Com a passagem da manufatura para a indústria, a produtividade do trabalho humano deu um grande salto, provocando uma larga dispensa de mão de obra. Legiões de trabalhadores desempregados alargavam o mar dos excluídos. Para muitos deles, a máquina passou a ser vista como a grande inimiga. E surgiram explosivas campanhas de quebra-máquinas. Até que as ideias se ajustaram na campanha internacional pela jornada de oito horas de trabalho, como uma forma de estabelecer um novo equilíbrio entre a produtividade-hora e a jornada diária de trabalho, atenuando os rigores da exploração capitalista. Com altos e baixos e à custa de sangue e mortes, a chamada “semana inglesa”, com as 48 horas semanais, terminou se impondo em todo o mundo.
Na década de 70 as centrais sindicais europeias, ante os novos patamares de produtividade do trabalho, acompanhadas das ondas de demissão, levantaram a bandeira da jornada de 35 horas semanais, sob o lema de “trabalhar menos para trabalharem todos”. Na década de 80 a reivindicação foi assimilada. E no Brasil, a Constituição de 1988 acompanhou a tendência, consagrando a jornada de 44 horas semanais. Daquela época até agora, a produtividade continuou avançando com a telemática, a bioengenharia, a robótica, a informática e as novas formas de organização e gerenciamento da força de trabalho. E as demissões continuaram se alargando em todo o mundo, ampliando os contingentes do chamado exército industrial de reserva.
(Marcelo Mário de Melo, Jornal do Commercio (PE), 31.01.2008)
a) Os ajustes para manter a semana de trabalho em torno de 44 horas garantiram o decréscimo das demissões e o pleno emprego no mundo ocidental.
b) A chamada “semana inglesa”, com jornada de 48 horas semanais, foi uma conquista dos trabalhadores alcançada com muita luta.
c) Para assegurar emprego para mais trabalhadores, as centrais sindicais europeias, a partir da década de 70, defenderam a jornada semanal de 35 horas.
d) A Constituição brasileira de 1988, acompanhando a tendência mundial, consagrou a jornada semanal de trabalho de 44 horas.
e) O advento da máquina na indústria provocou uma grande onda de desemprego, pois a produtividade do trabalho aumentou exigindo menos mão de obra.
4. Assinale a opção que constitui continuação coesa e coerente para o trecho retirado do Correio Braziliense, 06.02.2008.
Com 2 milhões de quilômetros quadrados, o cerrado é insurgência fitogeográfica do tipo savana de incalculável biodiversidade vegetal e animal estendida sobre nove estados do Brasil: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Maranhão e Piauí. Há tempos se encontra ameaçado pelo avanço de monoculturas (soja a mais visível), pecuária extensiva, desmatamento, queimadas, carvoaria e outras formas de predação.
Agora, relatório do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (Probio) revela dado alarmante sobre a depredação no espaço geográfico do Distrito Federal.
a) Assim mesmo porque as atividades agressivas ainda não avançaram sobre terrenos mais acidentados (morros) e as últimas áreas de preservação.
b) Nesse período de tempo, as causas que levam à destruição da paisagem típica, a explosão demográfica figura como a principal. De fato, previsto para acolher contingente estimado em 500 mil pessoas, o DF conta hoje com 2,4 milhões de moradores.
c) Põem em risco o regime de chuvas, a normalidade das variações de temperatura e o abastecimento de água.
d) Nada menos de 362 mil hectares da cobertura floral da área já foram removidos. Em outros termos: apenas 37% da vegetação original permanecem intocados.
e) Entre essas consequências da violência ao sensível equilíbrio ecológico nos tratos de transição entre a mata e o campo — função do cerrado —, a impermeabilização dos solos e o desaparecimento de insurgências hídricas são as mais funestas.
5. Assinale a justificativa para os sinais de pontuação que está incorreta.
Uma conjuntura contraditória cria hoje desafios para a política econômica: de um lado, a crise bancária americana, que está-se transformando em recessão e terá efeitos negativos sobre a economia brasileira; de outro, o aquecimento da economia brasileira, que levou a um pequeno aumento da inflação. Diante dessas evidências, a ortodoxia e o mercado financeiro têm uma resposta única: aumentar a taxa de juros, acompanhando a curva dos juros no mercado futuro.
Mas estão paralisados porque sabem que a recessão americana implicará redução de investimentos e de atividade econômica no Brasil e porque o presidente Lula, uma vez que o risco de os empresários começarem a segurar seus investimentos é real, recomenda a seus auxiliares econômicos que monitorem com cuidado a economia brasileira para evitar surpresas.
(Luiz Carlos Bresser-Pereira, Folha de S.Paulo, 28.01.2008)
O emprego de vírgula após
a) “americana” justifica-se porque a oração subsequente é adjetiva explicativa.
b) “juros” justifica-se porque a oração subsequente é reduzida de gerúndio.
c) “evidências” justifica-se porque isola adjunto adverbial anteposto à oração principal.
d) “brasileira” justifica-se por isolar a oração subsequente, que é adjetiva restritiva.
e) “Lula” e após “real” justifica-se porque a oração isolada é subordinada adverbial causal intercalada.
6. Assinale a opção em que o trecho adaptado de O Estado de S. Paulo, 26.01.2008, foi transcrito de forma gramaticalmente correta.
a) O setor que mais empregou foi o de serviços, onde foram abertas 587,1 mil vagas (crescimento de 5,29% em relação a 2006). A maioria desses postos foram criadas no comércio, administração de imóveis e serviços técnico-profissionais (249,3 mil, com aumento de 8,91% sobre 2006), bem como nos serviços de alojamento, alimentação e manutenção (170,2 mil, + 4,13%).
b) Esse crescimento recorde, foi consequência da aceleração do ritmo de desenvolvimento de todos os setores da atividade econômica, em todas as regiões do País, e da formalização do emprego.
c) O emprego com carteira assinada cresceu 5,85% em 2007, com a criação de 1,617 milhão de postos de trabalho formais, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
d) Isso se deve, em grande parte, ao aquecimento das atividades de construção civil, onde a remuneração é inferior a média dos salários pagos no setor de serviços, mas que têm repercussão em uma grande variedade de atividades.
e) O segundo maior gerador líquido de vagas formais foi o comércio propriamente dito, com 405 mil postos formais. O crescimento de 6,56% em relação a 2006 foram obtidos, em parte, graças à formalização de empregos preexistentes, o que trouxe inegáveis vantagens para empregados que passaram a ter direito a assistência médica, férias, 13º salário, recolhimento previdenciário e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
7. Assinale a opção que dá continuidade ao trecho transcrito abaixo, respeitadas a coerência entre as ideias e a morfossintaxe da norma escrita padrão.
Os homens públicos brasileiros aceitam, com naturalidade, a permanência na vida brasileira de coisas injustas, como os impostos que comem quase 40% de tudo o que o Brasil produz _____________.
a) de cuja parte significativa se destina a oferecer serviços à população mais necessitada.
b) em favor dos quais se disponibiliza a população serviços de qualidade inferior.
c) e em troca dos quais se oferecem serviços de qualidade infame.
d) por via do aumento de impostos já existente ou da criação de novos.
e) na má gestão dos recursos públicos.
(Com base em J. R. Guzzo, O fim de uma mentira, Exame, 31.12.2007, p. 67)
8. Os trechos abaixo constituem um texto (Leandro Konder, Jornal do Brasil, 12.01.2008), mas estão desordenados. Ordene-os, indique a ordem dentro dos parênteses e assinale a opção que corresponde à ordem correta.
( ) Para sublinhar sua decisão de uma recusa radical daquilo que acontecia no mundo germânico, modificou seu nome do alemão Karpfen para o francês Carpeaux.
( ) Sua vida tinha se tornado impossível na Áustria que Hitler tinha anexado à Alemanha.
( ) Em agosto de 1939, Carpeaux chegou ao Brasil fugindo da Holanda, em companhia de sua mulher, dona Helena.
( ) Carpeaux, de fato, era católico e tinha aspectos conservadores em seu pensamento. Mas a acusação era grotesca, pois o homem tinha vindo para cá, fugindo do nazismo.
( ) Um grupo de jovens de esquerda, percebendo que Carpeaux, em seus artigos, criticava o marxismo-leninismo, acusou-o de ser um simpatizante do nazismo.
a) 3, 2, 1, 5, 4
b) 5, 4, 2, 1, 3
c) 4, 3, 2, 1, 5
d) 1, 5, 3, 2, 4
e) 4, 3, 1, 2, 5
9. Assinale a opção que não serve de título para o trecho abaixo por reproduzir erradamente informação aí contida.
Por trás dos números recordes de geração de emprego formal no governo Lula, o mercado de trabalho com carteira assinada avança em ocupações de baixa escolaridade e salários menores, enquanto, em nome da globalização e dos ganhos de produtividade das empresas, posições mais bem remuneradas nas áreas de supervisão e gerência tendem à atrofia.
(Julianna Sofia, Folha de S.Paulo, 06.01.2008, B1)
a) Baixa qualificação puxa alta do emprego
b) Criação de vagas se deu em ocupações que exigem menos qualificação
c) Aumento de remuneração atinge as posições de trabalho globalizado
d) Crescimento atual do emprego favorece mão de obra de baixa escolaridade
e) Acanham-se no atual quadro de trabalho as funções de gerência e supervisão
10. Em relação ao texto, assinale a opção correta.
Preocupados com o mau desempenho recente das exportações do Brasil para os Estados Unidos, exportadores e especialistas em comércio exterior preveem um período de maiores dificuldades para os próximos meses. O desaquecimento da economia americana é a causa mais óbvia que apontam de um menor crescimento das compras no Brasil. O favoritismo do Partido Democrata também é citado por alguns exportadores como um fator que pode dificultar as exportações brasileiras, pois os democratas são considerados mais conservadores do que seus rivais republicanos em matéria de comércio exterior — o que, ressalve-se, nem sempre foi comprovado na prática. Qualquer que seja o efeito prático desses fatores sobre as exportações brasileiras para o mercado americano, o governo brasileiro pouco ou nada poderá fazer para contê-los.
(O Estado de S. Paulo, 13.01.2008, Editorial)
a) A forma verbal “preveem” está no plural para concordar com “Estados Unidos”.
b) A forma verbal “apontam” está no plural para concordar com “próximos meses”.
c) O termo “pois” pode, sem prejuízo para a correção gramatical, ser substituído por porque, porquanto ou conquanto.
d) Em “do que seus rivais” a eliminação de “do” prejudica a correção gramatical do período.
e) Em “contê-los”, “-los” retoma o antecedente “fatores”.
1-c, 2-a, 3-a, 4-d, 5-d, 6-c, 7-c, 8-a, 9-c, 10-e.
Texto para as questões de 1 a 5
Formalidade bate recorde
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde histórico para esse período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três primeiros meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%. “Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos, bombou”, afirmou o ministro do Trabalho a jornalistas. Para o ano de 2008 fechado, o ministro manteve a previsão de criação de 1,8 milhão de postos de trabalho com carteira assinada. “Vai ser novo recorde, apesar da taxa de juros”, disse ele em referência à decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central de elevar os juros de 11,25% para 11,75% ao ano. Em 2007, recorde para um ano fechado, foram criados 1,61 milhão de empregos formais.
Segundo o ministro, a demanda interna permanece “muito aquecida”. “Esse aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, até chegar ao consumidor, demora. Quem compra fogão, geladeira e carro a prazo vai perceber um aumento real de juros maior do que 0,5 ponto percentual. Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis”, disse ele. Para o ministro do Trabalho, a decisão do COPOM de subir os juros neste mês, e nos subsequentes, conforme projeção do mercado financeiro, pode impactar um pouco a criação de empregos formais mais para o final de 2008. “Esses próximos três meses vão continuar sendo muito fortes na criação de empregos com carteira assinada”, avaliou ele.
O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM de subir os juros de “precipitada”. “É um erro imaginar que há inflação no Brasil. Temos alguns produtos subindo de preços, como o trigo e outros produtos, por causa das chuvas, ou falta de chuvas. Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e carros, por exemplo, que são impactados pela decisão dos juros) não estão aumentando”, disse ele a jornalistas. O ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior se dará nas operações de comércio exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o Brasil e, com isso, pressionar para baixo o dólar. Dólar baixo, por sua vez, estimula importações e torna as vendas ao exterior mais caras. Por conta principalmente do dólar baixo, a balança comercial teve queda de 67% no superávit (exportações menos importações) no primeiro trimestre deste ano. A criação de empregos formais no primeiro trimestre deste ano cresceu em quase todos os setores da economia. No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil vagas nos três primeiros meses deste ano, contra 110 mil em igual período de 2007.
(Tribuna do Brasil, 11.04.2008. Disponível em: <http://www.tribunadobrasil.com.br>,
com adaptações)
1. De acordo com o texto,
a) já foram criados 1,8 milhão de empregos com carteira assinada no primeiro trimestre de 2008.
b) a elevação da taxa de juros poderá influenciar negativamente a criação de novos empregos, segundo o ministro do Trabalho.
c) os preços dos eletrodomésticos e dos automóveis vão ter um aumento real de 0,5 por cento em 2008.
d) a demanda interna aquecida provocará uma diminuição de compra de bens duráveis pelos consumidores.
e) a indústria de transformação foi o setor da economia que mais cresceu em 2007.
2. Assinale a opção que contém uma informação correta a respeito da estrutura do texto.
a) O texto representa a transcrição completa da entrevista feita por jornalistas ao ministro do Trabalho.
b) Observam-se, claramente, no texto, argumentos em favor do aumento da criação de postos de trabalho nas indústrias de bens duráveis.
c) A intercalação entre os dados a respeito do crescimento da oferta de empregos e as opiniões do ministro do Trabalho sobre esse tema caracteriza a estrutura do texto.
d) O texto é introduzido por meio de uma narração, em que são apresentados o personagem (ministro) e o tempo da narrativa (o primeiro trimestre de 2008).
e) No segundo parágrafo, é desenvolvido o seguinte tópico frasal: “Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (...) recorde histórico para esse período”.
3. Com referência às ideias e às estruturas do texto, assinale a opção correta.
a) De acordo com a argumentação textual, verifica-se que os dados do CAGED são produzidos pelo COPOM.
b) A palavra “Formalidade”, no título do texto, remete aos postos de trabalho em que é efetuado registro na carteira de trabalho dos empregados.
c) Na frase que se inicia por “A série” (linha 4), a substituição da forma verbal no presente pela forma correspondente no pretérito perfeito alteraria o sentido do texto.
d) De acordo com a ortografia oficial, a palavra “recorde” admite a grafia alternativa record, que deve ser lida como palavra proparoxítona, a exemplo do que ocorre nos textos de muitos telejornais.
e) Na linha 13, a expressão “demanda interna” refere-se ao aumento de postos de trabalho de que trata o primeiro parágrafo do texto.
4. As conjunções destacadas nos trechos a seguir estão associadas a uma determinada interpretação. Assinale a opção que apresenta trecho do texto seguido de interpretação correta da conjunção destacada.
a) “quando foram criadas 399 mil vagas” — proporcionalidade.
b) “como dizem meus filhos” — comparação.
c) “É um erro imaginar que há inflação no Brasil” — consequência.
d) “O ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior” — oposição.
e) “Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o Brasil” — conclusão.
5. O texto apresenta uma oração na voz passiva no trecho:
a) “A série de dados do CAGED tem início em 1992”.
b) “... o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%”.
c) “Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis”.
d) “Os preços dos bens duráveis (...) não estão aumentando”.
e) “No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil vagas”.
Texto para as questões de 6 a 8.
A raça humana
Gilberto Gil
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
A raça humana é a ferida acesa
Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição.
A raça humana é o cristal de lágrima
Da lavra da solidão
Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão.
A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
Que traz do Gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
Da perfeição divina
Na grande síntese.
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
6. No texto, que é a letra de uma canção, o verbo ser encontra-se no presente do indicativo porque o autor pretende:
a) marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo.
b) expressar ações habituais dos seres humanos que ainda não foram concluídas.
c) dar vida a fatos ocorridos no passado, como se fossem atuais.
d) apresentar uma condição ou situação como permanente.
e) enunciar fatos que ocorrem no momento em que o texto é escrito.
7. A respeito do emprego dos pronomes relativos, assinale a opção correta.
a) É correto colocar artigo após o pronome relativo cujo (cujo o mapa, por exemplo).
b) O relativo cujo expressa lugar, motivo pelo qual aparece no texto ligado ao substantivo mapa na expressão “cujo mapa” (verso 10).
c) O pronome cujo é invariável, ou seja, não apresenta flexões de gênero e número.
d) O pronome relativo quem, assim como o relativo que, tanto pode referir-se a pessoas quanto a coisas em geral.
e) O pronome relativo que admite ser substituído por o qual e suas flexões de gênero e número.
8. Com referência à ortografia oficial e às regras de acentuação de palavras, assinale a opção incorreta.
a) Os vocábulos lágrima e Gênesis seguem a mesma regra de acentuação.
b) As palavras oásis e lápis são acentuadas pelo mesmo motivo.
c) A grafia correta do verbo correspondente a ressurreição é ressucitar.
d) Apesar de a grafia correta do verbo poetizar exigir o emprego da letra “z”, o feminino de poeta é grafado com s.
e) O vocábulo traz corresponde apenas a uma das formas do verbo trazer; a forma trás é empregada na indicação de lugar (equivale a parte posterior).
9. Assinale a opção em que a frase apresenta o emprego correto do acento grave indicativo de crase.
a) Isto não interessa à ninguém.
b) Não costumamos comprar roupas à prazo.
c) O estudante se dirigiu à diretoria da escola.
d) Caminhamos devagar até à entrada do estabelecimento.
e) Essa é a instituição à que nos referimos na conversa com o presidente.
10. Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens abaixo quanto à concordância verbal.
I. De acordo com o respectivo estatuto, a proteção à criança e ao adolescente não constituem obrigação exclusiva da família.
II. Na redação da peça exordial, deve haver indicações precisas quanto à identificação das partes bem como do representante daquele que figurará no polo ativo da eventual ação.
III. A legislação ambiental prevê que o uso de água para o consumo humano e para a irrigação de culturas de subsistência são prioritários em situações de escassez.
IV. A administração não pode dispensar a realização do EIA, mesmo que o empreendedor se comprometa expressamente a recuperar os danos ambientais que, por ventura, venham a causar.
V. A ausência dos elementos e requisitos a que se referem o CPC pode ser suprida de ofício pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não for proferida a sentença de mérito.
A quantidade de itens certos é igual a:
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
1-b, 2-c, 3-b, 4-d, 5-e, 6-d, 7-e, 8-c, 9-c, 10-a.
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto abaixo:
Cuidado: o uso desse aparelho pode produzir violência
A revista Science publicou, em 2002, o relatório de uma pesquisa coordenada por Jeffrey Johnson, da Universidade de Colúmbia, em Nova York. O estudo mostra uma relação significativa entre o comportamento violento e o número de horas que um sujeito (adolescente ou jovem adulto) passa assistindo à TV.
Pela pesquisa de Johnson, os televisores deveriam ser comercializados com um aviso, como os maços de cigarros: cuidado, a exposição prolongada à tela desse aparelho pode produzir violência.
Estranho? Nem tanto. É bem provável que a fonte de muita violência moderna seja nossa insubordinação básica: ninguém quer ser ou continuar sendo quem é. Podemos proclamar nossa nostalgia de tempos mais resignados, mas duvido que queiramos ou possamos renunciar à divisão constante entre o que somos e o que gostaríamos de ser.
Para alimentar nossa insatisfação, inventamos a literatura e, mais tarde, o cinema. Mas a invenção mais astuciosa talvez tenha sido a televisão. Graças a ela, instalamos em nossas salas uma janela sobre o devaneio, que pode ser aberta a qualquer instante e sem esforço.
Pouco importa que fiquemos no zapping* ou que paremos para sonhar em ser policiais, gângsteres ou apenas nós mesmos (um pouco piores) no Big Brother. A TV confirma uma ideia que está sempre conosco: existe outra dimensão, e nossas quatro paredes são uma jaula. A pesquisa de Johnson constata que, à força de olhar, podemos ficar a fim de sacudir as barras além do permitido. Faz sentido.
* zapping = uso contínuo do controle remoto.
(Contardo Calligaris, Terra de ninguém)
1. Em relação à pesquisa coordenada por Jeffrey Johnson, o autor do texto manifesta
a) sua inteira estranheza, uma vez que tem convicções diametralmente opostas às do pesquisador.
b) sua inteira concordância, detalhando todos os elementos da pesquisa e colando-se à argumentação dela.
c) o acolhimento da conclusão geral da pesquisa, mas não deixa de trilhar um caminho reflexivo pessoal sobre o fenômeno observado.
d) sua parcial concordância, pois julga que o pesquisador se valeu de uma argumentação bastante estranha, nem sempre coerente.
e) sua plena discordância, uma vez que não vê qualquer relação entre assistir à TV e as eventuais atitudes de violência do público televisivo.
2. Considere as afirmações abaixo.
I. Na pesquisa de Jeffrey Johnson, ficou claro que é um exagero estabelecer uma relação de causa e efeito entre a exposição prolongada a programas de TV e atitudes de violência.
II. De acordo com o autor do texto, a literatura e o cinema já estimulavam, antes do surgimento da TV, os mesmos níveis de violência social.
III. O autor do texto defende a ideia de que a mídia pode estimular ações de violência que são geradas por nossa insatisfação com nós mesmos.
É correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II, apenas.
e) III, apenas.
3. Preserva-se plenamente a concordância verbal na frase:
a) Caberia comercializarem-se os televisores com uma advertência expressa sobre o perigo que representa as exposições contínuas à tela de uma TV.
b) Boa parte dos atos de violência provém, de acordo com a pesquisa, das muitas horas que dedica aos programas de TV uma pessoa.
c) Seriam da responsabilidade dos programas de TV certas incitações à violência, a se crerem nas conclusões da pesquisa realizada.
d) Todo aquele que, assistindo continuamente à TV, costumam valer-se dos recursos do zapping, abrem janelas sobre o devaneio.
e) Não se atribuam tão somente à TV as atitudes de violência que se vem disseminando nos grandes centros urbanos.
4. Está correto o emprego de ambos os elementos destacados na frase:
a) A relação significativa cuja se demonstrou na pesquisa se dá entre o comportamento violento e a audiência à TV.
b) A insubordinação básica em que se refere o autor do texto derivaria da insatisfação dos nossos recalcados desejos.
c) A invenção moderna mais astuciosa, de cujos efeitos trata o autor do texto, teria sido não a do cinema, mas a da TV.
d) O hábito do zapping, com cujo nos acostumamos, é um dos responsáveis pela abertura rápida de janelas sobre o nosso devaneio.
e) A conclusão de que nossa sala é uma jaula, com que chegou o autor do texto, não deixa de ser bastante provocadora e radical.
5. Está clara, coerente e correta a redação da seguinte frase:
a) Sempre haverá quem discorde de que a literatura fosse inventada de modo que, assim a supríssemos com nossas insatisfações, ou vice-versa.
b) Quanto à nostalgia de tempos mais resignados, da qual poucos se insurgem, ela costuma frequentemente ser proclamada.
c) É pela suspeita de haverem umas novas dimensões, além da que vivemos, que se chega à conclusão de não precisarmos subordinarmos os devaneios.
d) Julga o autor do texto que nos insubordinamos contra as barras de nossa jaula quando nos alimentamos de devaneios propiciados pela TV.
e) Afirma-se no texto que faz sentido concluir-se de que a pesquisa de Johnson vai de encontro às teses confirmadas por este pesquisador.
6. Está inteiramente correta a pontuação do período:
a) Primeiro, inventamos a literatura e em seguida o cinema, mas nenhum desses meios, teria alcançado influenciar-nos tanto como a TV.
b) O fato de imaginarmos que há uma dimensão além das nossas paredes é decisivo, para que reconheçamos na TV, o poder de abrir tantas janelas.
c) Por mais confortável que seja, o zapping constitui na verdade, um meio de tentar suprir com rapidez nossa fome, insaciável de imagens.
d) Queremos por vezes imaginar que somos policiais ou gângsteres, mas, preferiríamos ser nós mesmos, sentirmo-nos — por assim dizer completos.
e) O autor preocupa-se, sobretudo, com a tese de que nossa violência tem origem em nossa divisão interna, responsável maior por nossas rebeldias.
7. Jeffrey Johnson realizou uma pesquisa, e o autor do texto, ao comentar essa pesquisa, acrescentou a essa pesquisa elementos de sua convicção pessoal, que tornam essa pesquisa ainda mais instigante aos olhos do público.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos em destaque, segundo a ordem em que se apresentam, por:
a) comentá-la — acrescentou-lhe — a tornam
b) a comentar — lhe acrescentou — lhe tornam
c) comentar-lhe — acrescentou-lhe — tornam-a
d) comentá-la — acrescentou-a — tornam-na
e) a comentar — acrescentou-lhe — tornam-lhe
8. Estão adequados o emprego e a flexão de todas as formas verbais na frase:
a) Se as pesquisas bem realizadas sempre intervissem no comportamento das pessoas, o estudo ao qual se aplicou Johnson teria algum efeito sobre o público.
b) Imergem da pesquisa de Johnson alguns dados reveladores quanto à ação da TV sobre nós, mas é possível que outros fatores hajam de modo determinante sobre o nosso comportamento.
c) Quem revir as várias pesquisas sobre a relação entre TV e comportamento haverá de se deparar com resultados que talvez constituam motivo para algum alarme.
d) Jamais conveio às emissoras de TV divulgar essas pesquisas, que quase sempre as encriminam como responsáveis pela multiplicação da violência social.
e) Se as violências que provêm do hábito de assistir à TV se saneiassem por conta de alguma regulamentação governamental, seria o caso de pedir providências às autoridades.
9. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a lacuna da frase:
a) Quase ninguém, entre os que se ______ (valer) do controle remoto, resiste à tentação de passar velozmente por todos os canais de TV.
b) Se aos governantes não ______ (caber) tomar providências para regulamentar a programação de TV, a quem, então, caberá?
c) Se a ninguém ______ (preocupar) os efeitos de se ficar colado a uma tela de TV, a todos intranquiliza a onda crescente de violências.
d) Embora a cada um de nós ______ (afetar) as imagens nostálgicas de um passado íntegro, passamos, na fase adulta, a nos sentir divididos.
e) Os que não gostam de TV jamais ______ (haver) de se lamentar por terem aberto janelas sobre seus próprios devaneios.
10. É preciso corrigir a redação da seguinte frase:
a) A menos que haja outros fatores, boa parte das violências modernas adviram pela atenção excessiva consignada à TV.
b) Conquanto haja outros fatores responsáveis pela expansão da violência, a responsabilidade da TV não é pequena.
c) Ainda que não seja a única responsável, a TV está entre as causas principais das atitudes violentas que marcam nossa sociedade.
d) De programas violentos da TV costuma advir alguma inspiração para atos de violência, tais como os que se multiplicam hoje em dia.
e) Talvez fosse o caso — para se avaliar a pesquisa de Johnson — de se estudar o comportamento de comunidades que não têm acesso à TV.
1-c, 2-e, 3-b, 4-c, 5-d, 6-e, 7-a, 8-c, 9-b, 10-a.
Leia o texto abaixo para responder à questão 1.
De maneira simplificada, o orçamento é composto não apenas de contas e números (1), mas também (2) de expressões que descrevem os propósitos e as ações de governo (melhoria da saúde da população, redução das desigualdades regionais, promoção das exportações, desenvolvimento do ensino fundamental etc.), aos quais são alocados determinados valores (3), considerando os insumos necessários à sua realização. Portanto, o orçamento público é o elo entre os recursos financeiros e a atividade do Estado, que busca implementar suas políticas públicas. Se (4) as receitas previstas forem arrecadadas tempestivamente, as despesas forem realizadas de acordo com o planejado, e as ações envolvidas produzirem as consequências esperadas, então, teoricamente, os propósitos consignados no orçamento serão alcançados. Assim é possível determinar até que ponto as previsões postuladas no orçamento se (5) tornam verdadeiras.
(Disponível em: <http://www.lrf.com.br>)
1. Assinale a afirmação incorreta em relação aos segmentos destacados no texto.
a) 1 — apresenta a ideia principal do texto.
b) 2 — é um locução conjuncional aditiva.
c) 3 — a preposição que antecede o pronome relativo foi corretamente empregada.
d) 4 — é uma conjunção subordinativa condicional substituível pela conjunção sinônima caso.
e) 5 — é pronome reflexivo e pode assumir, nessa frase, posição enclítica.
Leia o texto abaixo para responder à questão 2.
A implantação do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal/SIAFI foi viabilizada a partir da criação da Secretaria do Tesouro Nacional — STN, vinculada ao Ministério da Fazenda, por meio do Decreto n. 92.452, de 10 de março de 1986, com o objetivo de promover a modernização e a integração dos sistemas de programação financeira, de execução orçamentária e de contabilidade dos órgãos e entidades públicas do Governo Federal. Para desincumbir-se de suas atribuições, recebeu competente autorização para contratar, junto ao Serviço Federal de Processamento de Dados — SERPRO, a implementação de um sistema computacional que fornecesse todas as informações necessárias, de maneira segura e rápida.
Superando dificuldades de toda ordem, a STN, em conjunto com o SERPRO, Empresa Pública prestadora de serviço na área de informática, criou as condições para que o SIAFI fosse implantado em tempo reconhecidamente curto (cerca de 6 meses), entrando em operação a partir de 01 de janeiro de 1987.
(James Giacomoni, Orçamento Público)
2. Em relação ao texto acima, assinale a opção incorreta.
a) A substituição de “foi viabilizada” por viabiliza-se mantém a correção gramatical e as informações originais do período.
b) O sujeito de “recebeu” está determinado no texto.
c) A substituição de “fornecesse” por viesse a fornecer mantém a correção gramatical do período.
d) O emprego de vírgula após “ordem” justifica-se por isolar oração anteposta à principal.
e) A forma verbal “criou” pode ser substituída por cria, desde que a forma verbal “fosse” também seja alterada.
3. Assinale a opção que constitui sequência gramaticalmente correta para o trecho a seguir.
Em síntese, a gestão fiscal é verificada nos seguintes princípios:
a) garantir que a aplicação de recursos seja feita com a adoção de uma margem de segurança que permita ao Ente absorver os casos fortuitos sem acrescer o volume da dívida pública.
b) garantir que as necessidades e anseios da sociedade, quanto a atuação governamental, sejam compatibilizados com a receita própria efetiva do Ente, ou seja custeamento das ações estatais com seus próprios recursos, prevenindo a ocorrência de déficits permanentes, recorrentes e crescentes.
c) gerir organizadamente a dívida, no principal e seus custos, evitando que a arrecadação seje desequilibrada com tais gastos.
d) assegurar a arrecadação efetiva de todos recursos a que o Ente tem direito, por meio da adoção de uma política tributária previsível e estável.
e) limitar os gastos continuados de modo à impedir impactos financeiros negativos no futuro, através medidas compensatórias a esses gastos.
(James Giacomoni, Orçamento Público)
4. Leia o texto abaixo e as afirmações que se fazem acerca dele. Em seguida responda ao que se pede:
Orçamento público é o instrumento de gestão de maior relevância e provavelmente o mais antigo da administração pública. Partindo da intenção inicial de controle, no Brasil, reveste-se (1) de formalidades legais. Passa pela análise e aprovação do Poder Legislativo, composto de representantes da sociedade. Como a proposta do orçamento é sempre do Chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito), sua aprovação pelo Legislativo tem o condão de autorizar os gastos a serem feitos no ano a que se refere (2). Pelo menos em tese, é como se (3) a própria sociedade estivesse autorizando a atuação do Estado, já que as despesas só poderão ser realizadas se (4) tiverem sido fixadas no orçamento. Quanto às receitas, nada impede que seja arrecadado mais (ou menos) que o previsto. Aliás, é em função da arrecadação da receita que as despesas serão realizadas. Caso a arrecadação seja inferior ao previsto, procede-se (5) ao contingenciamento de despesas, isto é, são priorizados os gastos já autorizados no orçamento. E quando há excesso de arrecadação, novas despesas podem ser realizadas, mas é necessária sempre prévia autorização do Poder Legislativo para tanto.
(Disponível em: <http://www.lrf.com.br>)
Os pronomes em destaque classificam-se como:
1 — pronome reflexivo.
2 — parte integrante do verbo, pois é pronominal.
3 — conjunção comparativa = como se.
4 — conjunção condicional.
5 — índice de indeterminação do sujeito.
Das classificações acima, estão corretas:
a) 1, 2 e 3.
b) 2, 3 e 4.
c) 4 e 5.
d) nenhuma.
e) todas.
Leia o texto abaixo para responder à questão 5.
Quanto à sua natureza jurídica, no Brasil, o orçamento público é apenas autorizativo. Isso quer dizer que o gestor somente pode realizar a despesa pública se essa tiver (1) prevista na lei orçamentária, mas a mera previsão no orçamento não vincula a execução da despesa (2). Ou seja, o fato de a despesa estar prevista na Lei Orçamentária (3) não obriga o governante a realizá-la. Se o governo fez (4) a devida previsão de despesa para a construção de rodovias, poderá levar a efeito sua intenção, tendo em vista a existência da dotação respectiva. Não está, entretanto, obrigado a proceder à empreitada, podendo desistir da obra, caso julgue oportuno e conveniente (5).
(Disponível em: <http://www.lrf.com.br>)
5. Em relação ao texto acima, assinale a opção que está incorretamente empregada, de acordo com o contexto.
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
6. Assinale a opção que preenche respectiva e corretamente as lacunas do texto a seguir.
O orçamento público é uma lei ________, entre outros aspectos, exprime em termos financeiros a alocação dos recursos públicos. Trata-se de um instrumento de planejamento ________ espelha as decisões políticas, estabelecendo as ações prioritárias para o atendimento das demandas da sociedade, ________ escassez de recursos. Apresenta múltiplas funções — de planejamento, contábil, financeira e de controle.
(Disponível em: <http://www.lrf.com.br>)
a) cuja, o qual, diante da.
b) a qual, que, dada à.
c) em que, no qual, devido a.
d) na qual, com cujo se, com a.
e) que, que, em face da.
7. Assinale a opção em que trecho do texto apresenta erro de pontuação.
a) A PNAD (realizada pelo IBGE) revelou que a renda das famílias parou de cair em 2004 — interrompendo uma trajetória de queda que acontecia desde 1997 —, e que houve diminuição do grau de concentração da renda do trabalho.
b) Enquanto a metade da população ocupada — que recebe os menores rendimentos — teve ganho real de 3,2%, a outra metade, que tem rendimentos maiores, teve perda de 0,6%.
c) Os resultados da PNAD revelaram também que o Brasil melhorou em itens como número de trabalhadores ocupados, participação das mulheres no mercado de trabalho, indicadores da área de educação e melhoria das condições de vida.
d) Assessor especial da Presidência da República, José Graziano avaliou que esses números comprovam que o país está mudando. “Esses resultados revertem uma máxima histórica: no nosso país, os ricos ficavam cada vez mais ricos e os pobres, cada vez mais pobres”.
e) Graziano ressalta que a PNAD é a mais completa pesquisa anual sobre as condições de vida da população mostra um retrato do país, e, em 2004, ela também foi estendida para as áreas rurais dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, alcançando a cobertura completa do território nacional.
(Em Questão, n. 379 — Brasília, 30 de novembro de 2005)
8. Assinale a opção em que não há problema sintático nem ortográfico.
a) A crise de 2002 reduziu significativamente o fluxo de recursos externos no Brasil e elevou bastante o risco-país, indicador de confiança do investidor extrangeiro num determinado país.
b) Em 2003, houve um ajuste fiscal mais firme para controlar a inflação, a expansão do crédito doméstico e o aumento da demanda externa por produtos brasileiros, fato que permitiu a retomada do crecimento da economia em 2004.
c) As políticas de ajuste ainda permitiram a diminuição de dívida líquida do setor público de 57,2% do PIB, no final de 2003 para 51,8%, no fim do ano passado.
d) Para continuar a crescer de forma sustentável é necessário recuperar os investimentos e ampliar a capacidade de atrair recursos estrangeiros.
e) Para enfrentar esses desafios, é necessário os esforços para equilibrar as contas da Previdência Social, reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), implementar a nova Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior e aprovar a lei das Parcerias Público-Privadas.
(Adaptado de Em Questão, n. 355 — Brasília, 12 de setembro de 2005)
9. Em relação ao texto a seguir, assinale a opção que não corresponde a erro gramatical.
Não constitue (1) surpresa a verificação de que os municípios com maior índice de anulação de votos têm pontos comuns. Um deles: a taxa de analfabetismo duas ou três vezes superior à do (2) resto do país. Outro: a localização em zonas de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) — indicador que mede renda, longevidade e instrução. São localidades pobres cujo o (3) destino, se não houver revolução de 180 graus na forma de encarar a educação, os (4) condenam (5) a se afastar cada vez mais dos progressos da civilização.
(Correio Braziliense, 17.10.2006)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
10. Assinale a opção que apresenta erro morfossintático ou de impropriedade vocabular.
a) A evolução da arquitetura se caracteriza pelas suas obras mais importantes, aquelas que, especulando na técnica, se fizeram diferentes e inovadoras.
b) E, quando dela nos ocupamos, vale a pena voltar ao passado e sentir como a ideia da obra de arte se integrava às razões utilitárias da arquitetura, fazendo-a mais rica, mais bela, com suas colunatas, ornamentos, pinturas, esculturas.
c) Com o advento do concreto armado, a arquitetura se modificou inteiramente. As paredes, que antes sustentavam os edifícios, passaram a simples material de vedação, surgindo a estrutura independente, a fachada de vidro.
d) A curva generosa que os antigos tanto procuravam com seus arcos, cúpulas, e abóbadas espetaculares assumiu uma nova e surpreendente dimensão e, com ela, os requintes da técnica: os grandes espaços livres e os balanços extraordinários.
e) Uma arquitetura mais livre e vazada se oferecia à todos os arquitetos que quisessem inovar e se aventurar por novos caminhos.
(Adaptado de Oscar Niemeyer)
1-d, 2-a, 3-a, 4-e, 5-a, 6-e, 7-e, 8-d, 9-b, 10-e.
Leia o texto abaixo para responder à questão 1.
O desenvolvimento de graus mais altos de governabilidade em um contexto de legitimidade política depende tanto da construção de uma ordem democrática estável quanto da constituição de uma série de instituições estáveis e idôneas que intermedeiem, por um lado, a opinião pública amorfa e manipulável e os interesses privados e setoriais capazes de mobilizá-la e, por outro, o Estado. Essas instituições são necessárias não somente do lado da sociedade civil, como os partidos políticos, os meios de comunicação de massa, as associações profissionais e sindicais, os grupos de interesses organizados etc., como também do lado do Estado, através da constituição de um funcionalismo público motivado e “cioso” de suas responsabilidades, de um Poder Judiciário zeloso de sua competência e independência, e assim por diante.
(Simon Schwartzman, Bases do autoritarismo brasileiro, Prefácio da 3ª edição revisada e ampliada, São Paulo: Campus, 1988, com adaptações)
1. Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto acima, assinale a opção correta.
a) De acordo com o texto, a governabilidade sujeita-se aos interesses privados e setoriais.
b) Depreende-se do texto que a opinião pública é manipulada tanto pelo Estado quanto por interesses particulares.
c) O autor do texto registra a importância de o Poder Judiciário ser independente.
d) Os vocábulos “mobilizá-la” e “através” são acentuados em atendimento a diferentes regras de acentuação gráfica.
e) Para o autor do texto, quanto mais se adquire legitimidade política, maior é o grau de governabilidade conquistado.
Leia o texto abaixo para responder à questão 2.
A ideia de que cada pessoa tem um caráter único e potencialidades sociais que podem ou não se realizar é alheia à cultura pré-moderna. Na Europa medieval, a linhagem, o gênero, o status social e outros atributos relevantes da identidade eram relativamente fixos. Eram necessárias transições entre os vários estágios da vida, mas elas eram governadas por processos institucionalizados e o papel do indivíduo neles era relativamente passivo. Em certo sentido, o “indivíduo” não existia nas culturas tradicionais e a individualidade não era prezada. Só com o surgimento das sociedades modernas e, mais particularmente, com a diferenciação da divisão do trabalho, foi que o indivíduo separado se tornou um ponto de atenção.
(Anthony Giddens, Modernidade e identidade, p. 74, com adaptações)
2. Considerando o texto acima, assinale a opção que completa com correção gramatical e coerência a frase abaixo.
A individualidade só passa a ser levada em consideração
a) devido à fixidez dos atributos da identidade na cultura pré-moderna.
b) a partir da diferenciação da divisão do trabalho nas sociedades modernas.
c) porque potencialidades podem, ou não, se realizar em transições.
d) apesar do papel relativamente passivo do indivíduo na modernidade.
e) com a existência do indivíduo nas culturas tradicionais com atributos fixos.
3. Fragmentos do artigo Pela busca do desenvolvimento, de Fernando Cardim de Carvalho (Folha de S.Paulo, 18.10.2003), foram adaptados para compor os itens a seguir. Assinale a opção em que há impropriedade sintática.
a) E, nesse processo, cada lado tenta mostrar sua posição como mais forte do que realmente é, tentando convencer o oponente de sua própria fraqueza.
b) Formalmente, qualquer processo de negociação envolve questões de duas naturezas: uma, de princípios; outra, de eficiência.
c) Na prática, essas duas dimensões se confundem. Muitas vezes a busca de estratégias eficientes de negociações acabam sendo apenas um véu a cobrir a incapacidade de defender princípios.
d) Já a eficiência diz respeito aos modos de negociação, já que tal processo raramente é de modo transparente.
e) Na primeira, define-se o que se almeja obter, mas também, e principalmente, os limites do aceitável, do que se pode oferecer.
4. Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção em que não há problema morfossintático.
a) Como consultor de imagem, o jornalista Mário Rosa adverte que escândalos sempre existirão, mas hoje elementos específicos do mundo moderno acabaram por criar uma nova era.
b) “A dimensão e o seu impacto devastador transformam-se numa marca exclusiva dos nossos tempos”, ressalta o autor, que atribui ao impacto profundo do escândalo sobre políticos, empresários, marcas e até celebridades a diversas causas.
c) Segundo ele, o avanço da tecnologia tornou-se cada vez mais tênue a fronteira entre as esferas pública e privada. “A noção entre público e privado sofreu grande transformação.”
d) “Uma conversa privada a dois, é algo mais público do que um evento com centenas de pessoas.” Uma outra causa da era do escândalo é a revolução tecnológica das duas últimas décadas.
e) Uma informação é capaz de varrer o mundo em poucos segundos e alcançar uma dimensão arrazadora, principalmente quando ela está relacionada a imagem ou reputação de uma empresa ou de um líder.
(IstoÉ, 10.09.2003, com adaptações)
5. Assinale a opção que não apresenta redação condizente com as normas do português padrão.
a) Há 30 anos, por exemplo, a Irlanda era um país pobre, com elevado índice de analfabetismo e população pouco educada: figurava entre os últimos na Europa. Entre os países que apresentaram bons resultados, pelo menos três estavam em situação parecida com a brasileira há três décadas. Não tivemos a mesma história porque preferimos outras prioridades.
b) Ao analisarmos a vergonha de estarmos entre os piores países do mundo em educação, esquecemos-nos de analisar aqueles que estão entre os primeiros.
c) Desde então, a Irlanda investiu contínua e prioritariamente na educação de seu povo. O resultado está no mesmo relatório que envergonhou o Brasil: a Irlanda é hoje um dos países com a melhor educação, entre todos os países do mundo.
d) No lugar de mais infraestrutura econômica e desperdício em prédios públicos, a decisão foi a de que o país concentraria seus investimentos, ao longo das décadas seguintes, independentemente de resultados eleitorais, em três objetivos: saúde de qualidade e gratuita para todos, educação de excelência para todos e ciência e tecnologia de ponta.
e) Quando surgiu a possibilidade de ingresso na Comunidade Econômica Europeia, em 1973, os três partidos políticos irlandeses da época reuniram um grupo de pessoas, escolhidas entre personalidades nacionais e dirigentes políticos, para responder a uma pergunta: o que fazer para a Irlanda se transformar num país desenvolvido, voltado para o futuro?
(Cristovam Buarque)
6. O trecho abaixo apresenta segmentos destacados. Assinale a opção que corresponde a erro.
A primeira vaga da globalização, iniciada com a formação dos Estados modernos à época das grandes navegações (1), demonstra, de modo eloquente, a (2) dificuldade de se entregar, por inteiro, a um projeto de matiz mundial sem se deixar envolver, na totalidade, pela sua engrenagem, isto é, sem deixar de sofrer as consequências dela derivadas. Aqueles que, (3) no presente — ou mesmo num passado recente — adotam uma postura de cega adesão aos termos impostos pelas organizações financeiras internacionais, vêm pagando (4) um preço extremamente alto por não concederem atenção aos ensinamentos da história, e o Brasil não foge à (5) regra.
(Adaptado de Fernando Magalhães, A globalização e as lições da história)
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
7. Assinale a opção correta em relação à pontuação.
a) A Receita Federal iniciou auditoria nas declarações de rendimentos dos integrantes de suposta quadrilha desbaratada em operação da Polícia Federal.
b) Tal quadrilha estava sob a investigação de suspeita de enriquecimento ilícito — juízes, advogados, agentes e delegados da Polícia Federal —.
c) Iniciada a pedido do Ministério Público, a auditoria está sendo realizada pela superintendência do Fisco, em São Paulo e não há prazo para a conclusão das investigações.
d) Com informações e documentos recolhidos pela PF, os auditores da Receita estão cruzando os rendimentos, declarados com dados da CPMF.
e) Se ficar constatado que passaram pelas contas quantias incompatíveis com a renda declarada, a Receita irá solicitar, quebra do sigilo bancário.
8. Abaixo estão dispostas partes de um texto que tem como título Trabalho escravo com apoio federal (adaptado de Globo online). Assinale a opção que apresenta erro.
a) A Organização Internacional do Trabalho (OIT) constatou, em estudo recém-concluído, que os bancos públicos ainda financiam empresas que exploram mão de obra escrava no país. O BNDES, o Banco do Brasil e o Banco da Amazônia (Basa), além de órgãos públicos como a Sudam e a Sudene, concedem créditos a empresas envolvidas com esse tipo de crime.
b) A pesquisa da OIT foi feita com base em dados de 1997 a 2002 e entrevistas com cerca de sete mil trabalhadores resgatados da condição de escravidão. O perfil das vítimas desse tipo de trabalho no país é de jovens, analfabetos e pessoas sem sequer registro civil. Mais de 80% das vítimas de trabalho escravo e degradante não têm registro civil.
c) Para a OIT, embora o problema aconteça no âmbito das relações trabalhistas, também é uma grave violação dos direitos humanos, porque envolve o cerceamento da liberdade das pessoas.
d) As condições geográficas do local em que estão submetidas (30, 40 quilômetros de distância da cidade) e a presença de guardas armados as impedem de fugir.
e) Uma das ações previstas no programa da OIT é a instalação de projetos pilotos, a partir de 2004, nos municípios aonde há mais aliciamento. A meta inicial é inserir cerca de 200 trabalhadores no mercado formal de emprego.
9. Assinale a opção que contém erro.
a) É expediente rotineiro na hierarquia do crime organizado armar o braço de crianças e adolescentes para matar pessoas. Utilizar menores em empreitadas criminosas tem constituído regra no mundo do crime.
b) Não sofrendo de nenhum transtorno cognitivo sério, jovens de 16 anos são suficientemente capazes de entender postulados simples como “matar alguém é crime”, sendo igualmente aptos a compreender que se praticarem tal ação serão punidos com a prisão.
c) A inimputabilidade penal de crianças e adolescentes contribui não só para converter-lhes em sicários do crime organizado, mas também funciona — o que é mais grave — como exortação para que novos grupos venham sentar praça na delinquência.
d) A lei estaria mais sintonizada com os anseios da sociedade se homicidas, ou autores de latrocínio entre 16 e 18 anos de idade, fossem avaliados por comissões de especialistas para lhes ser imputada a devida medida socioeducativa.
e) A vida e a intangibilidade física das pessoas são os bens mais valiosos protegidos pela ordem jurídica. Logo, não devem ceder tal primazia a outro pressuposto de direito.
(Baseado em Josemar Dantas, A lei penal e adolescentes, Correio Braziliense, D&J, 17.11.2003)
10. Está transcrito abaixo um trecho (com adaptações) da crônica Meditações sobre o amor, de Rachel de Queiroz — escritora brasileira. Leia os trechos e assinale aquele que apresenta erro de natureza gramatical.
a) Não é a todos que apresenta-se oportunidade de amar, nem encontra-se capacidade de amar em todos a quem a oportunidade apresenta-se.
b) É mister que se reúnam capacidade e oportunidade, oportunidade e pessoa.
c) Quanto ao objeto do amor, isso é somenos.
d) Todos sabem que é melhor amado aquele que menos o merece, ou aquele que nem sequer tem consciência do amor alheio por si.
e) Porque jamais os olhos ou a inteligência ajudam o coração amante, ou, se ajudam, fazem-no de modo passivo: apagando-se, deixando de enxergar e de discernir, fugindo ao exercício do seu ofício natural que é prevenir o dono contra surpresas e maus passos.
1-c, 2-b, 3-c, 4-a, 5-b, 6-c, 7-a, 8-e, 9-c, 10-a.
Leia o texto abaixo para responder à questão 1.
Do Painel do Leitor da Folha de S.Paulo de 08.01.2006 transcreve-se a seguinte mensagem:
Antônio Negri e Giuseppe Cocco foram muito precisos e felizes no artigo de 5/1 ao destacarem como o programa Bolsa Família tem contribuído para diminuir a desigualdade e o seu caráter de embrião de uma renda universal e cidadã, sobretudo ao concluírem com a sugestão de que o governo Lula deveria colocar sua própria prática na perspectiva de aceleração do processo de democratização, apontando para a incondicionalidade.
Já existe o instrumento legal para isso. É a lei 10.835, sancionada pelo presidente em 8/1/2004. Ela institui, por etapas, começando pelos mais necessitados, a critério do Poder Executivo, uma renda básica de cidadania, ou seja, o direito de todas as pessoas no Brasil, incondicionalmente, receberem uma renda para atender as suas necessidades vitais.
O Executivo definirá o seu valor levando em conta o grau de desenvolvimento do país.
(Eduardo Matarazzo Suplicy, senador — PT/SP, São Paulo, SP)
1. Assinale a opção que contém asserção falsa a respeito da compreensão das ideias do texto e das inferências permitidas por uma leitura correta.
a) O autor inicia sua mensagem tecendo um elogio a Antônio Negri e Giuseppe Cocco pelo teor do artigo escrito por eles.
b) Pelas palavras da mensagem, deduz-se que os autores concluem seu artigo recomendando ao governo Lula que se aproveite de sua prática com o programa Bolsa Família para acelerar o processo de democratização, por meio da concessão de renda universal.
c) É louvável, da perspectiva do autor da mensagem, o referido artigo ter atribuído ao programa Bolsa Família a peculiaridade de ser a semente da qual pode germinar a instituição de uma renda básica de cidadania.
d) A menção à Lei n. 10.835/2004 é uma forma de o senador Suplicy indicar o caminho legal à consecução da sugestão feita pelos autores do artigo ao governo Lula.
e) No contexto em que se encontra, entende-se que o substantivo “incondicionalidade”, que significa “adesão irrestrita”, aponta para a doação de uma renda que atenda às necessidades de todo brasileiro, independentemente de quanto custe sua sobrevivência.
2. Assinale o segmento que dá continuidade ao texto, respeitando a coerência, a coesão e a correção gramatical.
O meu segundo contato com a massa proletária de Pernambuco foi em uma assembleia, que presidi, de fundação da União Cosmopolita, nome dado ao sindicato dos trabalhadores da Pernambuco Tramways. Não obstante o entusiasmo que dominava o ambiente, observei que havia certa apreensão, se não receio da atitude que viesse a tomar a companhia contra os empregados ali reunidos, muito particularmente contra os que mais se tinham salientado como promotores da organização. Não era sem motivo que temessem qualquer ato de hostilidade porque sabiam, por experiência própria, quanto aquela empresa era autoritária e inacessível em atendê-los fosse no que fosse, _____________.
a) tanto mais em permitir que se associassem para a defesa de direitos que ela jamais suportaria que pudessem ter a veleidade de os reivindicar.
b) quanto mais em anuir aquela associação na luta por direitos que ela nunca iria concedê-los.
c) com muito mais razão em aceitar que se tivessem reunido os empregados numa associação para pleitear direitos que ela jamais pensasse em conceder.
d) mormente agora, em que haviam conseguido congregar-se num sindicato para a conquista de direitos que ela teria de lhes reivindicar.
e) principalmente num caso de sublevação, em que os empregados se fortaleciam na defesa de direitos que ela nunca imaginou viesse eles lutar a favor.
(Joaquim Pimenta, Retalhos do Passado, Rio, 1949, p. 197, com adaptações)
3. O texto abaixo apresenta cinco segmentos destacados, identificados com letras de (a) a (e). Em cada opção, encontra-se uma reescritura do respectivo segmento sublinhado. Assinale a única reescritura que atende aos requisitos da norma padrão da língua escrita e às exigências textuais de coesão e coerência.
Pesquisas mostram que hoje a honestidade é um dos principais critérios de avaliação quando os cidadãos escolhem candidatos em eleições. Há quem diga com alguma razão que a distinção honesto/desonesto substituiu as antigas guerras ideológicas entre esquerda e direita, (a) cujas fronteiras se confundiram diante da onda de pragmatismo na política. Seja como for, é fato que existe um mercado político em torno da demanda por mais honestidade. (b) O discurso anticorrupção tomou conta dos debates não somente na época das eleições. O tema da corrupção é manejado com facilidade por integrantes de todo o espectro ideológico, da esquerda à direita. (c) Para os primeiros, a corrupção é a captura do Estado, para os últimos é sinal da deterioração moral da sociedade. Também influencia as discussões sobre políticas públicas e as finanças do Estado. (d) Diante da escassez de recursos novos e do comprometimento dos orçamentos públicos com gastos programados, a discussão na área de políticas públicas gira basicamente em torno da questão da qualidade dos gastos comprometidos. (e) Ora, a qualidade dos gastos públicos está intimamente ligada a problemas de desperdício e desvio de recursos em benefício próprio, portanto, à corrupção.
(Bruno Wilhem Speck, Porque a corrupção tornou-se uma doença,
Pensa/CB, 04.06.2005, p. 4)
a) cujos os limites ficaram tênues em virtude da maré de pragmatismo que tomou conta da política.
b) Clamar pela ética passou a ser um tópico presente na agenda do país não apenas em períodos de eleição.
c) Sendo a corrupção, para os esquerdistas, um ato de usurpação do Estado: para a direita ela é índice da decadência moral da sociedade.
d) Face a insuficiência de dinheiro novo com o contingenciamento dos orçamentos públicos com despesas vinculadas.
e) Pois, o modo como se gasta o dinheiro público, tem relação estreita com questões de gastança desenfreada e recursos direcionados para destinatários indevidos, por conseguinte, para a malversação.
4. Estão transcritos abaixo trechos do artigo O Brasil tem futuro?, de Jaime Pinsky. Assinale a opção que apresenta a paráfrase do segmento destacado que atende a estes dois requisitos: 1) mantém o sentido original e 2) constrói-se em linguagem escorreita.
a) A pergunta cabe: nosso país tem futuro? Podemos, de fato, acreditar num Brasil diferente e melhor do que temos? Ou estamos condenados a servir de lastro para as naves do progresso que insistem em não se fixar por aqui?
Ou estamos fadados a ser o peso morto que se alija das embarcações que para cá insistem em arribar, trazendo o progresso para nossos portos?
b) Trata-se de pensar se o Brasil tem chances de chegar entre os mais bem colocados no campeonato mundial de desenvolvimento, justiça social, infraestrutura, saúde e educação de qualidade para todos, estradas decentes, cidades organizadas, respeito ao cidadão e respeito do cidadão pelo coletivo.
É o caso de se cogitar se nosso país disporá das oportunidades para estar entre os países campeões de desenvolvimento...
c) Os brasileiros, quem somos, afinal? Uma turma de explorados pelo capital internacional, um povo sem vocação para o capitalismo moderno, um bando de incompetentes hipócritas, uma cambada de salafrários hipócritas, um grupo irreversível de desunidos?
Cabe perguntar sobre a identidade que no final iremos assumir.
d) Nossa inconsequência e baixo sentido de cidadania fazem com que sejamos radicais no discurso a respeito de temas sobre os quais temos pouca possibilidade de interferir, mas não passemos de comodistas com relação a situações cotidianas sobre as quais temos condições (além de direito e dever) de modificar.
... quando tratemos de assuntos cuja possibilidade de interferência a temos pouca...
e) Mudanças ocorrem não por acaso, mas como fruto de vontade forte. Uma lembrança histórica: a escravidão se manteve no Brasil até quase o final do século 19 não apenas porque assim o desejavam meia dúzia de grandes latifundiários, mas porque estava largamente espalhada pelo país.
... devido não apenas à vontade de um pequeno grupo de proprietários de terras, mas também porque se alastrara por todos lugares.
(Correio Braziliense, 08.01.2006, p. 17)
5. Assinale o segmento morfossintaticamente correto, sobretudo quanto ao que estabelece a norma padrão da língua escrita nos capítulos da concordância e da regência.
a) O projeto de lei que visa melhorar a regulamentação da interceptação, da interrupção, da escuta e da gravação de comunicações telefônicas e das que lhes são equiparadas não representa, de modo algum, uma forma de censura à imprensa.
b) Como vem sendo noticiada, a captação de dados de informática têm sofrido ataques constantes de criminosos que, com avançados meios tecnológicos, tem perpetrado grampos e gravações ilícitas de conversas e comunicações de dados.
c) O projeto de lei tem não só a preocupação de punir àquele que realiza o ato ilícito mas também quem, de qualquer forma, utiliza do que é obtido com esse crime.
d) Não se punem apenas o ato de furtar ou roubar bens, mas também o receptador que, sem praticar o furto ou o roubo, se valem do bem (objeto do crime) para uso pessoal ou para obter lucro.
e) A imprensa brasileira, que tem atendido tão honradamente com os princípios de legalidade, não vai querer anuir a sedução de incentivar os grampos ilegais para utilizar o produto desse crime como matéria-prima de seu trabalho.
(Trechos adaptados de Maurício Z. de Moraes, Avanço para proteger os cidadãos, Folha de S.Paulo, 21.01.2006, A3)
6. Ao texto original, foram feitas alterações morfossintáticas. Assinale a opção que apresenta o único trecho que restou inteiramente correto, quanto aos ditames da norma padrão da língua escrita e às exigências textuais de coesão e coerência.
a) No crescimento do PIB, no ano de 2004, teve significativa importância a expansão do consumo interno e do investimento, e não apenas o das exportações, como em surtos de crescimento anteriores.
b) Foram responsável, internamente, por essa expansão: o consumo das famílias que cresceu 4,3% ao ano e o crescimento do investimento da ordem da mais alta taxa desde o final de 1997, bem como das exportações de bens e serviços.
c) A resposta à indagação sobre é viável sustentar taxas de crescimento do PIB real em torno dos 5% ao ano é a de um sim. Mas temos de torcer para que não ocorrem acidentes externos com fortes impactos negativos.
d) Ademais, é fundamental que se atue para elevar nossas taxas de poupança e de investimento a níveis compatíveis com a sustentação do crescimento — o que exige a criação de um ambiente favorável ao investimento e ampliação da capacidade de mobilizar poupança, especialmente a doméstica.
e) A poupança doméstica necessita de ser estimulada para assegurar um crescimento elevado e duradouro do PIB real. A poupança privada requer políticas que lhe estimulem.
(Charles C. Mueller, UnB Revista, ano IV, n. 11,
maio/jun./jul. 2005, com modificações)
7. A pichação é uma das expressões mais visíveis da invisibilidade humana. São mais do que rabiscos. São uma forma de estabelecer uma relação de pertencimento com a comunidade — mesmo que por meio da agressão — e, ao mesmo tempo, de dar ao autor um sentido de autoidentidade.
(Gilberto Dimenstein, Folha de S.Paulo, 21.01.2006)
Sobre esse trecho, são feitas quatro declarações. Analise-as e assinale, a seguir, a opção correta em relação a elas.
I. A norma escrita culta permite também uma outra forma de concordância na expressão partitiva da primeira linha, que é: uma das expressões mais visível.
II. Nos dois períodos iniciados pela forma verbal “São”, a concordância verbal se faz com o predicativo do sujeito.
III. O verbo “dar”, na penúltima linha, está empregado como bitransitivo, constando da frase seus dois objetos: o direto e o indireto.
IV. Os dois verbos antecedidos de preposição: “de estabelecer...” e “de dar”, coordenados entre si, estão subordinados ao mesmo termo.
A opção correta é:
a) São verdadeiras as quatro declarações.
b) São verdadeiras apenas duas declarações: II e IV.
c) Apenas III e IV são declarações verdadeiras.
d) Três declarações são verdadeiras: II, III e IV.
e) A I é a única declaração verdadeira.
8. Indique a opção que preenche com correção as lacunas numeradas no texto abaixo.
A colonização jamais correspondeu, entre nós, (1) necessidades do trabalho; correspondeu sempre, sim, (2) necessidade da produção, ou, mais realmente à necessidade das colheitas, isto é, (3) necessidades de dinheiro pronto e de dinheiro fácil, que é o que sustenta as culturas, nas regiões onde se encontram colonos. No dia em que se abrir guerra (4) ociosidade e se oferecerem garantias (5) gente do campo, afluirá para o trabalho remunerado grande parte da população, hoje mantida (6) da bondade alheia.
(Adaptado de Alberto Torres, As fontes da vida no Brasil, Rio de Janeiro, 1915, p. 47)
a) às, a, às, a, a, a custas da
b) às, à, as, à, a, às custas da
c) as, à, as, a, à, a custas da
d) a, a, às, à, a, a custa da
e) a, à, às, à, à, à custa da
9. A frase que está redigida totalmente em conformidade com a norma culta da Língua Portuguesa é:
a) Ao ler o abaixo-assinado, ele espantou-se pela quantidade expressiva de assinaturas que o mesmo trazia como também, pela justeza das reinvindicações que nele continha.
b) O jurista interpretou sociologicamente os fatos, ressaltando a dificuldade que as elites econômicas e políticas têm em reconhecer um mundo que não se paute pelos valores mercadológicos.
c) Há de surgir elementos que lhes permitam enxergar a mudança no sistema de tributação como forma de garantir a retenção de recursos que o município há tempos precisa para assistir adequadamente à população.
d) O fato que, realmente, ele necessitou receber cuidados especiais naquela ocasião tão trágica não justifica que lhe enxerguem agora como um dependente costumaz.
e) O que o motivou àqueles comentários desabonadores para o artigo foi o autor ter preferido as posturas empíricas do que as teóricas quando analisava a relação do passado colonial do país às suas condições econômicas atuais.
10. A frase que respeita completamente o padrão culto da Língua é:
a) Muitos se empenharam por inocentar, por votação secreta, os colegas mergulhados nas mais inomináveis bandalheras, como a recepção de propinas para o apoio em projetos, a captação de luvas para o filiamento partidário, ou na conquista de obras e funções públicas pela via das malas cheias de dinheiro.
b) Os criminosos se utilizaram, em suas ações corruptas e corruptoras, do símbolo da justiça social, apelando para a comoção populacional face o sofrimento humano daquela gente famélica, mas, em verdade auferiram do dinheiro público que sentem falta os setores da saúde e ensino.
c) Não desejaria absolver os que encaram os cargos públicos como manancial de vantagens, privilégios e prebendas, ou como ferramenta de enriquecimento pessoal; tais cargos constituem espaço privilegiado de labor pela sociedade e de defesa dos interesses coletivos.
d) Instruiu-nos para que nos mantêssemos impassíveis diante de previsíveis manifestações de violência naquele ambiente, pois o acordo que estava em andamento ratificaria as eventuais e desnecessárias discordâncias internas que temíamos enfrentar.
e) Num tempo em que os casamentos mau-sucedidos perderam a razão de ser, por não mais se mostrar indissolúvel, causa espécie que uma pessoa pública possa ainda conspucar sua ética à partir de uma relação clandestina de adultério.
1-e, 2-a, 3-b, 4-b, 5-a, 6-d, 7-c, 8-e, 9-b, 10-c.
1. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa do governo federal em conjunto com o Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vai selecionar e dar visibilidade (1) experiências em todo o país que estão contribuindo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), como (2) erradicação da extrema pobreza e (3) redução da mortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um compromisso assumido, perante (4) Organização das Nações Unidas, por 189 países de cumprir (5) 18 metas sociais até o ano de 2015.
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390 — Brasília, 06 de janeiro de 2006)
a) a, à, à, a, às
b) as, a, a, à, as
c) às, à, a, à, às
d) a, a, a, a, as
e) as, a, a, à, às
2. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
O prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio consiste em uma das estratégias adotadas pelo governo brasileiro para (1) administrações locais, empresas públicas e privadas e organizações da sociedade civil no desenvolvimento de ações, programas e projetos que (2) efetivamente para que essas metas (3) atingidas. (4) três categorias disputadas: uma para ações de governos municipais, outra para iniciativas de organizações (entre as quais (5) órgãos públicos e privados e entidades não governamentais) e a última para destaques individuais e coletivos (pessoas ou entidades públicas ou privadas).
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390 — Brasília, 06 de janeiro de 2006)
a) dar estímulo a, contribuem, serem, São, enquadram
b) estimulando, contribuíssem, forem, Seriam, enquadra
c) estimular, contribuam, sejam, Serão, se enquadram
d) estimularia, contribuem, são, Vão ser, enquadram-se
e) estimulasse, contribuam, serão, Seriam, enquadra-se
3. Assinale a substituição que provoca erro gramatical.
O Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento na Amazônia Legal, implantado pelo Governo Federal em 2003, fez cair o (1) desmatamento na região em 31% no último ano. Imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a área desmatada despencou de 27.200 km2 para 18.900 km2. A queda ocorreu nos nove estados da Amazônia Legal, sobretudo Pará, Mato Grosso e Rondônia, considerados críticos. A redução foi igualmente significativa no entorno da BR-163 (rodovia Cuiabá-Santarém), sob regime (2) severo de fiscalização. Os dados resultaram (3) da comparação do desmatamento no período de agosto de 2004 a julho de 2005 com igual período anterior. O resultado indica o acerto das (4) políticas públicas em curso e que envolvem fiscalização, ordenamento fundiário e territorial, criação de áreas protegidas (foram criados 85 km2 de unidades de conservação em áreas de conflito, homologados 93 mil km2 de terras indígenas e criados 3,76 mil km2 de projetos de assentamentos sustentáveis), além da previsão de investimentos em infraestrutura e conversão da atividade econômica na região, com vistas à substituição da (5) extração predatória pelo desenvolvimento sustentável da floresta.
(Em Questão n. 381, Brasília, 07 de dezembro de 2005, com adaptações)
a) 1 — provocou a queda do
b) 2 — que estão sob o regime
c) 3 — são resultantes
d) 4 — que estão certas as
e) 5 — com o objetivo de substituir a
Leia o texto abaixo para responder às questões 4 e 5.
Uma das condições principais da pós-modernidade é o fato de ninguém poder ou dever discuti-la como condição histórico-geográfica. Com efeito, nunca é fácil elaborar uma avaliação crítica de uma situação avassaladoramente presente. Os termos do debate, da descrição e da representação são, com frequência, tão circunscritos que parece não haver como escapar de interpretações que não sejam autorreferenciais. É convencional nestes dias, por exemplo, descartar toda sugestão de que a “economia” (como quer que se entenda essa palavra vaga) possa ser determinante da vida cultural, mesmo “em última instância”. O estranho na produção cultural pós-moderna é o ponto até o qual a mera procura de lucros é determinante em primeira instância.
(David Harvey, Condição pós-moderna, p. 301, com adaptações)
4. Assinale a relação lógica que não se depreende do texto.
a) Ser uma situação presente é causa de não se poder discutir a pós-modernidade.
b) Elaborar uma avaliação crítica implica debater, descrever e representar.
c) Se há produção cultural, há a busca de lucros.
d) Se a pós-modernidade fosse uma condição histórico-geográfica, a economia seria determinante na vida cultural.
e) Interpretações autorreferenciais são frequentes como resultado de avaliações críticas de uma situação presente.
5. Avalie as seguintes afirmações a respeito das estruturas linguísticas do texto para assinalar a opção correta.
I. O singular do verbo da primeira oração do texto deve-se à expressão “Uma das”; se, em seu lugar, fossem empregados termos que mantivessem o sujeito no plural, como por exemplo, Entre as, o verbo deveria ser flexionado necessariamente no plural.
II. A opção pelo verbo “parece”, iniciando a oração, exige o emprego de uma forma impessoal de verbo no seu desenvolvimento; daí o uso de singular em “não haver como escapar”.
III. O emprego da preposição de é obrigatória antes da conjunção integrante “que”, pois aí se inicia uma oração subordinada que completa a ideia de “sugestão”.
IV. A palavra “mesmo”, empregada com valor adverbial de ainda que, sugere que o autor antecipa uma rejeição ao argumento que explicita na oração anterior.
A quantidade de itens corretos é
a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4
6. Os trechos seguintes foram adaptados do texto Modernidade, identidade e a cultura de fronteira, de Boaventura de Sousa Santos.
Assinale a opção em que o texto foi transcrito respeitando as regras gramaticais da norma de padrão culto da língua portuguesa.
a) O que há de característico na atual crise de regulação social é que ela ocorre sem perda de hegemonia da dominação capitalista. Em outras palavras: ao contrário do que sucedeu em épocas anteriores, a crise de regulação é também uma crise de emancipação, o que constitui afinal uma outra manifestação do colapso das energias emancipatórias.
b) A dificuldade em aceitar ou suportar as injustiças e as irracionalidades da sociedade capitalista dificulta, em vez de facilitar a possibilidade de pensar uma sociedade melhor que esta. Daí que fosse profunda a crise de um pensamento estratégico de emancipação.
c) Na medida em que existiu de fato, o processo de descontextualização e de universalização das identidades e das práticas contribuiu contraditoriamente para as classes dominadas pudessem formular projetos universais e globais de emancipação.
d) Ao contrário, o novo contextualismo e particularismo tornam difíceis pensar estrategicamente a emancipação. As lutas locais e as identidades contextuais tendem a privilegiar pelo pensamento tático em detrimento do pensamento estratégico.
e) A globalização do capital ocorre simultaneamente a localização do proletariado. Por outro lado, na crise do pensamento estratégico emancipatório da modernidade mais que uma crise de princípios, é uma crise de sujeitos sociais.
Leia o seguinte texto para responder às questões 7 e 8.
As normas jurídicas embasadas nos valores éticos e que traduzem os procedimentos e as vivências mais fortes e consolidados da coletividade tendem a ter a adesão espontânea da maioria das pessoas que nelas se sentem representadas. É o sentimento de identidade nacional, de pátria, sem o qual a coesão social se esgarça e abre as portas para o caminho do individualismo, do salve-se quem puder, da corrupção, da violência. A consolidação desse sentimento pressupõe, além das leis, uma ação constante, coordenada pelo Estado, com a participação da sociedade, dos organismos intermediários e das famílias, num processo de educação cívica, nacional, patriótica.
(Adaptado de Patrus Ananias, Civilização pelo Estado, Correio Braziliense, 09.01.2005)
7. Considere tanto a correção gramatical quanto a coerência textual para julgar como falsas (F) ou verdadeiras (V) as seguintes possibilidades de continuidade para o texto:
( ) Apesar das nossas diferenças e divergências, todos os compatriotas de boa vontade somos irmãos no sonho e no trabalho de construir uma nação à altura dos nossos melhores sentimentos.
( ) Por isso, a fragilidade da condição humana revela que a história da humanidade é sempre a história das pessoas inseridas na comunidade política: na hegemonia de nações economicamente mais consolidadas.
( ) Se, por um lado, egoísmo e instinto natural buscam ao rompimento das relações de coesão nacional e reforçar o individualismo, por outro nossos valores éticos consolidados almejam construir uma nação democrática e justa.
( ) Quando se evidenciou a incapacidade do sistema de globalização planejar em uma perspectiva mais ampla e elevada dos vínculos humanos e os conflitos sociais buscou-se um outro sucedâneo para o Estado.
A sequência obtida é
a) V — F — F — F
b) V — F — V — F
c) V — V — F — F
d) F — F — V — F
e) F — V — V — F
8. Julgue as seguintes afirmações a respeito das relações de concordância entre os termos do texto:
I. A flexão de plural em “traduzem” justifica-se pelo plural em “valores éticos”.
II. Porque no termo “os procedimentos e as vivências” há a inclusão de nome masculino, o termo “consolidados” precisa ser flexionado no masculino.
III. O emprego do feminino plural em “nelas” justifica-se pelo feminino plural de “pessoas”.
IV. O pronome indicativo de indeterminação de sujeito em “salve-se” exige que o verbo seja flexionado no singular.
A quantidade de itens corretos é
a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4
Leia o texto abaixo para, em seguida, responder às questões 9 e 10.
O ser (1) humano não pode ser definido em relação a ele mesmo, porque não é um sujeito isolado, vive em relação com as coisas, com os outros e com o mundo, mesmo antes de pensar (2) e de falar. Esta presença não é somente observável como também um fato vivido, isto é, quer dizer que o ser humano se manifesta no ser (3) a cada instante. Nessa responsabilidade, inclui, às vezes, o eu e, às vezes, o outro, num equilíbrio que se faz de uma parte entre poder cuidar (4) de si mesmo e, de outra, poder cuidar dos demais. Através dessa construção coletiva, os homens fazem e criam sua história e, nessa construção-criação, o cuidado torna-se um processo, não apenas um ato. Ato este que envolve o cuidar (5) de si e do outro, mais o cuidado como possibilidade de continuidade da espécie, gozar a vida com qualidade e com liberdade.
(Adaptado de Carlos Altemir Schmitt, O cuidado e a responsabilidade: reflexão sobre a ética estabelecida no mundo do consumo desmedido. Disponível em: <http//www.crescer.org>)
9. Assinale o termo destacado do texto que apresenta ambivalência, ou seja, para conferir coerência ao texto, tanto pode receber a interpretação de substantivação do verbo quanto a interpretação de substantivo concreto.
a) “ser” (1)
b) “pensar” (2)
c) “ser” (3)
d) “cuidar” (4)
e) “cuidar” (5)
10. Assinale a proposta de paráfrase para fragmentos do texto que respeita a correção gramatical e a coerência da argumentação.
a) Primeiro período sintático: Por não ser um sujeito isolado, não se pode definir o ser humano em relação a ele mesmo. Daí decorre que, mesmo antes de pensar e de falar, ele vive em relação com as coisas, com os outros e com o mundo.
b) Segundo período sintático: O ser humano manifesta-se instantaneamente no ser; o que significa que esta presença observável é também um vívido fato.
c) Terceiro período sintático: O equilíbrio se dá entre poder cuidar de si mesmo, de um lado, e poder cuidar dos demais, de outro, e tal responsabilidade, às vezes, inclui tanto o eu quanto o outro.
d) Quarto período sintático: Na construção-criação de sua história — por meio dessa construção coletiva — o ato extrapola o processo no cuidado de fazer e criar história.
e) Quinto período sintático: O cuidado como possibilidade de dar continuidade na espécie, e também de gozar a vida com qualidade, usufruindo da liberdade agrega o ato de cuidar de si e do outro.
1-d, 2-c, 3-b, 4-d, 5-c, 6-a, 7-a, 8-b, 9-c, 10-c.
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue.
Macacos intelectuais
A partir de estudos realizados com primatas não humanos, publicados nos anos 60, a defesa dogmática de que a inteligência seria um dom exclusivo do Homo sapiens tornou-se insustentável. Entender a inteligência de que tanto nos orgulhamos como resultado de milhões de anos de seleção natural obedece à lógica evolutiva, visto que a evolução não cria características especiais para favorecer ou prejudicar nenhuma espécie. Como atestam os dinossauros, a natureza é madrasta impiedosa.
De onde emergiu a consciência humana?
A resposta é bem simples: da consciência dos animais.
Não há justificativa para considerá-la como propriedade exclusiva da espécie humana, respondeu Ernst Mayr, o biólogo mais influente do século passado. Aceita essa premissa, na última década, o foco da primatologia se deslocou para o estudo das características únicas dos seres humanos. Afinal, não se tem notícia de outros animais que componham sinfonias ou resolvam equações de segundo grau.
Para alguns, nossa capacidade de trocar a recompensa imediata por outra futura (sem a qual nem sequer iríamos à escola) é que nos diferencia de animais mais impulsivos. Outros argumentam que a paciência necessária para aguardar resultados mais promissores também tem raízes evolutivas, e que, em certas situações experimentais, somos mais imediatistas do que os chimpanzés. Embora chimpanzés possam dar manifestações incontestáveis de paciência para aguardar resultados de suas ações, entre eles falta uma típica característica humana: o altruísmo desinteressado. Há evidências claras da existência de comportamentos cooperativos e de altruísmo em outras espécies, mas eles estão sempre associados a interesses de reciprocidade. O verdadeiro altruísmo parece exigir níveis elevados de cognição, que envolvem a capacidade de decifrar o estado mental do outro.
(Adaptado de Drauzio Varella, Folha de S.Paulo)
1. No primeiro parágrafo, o autor afirma que a evolução não cria características especiais para favorecer ou prejudicar nenhuma espécie a fim de justificar
a) a lógica do processo de seleção natural.
b) a evidente primazia da inteligência humana.
c) o orgulho alimentado pelo Homo sapiens.
d) os acasos que regem a ordem evolutiva.
e) o dogmatismo de quem exalta a espécie humana.
2. Atente para as seguintes afirmações:
I. A resposta à pergunta De onde emergiu a consciência humana? vem em favor da hipótese de que a inteligência seria um dom exclusivo da nossa espécie.
II. O texto faz crer que não há razão para se considerar que existam atributos exclusivos dos seres humanos.
III. Uma das características próprias da espécie humana seria, para alguns, a capacidade de agir em função de objetivos não imediatos.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
3. No último parágrafo, o paralelo estabelecido entre chimpanzés e homens concorre para atestar o fato de que
a) é típico da espécie humana o cooperativismo por interesse.
b) nosso altruísmo vai além de um comportamento cooperativo.
c) os homens desconhecem o interesse de reciprocidade.
d) há outros primatas capazes de níveis elevados de cognição.
e) mais de uma espécie é capaz de decifrar o estado mental do semelhante.
4. No contexto da frase “Aceita essa premissa, na última década, o foco da primatologia se deslocou para o estudo das características únicas dos seres humanos”, a expressão destacada deve ser entendida como
a) consideração de uma hipótese.
b) expressão de uma consequência.
c) formulação de uma condição.
d) afirmação de fato verificado.
e) suposição a ser contraditada.
5. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase:
a) Não se admitem que hajam nascido, em quaisquer outras espécies, seres capazes de compor sinfonias.
b) Ressalte-se, no universo dos primatas, as ações que deixam claro seus interesses numa cooperação recíproca.
c) Seguiu-se à aceitação da premissa do influente biólogo Ernst Mayr alguns deslocamentos no foco dos estudos de primatologia.
d) A troca de recompensas imediatas por outras futuras alinham-se entre as características típicas da nossa espécie.
e) Uma das peculiaridades dos verdadeiros altruístas consiste em buscarem decifrar a necessidade íntima do semelhante.
6. Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:
a) Ainda que chimpanzés demonstrem algumas aptidões semelhantes às nossas, nenhuma equivalia ao desinteressado altruísmo humano.
b) Tão logo se admitiu a premissa de Ernst Mayr, deslocara-se o foco principal dos estudos de primatologia.
c) Uma vez que haja paciência para aguardar resultados promissores, o imediatismo será relegado a um segundo plano.
d) Se houvesse altruísmo em outras espécies, perde-se um forte argumento em favor do diferencial humano.
e) Caso os chimpanzés disponham de um nível elevado de cognição, não há por que considerar que não pudessem compor sinfonias.
7. Está clara, coerente e correta a redação da seguinte frase:
a) Sequer deixaríamos de frequentar à escola no caso de trocarmos a recompensa imediata por uma outra que só o futuro viesse a vislumbrar.
b) Há muitos que argumentam de que mesmo entre os chimpanzés ocorre a paciência necessária, de acordo com as raízes evolutivas.
c) Comportamentos altruístas ou mesmo desinteressados não se observa em todas as espécies, constituindo-se conforme peculiaridade humana.
d) Evidências de comportamento cooperativo notam-se em outras espécies, mas apenas os seres humanos são capazes de um autêntico altruísmo.
e) Não obstante Ernst Mayr tenha concluído de que a consciência humana emerge dos animais, o foco da primatologia estuda nossas características.
8. Entender a inteligência de que tanto nos orgulhamos como resultado de milhões de anos de seleção natural obedece à lógica evolutiva (...).
Os elementos destacados podem permanecer na frase acima caso se substitua
a) orgulhamos por ufanamos e obedece por é acreditar.
b) nos orgulhamos por demonstramos e obedece por é dar fé.
c) nos orgulhamos por lisonjeamos e obedece por acata.
d) nos orgulhamos por vangloriamos e obedece por se pauta.
e) orgulhamos por gabamos e obedece por revela adesão.
9. Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase:
a) A realização de estudos com primatas não humanos, tem revelado que a inteligência ao contrário do que se pensa, não é nosso dom exclusivo.
b) A conclusão é, na verdade, surpreendente: a consciência humana, longe de ser um dom sobrenatural, emerge da consciência dos animais.
c) Ernst Mayr, eminente biólogo do século passado não teve dúvida em afirmar que, a nossa consciência, é uma evolução da consciência dos animais.
d) Sejam sinfonias sejam equações de segundo grau, há operações que de tão sofisticadas, não são acessíveis à inteligência de outros animais.
e) O que caracteriza efetivamente o verdadeiro altruísmo, é o comportamento cooperativo que se adota, de modo desinteressado.
10. NÃO admite transposição para a voz passiva a construção verbal da seguinte frase:
a) A inteligência está longe de ser um dom exclusivo da espécie humana.
b) Os primatas não trocam a recompensa imediata por outra mais distante.
c) O altruísmo autêntico sempre exige níveis elevados de cognição.
d) Os chimpanzés manifestam gestos de inequívoca paciência.
e) A premissa de Ernst Mayr obteve grande acolhimento no século passado.
1-a, 2-c, 3-b, 4-d, 5-e, 6-c, 7-d, 8-e, 9-b, 10-a.
Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto que segue.
Do abuso das palavras
Quando o célebre La Rochefoucauld disse que o amor-próprio é o princípio de todas as nossas ações, como a ignorância da verdadeira significação desse termo amor-próprio levantou pessoas contra esse ilustre pensador! Tomou-se o amor-próprio como orgulho e vaidade e imaginou-se, por conseguinte, que La Rochefoucauld colocava no vício a fonte de todas as virtudes. No entanto, era fácil perceber que o amor-próprio, ou o amor de si, não era outra coisa a não ser um sentimento gravado em nós pela natureza; que esse sentimento se transformava em cada homem em vício ou virtude, segundo os gostos e as paixões que o dominavam; e que o amor-próprio, diferentemente modificado, produzia igualmente o orgulho e a modéstia.
O conhecimento dessas ideias teria preservado La Rochefoucauld da censura tão repetida de que ele via a humanidade de modo por demais pessimista; na verdade, ele a conheceu tal qual ela é. Concordo com que a visão nítida da indiferença de quase todos os homens a nosso respeito é um espetáculo desolador para a nossa vaidade, mas, enfim, é preciso tomar os homens como são: irritar-se com os efeitos de seu amor-próprio é queixar-se dos aguaceiros da primavera, dos ardores do verão, das chuvas de outono e das geadas do inverno.
(Helvétius, Os Pensadores)
Nota: La Rochefoucauld e Helvétius são pensadores franceses dos séculos XVII e XVIII, respectivamente.
1. De acordo com Helvétius, a afirmação de La Rochefoucauld a respeito do amor-próprio não foi compreendida porque as pessoas
a) não admitiam que alguém pudesse desenvolver esse bom sentimento.
b) não entendiam que esse sentimento era visto como um princípio natural.
c) imaginavam que o orgulho e a vaidade fossem sinônimos entre si.
d) preferiam crer que os homens não adquirem vícios ao longo da vida.
e) não aceitavam que um sentimento tão nobre implicasse a degradação.
2. Comentando a afirmação de La Rochefoucauld a respeito do amor-próprio, Helvétius lembra que esse sentimento
a) é um estigma que nos marca e nos impede de fazer escolhas morais.
b) é o responsável por todas as ações das quais acabamos por nos arrepender.
c) identifica as pessoas que demonstram alta preocupação ética em seus atos.
d) desenvolve-se em nós consoante a natureza das diferentes paixões.
e) é um efeito cultural irremovível e inevitável da vida em sociedade.
3. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase:
a) Há sempre forte oposição às ideias que ____ (propagar) um pensador implacável como La Rochefoucauld.
b) O que resulta em virtudes ou vícios humanos ____ (advir) das formas pelas quais canalizamos nossos afetos.
c) A um mais elevado comportamento moral do homem não ____ (tolher) apenas as fraquezas pessoais, mas também os impulsos da natureza.
d) Não obstante não ____ (deixar) de haver opções em nosso caminho, os ditames da nossa natureza exercem um papel fundamental a cada escolha.
e) Tantas recriminações ____ (haver) às ideias de La Rochefoucauld que Helvétius acabou se irritando com a ignorância das pessoas.
4. No contexto do segundo parágrafo, o segmento mas, enfim, é preciso tomar os homens como são pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido e a correção, por:
a) porém, afinal de contas, é preciso tomá-los como são.
b) portanto, e por fim, é preciso os tomar como sejam.
c) no entanto, é preciso ainda tomá-los como são.
d) porém, que fazer, é preciso tomar-lhes como são.
e) no entanto, por isso, é preciso tomar-lhes como sejam.
5. Atente para as seguintes afirmações:
I. Todo homem tem amor-próprio.
II. O amor-próprio é uma marca da natureza.
III. As marcas da natureza são incontornáveis.
As afirmações acima articulam-se de modo claro, correto e coerente na frase:
a) Sendo uma marca da natureza, todo homem tem amor-próprio, incontornável como os demais.
b) Todo homem tem amor-próprio, que é uma das marcas da natureza, mesmo quando são incontornáveis.
c) Por serem incontornáveis as marcas da natureza, o mesmo ocorre com todo homem que tem amor-próprio.
d) Como marca da natureza, o amor-próprio é incontornável, tal como acontece com os homens.
e) O amor-próprio, que tem todo homem, é uma marca da natureza, incontornável como as outras.
6. O emprego e a grafia de todas as palavras estão corretos na frase:
a) É difícil haver uma recepção concensual do sentido das palavras: Helvétius surprendeu-se com o atribuído a amor-próprio.
b) O mal entendimento do termo amor-próprio concitou Helvétius a investir contra os detratores de La Rochefoucauld.
c) Mesmo o mais exitoso filósofo tem de enfrentar os empecilhos criados por pessoas sem qualquer envergadura intelectual.
d) La Rochefoucauld, celebrizado por seu verve de humor, criou máximas que transporam as fronteiras do tempo e do espaço.
e) As pessoas indignadas, que assacavam as ideias de La Rochefoucauld, justificavam o fato alegando ser o filósofo um nilista impedernido.
Atenção: As questões de números 7 a 10 referem-se ao texto que segue.
Sobre o romance Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza
A paisagem pode ser luxuriante, intrincada, retorcida, mas o romancista recusa-lhe as lianas do aparato verbal. Pretende antes de tudo caricaturar as aventuras do ciclo da borracha, sem convocar adjetivos para compor estrondos estilísticos.
Nem as lendas do inferno verde, nem as lendas do celeiro mundial. O romancista Márcio Souza prefere o retrospecto irônico, que às vezes faz espocar um sarcasmo, como as rolhas de champanha francês e os foguetes anunciadores do advento do século XX nos confins do Acre. Cearenses ocuparam a região duas vezes maior que Portugal. No dizer do autor, “empurraram a fronteira com a própria miséria”. E dali vem a mais fina borracha que resulta em contas bancárias na Suíça, temporadas líricas, bordéis tumultuosos, tangos e maxixes ao piano, diamantes a faiscarem no colo farto de damas pelintras.
(Hélio Pólvora, Veja)
7. Em seu comentário crítico, Hélio Pólvora afirma que o romance em questão desenvolve-se
a) numa linguagem inspirada na exuberância da realidade representada.
b) num estilo fielmente colado ao dos documentos históricos sobre a região.
c) na imaginação fantasiosa e crítica com a qual o autor narra sua vida.
d) numa narração marcada por humor muitas vezes ácido e caricaturesco.
e) no discurso borbulhante e retórico dos novos ricos da região.
8. Atente para as seguintes afirmações:
I. Lianas do aparato verbal e estrondos estilísticos são recursos recusados pela linguagem de Márcio Souza em seu romance.
II. Expressões como inferno verde e celeiro mundial conotam visões estereotipadas da região amazônica.
III. O verbo espocar é utilizado em mais de um sentido, no contexto do segundo parágrafo.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) III, apenas.
9. Considerando-se o contexto, têm sentido contrastante os seguintes elementos:
a) luxuriante e intrincada.
b) caricaturar e espocar um sarcasmo.
c) temporadas líricas e a própria miséria.
d) bordéis tumultuosos e damas pelintras.
e) champanha francês e foguetes anunciadores.
10. A forma por que preenche corretamente a lacuna da frase:
a) Os cearenses expandiram as fronteiras ______ movidos pelas mais duras necessidades.
b) Um dos motivos ______ Hélio Pólvora se agradou desse romance é a visão original do autor.
c) Márcio Souza decidiu-se pelo humor ______ se dispôs a fazer de seu livro uma sátira histórica.
d) O livro de Márcio Souza fez sucesso pela inteligência e pelo humor, não há outro _____ .
e) Muitos se escandalizaram com o romance, mas se recusaram a dizer o ______ .
1-b, 2-d, 3-c, 4-a, 5-e, 6-c, 7-d, 8-a, 9-c, 10-b.
O texto abaixo serve de base para as questões 1 e 2.
O setor público não é feito apenas de filas, atrasos, burocracia, ineficiência e reclamações. A sétima edição do Prêmio de Gestão Pública, coordenado pelo Ministério do Planejamento, mostra que o serviço público federal também é capaz de oferecer serviços com qualidade de primeiro mundo. De 74 instituições públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de forma crescente seus resultados, tornando-os referências nacionais. O perfil dos premiados mostra que o que está em questão não é tamanho, visibilidade ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade de fazer com que as engrenagens da máquina funcionem de forma eficiente, constante e muito bem controlada.
(Ilhas de Excelência, IstoÉ, 02.03.2005, com adaptações)
1. A argumentação do texto não permite inferir que
a) A melhora de resultados é critério para uma instituição pública se tornar referência nacional.
b) A capacidade de funcionar de forma eficiente, constante e bem controlada pode resultar em serviços de qualidade.
c) A qualidade de primeiro mundo em gestão pública tem como critérios a visibilidade e a importância estratégica da instituição.
d) A qualidade de serviços do primeiro mundo constitui parâmetro para avaliação da qualidade de serviços públicos federais no Brasil.
e) A premiação considerou como qualidade a implantação e a manutenção de práticas de rotina que melhoram os resultados da gestão.
2. Assinale a opção incorreta a respeito das estruturas linguísticas do texto.
a) A retirada do advérbio “apenas” preserva a correção gramatical do texto, mas altera as relações significativas entre os argumentos.
b) A supressão do advérbio “também” preserva a correção gramatical, mas retira do texto a ideia pressuposta de que o serviço público oferece serviços que não são de qualidade.
c) A substituição da forma não flexionada de “ter” pelo infinitivo flexionado correspondente, terem, respeita as regras gramaticais e preserva a coerência textual.
d) A retirada do pronome do termo “tornando-os” preserva a correção gramatical e a coerência textual, deixando subentendido o objeto de “referências nacionais”.
e) No último período do texto, a substituição do primeiro “que” pelo sinal de dois-pontos preserva a correção gramatical e a coerência argumentativa do texto, com a vantagem de evitar uma repetição de palavra.
O texto abaixo serve de base para as questões 3 e 4.
Santo Agostinho (354-430), um dos grandes formuladores do catolicismo, uniu a teologia à filosofia. Sua contribuição para o estudo das taxas de juros, ainda que involuntária, foi tremenda. Em suas Confissões, o bispo de Hipona, filho de Santa Mônica, conta que, ainda adolescente, clamou a Deus que lhe concedesse a castidade e a continência e fez uma ressalva — ansiava por essa graça, mas não de imediato. Ele admitiu que receava perder a concupiscência natural da puberdade. A atitude de Santo Agostinho traduz impecavelmente a urgência do ser humano em viver o aqui e agora. Essa atitude alia-se ao desejo de adiar quanto puder a dor e arcar com as consequências do desfrute presente — sejam elas de ordem financeira ou de saúde. É justamente essa urgência que explica a predisposição das pessoas, empresas e países a pagar altas taxas de juros para usufruir o mais rápido possível seu objeto de desejo.
[Viver agora, pagar depois (fragmento).
In: Economia e Negócios, Veja, 30.03.2005, p. 90]
3. Assinale a opção correta com base no que se depreende do texto.
a) Na adolescência, o bispo de Hipona foi concupiscente.
b) O clamor de Santo Agostinho a Deus incluía o adiamento dos prazeres libidinosos.
c) A predisposição para o pagamento de altas taxas de juros é causa da urgência de se querer viver intensamente o momento presente.
d) A atitude tomada pelo filósofo católico, na adolescência, diferenciava-o dos demais homens e prenunciava a santificação futura.
e) O teólogo e filósofo do catolicismo contribuiu significativamente para a formulação do conceito das taxas de juros, ainda que fosse contrário à matéria.
4. Julgue as afirmações a respeito do texto como verdadeiras (V) ou falsas (F), para marcar, a seguir, a opção correta.
( ) Em virtude do paralelismo sintático, o acento grave, em “à filosofia”, poderia ser eliminado.
( ) Estaria garantida a correção gramatical do texto se o pronome possessivo que inicia o segundo período fosse substituído, nessa mesma posição, pelo pronome “cujo”, flexionado no feminino (cuja), e o ponto fosse substituído por uma vírgula.
( ) Haveria alteração do sentido original do texto se a expressão “ainda adolescente” fosse deslocada para a posição imediatamente posterior à forma verbal “conta”.
( ) Dada a relação de sentido que se estabelece no período, a conjunção “e” (em destaque no terceiro período) poderia ser substituída, mantendo-se a coerência textual, pela conjunção ”mas” precedida de vírgula.
( ) O complemento verbal “seu objeto de desejo” poderia vir precedido da preposição “de”, atendendo-se à regência do verbo “usufruir”.
A sequência correta obtida é:
a) V, F, F, V, V
b) F, V, V, V, F
c) V, V, F, F, V
d) V, F, V, F, F
e) F, F, V, V, V
O texto abaixo serve de base para as questões 5 e 6.
Os teóricos, ao dizerem que os indivíduos são cronicamente insatisfeitos porque são consumistas, não estão constatando um fato, mas emitindo um julgamento moral, isto é, a satisfação psicológica obtida com a compra de objetos é interpretada como insatisfação, porque seria um tipo de realização emocional espúrio. Em outras palavras, supõe-se que existe uma forma mais nobre de satisfação emocional que se perderia no contato com o mundo dos artefatos, ou então, como nos autores de orientação marxista, que a insatisfação é inevitável quando o sujeito é expropriado do que ele próprio produz e coagido a comprar os objetos produzidos pelos proprietários do capital. Em suma, pode existir satisfação com os objetos de uso, mas, não, com os de troca, ou seja, com a mercadoria.
(Texto adaptado de Jurandir Freire Costa, O vestígio e a aura: corpo e consumismo na moral do espetáculo, p. 203)
5. Assinale a afirmativa que está de acordo com o que argumenta o autor do texto.
a) Na análise do ser humano e de sua conduta pessoal e social, deve haver mais rigor, para que não prevaleçam as crenças e os fatos sejam examinados com objetividade.
b) Aqueles que criticam as leis de mercado, como os marxistas, por exemplo, elaboram análises equivocadas a respeito dos estados psicológicos do ser humano.
c) É verdadeiro o pressuposto de que é espúria a satisfação emocional resultante da compra de objetos, mas a relação de causa e efeito entre esses dois fatos é falsa.
d) A mercadoria, vilã da satisfação plena do indivíduo, é referida por grande parte dos teóricos como a forma mais nobre de satisfação emocional.
e) Os teóricos não estariam emitindo julgamento de valor se, ao contrário do que afirmam sobre a insatisfação crônica dos indivíduos, declarassem que, apesar de insatisfeitos, os indivíduos continuam consumistas.
6. Assinale o trecho que dá continuidade ao texto de forma coerente e que atende à prescrição gramatical.
a) Não é no entanto, espúria, como julgam os teóricos, a satisfação por meio do consumo de artefatos. Trata-se a questão de afastar da análise as interferências ideológicas, com vistas à retratar com exatidão a realidade psicológica sob escopo.
b) Não há como negar que a sociedade de mercado exige que uma análise dessa natureza se baseie em outro paradigma da psicologia, conquanto a satisfação dos indivíduos esteja diretamente relacionada às determinações da sociedade dentro da qual ele se insere.
c) Como é visível, a hipótese da insatisfação vem a reboque da crítica ao universo da mercadoria. A intrusão de objetos de troca na esfera mental seria a responsável pelo bloqueio ou distorção do movimento natural das emoções. Não se pode, contudo, fundamentar críticas a visões do mundo com base em afirmações psicológicas inexatas.
d) Ainda que a insatisfação seja inerente ao ser humano, há que se verificar porque terá ele buscado refúgio nas mercadorias para experimentar estados de plena satisfação. Enquanto que uns, preconceituosos, abominam o mercado, e nenhum deles rejeitam os prazeres e facilidades obtidos com os artefatos modernos, outros vivem insatisfeitos e excluídos do mercado.
e) Conforme se observa, a moral é capaz de obscurecer a análise dos fatos e manter a sociedade sob o manto das crenças, estas, sim, possibilidade de satisfação inquestionável, onde o indivíduo dispondo do sonho, pode criar realidades utópicas e buscar alcançá-las.
7. Assinale o trecho do texto abaixo que se apresenta gramaticalmente correto.
a) A sociedade sem exploração é, antes de tudo, uma sociedade do trabalho, uma sociedade que todos tenham garantidos o direito ao trabalho, vivam do seu trabalho. Isto significa que, de alguma forma, todos se tornem trabalhadores e ninguém viva da exploração do trabalho alheio.
b) Uma sociedade desse tipo elimina a exploração, fazendo com que ninguém possa viver do trabalho dos outros. Significa que ninguém dispõem do privilégio de possuir capital, negado a grande maioria.
c) Assim, as máquinas, instalações, matérias-primas — isto é, os meios de produção — não poderia ser propriedade privada mas, propriedade democrática do conjunto da sociedade.
d) Uma sociedade desse tipo choca-se frontalmente com o capitalismo, que se apoia estruturalmente na propriedade privada dos meios de produção, o que significa a separação entre capital e trabalho.
e) Esta separação implica que a minoria tenha acesso a capital — sob qualquer forma de dinheiro ou de empresas, industriais, agrárias, comerciais ou de outro tipo —, e a grande maioria, dispondo apenas de seus braços para sobreviver, sejam obrigados a submeter-se à exploração do capital.
(Adaptado de Emir Sader, A Exploração. In: 7 pecados do capital. Rio de Janeiro: Record, 1999)
8. Assinale a opção em que foram plenamente respeitadas as prescrições gramaticais.
a) Em certo sentido, a cultura capitalista reduziu na prática, os princípios do liberalismo, do utilitarismo, ou do pragmatismo político-filosófico, a defesa da ganância de uns poucos, em prejuízo à justiça humanitária, defendida pelos ideais republicanos e democráticos. Nada disso porém, autoriza à depreciação mental do sujeito comprista dos séculos XIX e XX.
b) Do ponto de vista marxista, pode-se falar, se for o caso, de uma amoralidade na produção e da venda dos objetos, mas não no ato da compra. O próprio produtor/vendedor, ao se tornar comprador muda de posição intencional em relação à mercadoria. Ao produzir/vender, quer apenas lucrar; ao comprar, pode querer atingir objetivos outros, que não o lucro.
c) A imagem do burguês, indiferente ao bem comum e obcecado pelo consumo de objetos, é uma ideia feita, que não sobrevive ao testemunho da história. Nem o hábito de comprar mercadorias, nem a ambição da felicidade interior revelou-se contrário à experiência de realização emocional e a de propósitos éticos.
d) Em algumas análises, o que se critica é a utilização dos objetos para os propósitos de autorrealização emocional. Os objetos, em virtude da sedução do consumo, usurpam a função dos bens simbólicos ou se prestam apenas à celebração do narcisismo. Todavia verifica-se que essa não foi a prática histórica dos compradores. Os objetos foram usados para fins de desenvolvimento emocional e também para se atingirem outros objetivos.
e) Os compradores setecentistas adquiriram avidamente livros, telas de pintar, entre outros. Esses objetos foram usados de forma, digamos, egoísta, mas serviram, igualmente, à expressão de pretensões éticas e estéticas válidas para todos. Falamos, hoje, em paroxismo consumista, considerando-o causa de desorientação pessoal e violência social. Entretanto, se for verdade que tal exarcerbação existe, sugiro, que sua origem não esteja na natureza alienante das mercadorias, mas na redefinição de nossos ideais de felicidade.
(Itens adaptados de Jurandir Freire Costa)
9. Assinale a opção em que se percebe linguagem escorreita.
a) Na nossa rotina diária, cada vez mais a informação digitalizada é predominante. Ela se apresenta durante o laser ou durante o trabalho.
b) Vivemos a era da Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC). O setor de TIC avança rapidamente todos dias.
c) Ficamos horas frente a tela do computador. Ora digitamos textos, ora pesquisamos informações nos milhares de sítios cada vez mais especializados e completos.
d) São prontamente obtidas informações on-line das mais importantes revistas científicas especializadas. Também o são informações dos principais jornais e revistas.
e) Começa a fazer parte da nossa vida o chamado comércio eletrônico. Ele nos permite adquirirmos os mais variados produtos com o mínimo esforço.
(Trechos adaptados de Wanderley de Souza. Tecnologia da Informação e Comunicação. Jornal do Brasil, 02.04.2005)
10. Assinale em que ordem os seguintes fragmentos, adaptados de Roberto de Aguiar, Ética e Direitos Humanos, em Desafios Éticos, p. 63-64, devem ser escritos de modo a compor um texto coeso e coerente.
I. Nesse quadro, alguns direitos humanos passam a ser paradigmáticos: o direito à liberdade, o direito à segurança pessoal, o direito a um julgamento justo, o direito à privacidade, à inviolabilidade do domicílio, à nacionalidade, à propriedade, à livre expressão do pensamento, entre outros.
II. Sua única missão era a de transformar o mundo por seu trabalho.
III. O homem do iluminismo era um desterrado. Ele já não tinha mais a segurança de um cosmos hierarquizado medieval, não possuía a segurança de Deus e era considerado como um átomo individual, que financiava a produção ou vendia sua força de trabalho.
IV. É a partir disso que a ciência passa a ter importância crescente, a fim de melhorar os processos produtivos, renovar a organização dos poderes e manter os trabalhadores com um mínimo de condições para produzir.
a) I, IV, II, III
b) III, I, IV, II
c) IV, II, I, III
d) II, III, IV, I
e) III, II, I, IV
1-c, 2-d, 3-a, 4-e, 5-a, 6-c, 7-d, 8-d, 9-d, 10-e.
Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
O futuro do nosso petróleo
A recente confirmação da descoberta, anunciada inicialmente em 2006, de reservas expressivas de petróleo leve de boa qualidade e gás na Bacia de Santos é uma notícia auspiciosa para todos os brasileiros. A possibilidade técnica de extrair petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade eleva o prestígio que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, no restrito clube das megaempresas mundiais de petróleo e energia, onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, irmã. (...)
O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por dois motivos. Mais do que com dificuldades de exploração e de extração, o mundo sofre com a falta de capacidade de refino moderno, para produzir derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos. Ao mesmo tempo, confirma-se em nosso hemisfério a cruel realidade de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão esgotando. Isso sem contar o natural aumento da demanda argentina por gás. Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de resinas termoplásticas para toda a região, sendo cerca de um terço delas destinado ao Brasil. A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos vem em ótima hora, quando estes dois fantasmas nos assombram, abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das reservas totais, é úmido e rico em etano, excelente matéria-prima para a petroquímica. Queimá-lo em usinas térmicas para gerar eletricidade ou para uso veicular seria um enorme desperdício.
Outra oportunidade reside em investimentos maciços em capacidade de refino. O mundo está sedento por gasolina e diesel especiais, mais limpos, menos poluentes. O maior foco desta demanda são os Estados Unidos, que consomem 46% de toda a gasolina do planeta, mas esta é uma tendência que se vem espalhando como fogo em palha. O Brasil ainda tem a felicidade de dispor de etanol de biomassa produzido de forma competitiva, que pode somar-se aos derivados de petróleo para gerar produtos de alto valor ambiental.
(Adaptado de Plínio Mario Nastari, O Estado de S. Paulo,
Economia, B2, 28.12.2007)
1. Queimá-lo em usinas térmicas para gerar eletricidade ou para uso veicular seria um enorme desperdício (final do 2o parágrafo).
A opinião do articulista no segmento transcrito acima se justifica pelo fato de que
a) na Argentina, além de haver aumento da demanda por petróleo, as reservas de gás encontram-se em processo de esgotamento.
b) os Estados Unidos são os maiores consumidores da gasolina produzida no planeta, tendência que ainda vem aumentando.
c) as possibilidades técnicas de extração de petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade ampliam o prestígio mundial da Petrobras.
d) as reservas recém-descobertas na Bacia de Santos contêm gás de excelente qualidade para a indústria petroquímica.
e) o Brasil dispõe de etanol de biomassa que, somado aos derivados de petróleo, diminui a poluição do meio ambiente.
2. O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por dois motivos (início do 2o parágrafo).
Ocorre no contexto a retomada da afirmativa acima na frase:
a) Mais do que com dificuldades de exploração e de extração...
b) ... para produzir derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos.
c) Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de resinas termoplásticas para toda a região...
d) Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de reservas termoplásticas...
e) A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos vem em ótima hora, quando estes dois fantasmas nos assombram...
3. Isso sem contar o natural aumento da demanda argentina por gás (2o parágrafo).
O pronome grifado substitui corretamente, considerando-se o contexto,
a) as dificuldades de exploração e extração de petróleo.
b) o esgotamento das reservas argentinas de gás.
c) a produção de derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos.
d) a grande oportunidade comercial que o Brasil tem pela frente.
e) a exportação de gás da Argentina para o Brasil.
4. O emprego das vírgulas assinala a ocorrência de uma ressalva em:
a) ... onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, irmã.
b) ... que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, no restrito clube...
c) ... de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão esgotando.
d) ... abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades.
e) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das reservas totais, é úmido e rico em etano...
5. ... que consomem 46% de toda a gasolina do planeta... (3o parágrafo).
O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima está na frase:
a) ... o mundo sofre com a falta de capacidade de refino moderno...
b) ... e outros adjacentes na Bacia de Santos vem em ótima hora...
c) Outra oportunidade reside em investimentos maciços em capacidade de refino.
d) ... mas esta é uma tendência que se vem espalhando como fogo em palha.
e) ... para gerar produtos de alto valor ambiental.
6. O mundo está sedento por gasolina e diesel especiais... (3o parágrafo).
O mesmo tipo de regência exigido pelo termo grifado acima encontra-se na expressão:
a) notícia auspiciosa para todos os brasileiros.
b) de reservas expressivas de petróleo leve de boa qualidade.
c) no restrito clube das megaempresas mundiais de petróleo e energia.
d) as reservas de gás de Bahia Blanca.
e) resinas termoplásticas para toda a região.
7. Mais do que com dificuldades de exploração e de extração, o mundo sofre com a falta de capacidade de refino moderno, para produzir derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos (2º parágrafo).
A afirmativa acima aparece reescrita em outras palavras, com clareza e correção, sem alteração do sentido original, em:
a) São maiores as dificuldades de exploração e de extração de petróleo no mundo, além da capacidade de refino moderno, com baixos teores de enxofre e aromáticos.
b) A necessidade de refino moderno para produzir derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos iguala as dificuldades de extração e de produção.
c) A falta de capacidade de refino moderno para a produção de derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos supera as dificuldades de exploração e de extração do petróleo.
d) As dificuldades de exploração e de extração no mundo estão na capacidade de refino moderno, para produzir petróleo com baixos teores de enxofre e aromáticos.
e) A exploração e a extração de petróleo no mundo sofre com a falta de capacidade de refino moderno, com derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos.
8. O termo grifado que poderia ser corretamente empregado na forma de feminino plural, sem alteração do sentido original, é:
a) A recente confirmação da descoberta, anunciada inicialmente em 2006...
b) ... é uma notícia auspiciosa para todos os brasileiros.
c) A possibilidade técnica de extrair petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade...
d) ... sendo cerca de um terço delas destinado ao Brasil.
e) ... de dispor de etanol de biomassa produzido de forma competitiva...
9. ... de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão esgotando (2º parágrafo).
A forma verbal grifada acima pode ser corretamente substituída, sem prejuízo do sentido original, por:
a) está para esgotar.
b) vai ser esgotado.
c) estão sendo esgotadas.
d) vinham sendo esgotadas.
e) vem esgotando.
10. A concordância verbo-nominal está inteiramente correta na frase:
a) Urge que seja definido as metas de oferta de energia em quantidade suficiente e preço adequado, para impulsionar o desenvolvimento do país.
b) É imprescindível que se cumpram os acordos firmados em relação à oferta de energia e aos preços adequados, e que se atenda ao aumento da demanda.
c) Uma política fiscal aplicada sobre as ofertas de energia devem controlar o cumprimento dos contratos que se estabeleceu nesse setor.
d) Os países importadores de derivados de petróleo paga o preço estabelecido na Europa, o que gera efeitos negativos na economia.
e) Existe metas brasileiras que foram estabelecidas em relação à autossuficiência em petróleo e o momento oferece a oportunidade de cumpri-las satisfatoriamente.
1-d, 2-e, 3-b, 4-a, 5-e, 6-a, 7-c, 8-d, 9-c, 10-b.
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue.
Propósitos e liberdade
Desde que nascemos e a nossa vida começou, não há mais nenhum ponto zero possível. Não há como começar do nada. Talvez seja isso que torna tão difícil cumprir propósitos de Ano-Novo. E, a bem da verdade, o que dificulta realizar qualquer novo propósito, em qualquer tempo.
O passado é como argila que nos molda e a que estamos presos, embora chamados imperiosamente pelo futuro. Não escapamos do tempo, não escapamos da nossa história. Somos pressionados pela realidade e pelos desejos. Como pode o ser humano ser livre se ele está inexoravelmente premido por seus anseios e amarrado ao enredo de sua vida? Para muitos filósofos, é nesse conflito que está o problema da nossa liberdade.
Alguns tentam resolver esse dilema afirmando que a liberdade é a nossa capacidade de escolher, a que chamam livre-arbítrio. Liberdade se traduziria por ponderar e eleger entre o que quero e o que não quero ou entre o bem e o mal, por exemplo. Liberdade seria, portanto, sinônimo de decisão.
Prefiro a interpretação de outros pensadores, que nos dizem que somos livres quando agimos. E agir é iniciar uma nova cadeia de acontecimentos, por mais atrelados que estejamos a uma ordem anterior. Liberdade é, então, começar o improvável e o impensável. É sobrepujar hábitos, crenças, determinações, medos, preconceitos. Ser livre é tomar a iniciativa de principiar novas possibilidades. Desamarrar. Abrir novos tempos.
Nossa história e nosso passado não são nem cargas indesejadas, nem determinações absolutas. Sem eles, não teríamos de onde sair, nem para onde nos projetar. Sem passado e sem história, quem seríamos? Mas não é porque não pudemos (fazer, falar, mudar, enfrentar...) que jamais poderemos. Nossa capacidade de dar um novo início para as mesmas coisas e situações é nosso poder original e está na raiz da nossa condição humana. É ela que dá à vida uma direção e um destino. Somos livres quando, ao agir, recomeçamos.
Nossos gestos e palavras, mesmo inconscientes e involuntários, sempre destinam nossas vidas para algum lugar. A função dos propósitos é transformar esse agir, que cria destinos, numa ação consciente e voluntária. Sua tarefa é a de romper com a casualidade aparente da vida e apagar a impressão de que uma mão dirige nossa existência.
Os propósitos nos devolvem a autoria da vida.
(Dulce Critelli, Folha de S.Paulo, 24.01.2008)
1. A autora defende a tese de que afirmamos nossa liberdade quando
a) formulamos propósitos que nos libertam plenamente de nossas memórias e das experiências vividas.
b) formulamos a intenção de agir para provar nossa capacidade de dominar e exercer o nosso livre-arbítrio.
c) passamos a agir com a determinação de abrir caminhos que representem novas possibilidades.
d) condicionamos nossas ações à personalidade que viemos constituindo e cristalizando ao longo da vida.
e) orientamos nossa ação pela escolha de valores definidos previamente como imperativos morais.
2. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto em:
a) argila que nos molda = barro a que impomos forma.
b) inexoravelmente premido = indiscutivelmente atento.
c) na raiz da nossa condição humana = nossa radical condicionalidade.
d) determinações absolutas = condicionantes irrevogáveis.
e) romper com a casualidade = desconsiderar a causa.
3. Considerando-se o contexto, na frase “É ela que dá à vida uma direção e um destino”, o pronome destacado está diretamente vinculado à expressão
a) ... raiz da nossa condição humana.
b) Nossa capacidade de dar um novo início...
c) ... nossa condição humana.
d) Nossa história...
e) ... uma nova cadeia de acontecimentos...
4. A autora poderia ter optado, corretamente, pela seguinte redação da frase em que formula sua preferência:
a) Prefiro muito mais a interpretação destes pensadores do que àqueles.
b) A minha preferência é mais da interpretação destes pensadores que a daqueles.
c) À interpretação daqueles pensadores não tenho como deixar de preferir a destes.
d) Prefiro à destes, em vez da interpretação daqueles pensadores.
e) É para mim preferível, em vez da interpretação daqueles pensadores, à que defendem estes.
5. É a liberdade que dá à vida uma direção.
O termo sublinhado na frase acima exerce a mesma função sintática do termo sublinhado em:
a) Sem passado e sem história, poderíamos ser livres?
b) Liberdade seria, a meu ver, um sinônimo de decisão.
c) Somos livres a cada vez que, agindo, recomeçamos.
d) Liberdade seria, pois, começar o improvável.
e) A liberdade nos liberta, o passado é argila que nos molda.
6. Nossa história e nosso passado não são nem cargas indesejadas, nem determinações absolutas.
Mantêm-se o sentido e a correção da frase acima substituindo-se o segmento sublinhado por
a) nem tanto cargas indesejadas quanto determinações absolutas.
b) cargas indesejadas, nem ao menos determinações absolutas.
c) cargas indesejadas, assim como não são determinações absolutas.
d) nem cargas indesejadas, quando não determinações absolutas.
e) nem mesmo cargas indesejadas, quanto mais determinações absolutas.
7. Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase:
a) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano-Novo, pois não há como de fato alguém começar algo inteiramente do nada.
b) É realmente muito difícil: cumprir propósitos de Ano-Novo; pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.
c) É, realmente, muito difícil — cumprir propósitos de Ano-Novo: pois não há como de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.
d) É, realmente, muito difícil cumprir propósitos de Ano-Novo, pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.
e) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano-Novo; pois não há como de fato alguém começar algo, inteiramente do nada.
8. A transposição para a voz passiva é possível apenas em:
a) Novos gestos incutem à nossa vida um novo sentido.
b) A liberdade aposta, sempre, em novas possibilidades.
c) Na nossa capacidade de escolha estaria a nossa liberdade.
d) A resolução desse dilema depende de uma grave decisão.
e) As ideias fatalistas conspiram contra as ações libertárias.
9. Considere as afirmações a seguir:
I. Os homens desejam ser livres.
II. Os homens prendem-se ao seu passado.
III. Desejo de liberdade e amarras do passado tornam os homens conflituosos.
Essas afirmações articulam-se com coerência, clareza e correção em:
a) Os homens tornam-se conflituosos, tendo em vista que desejam ser livres, porquanto se prendem ao seu passado.
b) Por se prenderem ao passado, assim como desejam ser livres, os homens tornam-se conflituosos.
c) Embora desejando ser livres e prendendo-se ao seu passado, os homens tornam-se conflituosos.
d) O que torna conflituosos os homens é que desejam ser livres estando presos ao seu passado.
e) Conquanto querendo ser livres, mesmo presos ao seu passado, tornam-se os homens conflituosos.
10. E, a bem da verdade, o que dificulta realizar qualquer novo propósito, em qualquer tempo.
Na frase acima, levando-se em conta o contexto do primeiro parágrafo,
a) a expressão a bem da verdade assume o sentido de por outro lado.
b) está elíptica a expressão Talvez seja isso.
c) novo propósito é sujeito de começar.
d) a expressão o que retoma a expressão tão difícil cumprir.
e) em qualquer tempo é complemento da forma verbal dificulta.
1-c, 2-d, 3-b, 4-c, 5-d, 6-c, 7-d, 8-a, 9-d, 10-b.
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue.
Propósitos e liberdade
Desde que nascemos e a nossa vida começou, não há mais nenhum ponto zero possível. Não há como começar do nada. Talvez seja isso que torna tão difícil cumprir propósitos de Ano-Novo. E, a bem da verdade, o que dificulta realizar qualquer novo propósito, em qualquer tempo.
O passado é como argila que nos molda e a que estamos presos, embora chamados imperiosamente pelo futuro. Não escapamos do tempo, não escapamos da nossa história. Somos pressionados pela realidade e pelos desejos. Como pode o ser humano ser livre se ele está inexoravelmente premido por seus anseios e amarrado ao enredo de sua vida? Para muitos filósofos, é nesse conflito que está o problema da nossa liberdade.
Alguns tentam resolver esse dilema afirmando que a liberdade é a nossa capacidade de escolher, a que chamam livre-arbítrio. Liberdade se traduziria por ponderar e eleger entre o que quero e o que não quero ou entre o bem e o mal, por exemplo. Liberdade seria, portanto, sinônimo de decisão.
Prefiro a interpretação de outros pensadores, que nos dizem que somos livres quando agimos. E agir é iniciar uma nova cadeia de acontecimentos, por mais atrelados que estejamos a uma ordem anterior. Liberdade é, então, começar o improvável e o impensável. É sobrepujar hábitos, crenças, determinações, medos, preconceitos. Ser livre é tomar a iniciativa de principiar novas possibilidades. Desamarrar. Abrir novos tempos.
Nossa história e nosso passado não são nem cargas indesejadas, nem determinações absolutas. Sem eles, não teríamos de onde sair, nem para onde nos projetar. Sem passado e sem história, quem seríamos? Mas não é porque não pudemos (fazer, falar, mudar, enfrentar...) que jamais poderemos. Nossa capacidade de dar um novo início para as mesmas coisas e situações é nosso poder original e está na raiz da nossa condição humana. É ela que dá à vida uma direção e um destino. Somos livres quando, ao agir, recomeçamos.
Nossos gestos e palavras, mesmo inconscientes e involuntários, sempre destinam nossas vidas para algum lugar. A função dos propósitos é transformar esse agir, que cria destinos, numa ação consciente e voluntária. Sua tarefa é a de romper com a casualidade aparente da vida e apagar a impressão de que uma mão dirige nossa existência.
Os propósitos nos devolvem a autoria da vida.
(Dulce Critelli, Folha de S.Paulo, 24.01.2008)
1. Considere as seguintes afirmações:
I. Ao sustentar que Não há como começar do nada, a autora deixa implícito que somos fatalmente conduzidos para um destino já traçado.
II. O conflito que, para muitos filósofos, se traduz como problema da nossa liberdade é o que se estabelece entre as amarras do passado e o anseio de ser livre.
III. O fracasso em iniciativas passadas não deve impedir que as retomemos, pois é essa insistência que atesta nossa liberdade.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
2. Ao dar ênfase ao caráter consciente e voluntário dos nossos propósitos, a autora coloca-se contra
a) a subordinação nossa à força dos acasos.
b) a tentação de sobrepujarmos fortes determinações.
c) a nossa tendência para retomar antigas iniciativas.
d) o caprichoso hábito de nunca voltarmos atrás.
e) a possibilidade de nos valermos do livre-arbítrio.
3. Estão plenamente respeitadas as normas de concordância verbal na frase:
a) É muito difícil que se cumpra os propósitos que, invariavelmente, se formula a cada início de ano.
b) Enredam-se nas tramas das próprias memórias todo aquele que não busca abrir, para si mesmo, novos tempos e novas experiências.
c) A cada vez que dá impulso a uma nova cadeia de acontecimentos, os homens se tornam autores de seu próprio destino.
d) Não deveriam caber às pessoas tomar suas próprias iniciativas, em vez de se submeterem à força do acaso?
e) Aos que não submete a força imperiosa das experiências passadas estende-se a possibilidade de abrir novos tempos.
4. Nossos gestos e palavras, mesmo inconscientes e involuntários, sempre destinam nossas vidas para algum lugar.
A palavra destacada na frase acima está empregada com função e sentido diferentes em:
a) É comum que o mesmo homem que enuncia novos propósitos logo renuncie a eles.
b) Não me submeto ao destino, mesmo quando intimidado pelos fatos.
c) Mesmo submetido a fortes pressões, ele não hesita em abrir caminhos.
d) Mesmo sabendo que não serão cumpridos, vivemos formulando novos propósitos.
e) Crê na mão que conduz o destino mesmo quem reconhece que isso leva à extrema passividade.
5. Numa outra redação de um segmento do 5o parágrafo do texto, estará correta e coerente com o sentido original a seguinte construção:
Sem nossa história e nosso passado, não teríamos
a) de onde prover, nem aonde nos inclinarmos.
b) por onde começar, nem espaço para nos expandirmos.
c) aonde começar, nem aonde alcançarmos projeção.
d) por onde provermos, nem lugar aonde nos fixarmos.
e) onde dar início, nem aonde progredirmos.
6. Ser livre é tomar a iniciativa de principiar novas possibilidades. Desamarrar. Abrir novos tempos.
No trecho acima, entende-se que Desamarrar e Abrir novos tempos exercem a mesma função sintática de
a) a iniciativa de principiar.
b) tomar a iniciativa.
c) ser livre.
d) de principiar novas possibilidades.
e) novas possibilidades.
7. Está correto o emprego de ambos os elementos destacados na frase:
a) Aquele que deseja cumprir novos propósitos não podem faltar iniciativas em que levem a alguma ação.
b) O passado, em cujo nos moldamos, é como a argila, à qual forma os bonecos se submetem.
c) A trama do destino, em que tantos atribuem o peso da fatalidade, esvaziaria qualquer iniciativa de que viéssemos a tomar.
d) A capacidade de escolher, da qual muitos identificam o livre-arbítrio, não tem a mesma relevância com que se reveste a iniciativa de uma ação.
e) Os mesmos fatos do passado a que estamos atrelados podem nos incitar a um recomeço, de que sempre temos tanta necessidade.
8. Formular propósitos? Quem apenas formula propósitos, quem atribui aos propósitos uma força mágica e não encaminha os propósitos para uma ação imediata, não recomeça nada, de fato.
Evitam-se as abusivas repetições do texto acima substituindo-se os elementos destacados, na ordem dada, por:
a) formula-os — os atribui — encaminha-lhes
b) os formula — os atribui — os encaminha
c) os formula — lhes atribui — os encaminha
d) lhes formula — lhes atribui — encaminha-os
e) formula-os — lhes atribui — lhes encaminha
9. Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras em:
a) A inverossimilhança dos nossos enfáticos propósitos de Ano-Novo constitui uma prova de que, via de regra, somos uns inconsequentes.
b) Há quem formule com tanta desfaçateza seus propósitos de Ano Novo que acaba provocando em todos um mixto de irrisão e pena.
c) Não há porquê imaginar que nos baste divizar imagens do futuro para que elas venham a se tornar uma inextricável realidade.
d) O dilema que constitue nosso desejo de liberdade diante de amarras entrincadas está diretamente associado à questão da liberdade.
e) É prazeirosa a experiência de quem formula propósitos e promove ações que vão de encontro aos mesmos.
10. O elemento sublinhado tem valor causal em:
a) Os propósitos nos devolvem a autoria da vida.
b) Liberdade seria, portanto, sinônimo de decisão.
c) Talvez seja isso que torna tão difícil cumprir propósitos de Ano-Novo.
d) Sem história e sem passado, quem seríamos?
e) Somos livres quando, ao agir, recomeçamos.
1-e, 2-a, 3-e, 4-a, 5-b, 6-b, 7-e, 8-c, 9-a, 10-e.
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue.
No coração do progresso
Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no novo emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta a mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir todas as portas para uma vida melhor.
Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema, via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendimento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco: desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preservação ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino planeta.
Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a natureza e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável: o adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predatórias. Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a extensão dos efeitos.
Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda não é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos industriais e a todos nós — cidadãos comuns — cabe a tarefa cotidiana de zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e banheiro, em nosso quintal e jardim — e se estende à preocupação com a rua, com o bairro, com a cidade. “Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é, certamente, melhor do que este em que estamos vivendo.
Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido preciso — talvez oculto — da palavra mágica empregada.
(Alaor Adauto de Mello)
1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a qual este deve ser
a) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades humanas e o respeito ao mundo natural.
b) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em atividade economicamente viável.
c) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros para todos os indivíduos de uma comunidade.
d) definido como um atributo da natureza que induz os homens a aproveitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural.
e) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribuição de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.
2. Considere as seguintes afirmações:
I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico.
II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja formas de desenvolvimento nocivas e predatórias.
III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fazendo dela.
Em relação ao texto está correto APENAS o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
3. ... desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preservação ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino planeta.
De acordo com a afirmação acima,
a) a perda de estatuto científico da Ecologia propiciou a popularização de seus princípios e trouxe maiores benefícios para todos.
b) a melhoria nas condições de vida do nosso planeta popularizou as teses científicas defendidas no âmbito da Ecologia.
c) a Ecologia só foi reconhecida como ciência a partir do momento em que se popularizou o sentido da palavra progresso.
d) as iniciativas que redundaram na melhoria da relação entre o homem e o meio advieram da prática de fundamentos da Ecologia.
e) as iniciativas em favor da preservação ambiental acabaram por retirar a Ecologia dos currículos acadêmicos mais elitistas e conservadores.
4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada.
Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão corretamente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na ordem em que surgem, por
a) houve — garantiria — é
b) haveria — garantiu — teria sido
c) haveria — garantisse — fosse
d) haverá — garantisse — e
e) havia — garantiu — é
5. A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva é:
a) Essa palavra sempre teria aberto as portas de uma vida melhor.
b) Continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica.
c) O adjetivo sustentável exprime uma condição para desenvolvimento.
d) Cabe aos cientistas e a todos nós zelar pela qualidade da vida.
e) Sempre se deverá avaliar o sentido preciso dessa palavra mágica.
6. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:
a) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso algumas conotações mágicas.
b) Deve-se ao fato de usarmos muitas palavras sem conhecer seu sentido real muitos equívocos ideológicos.
c) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a representarem, de fato, qualquer avanço significativo.
d) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida.
e) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida.
7. Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase:
a) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir mão.
b) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará.
c) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou em ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida.
d) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos.
e) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar progresso.
8. A frase em que ocorre uma relação de causa e consequência é:
a) Já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e política de todas as formas de progresso.
b) Viam-se florestas sendo derrubadas sem qualquer justificativa minimamente aceitável.
c) Popularizaram-se, desde que a Ecologia saiu das academias, muitas medidas em favor da preservação ambiental.
d) A tarefa começa em nosso pequeno mundo, em nossos arredores, ao contrário dos que acham que só as grandes intervenções têm sentido.
e) O último apelo do autor do texto é que avaliemos bem o sentido da palavra progresso a cada vez que a empregarmos.
9. Está clara e correta a redação da seguinte frase:
a) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois que é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido.
b) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo, devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor.
c) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melhoria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.
d) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros.
e) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas, acabariam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Ecologia, cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida prática.
10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:
a) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida.
b) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações aparentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, importantíssima.
c) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica.
d) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes represas, costuma trazer também uma série de consequências ambientais que, nem sempre, foram avaliadas.
e) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma permanente avaliação.
1-a, 2-b, 3-d, 4-c, 5-d, 6-a, 7-e, 8-c, 9-d, 10-b.
Atenção: As questões de números 1 a 8 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
A cultura, e consequente organização social, política e econômica dominante na sociedade contemporânea, ainda é aquela que começou a nascer no século XVI, quando um conjunto de inovações tecnológicas num contexto histórico favorável contribuiu para o início do enterro do Antigo Regime, no qual a Terra estava no centro do universo, a ordem social era imutável e a Igreja junto com o poder absolutista tinha o monopólio da informação.
A prensa de Gutenberg estava entre as inovações tecnológicas que contribuíram para a ascensão do mundo burguês. E os seus principais produtos — o livro e o jornal — foram entendidos durante muitos anos pela ordem dominante como ferramentas subversivas. Esta subversão gestou e gerou o mundo em que vivemos. Um mundo onde a iniquidade social ainda incomoda e assusta, mas no qual todas as barreiras para a geração de riqueza e de conhecimento foram derrubadas, num processo que também gerou a onda de inovação que estamos vivendo e a possibilidade de darmos o próximo salto.
Não é função da indústria pensar a educação. A missão de qualquer empresa é lutar com todas as suas forças para crescer e se perpetuar. Mesmo quando isso vai de encontro aos interesses da comunidade em que ela está inserida. Ela jamais poderá pensar com a devida isenção numa plataforma de serviços focada em educação.
Por isso mesmo, nenhum representante da indústria de tecnologia poderia ter sido pioneiro num projeto de educação fundamentado nas profundas e dramáticas mudanças que a cibernética tem trazido para as nossas vidas.
(Trecho do artigo do jornalista Rodrigo Lara Mesquita, O Estado de S. Paulo, A2, 04.05.2007)
1. É correto inferir do texto que seu autor,
a) como jornalista que é, questiona a importância do livro e do jornal no mundo contemporâneo, como instrumentos essenciais para a divulgação do conhecimento.
b) ao apontar a importância de algumas inovações tecnológicas do mundo moderno, reconhece a importância da cibernética para os projetos educacionais.
c) pensando em um projeto de educação eficaz, afasta qualquer possibilidade de envolvimento de empresas, a despeito do interesse que elas possam demonstrar.
d) ao reconhecer a inoperância do empresariado, especialmente na área da cibernética, ignora o impacto que essa tecnologia poderia causar em um projeto educacional.
e) como defensor do desenvolvimento tecnológico, propõe uma educação voltada especificamente para a indústria da informática, base da integração social.
2. E os seus principais produtos — o livro e o jornal — foram entendidos durante muitos anos pela ordem dominante como ferramentas subversivas (2º parágrafo).
É correto afirmar, a respeito da expressão grifada acima, que o livro e o jornal
a) eram temidos em razão da possibilidade de disseminação de conhecimentos antes reservados e restritos a uma classe privilegiada.
b) representavam o pensamento e, portanto, o modo de vida da época, com os valores de uma classe ascendente, a burguesia.
c) eram utilizados pela classe dominante para divulgarem as novidades que surgiam, no contexto histórico daquele momento.
d) deram início a uma série de inovações tecnológicas que possibilitaram o avanço social e econômico durante o século XVI.
e) foram e ainda permanecem como símbolos das desigualdades sociais, especialmente decorrentes da incapacidade de leitura no mundo contemporâneo.
3. O segmento que se encontra transcrito com outras palavras, mas com o mesmo sentido original é:
a) num contexto histórico favorável = com todas as facilidades existentes.
b) tinha o monopólio da informação = mantinha-se bem informada.
c) onde a iniquidade social ainda incomoda e assusta = onde não se estabeleceu a igualdade social.
d) que também gerou a onda de inovação = que deu início a transformações inovadoras.
e) quando isso vai de encontro aos interesses da comunidade = quando atende aos interesses do meio social.
4. Está INCORRETA a afirmação que se faz a respeito dos parágrafos do texto:
a) O 1º parágrafo traça, de maneira rápida e sintética, um painel histórico e cultural existente numa determinada época.
b) Observa-se, especialmente no 2º parágrafo, o emprego de palavras que adquirem sentido particular, percebido no contexto em que se encontram.
c) O 3º parágrafo constitui, em síntese, um argumento que justifica a opinião que vem exposta no 4º parágrafo.
d) A articulação sintático-semântica que se estabelece entre o 3º e o 4º parágrafos é de causa e consequência.
e) No 4º parágrafo o autor defende a ideia de que a indústria se torne responsável também por projetos educacionais voltados para o desenvolvimento social.
5. A forma verbal singular que também poderia ter sido empregada corretamente no plural está destacada na frase
a) ... a ordem social era imutável...
b) ... e a Igreja junto com o poder absolutista tinha o monopólio da informação.
c) ... num processo que também gerou a onda de inovação...
d) ... quando isso vai de encontro aos interesses da comunidade...
e) ... em que ela está inserida.
6. Não é função da indústria pensar a educação (início do 3º parágrafo).
A função sintática da oração destacada acima é a mesma do termo, também grifado, na frase:
a) ... no qual a Terra estava no centro do universo...
b) ... que contribuíram para a ascensão do mundo burguês.
c) ... num processo que também gerou a onda de inovação...
d) ... e a possibilidade de darmos o próximo salto.
e) ... nenhum representante da indústria de tecnologia poderia ter sido pioneiro...
7. A concordância está inteiramente correta na frase:
a) Os efeitos do uso do computador na educação cresce exponencialmente ao se ultrapassar as fronteiras da escola, criando-se novas formas de interesse.
b) Viagens virtuais simuladas em computador torna possível às crianças sobrevoar regiões distantes do planeta e perceber o interior de uma célula em detalhes microscópicos.
c) Quando bem usados, os computadores têm contribuído de forma decisiva para despertar o interesse pela leitura, com a inclusão de imagens animadas e de recursos sonoros nos livros digitais.
d) O efeito revolucionário do uso de computadores nas salas de aula tornaram-no essenciais em projetos de pesquisas que busca ultrapassar as fronteiras geográficas, reduzindo as distâncias.
e) Com os computadores em rede, as etapas de uma experiência de física pode ser dividida e também é possível longos debates sobre assuntos diversificados.
8. Ninguém, em sã consciência, negará o fato.
A computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação.
Acredita-se que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo.
Será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas.
O processo de coesão entre as frases acima, articulando-as corretamente em um único período, deverá ocorrer da seguinte maneira:
a) Ninguém, em sã consciência, negará o fato onde a computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação, à proporção que se acredita de que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo, será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas.
b) Ninguém, em sã consciência, negará o fato que a computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação, enquanto que se acredita que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo, onde será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas.
c) Ninguém, em sã consciência, negará o fato, o qual a computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação caso se acredita-se que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo, sendo que será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas.
d) Ninguém, em sã consciência, negará o fato de que a computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação e, se se acredita que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo, será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas.
e) Ninguém, em sã consciência, negará o fato que a computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação, já que se acredita-se que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo, onde será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas.
9. Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada assume relevância tão capital...
O verbo está flexionado no singular porque
a) houve um deslize em relação ao que dispõe a norma culta.
b) pode ocorrer concordância com o predicativo do sujeito, que está no singular.
c) se excluíram os dois termos anteriores, que apresentam sentido de oposição entre si.
d) os termos que constituem o sujeito formam uma série de expressões de sentido equivalente.
e) um só termo pode sintetizar toda a frase, embora não esteja explícito no contexto.
10. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes.
O mesmo tipo de exigência quanto ao complemento do verbo grifado acima está na frase:
a) ... que enxerga primeiro a dificuldade a vencer...
b) ... mede todas as possibilidades de esperdício...
c) ... que sente ânimo de praticar...
d) ... terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro...
e) ... coube ao espírito do trabalho (...) papel muito limitado, quase nulo.
1-b, 2-a, 3-d, 4-e, 5-b, 6-a, 7-c, 8-d, 9-d, 10-e.
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto seguinte.
A agressividade de todos nós
Todos temos, em algum grau, tendência para comportamentos agressivos. Se os números mostram o quanto são raras as doenças que levam à agressividade extrema, os neurocientistas apresentam uma teoria estatisticamente muito mais provável para o desencadeamento da violência em pessoas aparentemente normais. Segundo o neurologista Renato Sabbatini, da Universidade Estadual de Campinas, cerca de dois terços do aprendizado humano derivam da interação social. “O cérebro nada mais é que um processador de dados que, por meio de comparações e identificações, assimila e adapta as atitudes repetidas no meio em que vivemos”, afirma. Ou seja: uma cena vista com muita frequência, desde pequeno, leva a concluir que isso é certo, independentemente de a cena ser seu pai cometendo um delito ou sua mãe cuidando de crianças carentes.
Renato explica, no entanto, que esse arcabouço de memória é colocado em xeque cada vez que somos confrontados com uma situação nova, desconfortável ou potencialmente perigosa. “Todos nós temos a violência entre o rol de respostas disponíveis em nosso banco de dados. Faz parte do nosso instinto de autopreservação. Diante de uma ofensa acionamos uma luta entre os estímulos que nos levam à agressão e as travas que detêm esses impulsos. São travas morais, éticas, afetivas e racionais. O importante é saber qual estímulo é capaz de ativar esse comportamento”, diz. A educação moral e os valores em que acreditamos podem conter esses rompantes. A afetividade também.
A pressão do grupo social em que o indivíduo vive é outro fator importante para desempatar essa guerra interna de nervos. A necessidade de aceitação coletiva é muito mais efetiva nas decisões individuais do que imaginamos e pode, em situações-limite, predominar sobre qualquer mecanismo cerebral. Há essa necessidade primitiva, nos seres humanos, de serem aceitos pelos outros e se sentirem pertencentes a um grupo. Isso é tão essencial quanto alimentar-se, matar a sede ou dormir.
(Adaptado de Tatiana Bonumá, Super Interessante, edição 184, p. 589.
São Paulo: Abril, janeiro de 2003)
1. O texto justifica a nossa tendência para comportamentos agressivos com o argumento de que
a) nossas funções cerebrais desconhecem padrões ou modelos de conduta.
b) nossas decisões partem da importância absoluta que nos damos como indivíduos.
c) nossas respostas instintivas de autopreservação podem ser violentas.
d) o meio em que vivemos ensina-nos a violência mascarada pela afetividade.
e) o meio em que vivemos não tem força para conter nossos instintos primitivos.
2. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma frase ou expressão do texto em:
a) derivam da interação social = têm precedência sobre as relações sociais
b) arcabouço da memória = estrutura das funções mnemônicas
c) potencialmente perigosa = imaginariamente hostil
d) rol de respostas disponíveis = simulação de reações possíveis
e) podem conter esses rompantes = têm como franquear tais instintos
3. Estão plenamente respeitadas as normas de concordância verbal na frase:
a) Toda cena que vemos repetir-se várias vezes, como observadores atentos e sistemáticos, podem conduzir-nos a uma espécie de aprendizado instintivo.
b) São múltiplas e variadas as respostas de que dispõem cada um dos seres humanos para os mais diferentes estímulos.
c) Não houvéssemos de considerar a pressão dos instintos e impulsos de autopreservação, talvez não nos deixássemos levar pelas reações súbitas e violentas.
d) Não houvessem respostas instintivas e violentas armazenadas em nossa memória, teríamos mais tempo para ponderar nossas decisões.
e) Aos seres humanos não competem decidir, inteira e racionalmente, acerca do tipo de resposta que devem dar a um estímulo.
4. NÃO admite transposição para a voz passiva a construção do seguinte segmento:
a) os neurocientistas apresentam uma teoria.
b) seu pai cometendo um delito.
c) podem conter esses rompantes.
d) há essa necessidade primitiva nos seres humanos.
e) acionamos uma luta.
5. Está correto o emprego da expressão sublinhada na frase:
a) São variadas as reações agressivas de que nos induzem nossos impulsos de autopreservação.
b) A necessidade de aceitação coletiva, de cuja somos bastante carentes, é uma das travas da nossa agressividade.
c) Por vezes, a agressividade com que nos permitimos é tamanha que chegamos a não nos reconhecer em nossa reação.
d) Não fossem os limites aos quais nos impõem as travas sociais, seríamos ainda mais violentos em nossas reações.
e) Nem sempre os valores com cuja força contamos podem ser decisivos para a orientação dos nossos atos.
6. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:
a) Da leitura desse texto deprende-se quanto pode ser feroz a batalha entre a força dos instintos e nossa tentativa de controlar essa força que advem deles.
b) A afetividade não é um elemento inóquo, pois ela entra como um controlador à medida em que é eficaz em relação as forças que nos levam a dar vazão aos nossos instintos.
c) Segundo as considerações do neurologista, devem-se atribuir aos meios de interação social alguma parcela de responsabilidade ao controle de nossas agressões.
d) A cada momento onde nos deparamos diante de uma situação nova, nossa incapacidade de responder imediatamente traz o risco de sermos hostis aos nossos semelhantes.
e) Assusta-nos admitir que o cérebro não é mais que um processador de dados, embora dependa também dele o armazenamento das travas que detêm nossos piores impulsos.
7. A educação moral e os valores em que acreditamos podem conter esses rompantes.
Preserva-se o sentido da afirmação acima, numa outra redação correta e coerente, na frase:
a) Esses impulsos podem ser contidos pela educação moral e pelos valores a que damos fé.
b) Tais repentes podem ser preservados com a educação moral e com os valores que nós acreditamos.
c) Esses gestos bruscos podem administrar-se pela educação moral e pelos valores que nos persignamos.
d) Tais repentes podem ser estancados graças à educação moral como aos valores em que perseguimos.
e) Esses impulsos podem ser aparados mediante à educação moral e os valores em que temos crença.
8. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:
a) Comportamentos agressivos fazem parte da nossa natureza, como também faz parte dela a criação de certos mecanismos que, aqui e ali, detêm nossos impulsos.
b) Tanto a afetividade, quanto a moral e a razão constituem aqueles controladores, que nos impedem quase sempre de chegarmos aos atos de exacerbada violência.
c) Se a violência está efetivamente, entre as respostas estocadas em nosso cérebro, o máximo que podemos fazer, não é eliminá-la, mas controlá-la.
d) Não há dúvida, de que seríamos mais violentos caso não nos regulasse a aprovação, que necessitamos reconhecer do grupo social a que pertencemos.
e) Como processador de dados, que é o cérebro, não discrimina valores pois, apenas acaba repetindo padrões de comportamento assimilados em nossa experiência.
9. Todos os verbos estão corretamente flexionados na frase:
a) Estará se enganando quem supor que contém plenamente seus piores impulsos.
b) Proveem de seu passado essa irritabilidade e essa agressividade que o caracterizam.
c) Se ele conseguir freiar seus repentes de fúria, sentir-nos-emos aliviados.
d) Todos nós conviemos em que seria aconselhável que ele detivesse sua fúria.
e) Uma vez que eles não reteram seus impulsos, notificá-los-emos judicialmente.
10. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se obrigatoriamente numa forma do plural para preencher com correção a lacuna da frase:
a) É nas travas morais, éticas e racionais que se _________ (encontrar) o que pode deter nossos impulsos mais violentos.
b) É melhor que se _________ (admitir) nossas inclinações violentas; pior seria qualquer tentativa de camuflá-las.
c) Às pressões do grupo social _________ (responder) todo o nosso esforço para sermos aceitos.
d) Não _________ (caber) às funções cerebrais estabelecer a distinção entre o que é justo e o que é injusto.
e) Todas as vezes que se _________ (buscar) impor limite aos impulsos violentos, a resposta primeira é a de uma violência ainda maior.
1-c, 2-b, 3-c, 4-d, 5-e, 6-e, 7-a, 8-a, 9-d, 10-b.
Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Liberdade minha, liberdade tua
Uma professora do meu tempo de ensino médio, a propósito de qualquer ato de indisciplina ocorrido em suas aulas, invocava a sabedoria da frase “A liberdade de um termina onde começa a do outro”. Servia-se dessa velha máxima para nos lembrar limites de comportamento. Com o passar do tempo, esqueci-me de muita coisa da História que ela nos ensinava, mas jamais dessa frase, que naquela época me soava, ao mesmo tempo, justa e antipática. Adolescentes não costumam prezar limites, e a ideia de que a nossa (isto é, a minha...) liberdade termina em algum lugar me parecia inaceitável. Mas eu também me dava conta de que poderia invocar a mesma frase para defender aguerridamente o meu espaço, quando ameaçado pelo outro, e isso a tornava bastante justa... Por vezes invocamos a universalidade de um princípio por razões inteiramente egoístas.
Confesso que continuo achando a frase algo perturbadora, provavelmente pelo pressuposto que ela encerra: o de que os espaços da liberdade individual estejam distribuídos e demarcados de forma inteiramente justa. Para dizer sem meias palavras: desconfio do postulado de que todos sejamos igualmente livres, ou de que todos dispomos dos mesmos meios para defender nossa liberdade. Ele parece traduzir muito mais a aspiração de um ideal do que as efetivas práticas sociais. O egoísmo do adolescente é um mal dessa idade ou, no fundo, subsiste como um atributo de todas?
Acredito que uma das lutas mais ingentes da civilização humana é a que se desenvolve, permanentemente, contra os impulsos do egoísmo humano. A lei da sobrevivência na selva — lei do instinto mais primitivo — tem voz forte e procura resistir aos dispositivos sociais que buscam controlá-la. Naquelas aulas de História, nossa professora, para controlar a energia desbordante dos jovens alunos, demarcava seu espaço de educadora e combatia a expansão do nosso território anárquico. Estava ministrando-nos na prática, ao lembrar os limites da liberdade, uma aula sobre o mais crucial desafio da civilização.
(Valdeci Aguirra, inédito)
1. A frase invocada nas aulas de História constitui o centro das presentes reflexões do autor do texto, que a explora, fundamentalmente, como expressão
a) da dificuldade que aflige os adolescentes, quando tentam justificar seu egoísmo alegando os mais nobres princípios.
b) da ambiguidade medular dos processos históricos, representada na indecisão entre a escolha da liberdade ou da justiça.
c) das atribulações que todo professor bem intencionado precisa enfrentar, diante de jovens rebeldes e problemáticos.
d) dos impasses que a civilização provoca, ao pretender conciliar a fragilidade dos instintos e o sentimento da liberdade.
e) da histórica batalha que se trava entre os nossos impulsos mais primitivos e a necessária estruturação da ordem social.
2. Está clara e correta esta nova redação de uma frase do texto:
a) Com vistas ao controle de nossos ímpetos, ela se propunha debelar-se contra o nosso insipiente anarquismo.
b) Ela atribuía o sentido da velha frase ao propósito de refrear nossos atos de fraglante indisciplina.
c) Ao ouvir aquela frase, que nunca mais me esqueci, soava-me a um só tempo tão justa quanto antipática.
d) O que essa frase me causa espécie está na pressuposição de haver nela uma justa distribuição dos espaços de liberdade.
e) Afirmo, sem tergiversar: custa-me crer que disponhamos todos dos mesmos meios para preservar nossa liberdade.
3. Considerando-se o sentido geral e conclusivo do texto, o título Liberdade minha, liberdade tua tem significação equivalente à da seguinte formulação:
a) Nossas liberdades exercem-se paralelamente.
b) Minha liberdade nada tem a ver com a tua.
c) A minha e a tua liberdade devem conciliar-se.
d) A tua e a minha liberdade são essencialmente a mesma.
e) Tua liberdade acaba por eliminar a minha.
4. Atente para as afirmações abaixo.
I. No primeiro parágrafo, a última frase expressa uma verdade geral que se depreendeu da análise de uma situação particular.
II. No segundo parágrafo, a perturbação confessada pelo autor do texto advém do reconhecimento de que todos os adolescentes são egoístas.
III. No terceiro parágrafo, a lei do mais forte é invocada para explicar por que idealizamos os nossos mais primitivos instintos.
Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em
a) I.
b) II e III.
c) I e II.
d) III.
e) II.
5. Os dois casos de emprego de reticências, no primeiro parágrafo, têm em comum o fato de servirem a um enunciado
a) que conclui a lógica da argumentação em curso.
b) independente e sem consecução lógica.
c) cuja intenção é expressar uma ironia.
d) que ratifica a afirmação imediatamente anterior.
e) sem conexão lógica com a afirmação anterior.
6. Considerando-se o contexto, a alternativa em que NÃO se traduz com equivalência de sentido uma expressão do texto é:
a) resistir aos dispositivos sociais (3º parágrafo) = sublevar as imposturas da sociedade.
b) Servia-se dessa velha máxima (1º parágrafo) = recorria a esse antigo adágio.
c) para defender aguerridamente (1º parágrafo) = a fim de resguardar com denodo.
d) desconfio do postulado (2º parágrafo) = suspeito da premissa.
e) subsiste como um atributo (2º parágrafo) = remanesce como uma característica.
7. Atente para as frases abaixo.
I. Todos queremos defender nossa liberdade, tornar-lhe imune a qualquer restrição, proclamar-lhe aos quatro ventos.
II. Sim, o egoísmo é uma inclinação natural, mas acatar-lhe é curvar-se a um instinto primitivo; cumpre, a todo custo, restringi-lo a violência.
III. As palavras daquela frase ressoaram fortemente em nossa consciência arrogante, abalaram-na, retiraram-lhe o falso triunfalismo.
Está plenamente adequado o emprego de pronomes em
a) III, apenas.
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e III, apenas.
8. No contexto, estabelecem entre si uma oposição de sentido os seguintes segmentos:
a) limites da liberdade e crucial desafio da civilização.
b) prezar limites e demarcava seu espaço.
c) aspiração de um ideal e efetivas práticas sociais.
d) energia desbordante e expansão do nosso território anárquico.
e) não costumam prezar limites e território anárquico.
9. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher corretamente a lacuna da frase:
a) Um desafio que aos homens sempre se ____ (impor), em razão dos seus impulsos egoístas, está em respeitar o espaço alheio.
b) ____ (costumar) seguir os nossos atos de indisciplina a invocação das sábias palavras daquela velha frase.
c) Entre os adolescentes não ____ (ser) de hábito respeitar os limites da liberdade individual.
d) A ninguém da classe ____ (deixar) de tocar, naquela época, seus alertas contra o nosso anarquismo.
e) Nas aulas em que ____ (caber) invocá-las, a professora repetia as palavras daquele velho ditado.
10. É preciso corrigir, por incoerente, a redação da seguinte frase:
a) A par das lições de História, a professora nos ministrava as de conduta, que acabaram por se revelar as mais duradouras.
b) A menos que se considere a realidade prática, nos ideais buscamos projetar os valores que a aperfeiçoariam.
c) Aquela frase sempre me pareceu perturbadora, conquanto tenham variado as razões para assim considerá-la.
d) Ainda que se considerem naturais certos impulsos egoístas, há que combatê-los e tentar superá-los.
e) Malgrado a tendência anárquica dos jovens, muitos se mostram receptivos à máxima que postula limites para a liberdade.
1-e, 2-e, 3-c, 4-a, 5-c, 6-a, 7-a, 8-c, 9-d, 10-b.
Atenção: As questões de números 1 a 6 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Legalidade e legitimidade
A legalidade funda-se em um forte conceito ético, que é a legitimidade. O poder que impõe a legalidade deve ser um poder legítimo. Modernamente, não se aceita mais a legalidade como conceito meramente formal. Para que a limitação à esfera individual seja válida, deve ser o poder que a impõe legítimo.
Os estados de regimes políticos autoritários possuem uma esfera de poder hipertrofiada em relação ao direito. Com isso, a legitimidade do poder torna-se questionável. As limitações impostas à liberdade, por conseguinte, não seriam éticas, legítimas e, portanto, o direito fundamental estaria sendo desrespeitado. O legalismo cego e formal pode tornar-se arma para referendar abuso de poder e restrição ilegítima às liberdades individuais. Percebe-se, então, que, a despeito de ser atualmente o direito fundamental de liberdade assegurado em documentos legais ao redor do mundo, existe uma conotação ética que lhe serve de razão última e principal.
A restrição à liberdade pela legalidade deve ser formalmente e materialmente válida: formalmente, quanto às regras preestabelecidas de formação, limites e conteúdo da lei; materialmente, quanto à legitimidade tanto das regras preestabelecidas quanto do poder que impõe as leis e que se encarrega de garantir seu cumprimento.
O conteúdo das leis é também fonte de considerações éticas. Pode uma lei ser formalmente válida e emanada de poder legítimo, e mesmo assim ser moralmente considerada inválida, enquanto limitadora do conteúdo das liberdades. Daí concluir-se que a legitimidade do poder não é suficiente para que a legalidade seja legítima; é necessário também que o conteúdo das leis seja expressão da soberania popular.
(Adaptado de Marco Aurélio Alves Adão, Procurador da República. Disponível em: <http://jus2.uol.com.dr/doutrina/texto.asp?id=19>)
1. Depreende-se da leitura do texto que a legalidade e a legitimidade
a) estabelecem entre si uma relação hipotética e meramente formal.
b) devem articular-se para estabelecer um forte conceito ético.
c) derivam de uma mesma fonte ética, razão pela qual é difícil distingui-las.
d) estabelecem entre si, na ordem dada, uma relação de causa e efeito.
e) devem articular-se de modo que a segunda embase a primeira.
2. O desenvolvimento do terceiro parágrafo se dá de modo a enfatizar
a) a subordinação do aspecto material ao aspecto formal.
b) o aspecto formalmente válido da restrição à liberdade.
c) o aspecto materialmente válido da restrição à liberdade.
d) a independência entre o aspecto formal e o material.
e) a equivalência de importância entre o aspecto formal e o material.
3. Os estados de regimes políticos autoritários possuem uma esfera de poder hipertrofiada em relação ao direito.
Na frase acima (2º parágrafo), afirma-se que
a) o autoritarismo próprio dos estados hipertrofia o poder político em face da esfera do direito.
b) a identificação de um estado autoritário se estabelece quando a hipertrofia da esfera da política implica a hipertrofia do campo do direito.
c) a esfera do direito, nos regimes políticos autoritários, resulta atrofiada em relação à do poder do estado.
d) a esfera do direito, nos regimes políticos autoritários, é parte da atrofia da esfera do poder estatal.
e) o poder abusivo do estado é a razão pela qual o direito é excluído dos regimes políticos autoritários.
4. Atente para as afirmações abaixo.
I. O legalismo, tomado em sentido estrito e puramente formal, pode vir a ser um dispositivo nocivo, inteiramente alheio aos princípios éticos.
II. É inadmissível que ocorram na esfera do direito, qualquer que seja a circunstância, restrições às liberdades individuais.
III. A legitimidade do poder é uma condição necessária e bastante para tornar o conteúdo das leis uma expressão da vontade popular.
Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em
a) II e III.
b) I e II.
c) III.
d) II.
e) I.
5. Está correta a seguinte observação sobre uma passagem do texto:
a) Em “e mesmo assim ser moralmente considerada inválida” (4º parágrafo), o elemento destacado pode ser substituído por e não obstante isso.
b) Em “Para que a limitação à esfera individual seja válida” (1º parágrafo), expressa-se a causa de uma consequência desejável.
c) Em “deve ser o poder que a impõe legítimo” (1º parágrafo), o termo destacado pode ser substituído por legitimamente.
d) Em “As limitações impostas à liberdade, por conseguinte, não seriam éticas” (2º parágrafo), a expressão destacada indica uma premissa.
e) Em “A restrição à liberdade pela legalidade deve ser formalmente e materialmente válida” (3º parágrafo), o termo destacado qualifica liberdade.
6. Está plenamente adequada a pontuação da frase:
a) Uma lei poderá ser, formalmente, mas não moralmente válida, no caso de vir a limitar em essência, o conteúdo da liberdade.
b) No caso de o conteúdo das leis, não expressar a soberania popular estará prejudicada a legitimidade do poder.
c) Torna-se questionável, a legitimidade do poder, quando ocorre uma hipertrofia: da esfera política em relação à do direito.
d) Não são éticas as limitações impostas à liberdade, quando, desrespeitado o direito fundamental, pela ação abusiva e autoritária do estado.
e) Pode o legalismo abstruso e formal tornar-se, eventualmente, uma arma, servindo de referendo para o abuso de poder ou para indevidas restrições.
Atenção: As questões de números 7 a 10 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Acerca de Montaigne
Montaigne, o influente filósofo francês do século XVI, foi um conservador, mas nada teve de rígido ou estreito, muito menos de dogmático. Por temperamento, foi bem o contrário de um revolucionário; certamente faltaram-lhe a fé e a energia de um homem de ação, o idealismo ardente e a vontade. Seu conservadorismo aproxima-se, sob certos aspectos, do que no século XIX viria a ser chamado de liberalismo.
Na concepção política de Montaigne, o indivíduo deve ser deixado livre dentro do quadro das leis, e a autoridade do Estado deve ser a mais leve possível. Para o filósofo, o melhor governo será o que menos se fizer sentir; assegurará a ordem pública sem invadir a vida privada e sem pretender orientar os espíritos. Montaigne não escolheu as instituições sob as quais viveu, mas resolveu respeitá-las, a elas obedecendo fielmente, como achava correto num bom cidadão e súdito leal. Que não lhe pedissem mais do que o exigido pelo equilíbrio da razão e pela clareza da consciência.
(Adaptado da introdução aos Ensaios, de Montaigne. Tradução de Sergio Milliet. São Paulo: Abril, Os Pensadores, 1972)
7. Há no primeiro parágrafo afirmações que induzem o leitor a identificar:
I. um conservador típico como alguém rígido, limitado e dogmático.
II. um revolucionário como alguém ativo, idealista, dotado de fé, energia e vontade.
III. um conservador do século XVI com um liberal do século XIX.
Completa corretamente o enunciado desta questão o que está em
a) I e III, apenas.
b) II, apenas.
c) I, II e III.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
8. Quando o autor afirma que Montaigne foi bem o contrário de um revolucionário, está buscando destacar
a) a contribuição do pensador como um entusiasta da soberania do Estado.
b) o individualismo que norteou sua conduta e seu pensamento político.
c) o conservadorismo e o anacronismo do pensamento do filósofo.
d) a influência que o filósofo exerceu sobre as instituições da época.
e) a franca insurgência do pensador contra as tendências libertárias da época.
9. Na concepção política de Montaigne,
a) a ausência do Estado se justifica quando os ideais da vida privada são por si mesmos capazes de orientar a instância pública.
b) o governo, em sua disposição liberal, deve atuar como uma espécie de mentor ideológico da esfera individual.
c) o Estado, como instituição pública, deve adequar-se ao papel que lhe atribui a vontade soberana da população.
d) as leis que emanam do Estado devem ser respeitadas pelos cidadãos, em cuja vida privada ele evitará interferir.
e) os bons e leais cidadãos devem obediência às instituições, ainda que com sacrifício dos ditames da consciência e da racionalidade.
10. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:
a) Montaigne pronuncia-se contra as restrições, quando as mesmas ocorrem na vida privada, com exigências contrárias à razão de sua consciência.
b) Como sugere o autor do texto, encontra-se em Montaigne raízes de um pensamento liberal, vindo a se constituir propriamente no século XIX.
c) Ainda quando não admitisse interferência do Estado na vida privada, de modo algo paradoxal, Montaigne obedecia lealmente a essas leis.
d) Se Montaigne não foi responsável pelas instituições vijentes, por outro lado também as acatava, como súdito bom e fiel que prezava ser.
e) O aspecto liberal do pensamento de Montaigne revela-se, sobretudo, quando defende a esfera individual e os valores da vida privada.
1-e, 2-e, 3-c, 4-e, 5-a, 6-e, 7-d, 8-b, 9-d, 10-e.
Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Sobre a efemeridade das mídias
Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação, desde a tábua de argila, o papiro e o pergaminho até o livro impresso e os atuais meios eletrônicos. O livro impresso, até agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros feitos de papel de trapos. A partir de meados do século XIX, passou-se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70 anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos de 1940 para ver como muitos se desfazem ao ser folheados). Há muito tempo se realizam estudos para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas; uma das soluções mais adotadas é escanear todas as páginas e passá-las para um suporte eletrônico.
Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e a conservação de informações, da foto ao filme, do disco à memória do computador, são mais perecíveis que o livro. As velhas fitas cassete com pouco tempo de uso se enrolavam todas, e saíam mascadas; as fitas de vídeo perdiam as cores e a definição com facilidade. Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que substituiria o livro, ameaça sair rapidamente do mercado, porque podemos acessar on-line os mesmos conteúdos por um custo menor. Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos a saber. Basta um pico de tensão, um raio no jardim para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo, não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica.
Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão do que para a conservação das informações. É possível que, dentro de alguns séculos, a única forma de ler notícias sobre o passado continue sendo a consulta a um velho e bom livro. Não, não sou um conservador reacionário. Gravei em disco rígido portátil de 250 gigabytes as maiores obras-primas da literatura universal. Mas estou feliz porque os livros continuam em minha biblioteca — uma garantia para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane.
(Adaptado de Umberto Eco, UOL — Notícias, NYT, 26.04.2009)
1. É correto deduzir das afirmações do texto que
a) a confiabilidade de suportes simples pode superar a dos mais complexos.
b) a limitação da mídia eletrônica revela-se na transmissão de informações.
c) já houve tempo suficiente para se precisar a durabilidade do disco rígido.
d) a obsolescência de todos os suportes de informação tem a mesma causa.
e) os livros feitos de papel de trapo não resistem mais que cinco séculos.
2. Analisando diferentes mídias, o autor tem sua atenção voltada, sobretudo, para
a) o grau de obsolescência dos livros antigos, mormente os centenários.
b) a conservação dos livros, que se vem revelando cada vez mais precária.
c) o conservadorismo de quem rejeita os suportes modernos de informação.
d) a preservação das informações, quaisquer que sejam seus suportes.
e) a fidedignidade das informações que circulam em suportes eletrônicos.
3. Atente para as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, afirma-se que vem sendo processada a cópia eletrônica de livros para preservar a massa de informações dos volumes que lotam nossas bibliotecas.
II. No segundo parágrafo, considera-se não apenas a efemeridade dos últimos suportes de mídia, mas também aspectos éticos envolvidos na transmissão de informações on-line.
III. No terceiro parágrafo, o autor sugere que informações impressas em livro estão mais seguras do que as que se veem processando em suportes mais avançados.
Está correto o que se afirma em
a) III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
4. O autor nega que seja um conservador reacionário — negativa que pode ser justificada atentando-se para o segmento
a) consulta a um velho e bom livro.
b) Gravei em disco rígido portátil.
c) mais para a difusão do que para a conservação das informações.
d) única forma de ler notícias sobre o passado.
e) os livros continuam em minha biblioteca.
5. Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:
a) O autor nos lembra que as velhas fitas cassete, com o uso constante, enrolavam-se e mascavam-se, o que logo as tinha tornado obsoletas.
b) Caso fosse outro o tema do congresso realizado em Veneza, o autor, amante dos livros, provavelmente não o havia tomado para comentar.
c) Terá sido uma surpresa para muita gente inteirar-se do fato de que, antigamente, livros se confeccionarão com papel feito de trapos.
d) Talvez a ninguém ocorresse, antes de ler esse texto, que a durabilidade dos velhos livros pudesse ser reconhecidamente superior à dos novos suportes.
e) A cada vez que surge um novo suporte de informações, ter-se-ia a impressão de que ele se revelasse o mais seguro e mais duradouro.
6. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:
a) Umberto Eco, reconhecido ensaísta italiano, dedica-se com frequência à analisar temas modernos, de cujo estudo muito tem colaborado.
b) Muita gente ignora o fato revelado pelo autor, no qual se informa que já houve livros cuja fabricação se valia de um resistente papel de trapos.
c) Em Veneza realizou-se o congresso aonde se discutiu a questão de que a efemeridade dos suportes de informação revela-se bastante precária.
d) Ainda há muitos livros em sebos, feitos de papel de polpa de madeira, que provaram ter resistido há mais de cem anos de impressão.
e) O autor, um intelectual italiano que já não é jovem, pôde comprovar e comparar a qualidade e a durabilidade de diversos suportes de informação.
7. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na construção da seguinte frase:
a) Diferentemente do que ocorre com livros muito antigos, que se vêm revelando muito resistentes, os de hoje ressentem-se do uso constante.
b) Caso deixassem de haver as grandes bibliotecas de hoje, é possível que os homens do futuro não pudessem interpretar plenamente a nossa cultura.
c) Confia-se a um suporte eletrônico incontáveis informações, mas não se podem avaliar com segurança quanto tempo permanecerão disponíveis.
d) Ainda que só venha a restar da nossa época algumas boas bibliotecas, elas serão suficientes para dar notícia do que pensamos e criamos.
e) Atribuem-se a picos de tensão ou raios ocasionais a causa de muita perda de informações, que se julgavam preservadas numa memória eletrônica.
8. Na frase “Mas aqui surge outro problema”, o termo em destaque exerce a mesma função sintática que o termo sublinhado em:
a) Não, não sou um conservador reacionário.
b) Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil...
c) ... as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade.
d) Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação...
e) Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos, são rapidamente perecíveis...
9. Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão do que para a conservação das informações. Preserva-se o sentido essencial da frase acima nesta outra correta redação:
a) Difundir, mas não conservar, eis o que se conclui acerca dos suportes modernos, criados para vincular informações.
b) Criados os suportes modernos, revelaram-se mais produtivos quanto à difusão do que para conservar as informações.
c) É na difusão, e não na conservação das informações, que os suportes modernos revelam maior eficácia.
d) Uma vez que foram criados para difundir informações, os suportes modernos tem sua conservação muito menos eficaz.
e) Embora criados para difundir e conservar as informações, os suportes modernos não revelam a mesma eficácia.
10. Verifica-se correta transposição de uma para outra voz verbal no seguinte caso:
a) os livros continuam em minha biblioteca (3º parágrafo) = os livros têm continuado em minha biblioteca.
b) podemos acessar os mesmos conteúdos = os mesmos conteúdos podem ser acessados.
c) dedicou-se à questão (1º parágrafo) = a ela foi dedicada.
d) se realizam estudos (1º parágrafo) = estudos sejam realizados.
e) Gravei (...) obras-primas (3º parágrafo) = tinham sido gravadas obras-primas.
1-a, 2-d, 3-e, 4-b, 5-d, 6-e, 7-a, 8-c, 9-c, 10-b.