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PONTUAÇÃO

A nossa pontuação — a pontuação em língua portuguesa —
obedece a critérios sintáticos, e não prosódicos.

Sempre é importante lembrar isso a todos aqueles que escrevem,
para que se previnam contra bisonhas vírgulas de ouvido.

Ensinam as gramáticas que cada vírgula corresponde
a uma pausa mas que nem a toda pausa corresponde uma vírgula.

Celso Pedro Luft

A pontuação auxilia a leitura e a compreensão de discursos escritos.

Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as seguintes finalidades:­

a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (entoação) na leitura;

b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o autor, devem merecer destaque;

c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades.

Os sinais de pontuação marcam três tipos diferentes de pausas:

a) pausas que indicam que a frase ainda não acabou:

vírgula [,]

travessão [—]

parênteses [()]

ponto e vírgula [;]

dois­-pontos [:]

b) pausas que indicam final de período:

ponto­-final [.]

c) pausas que indicam intenção ou emoção:

ponto de interrogação [?]

ponto de exclamação [!]

reticências [...]

5.1. Vírgula

A vírgula serve para marcar as separações de sentido entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na oração, quer no período, ou seja: separa termos dentro da oração ou orações dentro do período.

O uso da vírgula é mais uma questão de estilo, pois vai ao encontro da intenção do autor da frase.

A seguir, indicam­-se alguns casos principais de emprego da vírgula:

a) para separar o aposto explicativo:

João, meu vizinho, bateu com o carro.

Todos gostamos de arroz e feijão, alimentos indispensáveis na mesa do brasileiro.

b) para separar o vocativo:

Mãe, eu estou com fome.

“Dizei­-me Vós, Senhor Deus, se eu deliro ou se é verdade tanto horror perante os céus.” (Castro Alves)

c) para separar os termos de mesma função:

Comprei arroz, feijão, carne, alface e chuchu.

Machado de Assis, Castro Alves e Ruy Barbosa são escritores brasileiros.

d) para assinalar a inversão dos adjuntos adverbiais (facultativa):

Na semana passada, o diretor conversou comigo.

Aos treze dias do mês de julho de mil novecentos e sessenta e seis, nascia Childerico.

e) para marcar a supressão de um verbo:

Uma flor, essa menina!

Que terrível, a espera por José...

f) a vírgula também é empregada para indicar a ocultação de verbo já escrito anteriormente (zeugma) ou outro termo (elipse):

O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. — a vírgula indica o zeugma do verbo regulamenta.

Às vezes procura assistência; outras, toma a iniciativa. — a vírgula indica a elipse da palavra vezes.

g) para separar o nome do lugar, nas datas:

São Paulo, 21 de novembro de 2004.

Alvorada do Sul, 13 de julho de 1965.

h) nos complementos verbais deslocados para o começo da frase, repetidos por pronome enfático:

A rosa, entreguei­-a para a menina.

A mim, nada mais me resta!

i) para isolar expressões explicativas, corretivas, escusativas, continuativas, conclusivas, tais como:

por exemplo, além disso, isto é, a saber, aliás, digo, minto, ou melhor, ou antes, outrossim, demais, então, com efeito etc.

A menina, aliás, estava linda!

Não se deve, por exemplo, colocar vírgula entre sujeito e verbo.

Todos querem o melhor, isto é, as coisas boas da vida.

j) para isolar orações ou termos intercalados (aqui se usam também, no lugar das vírgulas, travessões ou parênteses):

A casa, disse Asdrúbal, precisa de reforma.

A casa — disse Asdrúbal — precisa de reforma.

A casa (disse Asdrúbal) precisa de reforma.

Atanagildetina, ontem, estava linda.

Atanagildetina — ontem — estava linda.

Atanagildetina (ontem) estava linda.

k) para separar orações paralelas justapostas, isto é, não ligadas por conjunção:

Chegou a Brasília, visitou o Ministério das Relações Exteriores, levou seus documentos ao Palácio do Buriti, voltou ao Ministério e marcou a entrevista.

Abriu a geladeira, pegou a garrafa d’água, encheu um copo até a borda e deixou­-o cheio sobre a mesa.

l) para separar as orações coordenadas assindéticas:

Maria foi à feira, José foi ao mercado, Pedro preparou o almoço.

Radegondes estudava Português, Childerico jogava cartas, Asdrúbal lia história em quadrinho.

m) para separar as orações coordenadas ligadas por conjunções:

Maria foi ao mercado, mas não comprou leite.

Os meninos estavam no pátio, pois não havia aula naquele momento.

Pascoalina estuda bastante, logo terá um bom desempenho na prova.

Curiosidade: As orações coordenadas sindéticas aditivas, ainda que sejam iniciadas pela conjunção e, podem ser separadas por vírgula quando proferidas com pausa:

Radegondes não trouxe o livro que prometera, e eu fiquei triste por isso.

Todos olhavam para o menino que gritava, e não entendiam a razão daquele escarcéu!

n) para separar as conjunções coordenativas intercaladas ou pospostas ao verbo da oração a que pertencem:

Dedicava­-se ao trabalho com afinco; não obtinha, contudo, resultados.

O ano foi difícil; não me queixo, porém.

Era mister, pois, levar o projeto às últimas consequências.

Todos queriam macarrão; Âni desejava, porém, arroz.

o) para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:

O homem, que pensa, é um ser racional.

Roberto Carlos, que foi eleito “rei” em nosso país, foi homenageado no carnaval carioca.

Curiosidade: Os orações subordinadas adjetivas restritivas podem ter uma vírgula no fim, sobretudo quando forem longas. Essa pontuação é correta, mesmo que separe o sujeito expandido do seu verbo.

O homem que carrega nos braços o seu filho adormecido, é o Asdrúbal.

O autor do livro que virou um conhecido filme estrelado por um famoso ator brasileiro, morreu ontem.

p) para separar as orações subordinadas adverbiais, principalmente quando antepostas à principal:

Ela fazia a lição, enquanto a mãe costurava.

A menina ficará muito feliz, se você lhe der aquela boneca.

Enquanto a mãe costurava, Pascoalina fazia a lição.

Quando todos se recolheram aos seus aposentos, a dona da pensão pôde relaxar um pouco.

q) para separar as orações reduzidas:

Somente casando com Asdrúbal, você será feliz.

Ao sair, apague a luz.

Terminada a missa, todos foram para as suas casas.

5.2. Ponto e vírgula

O ponto e vírgula, em princípio, separa estruturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. Exemplos:

Sem virtude, perece a democracia; o que mantém o governo despótico é o medo.

A borboleta voava; os pássaros cantavam; a vida seguia tranquila.

Em 1908, vovô nasceu; em 1950, nasceu papai.

As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas; mesmo em caso de dúvida, portanto, elas devem ser respeitadas.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

I — cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II — incapacidade civil absoluta;

III — condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV — recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;

V — improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

5.3. Dois­-pontos

Emprega­-se este sinal de pontuação:

a) antes de uma citação:

Rui Barbosa afirmou: “Esta minha a que chamam prolixidade, bem fora estaria de merecer os desprezilhos que nesse vocábulo me torcem o nariz.”

Quem foi que disse: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia.”?

b) para indicar enumeração:

Fui à feira e comprei: uva, maçã, melancia, jaca.

Gosto de todo tipo de arte: música, cinema, teatro.

c) antes de aposto discriminativo:

A sala possuía belos móveis: sofá de couro, mesa de mogno, abajures de pergaminho, cadeiras de veludo.

Ela gostava de cores fortes: vermelho, laranja, marrom.

d) antes de explicação ou esclarecimento:

Todos os seres são belos: um inseto é belo, um elefante é belo.

Só quero uma coisa na vida: ser feliz!

e) depois de verbo dicendi (dizer, perguntar, responder, falar etc.):

Maria disse: — A língua portuguesa é muito fácil!

O rapaz, asperamente, retrucou: — Não fui eu!

5.4. Ponto­-final

Usa­-se:

a) no final do período, indicando que o sentido está completo:

A menina comeu a maçã.

A terra é azul.

Ela sempre espera que eu traga as maçãs caramelizadas de que tanto gosta.

b) nas abreviaturas: Dr.; Sr.; pág.

5.5. Ponto de interrogação

O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta:

Até quando aguardaremos uma solução para o caso?

Qual será o sucessor do Secretário?

Curiosidade: Não cabe ponto de interrogação em estruturas interrogativas indiretas, nem em títulos interrogativos:

Quero saber onde a senhorita esteve até esta hora.

O que é linguagem oficial

Por que a inflação não baixa

Como vencer a crise

5.6. Ponto de exclamação

O ponto de­ exclamação é utilizado:

a) depois de qualquer palavra ou frase, na qual se indique espanto, surpresa, entusiasmo, susto, cólera, piedade, súplica:

Tenha pena de mim!

Coitado sou eu!

Ai!

Nossa!

b) nas interjeições:

Ah!

Vixe!

Puxa!

c) nos vocativos intensivos:

Senhor Deus dos desgraçados! Protegei­-me.

Colombo! Veja isso...

5.7. Reticências

Usam­-se:

a) para indicar supressão de um trecho nas citações:

“... a generosidade de quem no­-la doou.” (Rui Barbosa)

“Saí, afastando­-me dos grupos...” (Machado de Assis)

b) para indicar interrupção da frase:

Ela estava... Não, não posso dizer isso.

A vida... Sei lá... Não sei o que dizer sobre a vida.

c) para indicar hesitação:

Acho que eram... 12h... não sei ao certo, disse Jocasta.

Quero uns dez... ou doze pães.

d) para deixar algo subentendido no final da frase:

Deixa o seu coração dizer a verdade...

Ela sabe que eu quero...

5.8. Parênteses

Os parênteses são empregados nas orações ou expressões intercaladas.

O Estado de Direito (Constituição Federal, art. 1º) define­-se pela submissão de todas as relações ao Direito.

Curiosidade: Quando a frase inteira se encontra dentro dos parênteses, o ponto-final vem antes do último parêntese:

O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (Nesta frase, a vírgula indica o zeugma do verbo regulamenta.)

5.9. Travessão

O travessão é empregado nos seguintes casos:

a) substitui parênteses, vírgulas, dois­-pontos:

O controle inflacionário — meta prioritária do Governo — será ainda mais rigoroso.

As restrições ao livre mercado — especialmente o de produtos tecnologicamente avançados — podem ser muito prejudiciais para a sociedade.

b) indica a introdução de enunciados no diálogo:

Indagado pela comissão de inquérito sobre a procedência de suas declarações, o funcionário respondeu: — Nada tenho a declarar a esse respeito.

c) indica a substituição de um termo, para evitar repetições:

O verbo fazer — vide sintaxe do verbo —, no sentido de tempo transcorrido, é utilizado sempre na 3a pessoa do singular: faz dois anos que isso aconteceu.

d) dá ênfase a determinada palavra ou pensamento que segue:

Não há outro meio de resolver o problema — promova­-se o funcionário.

Ele reiterou suas ideias e convicções — energicamente.

5.10. Aspas

As aspas têm os seguintes empregos:

a) usam­-se antes e depois de uma citação textual:

A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, no parágrafo único de seu art. 1º, afirma: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”.

b) dão destaque a nomes de publicações, obras de arte, intitulativos, apelidos etc.:

O artigo sobre o processo de desregulamentação foi publicado no “Jornal do Brasil”.

A Secretaria da Cultura está organizando uma apresentação das “Bachianas”, de Villa Lobos.

c) destacam termos estrangeiros:

O processo da “détente” teve início com a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962.

“Mutatis mutandis”, o novo projeto é idêntico ao anteriormente apresentado.

d) nas citações de textos legais, as alíneas devem estar entre aspas:

O tema é tratado na alínea “a” do art. 146 da Constituição.

5.11. Questões

1. Assinale a alternativa correspondente ao período de pontuação correta:

a) Na espessura do bosque, estava o leito da irara ausente.

b) Na espessura, do bosque; estava o leito, da irara ausente.

c) Na espessura do bosque; estava o leito, da irara, ausente.

d) Na espessura, do bosque estava o leito da irara ausente.

e) Na espessura, do bosque estava, o leito da irara ausente.

Resposta: “a”. O único lugar em que se pode pôr uma vírgula é entre o adjunto adverbial e o restante da frase.

2. Assinale o item em que há erro no tocante à pontuação:

a) — D. Sara, a senhora é nossa benfeitora.

b) Mulheres pobres, lavando roupa.

c) Peixadas, galinha de cabidela, tudo me recordava D. Sara.

d) Bandeira, só, enfrentava a orfandade.

e) Couto meu melhor amigo antecedeu­-me na Academia.

Resposta: “e”. A expressão “meu melhor amigo” é um aposto, deve aparecer entre vírgulas.

3. Escolha a alternativa em que o texto é apresentado com a pontuação mais adequada:

a) Depois que há algumas gerações o arsênico, deixou de ser vendido em farmácias, não diminuíram os casos de suicídio ou envenenamento criminoso, mas aumentou: e — quanto ... o número de ratos.

b) Depois que há algumas gerações o arsênico, deixou de ser vendido em farmácias, não diminuíram os casos de suicídio ou envenenamento criminoso, mas aumentou: e quanto! o número de ratos.

c) Depois que, há algumas gerações, o arsênico deixou de ser vendido em farmácias, não diminuíram os casos de suicídio ou envenenamento criminoso, mas aumentou — e quanto! — o número de ratos.

d) Depois que há algumas gerações o arsênico deixou de ser vendido em farmácias — não diminuíram os casos de suicídio, ou envenenamento criminoso, mas aumentou; e quanto — o número de ratos.

e) Depois que, há algumas gerações o arsênico deixou de ser vendido em farmácias, não diminuíram os casos de suicídio ou envenenamento criminoso, mas aumentou; e quanto, o número de ratos!

Resposta: “c”. Vejamos o erro das outras opções: a) a vírgula depois de “arsênico” separa o sujeito do verbo; b) a vírgula depois de “arsênico” separa o sujeito do verbo; d) o ponto e vírgula depois de “aumentou” não deve existir; e) a vírgula de “Depois que” separa a conjunção integrante da oração que ela introduz.

4. A opção em que está correto o emprego do ponto e vírgula é:

a) Solteiro, foi um menino turbulento; casado, era um moço alegre; viúvo, tornara­-se um macambúzio.

b) Solteiro; foi um menino turbulento, casado; era um moço alegre, viúvo; tornara­-se um macambúzio.

c) Solteiro, foi um menino; turbulento, casado; era um moço alegre viúvo, tornara­-se um macambúzio.

d) Solteiro foi um menino turbulento, casado era um moço alegre, viúvo; tornara­-se um macambúzio.

e) Solteiro, foi um menino turbulento, casado; era um moço alegre, viúvo; tornara­-se um macambúzio.

Resposta: “a”. O ponto e vírgula deve ser usado para separar as orações dentro do período. Na opção “a” temos três orações.

5. Assinale a alternativa em que a pontuação está correta.

a) Embora esteja ameaçada pela poluição, aquela praia recebe durante o veraneio, muitos turistas.

b) Por muitos séculos, o homem usou imprudentemente seu ambiente natural, ocasionando desequilíbrio ecológico.

c) A guerra flagelo terrível, tem sido uma constante, em todos os tempo da humanidade.

d) As recentes conquistas nucleares, alteram de modo profundo, as relações internacionais.

e) Jovem, para entender a vida, comece por estudar, o homem.

Resposta: “b”. Vejamos os erros: a) a vírgula depois de “veraneio” separa o verbo do seu comple­mento; c) “flagelo terrível” é aposto e deve ficar entre vírgulas; d) a vírgula depois de “nuclea­res” separa o sujeito do verbo; e) a vírgula após “estudar” separa o verbo do seu complemento.

6. Assinale a única alternativa que apresenta pontuação não justificável:

a) Eu, sou valente, disse o fanfarrão.

b) Todos, os meus amigos, sabem disso, meu velho!

c) Todos os meus amigos sabem, disso estou certo!

d) A caridade, que é virtude cristã, agrada mais aos pobres que aos ricos.

e) Fui lá, ainda ontem, e procurei­-o.

Resposta: “a”. A vírgula depois de “Eu” separa o sujeito do verbo.

7. Marco Júlio Cícero, tão famoso quanto Demóstenes na área da retórica, sempre dizia: Prefiro a virtude do medíocre ao talento do velhaco.

Neste período está faltando um sinal de pontuação:

a) vírgula.

b) ponto e vírgula.

c) ponto de exclamação.

d) aspas.

e) reticências.

Resposta: “d”. A citação deve aparecer sempre entre aspas.

8. Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:

a) Deu uma, última entrevista ocasião, em que pôde expor melhor suas intenções.

b) Deu uma última entrevista, ocasião em que pôde expor melhor suas intenções.

c) Deu uma última entrevista, ocasião em que, pôde expor melhor, suas intenções.

d) Deu uma última, entrevista, ocasião em que pôde, expor melhor suas intenções.

e) Deu uma última entrevista ocasião em que, pôde expor melhor, suas intenções.

Resposta: “b”. Há duas orações no período, e devem ser separadas por vírgula. Nas outras opções a vírgula separa termos que não podem ser separados.

9. Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta.

a) Não, não esgotemos, todo hoje, inclusive porque este assunto, deve ser discutido bem devagar.

b) Naquele dia — uma sexta­-feira como outra qualquer — receberia a todos em sua casa: não era festa, apenas um jantarzinho íntimo.

c) Calçados os sapatos, buscou a bolsa e falando muito; saiu correndo, não sem dizer, um adeus apressado.

d) Nem as meninas, nem os rapazes ninguém conseguia — com bons modos convencê­-lo, a sair sem briga.

e) Ela, em pé esperava atenta: ele, na cadeira de balanço olhava para o retrato, de Mozart em cima do piano.

Resposta: “b”. Vejamos os erros: a) a vírgula após “assunto” separa o sujeito do verbo; c) o termo “falando muito” se liga a “saiu correndo”, por isso não deve haver ponto e vírgula entre eles; d) faltou vírgula depois de “rapazes”; e) a vírgula depois de “Ela” separa o sujeito do verbo.

10. Assinale a alternativa que corresponde ao período de pontuação correta.

a) Quando um juiz, sentencia, ouvindo somente uma das partes, a sentença, poderá ser justa, mas o juiz não o é de maneira nenhuma.

b) Quando um juiz sentencia, ouvindo somente uma, das partes, a sentença poderá ser justa, mas o juiz não o é de maneira nenhuma.

c) Quando um juiz, sentencia ouvindo somente, uma das partes, a sentença poderá ser justa mas, o juiz não o é de maneira nenhuma.

d) Quando um juiz sentencia, ouvindo somente uma das partes, a sentença poderá ser justa mas, o juiz não o é, de maneira nenhuma.

e) Quando um juiz sentencia, ouvindo somente uma das partes, a sentença poderá ser justa, mas o juiz não o é de maneira nenhuma.

Resposta: “e”. Vejamos os erros: a) a vírgula após “juiz” separa o sujeito do verbo; b) a vírgula depois de “uma” separa termos que não podem ser separados — umas das partes —; c) a vírgula após “juiz” separa o sujeito do verbo; d) a vírgula colocada depois de “mas” deveria aparecer antes dele.

11. Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta.

a) Apurados, os votos considerados válidos para o cálculo divide­-se o número deles pelo número de vagas, que já conhecemos.

b) Apurados os votos, considerados válidos para o cálculo divide­-se o número, deles pelo número de vagas que já conhecemos.

c) Apurados os votos considerados, válidos para o cálculo divide­-se, o número deles pelo número de vagas, que já conhecemos.

d) Apurados os votos considerados válidos, para o cálculo divide­-se o número deles pelo número de vagas que já conhecemos.

e) Apurados os votos considerados válidos para o cálculo, divide­-se o número deles pelo número de vagas que já conhecemos.

Resposta: “e”. A vírgula não deve interferir na concatenação do período. Apenas na opção “e” ela foi bem empregada, nas outras sempre interfere entre um regente e seus regidos.

12. Cada um dos períodos seguintes foi pontuado de uma forma diferente. Leia­-os todos e assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:

a) A questão, porém, não é de pão, é de manteiga.

b) A questão porém, não é de pão é de manteiga.

c) A questão, porém, não é de pão é de manteiga.

d) A questão porém não: é de pão, é de manteiga.

e) A questão, porém não é de pão, é de manteiga.

Resposta: “a”. A conjunção “porém” está deslocada, por isso deve ser colocada entre vírgulas — seu local ideal é o início da oração a que pertence. A vírgula após “pão” separa as duas orações.

13. Aponte a alternativa pontuada corretamente:

a) Para mim ser é admirar­-me de estar sendo.

b) Para mim, ser é admirar­-me de estar sendo.

c) Para mim ser, é admirar­-me de estar sendo.

d) Para mim ser é admirar­-me de, estar sendo.

e) Para mim ser, é admirar­-me de estar, sendo.

Resposta: “b”. O termo “Para mim”, deslocado para o início da frase, foi separado por vírgula. O restante constitui uma oração em ordem direta e, por isso, não deve receber vírgula.

14. Assinale a opção em que a vírgula está empregada para separar dois termos que possuem a mesma função na frase:

a) “Minhas senhoras, seu Mendonça pintou diabo enquanto viveu.”

b) “Respeitei o engenho do Dr. Magalhães, juiz.”

c) “E fui mostrar ao ilustre hóspede a serraria, o descaroçador e o estábulo.”

d) “Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca...”

e) “Não obstante essa propaganda, as dificuldades surgiram.”

Resposta: “c”. “A serraria, o descaroçador e o estábulo.” — são objetos diretos do verbo mostrar.

15. Assinale a alternativa que contenha emprego incorreto da vírgula:

a) Arrumou as malas, saiu, lançou­-se na vida.

b) Os visados éramos nós, e eles foram violentamente torturados.

c) Eu contesto, a justiça que mata.

d) Preciso ouvir, disse o velho ao menino, a causa desse ressentimento.

e) O período consta de dez orações, porque esse é o número exato de verbos.

Resposta: “c”. A vírgula separa o verbo do seu complemento.

16. Em: “A menina, conforme as ordens recebidas, estudou”:

a) há erro na colocação das vírgulas.

b) a primeira vírgula deve ser omitida.

c) a segunda vírgula deve ser omitida.

d) a forma de colocação das vírgulas está correta.

Resposta: “d”. “Conforme as ordens recebidas” é um termo intercalado, por isso deve ser colocado entre vírgulas.

17. Assinale a alternativa em que o texto está corretamente pontuado:

a) Bem te dizia eu, que não iriam a bons resultados as tuas paixões.

b) Bem te dizia eu que, não iriam a bons resultados as tuas paixões.

c) Bem te dizia eu que não iriam a bons resultados, as tuas paixões.

d) Bem te dizia eu que não iriam a bons resultados as tuas paixões.

e) Bem te dizia eu que não iriam, a bons resultados as tuas paixões.

Resposta: “d”. A frase está em ordem direta: um termo completa o sentido do outro numa concatenação perfeita, por isso não há vírgula ou outros sinais de pausa.

18. Marque o período que apresenta erro de pontuação.

a) Por um mau patriotismo, sentimento funesto a toda a história, que necessariamente vicia, e também por vaidade de erudição, presumiram os nossos historiadores literários avultar e valorizar o seu assunto, ou o seu próprio conhecimento dele, com fartos róis de autores e obras, acompanhadas de elogios desmarcados e impertinentes qualificativos.

b) Não obstante o pregão patriótico, tais nomes e obras continuaram desconhecidos, eles e elas não lidos.

c) Igualmente não desejo continuar a fazer da história da nossa literatura um cemitério, enchendo­-a de autores de todo mortos, alguns ao nascer.

d) Não quero cair no mesmo engano e supor que a crítica ou a história literária, têm faculdades para dar vida e mérito ao que de si não tem.

e) No período colonial, haverá esta forçosamente de ocupar­-se de sujeitos e obras de escasso ou até nenhum valor literário, como são quase todas as dessa época.

Resposta: “d”. O termo “a crítica ou a história literária” funciona como sujeito de “têm”, por isso não pode haver vírgula entre eles.

19. Assinale o texto onde os sinais de pontuação não foram adequadamente empregados.

a) A Educação de Adultos, tal como tem sido formulada — principalmente nos países subdesenvolvidos —, não objetiva necessariamente ser um programa aberto e de ofertas educacionais crescentemente expandidas e diversificadas para toda a população considerada cronologicamente adulta.

b) Esta leitura, porém, diz pouco.

c) E ao exprimir­-se essa insuficiência, coloca­-se a questão da necessidade de uma reflexão mais ampla sobre seu significado, ou seja, compreender o que está por trás dessa aparente simplicidade do sentido, exclusivamente etário.

d) A Educação de Adultos, apreendida como uma categoria educacional genérica que tem a marca etária como seu traço identificatório é uma primeira leitura, que pode ser produzida a partir de sua nomenclatura.

e) O seu modo de operar — atendimento preferencial àquelas camadas sociais historicamente marginalizadas dos benefícios sociais, econômicos e culturais de sua sociedade — determina formas de intervenção educacional.

Resposta: “d”. “A Educação de Adultos” ... “é uma primeira leitura”... — aqui temos sujeito e predicado. O termo colocado entre eles representa um termo intercalado, que deve ser usado entre vírgulas. Então falta uma vírgula depois de “identificatório”.

20. Indique o trecho que apresenta pontuação incorreta.

a) É improvável que o caminho da mudança no Brasil seja aberto com explosões sociais. A energia que pode ser usada agora para fazer um futuro diferente está, aparentemente, em outras fontes de transformação.

b) É preciso observar que há mudança no Brasil. Ela não corre, mas anda. Não corre, mas ocorre.

c) Seus sinais estão, por exemplo, no melhoramento das cidades em plena crise da administração federal, no basta à corrupção, no movimento pela ética na política, na emergência de movimentos em favor da mulher, da criança ou da ecologia, no antirracismo.

d) São antídotos contra a cultura autoritária que sempre ditou a receita do desastre social. Eles estão na confluência de duas tendências.

e) Parte da elite, não quer viver no apartheid sul­-africano e, cada vez mais, os pobres querem sua cota de cidadania.

Resposta: “e”. A vírgula separa o sujeito do verbo: “Parte da elite não quer viver...”.

21. Indique o trecho que apresenta erro quanto ao emprego de sinais de pontuação.

a) “Interferências demagógicas de governos levaram o Sistema Brasileiro da Habilitação à falência em que hoje se encontra”. (Folha de S.Paulo, 05.10.1989, p. A4)

b) “Mas a disputa pelos direitos do livro — a ser editado no Brasil, evidentemente, pela Marco Zero, da qual Márcio de Souza é diretor — apenas começou.” (Leia, agosto/1989, p. 14)

c) “O convite veio de Jofre Rodrigues, sócio principal da produtora J.N. Filmes. Assim que a notícia foi divulgada na Europa, editoras alemãs, francesas e americanas começaram a assediar o agente literário Thomas Colchie, que responde pelo escritor brasileiro na França”. (Leia, agosto/1989, p. 14)

d) “Ao lado da disputa pelos direitos de filmagem da vida do líder seringueiro Chico Mendes, arma­-se uma outra briga: o alvo, agora, é o argumento do filme, que será escrito pelo romancista amazonense Márcio de Souza.” (Leia, agosto/1989, p. 14)

e) “O bom humor, voltou à vida de Arraes depois do encontro com Brizola na semana passada. Exatamente o que conversaram os dois políticos ninguém sabe.” (Folha de S.Paulo,­ 05.10.1989, p. 4)

Resposta: “e”. A vírgula separa o sujeito do verbo: “O bom humor voltou...”.

22. Os sinais de pontuação estão corretamente empregados em:

a) A dupla tributação — acima referida — é injustificada, por pelo menos, dois motivos, que passamos a expor, de forma sucinta.

b) A dupla tributação acima referida, é injustificada por, pelo menos, dois motivos, que passamos a expor de forma sucinta.

c) A dupla tributação, acima referida é injustificada, por pelo menos dois motivos, que passamos a expor de forma sucinta.

d) A dupla tributação — acima referida — é injustificada por, pelo menos, dois motivos que passaremos a expor, de forma sucinta.

e) A dupla tributação referida acima é injustificada, pelos dois motivos, que passo a expor de forma sucinta.

Resposta: “d”. Os termos “acima referida”, “pelo menos” e “de forma sucinta” são adjuntos ad­verbiais que podem ser separados por vírgulas. Nas outras opções incorre­-se sempre no erro de separar sujeito do verbo, verbo do complemento e termo regente do complemento nominal.

23. Indique o fragmento que apresenta erro de pontuação.

a) A campanha presidencial de 1960, nos Estados Unidos, é apontada pela mudança do sistema de comunicação, como inovadora.

b) Até então, a conquista do voto se dava no confronto direto entre o candidato e o eleitor.

c) A década de 1930 viu o aparecimento, na política, do rádio.

d) Dez anos antes, apenas 11% das famílias tinham televisão; em 1960, o número se elevou para 88%.

e) A revolução ocorreu, radical e devastadora, na campanha de 1968.

Resposta: “a”. O termo “pela mudança do sistema de comunicação” é um termo intercalado, deve ter uma vírgula antes e outra depois dele. Faltou a vírgula antes dele.

24. Das relações abaixo, assinale a que não está pontuada corretamente:

a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado do concurso.

b) Em fila, os candidatos aguardavam, ansiosos, o resultado do concurso.

c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado do concurso.

d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concurso, em fila.

e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resultado do concurso.

Resposta: “e”. A vírgula separa o sujeito do verbo: “Os candidatos aguardavam...”.

25. Indique o trecho em que algum sinal de pontuação não foi corretamente empregado.

a) Sócrates tem consigo, a seu lado, o que, primeiro, antes de outros, ele mesmo chamou o seu demônio.

b) E, assim, nos seus momentos de hesitação e incertezas, era “a voz divina” (expressão sua) que lhe falava, onde foi achar novamente a segurança.

c) Frequentemente, ó paradoxo! a voz o aconselhava a abstenção e não a ação.

d) E Nietzsche: Nessa natureza anormal, a sabedoria instintiva só se manifesta quando é para opor­-se ao conhecimento consciente.

e) Se, em todos os homens produtivos o instinto, é uma força afirmativa e criadora, e a consciência crítica e negativa, em Sócrates, o instinto é crítico e a consequência uma afirmação.

Resposta: “e”. A vírgula separa o sujeito do verbo: “... o instinto é uma força...”.

26. Assinale o período que apresenta pontuação incorreta:

a) Nesta segunda­-feira, quando o interventor designado pela Reitoria — Othon de Souza, diretor da Faculdade de Tecnologia — iniciar seu trabalho, começarão a aparecer, no próprio Departamento de Ciências, as origens da crise.

b) Cerca de mil aposentados e pensionistas, segundo o advogado Milton Peixoto, deverão ingressar na Justiça, esta semana, para salvaguardar direitos adquiridos.

c) A liquidação extrajudicial era uma das poucas medidas disponíveis aos ministros econômicos que solucionaria o rombo do grupo financeiro.

d) Quantos dentre vós, que ontem mesmo abandonastes o Partido do Governo, continua­reis a receber hoje as benesses do poder?

e) O fato, porém é que poucos e raros dentre nós estarão integrando o reduzido grupo de intelectuais do Palácio do Planalto.

Resposta: “e”. O local ideal da conjunção é o início da oração a que pertence; quando ela está deslocada, ou seja, deixa de figurar no início da oração a que pertence, deve ser isolada por vírgulas: “O fato, porém, é que...”.

27. Assinale a opção em que trecho do texto apresenta erro de pontuação.

a) A PNAD, realizada pelo IBGE, revelou que a renda das famílias parou de cair em 2004, interrompendo uma trajetória de queda que acontecia desde 1997, e que houve diminuição do grau de concentração da renda do trabalho.

b) Enquanto a metade da população ocupada, que recebe os menores rendimentos, teve, ganho real de 3,2%, a outra metade, que tem rendimentos maiores, teve perda de 0,6%.

c) Os resultados da PNAD revelaram, também, que o Brasil melhorou em itens como número de Trabalhadores ocupados, participação das mulheres no mercado de trabalho, indicadores da área de educação e melhoria das condições de vida.

d) O assessor especial da Presidência da República, José Graziano, avaliou que esses números comprovam que o país está mudando. “Esses resultados revertem uma máxima histórica no nosso país de que os ricos ficavam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”.

e) Graziano ressalta que a PNAD é a mais completa pesquisa anual sobre as condições de vida da população, mostra um retrato do país, e, em 2004, ela também foi estendida para as áreas rurais dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, alcançando a cobertura completa do território nacional.

(Em Questão, n. 379 — Brasília, 30.11.2005)

Resposta: “b”. A vírgula separa o verbo do seu complemento: “... teve ganho real...”.

28. Assinale a opção que contém erro de pontuação.

a) É expediente rotineiro na hierarquia do crime organizado armar o braço de crianças e adolescentes para matar pessoas. Utilizar menores em empreitadas criminosas tem constituído regra no mundo do crime.

b) Não sofrendo de nenhum transtorno cognitivo sério, jovens de 16 anos são suficientemente capazes de entender postulados simples como “matar alguém é crime”, sendo igualmente aptos a compreender que se praticarem tal ação serão punidos com a prisão.

c) A inimputabilidade penal de crianças e adolescentes contribui não só para convertê­-los em sicários do crime organizado, mas também funciona — o que é mais grave — como exortação para que novos grupos venham sentar praça na delinquência.

d) A lei estaria mais sintonizada, com os anseios da sociedade se homicidas, ou autores de latrocínio entre 16 e 18 anos de idade fossem avaliados por comissões de especialistas para lhes ser imputada a devida medida socioeducativa.

e) A vida e a intangibilidade física das pessoas são os bens mais valiosos protegidos pela ordem jurídica. Logo, não devem ceder tal primazia a outro pressuposto de direito.

(Baseado em Josemar Dantas, A lei penal e adolescentes, Correio Braziliense, D & J, 17.11.2003)

Resposta: “d”. A vírgula separa o termo regente nominal do seu complemento nominal: “A lei estaria mais sintonizada com os anseios...”.

29. Assinale a letra que apresenta erro de pontuação de acordo com as normas do português padrão.

a) Há 30 anos, por exemplo, a Irlanda era um país pobre, com elevado índice de analfabetismo e população pouco educada: figurava entre os últimos na Europa. Entre os países que apresentaram bons resultados, pelo menos três estavam em situação parecida com a brasileira há três décadas. Não tivemos a mesma história porque preferimos outras prioridades.

b) Ao analisarmos a vergonha de estarmos entre os piores países do mundo em educação, esquecemo­-nos de analisar aqueles que estão entre os primeiros.

c) Desde então, a Irlanda investiu, contínua e prioritariamente na educação de seu povo. O resultado está no mesmo relatório que envergonhou o Brasil: a Irlanda é hoje um dos países com a melhor educação, entre todos os países do mundo.

d) No lugar de mais infraestrutura econômica e desperdício em prédios públicos, a decisão­ foi a de que o país concentraria seus investimentos, ao longo das décadas seguintes, independentemente de resultados eleitorais, em três objetivos: saúde de qualidade e gratuita para todos, educação de excelência para todos e ciência e tecnologia de ponta.­

e) Quando surgiu a possibilidade de ingresso na Comunidade Econômica Europeia, em 1973, os três partidos políticos irlandeses da época reuniram um grupo de pessoas, escolhidas entre personalidades nacionais e dirigentes políticos, para responder a uma pergunta: o que fazer para a Irlanda se transformar num país desenvolvido, voltado para o futuro?

(Cristovam Buarque)

Resposta: “c”. A vírgula separa o verbo do seu complemento. Podemos corrigir de duas maneiras: retirando a vírgula que lá está ou acrescentando outra para isolar os adjuntos adverbiais. Assim: “a Irlanda investiu contínua e prioritariamente na educação de seu povo” ou “a Irlanda investiu, contínua e prioritariamente, na educação de seu povo”.

30. Os segmentos transcritos abaixo são partes sequenciadas de um texto. Aponte o segmento inteiramente correto quanto à organização sintática, emprego dos sinais de pontuação e propriedade no uso dos vocábulos.

a) Ética dos políticos soa, para a maioria de nossos concidadãos, como um oxímoro. Seria uma ética com desconto, deficitária, complacente, ante à verdadeira ética: a da vida privada.

b) Esse é um fenômeno brasileiro (em nosso país, as virtudes são privadas, e os vícios, públicos), de Terceiro Mundo (idem) e, cada vez mais, mundial (ibidem). Vivemos a descrença na ágora, no espaço público.

c) Ao político depreciado, chama­-se maquiavélico. No meio milênio que se passou desde “O Príncipe”, Maquiavel simbolizou o político sem escrúpulos na expressão, que não é dele, segundo o qual os fins justificariam os meios.

d) Numa leitura “moderna” de Maquiavel, podem­-se discernir uma ética com vistas a resultados de outra que respeita os valores. A primeira seria uma ética da responsabilidade; a segunda de princípios. Políticos consideram os resultados prováveis de suas ações. Cientistas estimam os valores.

e) Por extensão, passou­-se a transferir o que se aplicam aos cientistas para os homens privados em geral: as exigências de respeito a valores incondicionais valem mais a indivíduos privados do que a homens públicos, do qual é axioma a famosa frase de Mandeville: “Vícios privados, benefícios públicos”.

(Renato Janine Ribeiro, Folha de S.Paulo, 17.07.2005, com modificações)

Resposta: “b”. Vejamos os erros: a) crase: “ante a verdadeira ética”; c) concordância nominal: “na expressão, que não é dele, segundo a qual”; d) concordância verbal: “pode­-se discernir uma ética”; e) concordância verbal: “o que se aplica aos cientistas”.

31. Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de pontuação.

a) As dívidas contraídas na imigração eram pagas com juros de 6% ao ano, não podendo o colono deixar de cumprir o contrato antes de saldá­-las integralmente, além de ter de comunicar o contratante com seis meses de antecedência.

b) O não cumprimento do contrato gerava multa para o colono. Outras cláusulas apareciam nos regulamentos das colônias, tais como as que impunham um controle disciplinar rigoroso, com aplicação de penas severas aos infratores.

c) As experiências iniciais do trabalho livre do colono foram marcadas por inúmeros conflitos, desentendimentos, greves, denúncias de cobranças de taxas abusivas pelo importador, rebeldia contra controle moral e disciplinar severo imposto nas colônias.

d) Esses fatos redundaram na acusação de Portugal ao Brasil da prática de escravidão disfarçada. O descumprimento do contrato pelo colono, por exemplo, poderia representar, além da rescisão, a multa e a pena de prisão de oito dias a três meses.

e) Contudo, para os fazendeiros, o clima era, de insegurança generalizada no cumprimento dos contratos, o que reclamaria uma regulamentação jurídica mais eficiente do que a então vigente.

(Sidnei Machado — <http://calvados.c3sl>)

Resposta: “e”. O erro está na vírgula após “era”, que não deve existir. A frase correta é “o clima era de insegurança generalizada”.

32. Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale o segmento que apresenta erro de pontuação.

a) A questão não é se a arte e seu autor devem participar da discussão pública de seu tempo, comprometer­-se ou não com a “realidade”: impossível quase, evitar uma coisa e outra.

b) A questão é como fazer isso. A ética da arte não está no seu grau de compromisso com a realidade, com a objetividade (recorde­-se Nelson Rodrigues e sua luta contra os “idiotas da objetividade” que o queriam encurralar) ou com o coletivo. Também não está no contrário disso.

c) A ética da arte (romance, cinema, teatro) não está tampouco, como já se quis, na informação ou no saber que propaga. A ética da arte depende de seu compromisso com a existência, que é singular (não, com a realidade, que é geral), e do jogo que arma com o que há de desconhecido nessa existência.

d) Expor o desconhecido não significa afirmar ou divulgar um saber — que na arte é quase sempre o já sabido. Em arte, o saber gira, como máquina solteira, ao redor de certezas e ideias feitas.

e) Já o jogo com o desconhecido, e sua eventual anulação ou superação, faz­-se na arte ao redor da incerteza e, na arte contemporânea, da complexidade — quase nunca isenta de perplexidade.

(Adaptado de Teixeira Coelho)

Resposta: “a”. O termo “quase” é um adjunto adverbial colocado no meio da frase; nesse caso vem isolado por vírgulas — uma antes e outra depois: “impossível, quase, evitar”.

33. Assinale o segmento inteiramente correto quanto ao emprego dos sinais de pontuação. (Tome os segmentos como partes consecutivas de um texto)

a) Vários autores acreditam que o romance, Frankenstein, de Mary Shelley foi decisivo para o estabelecimento de uma visão negativa da ciência; mostrou pela primeira vez, a imagem do cientista tomado pela paixão e pela loucura, “criando” um monstro que foge ao seu controle e ameaça a sociedade. Surgia o “cientista louco” e a ciência como um instrumento perigoso e incontrolável.

b) Segundo Wolpert, “foi Mary Shelley quem criou o monstro de Frankenstein não foi a ciência; mas sua imagem é tão poderosa, que alimentou medos sobre a engenharia genética que dificilmente serão removidos”. Não se poderia imaginar que aquela alegoria seria tão nefasta para os cientistas.

c) O livro de Mary Shelley, é considerado o primeiro livro de ficção científica, mas o tratamento dado à figura dos cientistas, nas obras de ficção científica que o sucederam, não melhora a imagem do cientista. Num estudo em que se pediu que crianças, adolescentes e adultos definissem um cientista, por meio de desenho, a imagem que apareceu não foi positiva.

d) A visão estereotipada do cientista — cara de louco, olhos esbugalhados, cabelos desgrenhados é difundida em diversos meios de comunicação muito poderosos (cinema, quadrinhos, desenhos animados, televisão); isso, em nada contribui para facilitar o entendimento do que seja ciência.

e) Daí tive a ideia de montar um projeto de pesquisa! Se artistas convivessem com o cientista no laboratório, se vissem os experimentos e a carga emocional que despertam no pesquisador, se conversassem diariamente sobre seus trabalhos... Será que a ciência seria interpretada e mostrada de outra forma?

(Diucênio Rangel, O diálogo entre ciência e arte, com adaptações)

Resposta: “e”. Vejamos alguns erros: a) “de Mary Shelley” deveria estar entre vírgulas; b) depois de “Frankenstein” deveria haver uma vírgula, pois se inicia­ em seguida outra oração; c) A vírgula depois de “Mary Shelley” separa o sujeito do verbo; d) faltou o travessão que fecha o termo interferente: “cientista — cara de louco, olhos esbugalhados, cabelos desgrenhados — é difundida”.

34. No texto abaixo foram substituídos sinais de pontuação por números. Assinale a sequência de sinais de pontuação que devem ser inseridos nos espaços indicados para que o texto se torne coerente e gramaticalmente correto. Desconsidere a necessidade de transformar letras minúsculas em maiúsculas.

Os seres humanos sofrem sempre conflitos de interesse com os ressentimentos, facções, coalizões e instáveis alianças que os acompanham (1) no entanto, o que mais interessa nesses fenômenos conflituosos não é o quanto eles nos separam, mas quão frequentemente eles são neutralizados, perdoados e desculpados. Nos seres humanos (2) com seu extraordinário dom narrativo, uma das principais formas de manutenção da paz é o dom humano de apresentar (3) dramatizar e explicar as circunstâncias atenuantes em torno de violações que ameaçam introduzir conflito na habitualidade da vida (4) o objetivo de tal narrativa não é reconciliar, não é legitimar, nem mesmo desculpar, mas antes (5) explicar.

(Jerome Bruner. Atos de significação, com adaptações)

1 2 3 4 5

a) ; , . : ,

b) ; ­- ; . ;

c) . ; ­- ; :

d) . . ; ; :

e) . , , . ,

Resposta: “e”. O (1) encerra um período, por isso ponto­-final. O (2) isola o adjunto adverbial “Nos seres humanos”, por isso vírgula. O (3) separa termos de uma enumeração, por isso vírgula. O (4) encerra um período, por isso ponto­-final. O (5) indica que o verbo ser está oculto, ou seja, zeugma, por isso vírgula.

35. Do fragmento a seguir, propositadamente, foram retirados os sinais de pontuação. Atentamente, faça a pontuação devida e, em seguida, assinale a opção correta.

O mercado está recebendo um bando de neófitos que são sérios candidatos a sofrer uma carnificina disse o americano Jim Rogers um dos gurus do mundo dos investimentos.

a) — O mercado está recebendo um bando de neófitos, que são sérios candidatos, a sofrer uma carnificina, disse Jim Rogers, um dos gurus do mundo dos investimentos.

b) “O mercado está recebendo um bando de neófitos, que são sérios candidatos a sofrer uma carnificina” — disse o americano Jim Rogers um dos gurus, do mundo dos investimentos.

c) O mercado, está recebendo um bando de neófitos que são sérios candidatos, a sofrer uma carnificina — disse o americano Jim Rogers, um dos gurus do mundo dos investimentos.

d) O mercado está recebendo um bando de neófitos, que são sérios candidatos, a sofrer uma carnificina, disse o americano Jim Rogers, um dos gurus, do mundo dos investimentos.

e) “O mercado está recebendo um bando de neófitos que são sérios candidatos a sofrer uma carnificina”, disse o americano Jim Rogers, um dos gurus do mundo dos investimentos.

Resposta: “e”. Como se trata de uma citação, o fala do americano deve ser colocada entre aspas. Quanto às vírgulas, a primeira separa as orações e a segunda separa o aposto.

36. Seja o seguinte período:

Em 2006, o índice Shanghai Composite, da Bolsa de Valores de Shanghai, na região sudoeste do país, subiu 130%.

(Época, 12.02.2007)

Pode­-se reescrever o mesmo período, sem alterar­-lhe o sentido, usando­-se outra forma de pontuação e mantendo­-se a correção gramatical, conforme se fez em:

a) O índice Shanghai Composite, da Bolsa de Valores de Shanghai, na região sudoeste do país, em 2006, subiu 130%.

b) Na região, sudoeste do país, o índice Shanghai Composite da Bolsa de Valores em Shanghai, subiu 130%, em 2006.

c) Subiu 130%, o índice Shanghai Composite da Bolsa de Valores, de Shanghai, na região sudoeste do país, em 2006.

d) O índice Shanghai Composite da Bolsa de Valores, de Shanghai, subiu, 130%, na região sudoeste do país.

e) Em 2006, subiu 130% o índice, Shanghai Composite, da Bolsa de Valores, de Shanghai, na região, sudoeste do país.

Resposta: “a”. Nas outras opções há sempre o problema de separar por vírgula o sujeito do verbo, ou o verbo do complemento, ou ainda o termo regente do complemento nominal.

37. Em relação à ausência de vírgulas, está inteiramente correta e clara a redação da frase do seguinte período:

a) Se é verdade que só 18% concordam com a chamada “saída autoritária” também é verdade que só 40% aceitam bem as privatizações.

b) Quando a democracia não funciona bem que aqui e ali passem a se manifestar os que conservam saudades dos regimes autoritários não é raro.

c) O autor se refere ao Brasil de 1989 porquanto o autor está­-nos lembrando que àquela época a maioria dos eleitores fez Presidente um candidato classificado como aventureiro.­

d) Seria interessante saber em que “certas circunstâncias” um governo autoritário ofereceria vantagens em relação a um governo democrático.

e) Assim como boa parte dos brasileiros também o autor do texto julga que a nossa democracia poderia funcionar de uma maneira melhor.

Resposta: “d”. Como a frase está em ordem direta, não se deve colocar vírgula alguma.

38. Atente para as seguintes frases:

I. Toda vez que vou ao teatro interativo, fico aterrorizado.

II. Não gosto muito dos atores, que costumam ser extravagantes.

III. Fiquei na última fila, para evitar maiores ameaças.

A supressão da vírgula altera o sentido somente do que está em

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e II.

e) II e III.

Resposta: “b”. As orações introduzidas por pronomes relativos podem ser explicativas (com vírgula) ou restritivas (sem vírgula). Assim sendo a retirada da vírgula na oração II muda o sentido de explicação para restrição. Nas outras opções as vírgulas separam adjuntos adverbiais, que podem ou não ser isolados por vírgula e o sentido continua o mesmo.

39. Considere os seguintes casos:

I. Os homens, que ignoram os direitos da mulher, passarão a acatá­-los. Os homens que ignoram os direitos da mulher passarão a acatá­-los.

II. Somente, agora o Código Civil brasileiro incorporou as mudanças ocorridas. Somente agora o Código Civil brasileiro incorporou as mudanças ocorridas.

III. O valor de um código, estabelecido por convenção, deve ser comprovado na prática. O valor de um código estabelecido por convenção deve ser comprovado na prática.

A alteração na pontuação provoca alteração de sentido em

a) I, somente.

b) I e II, somente.

c) I e III, somente.

d) II e III, somente.

e) I, II e III.

Resposta: “e”. Na oração I: muda­-se de explicação para restrição. Na oração II: “Somente” com vírgula significa que se dirá apenas uma coisa; “Somente” sem vírgula está modificando “agora”. Na oração III: com vírgula temos uma explicação, sem vírgula temos uma restrição.

Texto para a questão 40:

A exclusão da cidadania é mais uma exclusão que o brasileiro paga pela má qualidade da escola. Sem um ensino básico de excelência, perdem­-se não só sucessivas batalhas, (1) mas a guerra. Os pais desempenham o papel que lhes cabe. (2) Mandam os filhos para a escola. As crianças assistem às aulas, (3) fazem as tarefas exigidas, mas não aprendem. Algumas chegam à 5ª série analfabetas. (4) Não leem nem escrevem. Outras, (5) analfabetas funcionais. Leem, mas são incapazes de entender o texto. Escrevem, mas não conseguem redigir um bilhete simples.

(Correio Braziliense, 17.10.2006)

40. Em relação ao texto acima, assinale o comentário incorreto a respeito dos sinais de pontuação.

a) 1 — a vírgula justifica­-se para separar oração de natureza explicativa.

b) 2 — o ponto-final pode ser substituído por sinal de dois­-pontos, com mudança de maiúscula para minúscula em “Mandam”.

c) 3 — a vírgula justifica­-se para isolar elementos de mesma classe gramatical componentes de uma enumeração.

d) 4 — o ponto-final pode ser substituído por vírgula, com mudança de maiúscula para minúscula em “Não”.

e) 5 — a vírgula justifica­-se para marcar a elipse de expressão antecedente: “chegam à 5ª série”.

Resposta: “a”. A vírgula se justifica por separar uma oração de natureza adversativa.

Texto para a questão 41:

Memórias do cárcere, (1) na versão cinematográfica, (1) explora mais desenvoltamente a linguagem artística e as possibilidades que estão ao alcance do cinema de fragmentar a realidade­ para, (2) em seguida, (2) recompor o concreto nos diversos níveis em que ele aparece na percepção, (3) na cabeça e na história dos homens. Quem ama o livro por ele mesmo não vai recuperá­-lo no filme. Quem ama as várias verdades que Graciliano Ramos enfrentou com hombridade e coragem irá ver no filme uma engenhosa e íntegra transposição do livro. Seria pouco dizer que ambos se completam. Nelson Pereira dos Santos explora a técnica cinematográfica como Graciliano Ramos, a técnica literária, (4) ou seja, (4) como recurso de descoberta da verdade, (5) arma de denúncia intelectual e instrumento de luta política.

(Florestan Fernandes)

41. Assinale a opção que apresenta justificativa correta para o emprego das vírgulas no texto acima.

a) 1 — isolam aposto explicativo.

b) 2 — isolam termos de mesma função sintática.

c) 3 — isola adjunto adverbial deslocado.

d) 4 — isolam expressão retificativa ou explicativa.

e) 5 — isola aposto explicativo.

Resposta: “d”. Vejamos os erros: a) 1 — separa adjunto adverbial; b) 2 — separa adjunto adverbial; c) 3 — separa termos de uma enumeração; e) 5 — separa termos de uma enumeração.­

42. Assinale a opção em que o emprego dos sinais de pontuação está correto.

a) Motoristas e montadoras de automóveis, não terão que desembolsar mais recursos com a mudança para o biodiesel, pois esse combustível não exige nenhuma alteração nos motores dos veículos.

b) A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), assegurou a garantia dos motores dos veículos que utilizarem o biodiesel misturado ao diesel na proporção de 2%, como foi autorizado.

c) Além disso, o combustível renovável poderá ser usado, em substituição ao óleo diesel em usinas termelétricas, na geração de energia elétrica em comunidades de difícil acesso, como é o caso de diversas localidades na região Norte.

d) Para autorizar o uso do biodiesel no mercado nacional, o governo, editou um conjunto de atos legais que tratam dos percentuais de mistura do biodiesel ao diesel, da forma de utilização e do regime tributário.

e) Tal regime, considera a diferenciação das alíquotas com base na região de plantio, nas oleaginosas e na categoria de produção (agronegócio e agricultura familiar). O governo cria também o Selo Combustível Social e isenta a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

(Adaptado de Em Questão, n. 261 — Brasília, 08.12.2004)

Resposta: “c”. Vejamos os erros: a) a vírgula após “automóveis” separa o sujeito do verbo; b) a vírgula após “(Anfavea)” separa o sujeito do verbo; d) a vírgula após “governo” separa o sujeito do verbo; e) a vírgula após “regime” separa o sujeito do verbo.

43. Assinale a opção que apresenta erro de pontuação.

a) A evolução da arquitetura se caracteriza pelas suas obras mais importantes, aquelas que, especulando na técnica, se fizeram diferentes e inovadoras.

b) E, quando dela nos ocupamos, vale a pena voltar ao passado e sentir como a ideia da obra de arte se integrava nas razões utilitárias da arquitetura, fazendo­-a mais rica, mais bela, com suas colunatas, seus ornamentos, pinturas, esculturas.

c) Com o advento do concreto armado, a arquitetura se modificou inteiramente. As paredes, que antes sustentavam os edifícios, passaram a simples material de vedação, surgindo a estrutura independente, a fachada de vidro.

d) A curva, a curva generosa que os antigos tanto procuravam com seus arcos, cúpulas, voûtes e abóbadas espetaculares assumiu uma nova e surpreendente dimensão e, com ela, os requintes da técnica: o protendido, as cascas, os grandes espaços livres e os balanços extraordinários.

e) Uma arquitetura mais livre e vazada se oferecia a todos os arquitetos que quisessem inovar e se aventurar por novos caminhos.

(Adaptado de Oscar Niemeyer)

Resposta: “d”. Faltou uma vírgula depois de “procuravam”. O termo “... com seus arcos, cúpulas...” é complemento da primeira palavra “curva” que aparece. Assim: A curva, a curva generosa que os antigos tanto procuravam, com seus arcos...

44. Assinale a opção em que há erro de pontuação.

a) Entre março de 2004 e fevereiro de 2005, as exportações brasileiras ultrapassaram a marca dos US$ 100 bilhões, um recorde histórico para o país.

b) A meta do Governo Federal, alcançada com quase dois anos de antecedência mostra o vigor das vendas do país para o mercado externo.

c) Exportação em alta significa favorecer o desenvolvimento do país e, portanto, a geração de emprego de renda. Para o sucesso desse trabalho, as microempresas contam com o apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e da APEXBrasil (Agência de Promoção de Exportações do Brasil) na capacitação de funcionários e na consultoria técnica.

d) O aumento nas exportações é um dos fatores principais para o saldo positivo referente à criação de postos de trabalho no Brasil. Em 2004, foram 1,5 milhão de novas vagas com carteira assinada, e essa tendência permanece este ano.

e) Em janeiro, foram criadas 115.972 vagas formais, melhor resultado para o período desde 1992. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população ocupada em janeiro deste ano em seis regiões metropolitanas cresceu 4,1% em relação ao mesmo período de 2004.

Resposta: “b”. “A meta do Governo Federal” é o sujeito de “mostra”, então o termo entre eles deve aparecer entre vírgulas. Faltou uma vírgula depois de “antecedência”.

45. Assinale a opção em que se deve colocar duas vírgulas obrigatoriamente para que o período se torne correto.

a) Outra iniciativa do governo no sentido de atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foi a criação de um grupo técnico coordenado pela Casa Civil para monitorar o desempenho do Brasil.

b) Uma das funções do grupo é a elaboração do Relatório de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Brasil com a situação nacional diante das 18 metas e dos 48 indicadores.

c) Uma das metas é reduzir pela metade entre 1990 e 2015 a proporção da população com renda inferior a US$ 1 per capita por dia.

d) Conforme o relatório preparado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) o Brasil tinha em 1990 8,8% da população abaixo dessa renda per capita.

e) Dez anos depois esse percentual chegou a 4,7%. No País porém ainda existem cerca de oito milhões de pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia.

(Trechos adaptados de Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da
Secretaria­-Geral da Presidência da República, n. 390, Brasília, 6 de janeiro de 2006)

Resposta: “e”. As duas vírgulas obrigatórias ocorrem com a conjunção “porém”, que está deslocada e por isso deve ser isolada por vírgulas: “No País, porém, ainda...”.