6

SEMÂNTICA

sem(a), semato­- elem. comp., do gr. sema­- atos “sinal, marca, significação”,
que se documenta em vocs. formados no próprio grego, como semiótica, e em muitos
outros introduzidos na linguagem científica internacional, a partir do séc. XIX.

(...)

semÂNT.ICA XX. Do fr. sémantique, voc. introduzido por Bréal,
em 1883, na linguagem internacional da linguística.

Antonio Geraldo da Cunha

6.1. Sinônimo

Palavra que tem com outra uma semelhança de significação que permite que uma seja escolhida pela outra em alguns contextos, sem alterar a significação literal da sentença.

alegre — feliz

diminuto — pequeno

falar — dizer

branco — alvo

6.2. Antônimo

Unidade significativa da língua (morfema, palavra, locução, frase) cujo sentido é contrário ou incompatível com o de outra.

in­- / ex­-

grande / pequeno

bonito / feio

6.3. Homônimos

Vocábulos que possuem o mesmo som e/ou a mesma grafia, mas com sentidos díspares. Eles se dividem em:

homográficos — mesma grafia:

sede (lugar)

sede (vontade de beber)

almoço (substantivo)

almoço (1a pessoa do presente do indicativo do verbo almoçar)

selo (substantivo)

selo (1a pessoa do presente do indicativo do verbo selar)

homofônicos — mesmo som:

buxo (arbusto)

bucho (estômago)

Cassar (tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar)

Caçar (perseguir, procurar, apanhar — geralmente animais)

Ascender (subir, elevar­-se)

Acender (atear fogo, inflamar)

Curiosidade: Alguns homônimos são, ao mesmo tempo, homofônicos e homográficos, por isso recebem o nome de homônimos perfeitos:

são (santo)

são (sadio)

são (3a pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ser)

manga (fruta)

manga (parte da roupa)

como (conjunção)

como (1a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo comer)

sonho (substantivo)

sonho (1a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo sonhar)

6.4. Parônimos

Vocábulos que possuem som ou grafia parecidos, mas com sentidos díspares.

flagrante (no ato) — fragrante (que tem cheiro)

iminente (prestes a ocorrer) — eminente (excelente)

infligir (aplicar) — infringir (violar)

Lista de alguns homônimos e parônimos notáveis:

Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada.

Absorver: embeber em si, esgotar.

Acender: atear (fogo), inflamar.

Ascender: subir, elevar­-se.

Acento: sinal gráfico.

Assento: banco, cadeira.

Acerca de: sobre, a respeito de.

A cerca de: a uma distância aproximada de.

Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo).

Acidente: acontecimento casual; desastre.

Incidente: episódio; que incide, que ocorre.

Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática.

Dotar: dar em doação, beneficiar.

Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentesco).

A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de.

Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande.

Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual.

Aleatório: casual, fortuito, acidental.

Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba.

Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral.

Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente.

Ante (preposição): diante de, perante.

Ante­- (prefixo): expressa anterioridade.

Anti­- (prefixo): expressa contrariedade; contra.

Ao encontro de: para junto de; favorável a.

De encontro a: contra; em prejuízo de.

Ao invés de: ao contrário de.

Em vez de: em lugar de.

A par: informado, ao corrente, ciente.

Ao par: de acordo com a convenção legal.

Aparte: interrupção, comentário à margem.

À parte: em separado, isoladamente, de lado.

Apreçar: avaliar, pôr preço.

Apressar: dar pressa a, acelerar.

Área: superfície delimitada, região.

Ária: canto, melodia.

Aresto: acórdão, caso jurídico julgado.

Arresto: apreensão judicial, embargo.

Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito.

Arroxar ou arroxear, roxear: tornar roxo.

Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho.

Az (p. us.): esquadrão, ala do exército.

Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.

Autuar: lavrar um auto; processar.

Auferir: obter, receber.

Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir.

Augurar: prognosticar, prever, auspiciar.

Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido).

Avocar: atribuir­-se, chamar.

Evocar: lembrar, invocar.

Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir.

Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais).

Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar.

Carear: atrair, ganhar, granjear.

Cariar: criar cárie.

Carrear: conduzir em carro, carregar.

Censo: alistamento, recenseamento, contagem.

Senso: entendimento, juízo, tino.

Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar.

Serrar: cortar com serra, separar, dividir.

Cessão: ato de ceder.

Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão.

Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso; reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa.

Cheque: ordem de pagamento à vista.

Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xeque).

Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.

Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar, nem eclesiástico.

Colidir: trombar, chocar; contrariar.

Coligir: colecionar, reunir, juntar.

Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.

Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação.

Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portugal).

Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.

Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização.

Conserto: reparo, remendo, restauração.

Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.

Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.

Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas.

Contraversão: versão contrária, inversão.

Coser: costurar, ligar, unir.

Cozer: cozinhar, preparar.

Costear: navegar junto à costa, contornar.

Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar.

Custar: valer, necessitar, ser penoso.

Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder.

Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.

Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.

Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.

Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar.

Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir.

Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.

Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.

Descrição: ato de descrever, representação, definição.

Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.

Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.

Discriminar: diferençar, separar, discernir.

Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de provisões.

Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se estava obrigado; demissão.

Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou.

Desapercebido: desprevenido, desacautelado.

Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.

Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente.

Destratar: insultar, maltratar com palavras.

Distratar: desfazer um trato, anular.

Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamentos de uma articulação.

Distinção: elegância, nobreza, boa educação.

Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses.

Elidir: suprimir, eliminar.

Ilidir: contestar, refutar, desmentir.

Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo.

Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de uma lei.

Emergir: vir à tona, manifestar­-se.

Imergir: mergulhar, afundar (submergir), entrar.

Emigrar: deixar o país para residir em outro.

Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.

Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.

Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente, próximo.

Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.

Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.

Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.

Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar­-se.

Encrostar: criar crosta.

Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender­-se, arraigar­-se.

Entender: compreender, perceber, deduzir.

Intender (p. us.): exercer vigilância, superintender.

Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar.

Inúmero: inumerável, sem conta, sem número.

Espectador: aquele que assiste a qualquer ato ou espetáculo, testemunha.

Expectador: que tem expectativa, que espera.

Esperto: inteligente, vivo, ativo.

Experto: perito, especialista.

Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar.

Expiar: cumprir pena, pagar, purgar.

Estada: ato de estar, permanência de pessoas.

Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto, ou de qualquer veículo.

Estância: lugar onde se está, morada, recinto.

Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo.

Estrato: cada camada das rochas estratificadas.

Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia; perfume.

Flagrante: ardente, acalorado; diz­-se do ato que a pessoa é surpreendida a praticar (flagrante delito).

Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso.

Florescente: que floresce, próspero, viçoso.

Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência.

Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas.

Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar.

Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável.

Inserto: introduzido, incluído, inserido.

Incipiente: iniciante, principiante.

Insipiente: ignorante, insensato.

Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado.

Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção.

Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a.

Aduzir: expor, apresentar.

Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda, aumento persistente de preços.

Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.

Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota).

Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento etc.).

Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.

Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interrogar.

Intercessão: ato de interceder.

Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se encontram duas linhas ou superfícies.

Inter­- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter alia (entre outros), inter pares (entre iguais).

Intra­- (prefixo): interior, dentro de.

Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual líquido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autoridade judicial ou administrativa.

Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar atos em seu nome; procuração; delegação.

Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.

Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de mandato, representante, procurador.

Mandatório: obrigatório.

Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira.

Obsessão: impertinência, perseguição, ideia fixa.

Paço: palácio real ou imperial; a corte.

Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, etapa.

Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão.

Preito: sujeição, respeito, homenagem.

Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar­-se.

Proceder: originar­-se, derivar, provir; levar a efeito, executar.

Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto.

Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda.

Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga constituintes da frase.

Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmativa, asserção.

Presar: capturar, agarrar, apresar.

Prezar: respeitar, estimar muito, acatar.

Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; ficar sem efeito, anular­-se.

Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar.

Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular.

Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo.

Provir: originar­-se, proceder; resultar.

Prolatar: proferir sentença, promulgar.

Protelar: adiar, prorrogar.

Ratificar: validar, confirmar, comprovar.

Retificar: corrigir, emendar, alterar.

Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar.

Recriar: criar de novo.

Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.

Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer.

Remição: ato de remir, resgate, quitação.

Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação.

Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição.

Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura, advertência.

Ruço: grisalho, desbotado.

Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na Rússia.

Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por contrato para punir sua infração.

Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste.

Sedento: que tem sede; sequioso.

Cedente: que cede, que dá.

Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir.

Subscritar: assinar, subscrever.

Sortir: variar, combinar, misturar.

Surtir: causar, originar, produzir (efeito).

Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; supor.

Subintender: exercer função de subintendente, dirigir.

Subtender: estender por baixo.

Sustar: interromper, suspender; parar.

Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter.

Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha.

Taxa: espécie de tributo, tarifa.

Tachar: censurar, qualificar, apelidar.

Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar.

Tapar: fechar, cobrir, abafar.

Tampar: pôr tampa em.

Tenção: intenção, plano.

Tensão: estado de tenso, rigidez; diferencial elétrico.

Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte.

Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação.

Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás, por trás).

Traz: 3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo trazer.

Vestiário: guarda­-roupa; local em que se trocam roupas.

Vestuário: as roupas que se vestem, traje.

Vultoso: de grande vulto, volumoso.

Vultuoso: atacado de vultuosidade (congestão da face).

6.5. Polissemia

É a multiplicidade de sentidos que uma palavra pode apresentar, dependendo do contexto em que está inserida.

O menino quebrou o braço.

O braço da cadeira é macio.

Península é um braço de terra que avança no mar.

6.6. Denotação e Conotação

As palavras dentro de um contexto podem assumir vários sentidos. Elas podem aparecer em seu sentido real, ou em sentidos figurados.

denotação: palavra utilizada em sentido real:

Atanagildetina plantou uma rosa.

— a palavra rosa representa a flor (sentido real).

João não pode deixar essa carta fora do baralho, senão o jogo ficará prejudicado.

conotação: palavra utilizada em sentido figurado:

Atanagildetina é uma rosa.

— a palavra rosa assume diversos significados, que dependem da imagem que o leitor faz da rosa: macia, perfumada, cheirosa, delicada etc.

João é carta fora do baralho.

6.7. Questões

1. Indique o item em que o antônimo da palavra ou expressão em destaque está corretamente apontado.

a) duradouro sucesso — efêmero

b) fama em ascendência — excelsa

c) elegante região — carente

d) sala lotada — habitada

Resposta: “a”. Efêmero significa “ligeiro, rápido, fugaz”, ou seja, contrário de duradouro.

2. A palavra tráfico não deve ser confundida com tráfego, seu parônimo. Em que item a seguir o par de vocábulos é exemplo de homonímia e não de paronímia?

a) estrato / extrato

b) flagrante / fragrante

c) eminente / iminente

d) inflação / infração

e) cavaleiro / cavalheiro

Resposta: “a”. Estrato e extrato possuem o mesmo som = homônimos.

3. Assinale a opção correta, considerando que à direita de cada palavra há um sinônimo.

a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar

b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país)

c) delatar = expandir; dilatar = denunciar

d) deferir = diferenciar; diferir = conceder

e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação

Resposta: “a”. Em todas as outras opções, os sentidos estão trocados.

4. Indique a letra na qual as palavras completam, corretamente, os espaços das frases abaixo.

Quem possui deficiência auditiva não consegue ______ os sons com nitidez.

Hoje são muitos os governos que passaram a combater o ______ de entorpecentes com rigor.

O diretor do presídio ______ pesado castigo aos prisioneiros revoltosos.

a) discriminar — tráfico — infligiu

b) discriminar — tráfico — infringiu

c) descriminar — tráfego — infringiu

d) descriminar — tráfego — infligiu

e) descriminar — tráfico — infringiu

Resposta: “a”. Discriminar = distinguir, tráfico = comércio, infligiu = aplicou.

5. No ______ do violoncelista ______ havia muitas pessoas, pois era uma ______ beneficente.

a) conserto — eminente — sessão

b) concerto — iminente — seção

c) conserto — iminente — seção

d) concerto — eminente — sessão

Resposta: “d”. Conserto = reparo, concerto = harmonização, eminente = excelente, iminente = prestes a acontecer, sessão = reunião, seção = divisão.

6. Os atuais simuladores de voo militares estão em condições não apenas de exibir uma imagem “realista” da paisagem sobrevoada, mas também de confrontá­-la com a ______ obtida dos radares.

O termo que preenche adequadamente a lacuna no texto é:

a) iconologia.

b) iconoclastia.

c) iconografia.

d) iconofilia.

e) iconolatria.

Resposta: “c”. O radical “icono­-” se refere a uma imagem, porém seu sentido se amplia ao juntar­-se a outros radicais: ­-logia = estudo, ­-clastia = pensamento, ­-grafia = descrição, ­-filia = amor, ­-latria = adoração. O sentido que melhor se aplica é “iconografia”, ou seja, a descrição das imagens feitas por radar.

Texto para a questão 7.

Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse:

Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende.

Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompeia, entrava no internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio.

Menino perdido, menino de engenho.

(José Lins do Rego, Menino de Engenho, São Paulo: Moderna, 1983)

7. No texto, o verbo cheirar tem significado de:

a) agradar.

b) parecer.

c) enfeitiçar.

d) indagar.

e) bisbilhotar.

Resposta: “b”. “... uma alma de anjo cheirando a virgindade.” é o mesmo que dizer uma alma que parecia virgem.

8. Em todas as alternativas, a mudança proposta para o período em destaque alterou o seu sentido, EXCETO em:

a) Ele levantou lentamente os olhos para ver o céu. / Ele levantou os olhos para ver o céu lentamente.

b) Devo encontrá­-lo apenas no shopping. / Devo apenas encontrá­-lo no shopping.

c) O meu pedido foi só que ele estivesse aqui no horário marcado. / O meu pedido foi que ele estivesse aqui só no horário marcado.

d) Ele disse que necessariamente conseguiria resultados para a pesquisa. / Ele disse que conseguiria necessariamente resultados para a pesquisa.

e) Carmen gosta de pensar muito antes de agir. / Carmen gosta muito de pensar antes de agir.

Resposta: “d”. Na opção a) mudamos de “levantar lentamente”, para “ver lentamente”; na opção b) mudamos de “ele só pode ser encontrado no shopping” para “eu não tenho mais nada a fazer a não ser encontrá­-lo no shopping”; na opção c) mudamos de “eu fiz apenas um pedido: que ele estivesse aqui no horário marcado” para “ele deve estar aqui apenas no horário marcado e não em outro horário qualquer”; na opção e) mudamos de “Carmen pensa dez vezes... depois age” para “Carmen gosta bastante de pensar... e age”.

Texto para a questão 9.

As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua.

Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el­-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.

— A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.

Dito isto, meteu­-se em Itaguaí, e entregou­-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas.

Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou­-se de semelhante escolha e disse­-lho. Simão Bacamarte explicou­-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar­-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, — únicas dignas da preocupação de um sábio, — D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá­-lo, agradecia­-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.

D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A índole natural da ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconselhar à mulher um regime alimentício especial. A ilustre dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua resistência, — explicável mas inqualificável, — devemos a total extinção da dinastia dos Bacamartes.

Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção, — o recanto psíquico, o exame da patologia cerebral. Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particularmente a brasileira, podia cobrir­-se de “louros imarcescíveis”, — expressão usada por ele mesmo, mas em um arroubo de intimidade doméstica; exteriormente era modesto, segundo convém aos sabedores.

(Machado de Assis. O alienista, São Paulo: Ática, 1982, p. 9­-10)

9. Leia os seguintes trechos do texto:

“… estava assim apta para dar­-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes.”

“Se além dessas prendas, (...) D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá­-lo, agradecia­-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.”

Sem alteração das relações de sentido originais, as palavras destacadas podem ser substituídas, respectivamente, por

a) portanto — visto que

b) entretanto — portanto

c) então — se bem que

d) por isso — não obstante

e) todavia — sendo que

Resposta: “a”. “Estava assim apta” — a palavra “assim” indica uma ideia de conclusão, por isso usamos no seu lugar a palavra “portanto” (conjunção coordenativa conclusiva); “porquanto” é uma conjunção que indica causa ou explicação. Assim sendo, teremos uma ideia conclusiva, na primeira, e uma ideia causal/explicativa, na segunda. Essa sequência aparece apenas na opção a).

10. No fragmento:

Nada mais cruel do que a cronicidade de certas formas de tuberculose.

Os termos destacados expressam uma comparação. Esta ideia também está presente em

a) Vendo os doentes na janela, a mulher do riso desdentado deu adeus como na véspera.

b) Os doentes do Sanatorinho portavam­-se como desejava o Simão, intimidando­-se.

c) Como a fulana nada prometera, Simão desesperava­-se com a enfermidade.

d) Simão não sabia como suportar o desejo incoercível que lhe despertara a estranha criatura.

e) “Mas o Simão era um assassino. Como ele próprio dizia, sem ódio, quase com ternura, ‘matei um’.”

Resposta: “a”. “Como na véspera” é o mesmo que dizer: “da mesma maneira que na véspera”, ou seja, há uma comparação entre a ação atual e a anterior. Nas outras opções a palavra “como” expressa ideias diferentes. Vejamos: b) como = conforme (indica conformidade); c) como = uma vez que (indica causa); d) como = modo (introduz um complemento para a oração anterior, indicando um modo); e) como = modo (indica a sua maneira de dizer).

11. Assinale a alternativa em que a mudança de posição do termo destacado não implique a possibilidade de mudança de sentido do enunciado.

a) Belo Horizonte já foi uma linda cidade. / Belo Horizonte já foi uma cidade linda.

b) Filho meu não irá para o exército. / Meu filho não irá para o exército.

c) Meu carro novo é maior. / Meu novo carro é maior.

d) Por algum dinheiro ele seria capaz de vender a casa. / Por dinheiro algum ele seria capaz de vender a casa.

e) Com uma simples dose do medicamento ficou curada. / Com uma dose simples do medicamento ficou curada.

Resposta: “a”. Linda cidade = cidade linda. Vejamos a mudança de sentido nas outras opções: b) filho meu = qualquer um dos meus filhos / meu filho = apenas aquele filho; c) meu carro novo = tenho um carro e ele é recém­-comprado / meu novo carro = tenho mais um carro e ele foi o último que eu comprei; d) por algum dinheiro = não importa quanto, desde que haja um pouco sequer de dinheiro, a casa será vendida / por dinheiro algum = não importa se pouco ou muito dinheiro, a casa não seria vendida; e) com uma simples dose do medicamento = com apenas uma dose do medicamento / com uma dose simples do medicamento = com uma dose pequena do medicamento.

Texto para a questão 12.

O “brasil” com b minúsculo é apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor condição de se reproduzir como sistema; como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do século XIX, que viam na terra — um pedaço perdido de Portugal e da Europa — um conjunto doentio e condenado de raças que, misturando­-se ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente, e também casa, pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única, totalmente sagrada. É igualmente um tempo singular cujos eventos são exclusivamente seus, e também temporalidade que pode ser acelerada na festa do carnaval; que pode ser detida na morte e na memória e que pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade. Tempo e temporalidade de ritmos localizados e, assim, insubstituíveis. Sociedade onde pessoas seguem certos valores e julgam as ações humanas dentro de um padrão somente seu. Não se trata mais de algo inerte, mas de uma entidade viva, cheia de autorreflexão e consciência: algo que se soma e se alarga para o futuro e para o passado, num movimento próprio que se chama História. Aqui, o Brasil é um ser parte conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso espírito. Como um Deus que está em todos os lugares e em nenhum, mas que também precisa dos homens para que possa se saber superior e onipotente. Onde quer que haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no entanto — tal como acontece com as divindades — será preciso produzir e provocar a sua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu poder. Caso contrário, sua presença é tão inefável como a do ar que se respira e dela não se teria consciência a não ser pela comparação, pelo contraste e pela percepção de algumas de suas manifestações mais contundentes.

(DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11­-12)

12. Assinale a opção que não apresenta relações de comparação que estejam linguisticamente marcadas por conectivos comparativos:

a) “Como um Deus que está em todos os lugares e em nenhum, mas que também precisa dos homens para que possa se saber superior e onipotente.”

b) “É igualmente um tempo singular cujos eventos são exclusivamente seus, e também temporalidade que pode ser acelerada na festa do carnaval.”

c) “Aqui, o Brasil é um ser parte conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso espírito.”

d) “Onde quer que haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no entanto — tal como acontece com as divindades — será preciso produzir e provocar a sua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu poder.”

e) “Caso contrário, sua presença é tão inefável como a do ar que se respira e dela não se teria consciência a não ser pela comparação, pelo contraste e pela percepção de algumas de suas manifestações mais contundentes.”

Resposta: “b”. A comparação se dá pelo sentido geral da frase e não por alguma expressão comparativa. Já nas outras opções sempre há um elemento comparativo. Vejamos: a) Como Deus... (como = conectivo comparativo); c) ... como um grande e poderoso espírito. (como = conectivo comparativo); d) ... tal como acontece com as divindades... (tal como = conectivo comparativo); e) ... é tão inefável como a do ar... (como = conectivo comparativo).

Texto para a questão 13.

Esparadrapo

Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Esparadrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incunábulo”*.

(QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de Janeiro, Globo, 1987. p. 83)

*Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1­- Diz­-se do livro impresso até o ano de 1500. / S.m. 2- Começo, origem.

13. A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do texto. Sua função resume­-se em

a) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma coisa.

b) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamente.

c) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assunto.

d) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa.

e) introduzir uma conclusão após os argumentos apresentados.

Resposta: “c”. No entanto — conjunção coordenativa adversativa — liga duas ideias contrárias.

14. Marque a sentença que apresenta falha de significado, por confusão vocabular:

a) O perigo era iminente.

b) O tráfico de veículos de grande porte pelo túnel é proibido.

c) Foi ratificada a data de chegada do nosso convidado.

d) A discrição de José tem­-lhe sido muito útil.

e) Se você agir desta maneira, estará infringindo as normas da casa.

Resposta: “b”. Cuidado com os parônimos — palavras parecidas com significados distintos. Tráfico = comércio (ou comércio ilícito); tráfego = fluxo de veículos.

15. Assinale a opção em que a mudança na ordem dos termos altera substancialmente o conteúdo semântico do enunciado:

a) Algum valor deve ser atribuído a este tipo de trabalho.

A este tipo de trabalho, valor algum deve ser atribuído.

b) São duas estas condições especiais.

Estas condições especiais são duas.

c) Qualidades que são pelos seus próprios pares reconhecidas.

Qualidades que são reconhecidas pelos seus próprios pares.

d) É isto que permite ao cientista adquirir prestígio social.

Isto é que permite ao cientista adquirir prestígio social.

e) Esta qualidade intelectual pode traduzir­-se em produtos.

Pode esta qualidade intelectual traduzir­-se em produtos.

Resposta: “a”. A ordem das palavras pode alterar o sentido da frase: “algum valor” — existe valor, pois o pronome “algum” que antecede o substantivo “valor” tem caráter afirmativo; “valor algum”­ — não existe valor, pois o pronome “algum” que sucede “valor” tem caráter negativo.

16. Assinale a única opção em que aparece uma palavra que não é antônima das demais, considerando­-se o primeiro termo da série.

a) Sossego: agitação, preocupação.

b) Notório: desconhecido, ignoto.

c) Negligente: aplicado, diligente.

d) Livre: preso, medroso.

e) Meritório: indigno, desprezível.

Resposta: “d”. “Medroso” não é o contrário de “livre”.

17. Assinale a opção em que os dois enunciados não têm basicamente o mesmo significado:

a) “o oceano do povo se encapela” / encapela­-se o oceano do povo.

b) “ruge o clarim tremendo da batalha” / ruge o tremendo clarim da batalha.

c) “águia — talvez as asas te espedacem” / talvez as asas da águia te espedacem.

d) “que a mão dos séculos no futuro talha...” / que no futuro a mão dos séculos talha.

e) “levanta a Deus do cativeiro o grito!” / levanta a Deus o grito do cativeiro.

Resposta: “c”. Na primeira frase o sujeito referência de “espedacem” é a própria “águia”; na segunda frase “as asas da águia” praticam a ação de “espedaçar” um outro ser.

18. No enunciado — “Nesse caso, por não se preservar na comunidade dependendo da correlação natural entre soluções e habilidades disponíveis, surgirão deformações...” —, a preposição grifada pode ser substituída, sem alteração fundamental de sentido, por:

a) apesar de.

b) a fim de.

c) a despeito de.

d) em virtude de.

e) depois de.

Resposta: “d”. A preposição “por” nessa frase indica causa, anterioridade, por isso ser sinônimo de “em virtude de”, que também expressa causa, anterioridade.

19. Assinale a opção em que o verbo contar é empregado com o mesmo sentido que apresenta em — “Ainda não se podiam contar.”

a) Comece a contar até dez e depois trate de correr.

b) Mesmo sem contar que somos amigos, eu lhe daria o emprego.

c) Ao morrer, Castro Alves contava menos de vinte e cinco anos.

d) Não tenho condições de contar toda a história detalhadamente.

e) Contava nunca mais tornar a vê­-lo.

Resposta: “a”. O verbo “contar” na frase do enunciado expressa quantidade, o que aparece também na opção “a”. Vejamos as outras: b) contar = dizer; c) contar = ter; d) contar = narrar; e) contar = acreditar.

20. Assinale a opção em que o elemento “auto­-” apresenta significação diferente da que tem em autoestima:

a) autodidata.

b) autobiografia.

c) autopeça.

d) autossugestão.

e) autossuficiente.

Resposta: “c”. Em autoestima, o prefixo “auto­-” significa “a/de si próprio”, assim como em “autodidata”, “autobiografia”, “autossugestão” e “autossuficiente”. Já em “autopeça”, “auto” é a redução de “automóvel”.

21. Assinale a opção em que a preposição por exprime a mesma ideia que possui em “Falo por palavras tortas.”

a) Reze por todos nós.

b) Mandou notícias por telegrama.

c) Lutamos por um mesmo ideal.

d) Um homem prevenido vale por dois.

e) Todos o têm por sábio.

Resposta: “b”. A preposição “por” na frase do enunciado “Falo por palavras tortas.” indica meio; o mesmo acontece em “Mandou notícias por telegrama.” Vejamos as outras: a) por = finalidade; c) por = finalidade; d) por = equivalência; e) por = comparação.

22. Na frase: “O fio da ideia cresceu, engrossou e partiu­-se”, ocorre processo de gradação. Não há gradação em:

a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou.

b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.

c) O balão inflou, começou a subir e apagou.

d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou­-se.

e) João pegou um livro e ouviu um disco e saiu.

Resposta: “e”. A gradação é o aumento ou a diminuição de forma contínua. Na opção e) temos apenas a apresentação de ações que se sucedem.

23. A frase que se completa com a primeira forma colocada entre parênteses é:

a) Até hoje não se abriu nenhum ______ quanto ao assunto. (procedente — precedente)

b) Se enganos houve, que sejam prontamente ______ . (ratificados — retificados)

c) Os bombeiros andavam às voltas com o ______ perigo. (eminente — iminente)

d) As rosas deixaram uma suave ______ no ar. (flagrância — fragrância)

e) A atitude do aluno ______ o regulamento. (infringiu — inflingiu)

Resposta: “e”. Para resolver essa questão devemos consultar a lista dos parônimos. As lacunas das opções “a”, “b”, “c” e “d” se preenchem com a segunda palavra dos parênteses. A lacuna da opção “e” se preenche com a primeira palavra dos parênteses.

24. Assinale a opção em que não se verifica correspondência de sentido entre a expressão destacada e o advérbio.

a) “Talhei de avanço, em minha história” — posteriormente.

b) “Não sei contar direito”. — corretamente.

c) “Mas ele quer saber tudo diverso”. — diferentemente.

d) “Miúdo e miúdo, caso o senhor quiser, dou descrição”. — pormenorizadamente.

e) “Mas principal quero contar é o que eu não sei ser”. — fundamentalmente.

Resposta: “a”. “De avanço” significa “adiante, para a frente”, “posteriormente” quer dizer “depois, mais tarde”.

25. Assinale a opção em que a troca da expressão destacada pela que está entre parênteses altera sensivelmente o sentido do enunciado:

a) Andou de rota batida uma meia hora. (cerca de)

b) Que o velho José Paulino fizera. (tinha feito)

c) Não vou para o bando dele por causa da minha mãe. (devido a)

d) Era como uma camarinha no meio da noite. (que nem)

e) Era um mar de leite por cima das coisas. (sob as)

Resposta: “e”. Sob = embaixo. Sobre = em cima, por cima.

26. Assinale a opção em que o vocábulo mais equivale a “outra vez“ ou “de novo”.

a) No outro dia não voltou mais para trabalhar para aquele homem.

b) Desceu mais, não queria que o vissem assim como estava.

c) E quanto mais andava mais tinha vontade.

d) Quis correr para que não o visse, mas não o fez, chegou­-se mais para perto.

e) Não era um pobre seleiro de beira de estrada, era mais que um oficial, de bagaceira de engenho.

Resposta: “a”. Note que apenas na opção “a” o vocábulo “mais” indica “repetição”. Em todas as outras opções “mais” expressa “acréscimo”.

27. Assinale a opção em que a mudança na ordem dos termos altera sensivelmente o sentido do enunciado:

a) A luz da lua ainda não clareava o escuro da cajazeira. / A luz da lua não clareava ainda o escuro da cajazeira.

b) No outro dia não voltou mais para trabalhar. / No outro dia não mais voltou para trabalhar.

c) Mas estou aqui a mando do Capitão Antonio Silvino. / Mas aqui estou a mando do Capitão Antonio Silvino.

d) Não queria que o vissem assim como estava. / Não queria assim que o vissem como estava.

e) Não deixaria de fazer o que fazia agora por preço nenhum. / Não deixaria de fazer o que fazia agora por nenhum preço.

Resposta: “d”. Não queria que o vissem assim como estava. — nessa frase a palavra “assim” indica modo. Não queria assim que o vissem como estava. — nessa frase a palavra “assim” indica­ conclusão.

28. A frase que tem sentido duplo é:

a) O guarda ouviu o barulho da janela.

b) O barulho da janela, ouviu­-o o guarda.

c) O guarda ouviu o barulho que era da janela.

d) Foi o barulho da janela que o guarda ouviu.

e) O barulho da janela foi ouvido pelo guarda.

Resposta: “a”. O guarda estava à janela e ouviu o barulho, ou o guarda ouviu o barulho produzido pela janela.

29. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser preenchida com a primeira alternativa da série dada nos parênteses:

a) Estou aqui ______ de ajudar os flagelados das enchentes. (afim / a fim)

b) A bandeira está ______ . (arreada / arriada)

c) Serão punidos os que ______ o regulamento. (inflingirem / infringirem)

d) São sempre valiosos os ______ dos mais velhos. (concelhos / conselhos)

e) Moro ______ cem metros da praça principal. (a cerca de / acerca de)

Resposta: “e”. Veja a lista dos parônimos para resolver essa questão.