Notas

a“Middle class” no original. Talvez seja esta palavra a mais frequentemente empregada por E. Hobsbawm, e sua tradução exata é infelizmente impossível: “classe intermediária” (entre a “classe alta”, por um lado, constituída pela monarquia, nobreza e Igreja, e pela “classe baixa” dos camponeses com ou sem terra, dos artífices e domésticos, dos “trabalhadores pobres” (labouring poor), por outro lado, ou “classe burguesa e pequeno-burguesa” ainda diferenciada no período que nos ocupa. O inglês britânico possui duas séries de termos paralelos: bourgeoisie e “upper middle class” (“classe média superior”) para a burguesia propriamente dita, “petty-bourgeoisie” e “lower middle class” (“classe média inferior”) para a pequena burguesia, esta última também chamada de “classe média” em português. Na medida em que o período é da emergência das ‘‘middle classes” (“intermediárias”) contra as superiores, e da sua principiante estratificação interna, a expressão “classe(s) média(s)”, longe de designar única e especificamente a pequena burguesia, vai receber várias acepções, desde a de “conjunto das novas camadas sociais, políticas e profissionais emergentes na época” até a de “categoria social intermediária específica” cujas situação e composição são determinadas pelo contexto ou pelo momento histórico.

bA maioria destas palavras tem livre trânsito internacional, ou foram literalmente traduzidas em várias línguas. Assim, “socialismo” ou “jornalismo” são internacionais, enquanto a combinação “estrada de ferro” é a base do nome desse sistema de transporte em todo o mundo, exceto em seu país de origem (railway).