Conduzi os três filhos do dr. Felix Hoenikker ao quarto de “Papa” Monzano. Fechei a porta e barrei a passagem com as costas. Eu estava furioso e amargo. Sabia o que o gelo-nove podia fazer. Já o vira frequentemente em meus sonhos.
Não havia dúvidas de que Frank dera o gelo-nove a “Papa”. E me pareceu óbvio que, se Frank dera sua parte a alguém, então também Angela e Newt poderiam ter feito o mesmo.
Falei rispidamente, disse que eles deveriam responder por esse crime monstruoso. Disse que não adiantava negar, que eu sabia que eles tinham gelo-nove em seu poder. Tentei alertá-los sobre o perigo que o gelo-nove representava, que ele poderia causar o fim da vida na Terra. Fui tão dramático que eles nem pensaram em me perguntar como eu sabia sobre o gelo-nove.
– Contemplem essa bela visão! – disse eu.
Bem, como diz Bokonon: “Deus nunca escreveu uma única peça de teatro boa em Sua Vida”. Na cena que se passava no quarto de “Papa” não faltavam questões controversas e espetaculares, acessórios e um discurso de abertura perfeito para o momento, o meu.
Mas a primeira resposta dos Hoenikker destruiu toda a grandeza do espetáculo.
O pequeno Newt vomitou.