Isso me leva ao conceito bokononista de wampeter.
Um wampeter é a base de um karass. Não existe karass sem wampeter, Bokonon diz, assim como não existe uma roda sem eixo.
Um wampeter pode ser qualquer coisa: uma árvore, uma pedra, um animal, uma ideia, um livro, uma melodia, o Santo Graal. Seja o que for, os membros do karass giram em torno do seu wampeter no caos majestoso de uma nebulosa espiral. É evidente que as órbitas dos membros do karass que estão em volta do wampeter em comum são órbitas espirituais. São as almas que giram, não os corpos. Como Bokonon nos convida a cantar:
Giramos, giramos, giramos em espiral
Com pés de chumbo e asas de metal
E wampeters vêm e wampeters vão, nos diz Bokonon.
Na verdade, a qualquer momento, um karass tem dois wampeters – um aumentando em importância e outro diminuindo.
Tenho quase certeza de que, enquanto conversava com o dr. Breed em Ilium, o wampeter do meu karass que começava a florescer era aquela forma cristalina de água, aquela pedra preciosa branco-azulada, aquela semente do apocalipse chamada gelo-nove.
Enquanto eu conversava com o dr. Breed em Ilium, Angela, Franklin e Newton Hoenikker possuíam sementes de gelo-nove, sementes oriundas da semente do pai deles – lascas, na verdade, vindas do antigo bloco.
O destino dessas três lascas era uma questão importante do meu karass, tenho certeza disso.