San Lorenzo tinha 129 quilômetros de comprimento e 32 de largura, dizia o suplemento do Sunday Times de Nova York. A população era de 450 mil almas, “todas ferozmente dedicadas aos ideais do Mundo Livre”.
Seu ponto mais alto, o Monte McCabe, ficava a 3.352 metros acima do nível do mar. Sua capital era Bolivar, “…uma cidade incrivelmente moderna, construída em volta de um porto capaz de abrigar toda a Marinha dos Estados Unidos”. Os principais produtos para exportação eram açúcar, café, banana, anil e artesanato.
“E os amantes da pesca reconhecem San Lorenzo como a incontestável capital mundial da barracuda.”
Tentei imaginar como Franklin Hoenikker, que nem havia terminado o ensino médio, conseguira um emprego tão bom como aquele. Achei uma resposta parcial à minha pergunta em um ensaio sobre San Lorenzo assinado pelo próprio “Papa” Monzano.
“Papa” dizia que Frank era o arquiteto do “Plano Diretor de San Lorenzo”, que incluía novas estradas, eletrificação rural, centros de tratamento de esgoto, hotéis, hospitais, clínicas, ferrovias – obras no geral. E, apesar de ser um ensaio curto e não muito bem editado, “Papa” se referiu cinco vezes a Frank como “…o filho de sangue do dr. Felix Hoenikker”.
A frase me cheirava a canibalismo.
Obviamente, “Papa” achava que Frank era um pedaço da carne mágica do velho.