H. Lowe Crosby se juntou a nós para dar mais uma boa olhada em Castle, o sacana.
– O que você pensa que é – sorriu desdenhosamente –, um beatnik ou o quê?
– Eu me considero um bokononista.
– Isso é contra a lei neste país, não é?
– Acontece que tenho a alegria de ser americano. Digo que sou bokononista sempre que tenho vontade e até agora ninguém me incomodou.
– Acho que devo obedecer as leis do país onde me encontro.
– É mesmo? Não diga.
Crosby ficou lívido.
– Dane-se, seu babaca!
– Dane-se, seu panaca – disse Castle, calmamente. – E danem-se o Dia das Mães e o Natal também.
Crosby marchou pelo saguão até o recepcionista e disse:
– Quero denunciar aquele homem, aquele sacana que se diz artista. Vocês têm um belo país aqui, que tenta atrair turistas e novos investimentos na indústria. Se eu levar em conta aquele homem e o jeito como ele falou comigo, jamais ponho de novo os pés em San Lorenzo. E se algum amigo um dia me perguntar o que eu acho de San Lorenzo, direi para ele ficar bem longe daqui. O quadro na parede até que está ficando bonito, mas juro por Deus que o sacana que está fazendo isso é o filho da puta mais malcriado e sem-vergonha que já conheci.
O recepcionista parecia estar passando mal.
– Senhor…
– Estou ouvindo – disse Crosby, furioso.
– Senhor… ele é o dono do hotel.