Primeiro filho
Foram alguns meses de vida conjugal em Sacco até dois eventos mudarem radicalmente os planos da família Cardano: a súbita e inesperada morte, com apenas 44 anos, de Altobello, pai de Lucia, e em seguida um aborto, após quatro meses de atraso de seu sangue. Era um duro teste para o casal, que ainda não encontrara uma maneira de lidar com eventos difíceis como aqueles.
— Recebi duas cartas de Milão, Lucia. — Ela levantou os olhos, parou de costurar e prestou atenção às palavras do marido. — Uma delas é do senador Filippo Archinto. Ele está muito esperançoso com a situação em Milão. Houve festa com a volta de Francesco Sforza.
— E a outra? — perguntou Lucia, sem muito ânimo.
— A outra carta é do signor Croce, um jurisconsulto, aquele que me defendeu frente ao Colegiado de Médicos em Milão. Ele também conta boas notícias.
— Está pensando que devemos ir para lá? — perguntou Lucia, adivinhando as palavras dele.
— Talvez sim. — Cardano titubeou. — Seu pai morreu, não vejo grande futuro em meu trabalho como médico nesta cidade. Acho que já tentei o suficiente. Se não conseguir autorização para atender pacientes em Milão, poderíamos ir para Gallarate, a cidade do meu pai, bem próxima.
— Conhece alguém lá? — perguntou Lucia.
— Dom Giacomo, meu primo de sangue. Foi ele que casou meus pais. Há pouco tempo ficou muito doente, mas parece que se recuperou.
— Sou sua mulher, caro marido. Se decidiu assim, então iremos. Além disso, devo conhecer sua mãe. Já é o momento.
— Essa é minha maior preocupação. Ela não é fácil. — Cardano contraiu os lábios.
— Pelo que tem me contado, parece mais difícil o que ela tem passado e não o humor dela. Perderei uma mãe. Acredito que ganharei outra.
— Rezo por isso — disse Cardano, já pensando quais seriam as medidas práticas a serem tomadas para se desvencilhar da casa e arrumar os pertences que poderiam ser transportados por tão longo caminho.
A viagem a Milão transcorreu sem percalços. A estrada estava livre. Um posto de controle veneziano, próximo da divisa atual com a Lombardia, nem estava ocupado quando passaram em direção ao rio Adda. Chiara esperava desconfiada para saber quem era a mulher de seu filho. Segundo o relato enviado pelo mensageiro, era uma mulher correta. Sua dúvida era se o comportamento da nova inquilina seria de uma trabalhadora ou de uma filha de família rica.
A primeira impressão, logo após os cumprimentos e a acomodação da bagagem, foi boa, tranquilizando sobremaneira Girolamo Cardano. Afinal, todos morariam sob o mesmo teto.
Mas Milão ainda não parecia ser uma cidade afortunada para Cardano. A nova demanda ao Colégio dos Médicos teve a mesma resposta negativa que a anterior. Na verdade, como não havia um fato novo e a questão tinha sido recentemente julgada, nem foi levada à votação. Pior. Quando lá estava, Lucia tivera mais um aborto.
No entanto, para Cardano, não eram só más as notícias. O senador Filippo Archinto convidou-o para escrever artigos de Astrologia para as efemérides de Milão e contou como a vida se passava com menos gastos na região onde tinha videiras, as vizinhas Gallarate e Cardano, em que moravam por volta de quatro mil pessoas.
A ideia de ficar bem perto de Milão novamente agradou Cardano, e a coincidência da sugestão de uma cidade de seu próprio primo começou a pesar na balança da sua decisão.
Os primeiros meses de vida em Milão ainda não tinham resultado em ganhos significativos. Até seus trajes já estavam gastos e remendados, uma inadequação à posição que almejava na sociedade milanesa. Para completar, as duas mulheres de sua casa estavam bastante apreensivas. Lucia esperou um momento em que Chiara tinha ido à igreja para questionar Cardano sobre seus planos.
— Sabe que a ideia de sair de Milão não agrada sua mãe, não é mesmo? Ela continua repetindo que nas vezes em que teve que fazer isso, a fortuna a abandonou.
— Não se preocupe. Eu explico tudo a ela. Ninguém tem uma formação como a minha naquela região. Não terei concorrentes.
— Talvez esteja interessado em saber como eu me sinto — falou Lucia, com lágrimas nos olhos.
— O que há para saber? — questionou Cardano. — Não estou contente com a minha situação. Não consigo trazer para casa o que uma esposa merece...
— Não falo de dinheiro. Sua esposa não merece um carinho, um olhar? — respondeu Lucia, chateada. — Não espero que você chore com a morte de nosso segundo filho, mas tenho a impressão de que não sentiu nada...
Cardano ficou profundamente incomodado com a conversa. Sabia que os abortos tinham sido muito desgastantes para a esposa, mas seus produtos não eram, para ele, verdadeiramente filhos. Eram projetos de filhos. Não tinha nutrido nenhuma emoção com a perda deles, tirando o fato de admitir o peso que teria para uma mulher.
— Eu sou um homem. O que quer que eu seja? — perguntou ele, sendo quase interrompido por um acesso de tosse.
— Quero que seja mais próximo — respondeu Lucia. — Não sei se estou preparada para engravidar novamente.
— Por que ficaria grávida agora? Desde a última vez que perdeu a gravidez, nós nos deitamos apenas uma vez...
— Mas não sangro há algumas semanas. Meus enjoos voltaram. Estou apavorada, Cardano, consegue entender? — Então ela começou a chorar com um sentimento de profunda tristeza e desolação.
Cardano não sabia exatamente o que fazer, como consolá-la, onde colocar as mãos. Sua inabilidade em lidar com momentos como esse ficava estampada em sua face tensa, com lábios contraídos. Tentou trazer o assunto para suas novas tarefas.
— Veja, estou escrevendo um livro. Na verdade são dois: De occulta philosophia Agrippæ e De astrorum Judiciis. O primeiro fala da filosofia oculta de Agripa e no segundo descrevo as particularidades das estrelas.
— Sério? — Lucia se recompôs, enxugando as lágrimas e esforçando-se para parecer interessada. — Vai dedicar a alguém?
— A quem me der um bom emprego. Talvez o senador, quem sabe...
— Não espere muito de pessoas que lidam com a política. Os interesses mudam — alertou Lucia, guardando para si um pouco mais da tristeza que poderia ter sido exposta.
— Lembrarei disso — admitiu Cardano. Ele andou um pouco e serviu-se do chá que estava em cima do forno. O movimento de levantar-se evidenciou que ele já estava bastante ofegante.
— Está sentindo falta de ar? — perguntou Lucia, agora com um tom de preocupação.
— Um pouco — respondeu ele, não querendo admitir que o esforço da respiração já estava próximo do insuportável: — Preciso de ar!
Nesse momento chegou Chiara e logo se assustou com a condição do filho.
— O que está acontecendo? — gritou sua mãe, notando que o peito apresentava grunhidos semelhantes aos de um gato. — Vamos levá-lo para a janela, para o ar fresco. Nunca vi uma crise de bronquite assim!
Cardano estava pálido como cera, sem controle de seus movimentos, sem noção do que fazer. Chiara ordenou que Lucia pegasse imediatamente alguns galhos de hortelã, amassasse na água e trouxesse na beirada da janela.
— Despeje a água bem próximo à boca dele, para que o aroma se erga no ar — orientou Chiara. — Respire fundo, filho, devagar...
Ele recobrou um pouco os sentidos, os lábios deixaram de ficar roxos, mas estava sem forças para se mover. Foi levado até a cama por Lucia e Chiara. Ali permaneceu por 18 horas, alternando períodos críticos, de intensa falta de ar, com outros de chiado menos audível no tórax.
Para Cardano, que demorou duas semanas para se recuperar completamente, a crise de falta de ar tinha sido um sinal claro de que deveriam sair de Milão.
Dom Giacomo poderia alojá-los por apenas alguns dias, mas seria o suficiente para fechar o contrato de uma casa que já tinha sondado para o primo Cardano, sua esposa e seu servo. Chiara insistiu em permanecer em Milão. Analisou que poderia perder a casa se não continuasse presente. Tinha ouvido muitas histórias de invasões e depredações nos últimos anos. A verdade é que não queria ser responsabilizada por outras tragédias.
— Deixem-me aqui — finalizou com seu último argumento. — Aqui está minha terra, em minhas arcas, sob o solo. Aqui vou morrer...
A gravidez de Lucia avançou sem problemas e ultrapassou os seis meses. A sombra de um novo aborto parecia ter sido deixada para trás. Os ares de Gallarate se mostravam promissores para a saúde de todos, exceto pelo fato de o médico Cardano continuar praticamente sem pacientes. Ficava claro que o povo da região preferia a atenção dos barbeiros-cirurgiões e a confidência dos boticários.
Dessa forma, o marido de Lucia estava ocupando seu tempo com o jogo de xadrez. Algumas casas fora da cidade reuniam amantes de uma atividade considerada apenas como divertimento não fossem as frequentes apostas a dinheiro.
Estava em uma dessas casas, próxima ao moinho de grãos, quando recebeu o chamado de seu servo:
— Patrão, é hora! Signora está passando mal! — Os amigos de cartas e de xadrez tinham a informação de que a esposa de Cardano estava grávida, então ficaram alarmados com a notícia.
O médico, no entanto, sabia que no paese de seu servo a expressão passar mal significava o mesmo que dar à luz.
— Calma, amigos, por enquanto tudo está bem. — Cardano saiu, despedindo-se com um aceno e imprimindo passo rápido.
A parteira não teve trabalho. Um pouco mais de uma hora decorreu entre a descida das águas e a saída, quase sem ajuda, de um menino são e sem deformidades. Quando Cardano chegou, seu filho já tomava o primeiro banho, ativo, resmungando.
— Acho que está com fome — disse a parteira. — Alguns vêm ao mundo afobados. Parece o caso deste aqui.
Lucia descansava, contente por tudo ter corrido bem. A ama de leite já sabia que o parto seria por aqueles dias, mas fazia três anos que tinha tido o último filho. Seu leite era escasso. Tiveram que adicionar mel ao leite de uma égua para conseguir acalmá-lo. Por fim, Cardano pôde entrar em seu quarto e vislumbrar pela primeira vez seu filho. Um homem, pensou com orgulho. Era o dia 14 de maio de 1534. Passou então a mão no rosto de Lucia, que sorriu.
Os sonhos que teve naqueles dias após o nascimento, no entanto, deixaram-no apreensivo. Acordou várias vezes no meio da noite com a sensação de que o pequeno, que se chamaria GianBattista, poderia estar em perigo. Felizmente, o bebê dormia tranquilo ao lado de sua ama e acordava somente quando estava com fome.
No dia 17 de maio, um domingo de muita luz, Sol clarissimus, o menino de cabelo escuro, braços finos e alguns dedos do pé grudados por uma fina membrana, recebeu oficialmente, ao lado da pia batismal, il Sacro fonte, o nome de Giovanni Battista Cardano. A avó Chiara, que chegara na noite anterior, emocionara-se ao pegar no colo o recém-nascido. Que venham outros, pensou.
Por volta das onze horas, hora diei inter quintam & sextam, o sol entrava pela janela do quarto. Estavam todos lá, presentes, ao lado do leito de Lucia, comentando em voz baixa o batizado da manhã. A cortina de linho estava puxada para o canto, permitindo que a claridade penetrasse integralmente no aposento. Subitamente, entrou pela janela uma grande vespa e começou a circundar o berço de GianBattista. Crabro magnus circumvolat infantem! Todos ficaram petrificados.
O ronco forte do enorme inseto dominou o ambiente. Por várias vezes a vespa subiu e desceu, ficando fora do alcance. Depois voava até próximo do rosto do bebê. Fez voltas no ar como se quisesse dar algum recado, parou diante de Cardano, mirando em seus olhos, esperando que ele compreendesse o que estava querendo mostrar e, por fim, chocou-se na cortina, entremeou-se ruidosamente e desapareceu aos olhos de todos. Nenhum sinal do inseto foi achado.
Um verdadeiro mau presságio para a nossa criança, pensou Cardano. Por mais que ele tentasse interpretar o ocorrido, seu exato significado fugia à compreensão. Escreveu em seu diário: Diríamos que um tambor estava sendo batido dentro do quarto. Diceres tympanum verberatum in cubiculo. O incidente encheu-nos da premonição de que alguma coisa horrenda pudesse acontecer.
A visita de Chiara foi curta. Ela trouxe para o recém-nascido uma roupa de baixo toda trabalhada em delicada costura e duas moedas de ouro para o pai. Antes de sua partida, conversaram em frente da casa.
— Não tenho mais quase nada, Girolamo. Deixo essas duas moedas para pagar suas dívidas. Pense qual foi a razão de estudar tanto. Até um artesão do ferro ganha mais. Agora existe uma família, com filho e muita responsabilidade.
— Reconheço sua ajuda — disse Cardano. — Minha vida irá tomar novos rumos.
— Não diga a si mesmo que vai parar de jogar. Não prometa o que não irá cumprir. Quero que cuide dos seus. A casa em Milão está aberta, esperando que retornem para lá.
Constrangido, Cardano disse que conseguiria acertar o que devia da casa e que na semana seguinte iriam todos provisoriamente para um albergue da igreja, o xenodochium de Gallarate. Lucia ainda não sabia. Ele não tinha como arcar com os custos de uma esposa, uma ama, uma serva e, agora, um filho.
Chiara fechou os olhos, como uma forma de absorver o golpe da notícia que acabara de ouvir. Não imaginava que o filho estivesse chegando ao fundo do poço, mudando-se para um lugar que abrigava viajantes, por certo, mas também pobres e indigentes.
— No mês que vem talvez eu vá para Milão — continuou Cardano. — Acredito que dará certo uma proposta de aula no Piattine. O senador está vendo isto para mim.
— Tomara que não seja mais uma balsa furada — falou Chiara, com sua peculiar acidez. Depois deu de ombros, como se já tivesse feito tudo o que estava ao seu alcance, e mudou radicalmente de assunto: — Lucia curou sua doença?
— Do que está falando? — perguntou Cardano, um pouco assustado com a pergunta.
— Quando era criança, Lucilla, aquela garota que só você via, disse que seu casamento seria com uma moça em tudo parecida com ela, uma moça que curaria a sua doença. Pelo menos foi isso que você mesmo me contou... Estou errada?
— Eu disse isso? Curar minha doença? — Cardano, desnorteado, não conseguiu responder à pergunta de Chiara.
— Acho melhor conversar com sua esposa sobre isso — falou Chiara, acenando para um Cardano perplexo enquanto a carroça fazia a curva lentamente e tomava o caminho da capital do ducado.
Cardano não se sentia à vontade para falar com Lucia sobre o que tinha comentado com a mãe. Segundo refletiu, com certeza seria mal interpretado. Portanto, o melhor a fazer era enterrar de vez o assunto.
Na semana seguinte, Lucia aceitou com resignação a notícia de que todos teriam que se mudar para o xenodochium.
— Marido, é hora de parar de desperdiçar dinheiro no jogo de apostas, compreende? — advertiu Lucia de maneira suave. — Agora temos um filho para cuidar.
— Feche sua boca! Não há necessidade de falar sobre isso, Lucia! Pensa que estou contente? Eu, um médico, rebaixado a esta situação? — Cardano bufou, com a cara fechada. — Já tive um primeiro livro sobre o destino que foi vendido a uma editora. Recebi pouco, eu sei.
Como convinha a um marido, Cardano não falava sobre valores com a esposa.
— O início é assim, devemos ter paciência — continuou, um pouco mais calmo. — Tenho uma proposta do prefeito do Ospedale Maggiore para dar aulas de Geometria e Matemática no Piattine. Serão cinquenta escudos por ano. Irei a Milão acertar os detalhes e depois volto para buscá-los. A humilhação vai acabar, eu garanto.
— Piattine é a mesma escola de seu pai?
— Essa mesma...
— Imagino que deva estar orgulhoso — comentou Lucia de forma carinhosa.
— Tem razão. Tenho bastante orgulho. Eu mesmo assisti a algumas aulas lá — respondeu Cardano, com feições mais amistosas. — Não será um grande estipêndio, mas é um começo. É uma pena que o duque Francesco Sforza tenha morrido. E eu, que o conhecia, nem estava lá. Era uma grande vantagem que não aproveitei. Que idiotice a minha! — Deu um golpe com força na mesa. GianBattista estremeceu, depois ajeitou-se e virou-se para o lado. — Nosso lugar não é aqui, Lucia.
Olharam mais um pouco para o fogo que queimava embaixo da pesada chapa de ferro. GianBattista continuava a dormir, tranquilo. Cardano tomou coragem de contar o sonho que tivera na noite anterior:
— Tive um sonho — começou o relato, percebendo que Lucia demonstrava interesse em escutar. — Eu corria para a base de uma montanha, que estava ao meu lado esquerdo, junto com uma multidão de pessoas, de todos os tipos: uomini, donne, vecchi, giovani, poverelli, ricchi. Mulheres, jovens, velhos corriam atabalhoadamente. Perguntei a um deles, ao meu lado, qual era o destino, e ele me respondeu: “Alla morte.”
“Fiquei terrificado e fugi para outra montanha à direita, agarrando-me às videiras — continuou Cardano, angustiado. — Cheguei ao cume, ofegante, ultrapassando meus limites, desvencilhando-me de rochas escorregadias, prestes a cair em um fenda sombria, un abisso tenebroso! Entrei então em uma choupana, onde um garoto, un fanciullo, de 12 anos, todo vestido com uma roupa cinza, segurou minha mão.”
— E depois? — perguntou Lucia.
— Nesse exato momento meu sonho esvaneceu — respondeu Cardano. — Acordei e comecei a refletir o que significaria.
— Como assim? — questionou Lucia. — Sonhos têm significado?
— Sonhos não são o que parecem — explicou Cardano. — Às vezes preveem eventos; em outras situações nos contam, de forma curiosa, o que está em nossos pensamentos ocultos. Nesse caso eu analisei como uma profecia, apontando para a imortalidade do meu nome. A glória eterna no futuro está nas videiras, que sempre rendem frutos. Sim, la vigna e la vendemmia. Mas também interpreto a vinda da prisão, sofrimento e muito trabalho duro. A pequena e aconchegante casa e o menino mostram que existirão momentos de tranquilidade. A visão do abismo, no entanto, me apavora.
— Algumas coisas terão que ser — falou Lucia. — Vamos dormir. — Beijou-o carinhosamente e apagou a vela que ardia ao seu lado.
A chama que movia Cardano para conseguir seu nome imortalizado, de ser adulado por seu conhecimento, continuava presente, apesar de todos os fracassos que enfrentara até então.
Uma coisa eu sei, desde sempre, escreveu. Hoc unum sat scio, o desejo do meu nome tornar-se imortal está comigo. Inextinguibili nominis cupiditate...
Sei também que sou tímido, de cabeça quente e coração frio, dado a reflexões e considerações sobre grandes e pequenas coisas. Não ataco ninguém, apenas me defendo. Sempre treinei fazer com que minha face não revelasse meus pensamentos. Esse é o segredo. Esse é meu trunfo.