A VONTADE DE PODER DE WALTER WHITEMegan Wright |
Desde a primeira cena do primeiro episódio de Breaking Bad, fiquei viciada na série. Acho que o que gostei foi que esse cara, Walter White, estava pronto para enfrentar a polícia de cuecas. É preciso um pouco de coragem para isso – ou de burrice.
Mas então a cena corta para três semanas antes, e o mesmo homem não tem nada da confiança e do preparado para a morte do início do episódio. Por que Walt mudou?
Um motivo pelo qual Walt é capaz de mudar é o fato de ele usar sua vontade de poder, que o filósofo Friedrich Nietzsche define como “impor a vontade própria sobre outro ser vivo”. Inicialmente, Walt não usa sua vontade de poder efetivamente. Há uma cena do episódio piloto em que Walt está palestrando sobre ciência, falando como ela é empolgante, enquanto um dos alunos (Chad) perturba a aula, flertando com uma bela garota sentada nos fundos da sala. No começo, Walt é a única pessoa que repara que os dois não estão prestando atenção e tenta ignorá-los. Quando a conversa fica tão alta que todos na sala viram-se para ver o que está acontecendo, Walt finalmente intervém dizendo: “Chad, tem algum problema com a sua carteira?”. Sentindo que retomara o controle da sala de aula, Walt continua a aula. Contudo, ao encaminhar-se de volta ao seu lugar, Chad não vai em silêncio; ele arrasta a cadeira para perto da mesa, que faz um ruído ainda mais incômodo do que a conversa. Na verdade, Walt nem tenta falar por cima dele.
Chad volta ao seu lugar, senta-se e olha presunçosamente para o professor. “Já acabou?”, pergunta Walt. Embora saibamos que ele está irritado, ele fala baixo, como se submetesse ao rapaz. Isso fica claro quando Chad acena com a cabeça, dando ao professor permissão para continuar a falar. Todos os alunos da sala (e todos nós que estamos assistindo, em casa) sentem que Walt permitiu ser dominado por Chad, cuja vontade de poder se sobrepôs à dele, como teria dito Nietzsche.
Infelizmente, há diversos outros momentos na série em que Walt não usa sua vontade de poder. Um deles ocorre no episódio piloto, quando Walt mostra a incapacidade de usar efetivamente sua vontade de poder, em seu serviço de meio período, como caixa de um lava-rápido. Antes mesmo de vê-lo no trabalho, Walt e sua esposa, Skyler, discutem por causa desse emprego. Skyler diz: “Não quero que ele [o chefe de Walt] fique te alugando hoje à noite. Você recebe pra trabalhar até as cinco. Vai trabalhar até as cinco. E nada mais”. Isso nos informa que Bogdan, o chefe, tira vantagem constantemente da fraca vontade de poder do protagonista, intimidando-o ou convencendo-o, pela culpa, a trabalhar até mais tarde sem receber hora extra.
Mais tarde, quando Walt está no lava-rápido, Bogdan está nos fundos, ao telefone. Não podemos ouvir o que ele diz, mas fica claro que está gritando com alguém. Finalmente, ele desliga o telefone, vai até o caixa e aborda Walt: “Ele não vem, pediu demissão. Vou cuidar do caixa.” Fica óbvio que Bogdan é sempre brusco com seus funcionários. Mesmo tendo sido abordado de modo muito rude, Walt, que deve estar recordando o que Skyler dissera no café da manhã, tenta enfrentar a forte vontade de poder do chefe, dizendo: “Bogdan, não. Já conversamos sobre isso”. A resposta sai bastante fraca – principalmente se comparada ao jeito direto e imponente de Bogdan dizer o que quer. Entretanto, Bogdan muda de estratégia e faz o papel de chefe desesperado, sem recursos, quando diz a Walt: “Estou sem mão de obra, Walt. O que posso fazer? Walt?”. Bogdan dá dois tapinhas no telefone, como se tentasse dizer ao funcionário “Ande logo e lave os carros!” sem usar palavras. A estratégia funciona, e quando Walt vira-se e sai do enquadramento da câmera, Bogdan diz: “O que posso fazer?”.
Pobre Walt. Até quando está em casa, ele não consegue usar sua vontade de poder. No começo do episódio piloto, quando a família está na mesa do café da manhã, Skyler traz ao marido um prato com ovos mexidos e um bacon esquisito. Quando Walt vê o bacon, diz: “Olha pra isso”. Skyler responde: “É bacon vegetariano. Pode acreditar. Zero colesterol. E você nem vai sentir a diferença”. Ele resmunga e cheira, cautelosamente, o alimento. Alguns momentos depois, quando Skyler se distrai com a chegada do filho à mesa, vemos Walt dar uma mordida no bacon, fazer uma careta e devolvê-lo gentilmente ao prato. Embora fique claro que Walt não gostou do bacon, ele continua comendo. Quando Walt Jr. vê o alimento, pergunta: “Que porcaria é essa?”. Walt responde: “É bacon vegano. Acho que vamos começar a cuidar do colesterol”. Walt Jr. diz: “Eca! Tem cheiro de band-aid”. Skyler diz: “Que pena. Coma”. Walt Jr. vira-se para o pai, os dois trocam gracejos e a cena termina com Walt falando: “Coma seu bacon vegano”. Apesar de vermos que Walt e Walt Jr., obviamente, não gostam do bacon vegano, o pai encoraja o filho a comer, para agradar a esposa.
A vez seguinte em que vemos Walt em casa é depois de um dia de trabalho no lava-rápido, com Bogdan. Walt não sabe, mas a esposa decidira dar-lhe uma festa de aniversário surpresa. Infelizmente, ele não se diverte nem na própria festa. Ao longo de toda a celebração, ele está desconfortável, e seu cunhado, Hank (agente do Departamento Antidrogas), parece ser a fonte de sua ansiedade. Tudo começa quando Hank deixa Walt Jr. segurar sua arma, uma Glock .22. Walt fica visivelmente insatisfeito com a situação, mas o filho está animadíssimo: “Que barato! Pai, vem cá ver”, ele diz. Walt diz: “É, tô vendo”, mas não faz menção de tocar a arma. “Anda. Pega!”, diz Walt Jr. Finalmente, Walt aceita e maneja a arma com estranheza, enquanto comenta seu peso. Hank provoca o cunhado: “É por isso que só contratam homens”. Todos riem. Hank vê que ele continua nervoso com a arma na mão e diz: “Nossa, ela não morde, não. Ele tá parecendo o Keith Richards com um copo de leite na mão”. Novamente a piada faz todos rirem, menos Walt.
Hank continua tirando sarro do cunhado: “Walt, você tem um cérebro do tamanho do Wisconsin. Mas a gente não vai usar isso contra você”. A fala gera mais risos. Hank prossegue, dessa vez mais sério: “Mas seu coração tá no lugar certo, velho. A gente te ama. A gente te ama”. O homem parece ter resolvido dar uma trégua a Walt, até que o vemos tomar a bebida de sua mão para brindar: “Ao Walt!”. Enquanto todos brindam e bebem, Walt apenas acena com a arma. Até esse ponto, Hank não tem reservas quanto a usar sua vontade de poder para se tornar o centro das atenções; ao mesmo tempo, faz Walt parecer menos homem em pleno aniversário.
Nesse ponto, parece que Hank não pode colocar sua vontade mais adiante, mas diz, subitamente: “Ei! Coloquem no Canal Três!”. Na cena seguinte, vemos todos da festa reunidos em torno da televisão, assistindo a entrevista de Hank no noticiário local sobre o estouro de um dos maiores laboratórios de metanfetamina da região. A única pessoa não grudada à TV é Walt, que fica no fundo da sala, bebendo, com os olhos no carpete. Hank usa sua vontade de poder para se tornar o centro das atenções, e Walt protesta apenas não se unindo ao grupo.
Depois, Walt acaba se submetendo à vontade de Hank e reune-se ao grupo perante a TV. Walt pergunta ao cunhado: “Hank, quanto dinheiro havia lá?”. Ele responde: “Ah, uns setecentos mil. Uma bela bolada”. Walt fica impressionado e diz: “Uau. Isso não é comum, né? Essa quantia de dinheiro?”. Hank responde: “Hum, não é a maior soma que já apreendemos. É dinheiro fácil – até prendermos o cara. Walt, é só dizer e eu te levo pra ver a gente derrubar um laboratório de metanfetamina. Ter um pouco de animação nessa vida!”.
Até aqui, vimos que Walt não exerce sua vontade de poder. Ele deixa todos lhe dizerem o que fazer: Bogdan, Skyler, Hank e seus alunos. A questão é: como Walt se transforma do professor de química de fala mansa no homem sem calças do início da série, prestes a se confrontar com a polícia? Bom, se analisarmos outra ideia de Nietzsche, talvez possamos explicar. Entre seus escritos, o filósofo fala sobre algo que chama de Übermensch, ou além-homem, ou super-homem. Vamos usar super-homem.
Ele não se refere a um alienígena enviado à Terra que anda por aí de roupa grudada, tentando salvar pessoas. A única diferença entre os humanos normais, como eu e você, e o super-homem de Nietzsche está na mente. O filósofo acreditava que o super-homem estava um passo a frente da humanidade por criar sua própria moralidade. Nietzsche, embora reclame muito da moralidade moderna, não quer se livrar dela; ele simplesmente quer redefini-la. E é isso que ele acredita que o super-homem faz: define a própria moralidade separada daquela dos demais homens e, assim, se torna superior a eles – daí o nome, super-homem, por ele estar acima dos outros.
O que tudo isso tem a ver com Walter White? Bom, vamos analisar a cena seguinte do episódio piloto. Certo tempo depois da festa de aniversário, vemos Walt trabalhando no lava-rápido. Parece que Bogdan levara o protagonista novamente à caixa registradora. Enquanto carrega um barril de produto químico num carrinho, Walt tem um acesso de tosse e desmaia. Pouco após essa cena, Walt recebe a notícia de que tem um câncer de pulmão inoperável e, na melhor das hipóteses, poucos anos de vida. Saber de sua morte iminente começa a transformá-lo de certo modo.
Vemos o primeiro passo dessa transformação quando Walt ainda está no lava-rápido. É essa também a primeira vez que o vemos exercer com sucesso sua vontade de poder. A cena começa com ele muito distraído. Então, Bogdan o chama: “Walt! Estou sem ajuda aqui! Preciso que vá lá fora passar pano nos carros. Vai!” Walt, parecendo distante, responde: “O quê?”. Impaciente, Bogdan diz: “Eu disse que preciso que você vá lá fora passar pano nos carros! Você tá aqui pra trabalhar ou ficar olhando pro céu? Anda, vamos. Vamos, cara”.
Ao contrário da vez anterior em que Bogdan o tirara do caixa, Walt não aceita humildemente a ordem do chefe. Em vez disso, ele diz: “Vai se ferrar, Bogdan”, dá as costas e vai embora. Bogdan fica estarrecido com a reação do empregado: “O quê?”, pergunta ele. Walt dá meia volta: “Eu disse vai se ferrar! Você e suas sobrancelhas!”, exclama ele. Então Walt golpeia violentamente os acessórios pendurados na parede oposta à caixa registradora, que saem voando pelo ar e caem no chão. “Passa pano aqui”, Walt grita, fazendo um gesto obsceno.
Quando vemos Walt novamente, pela manhã, ele está muito calmo. Sentado ao lado da piscina, acende um fósforo. Ele observa a chama por um momento, antes de jogar o palito na água. Vemos que há muitos outros palitos na água, o que significa que ele já está fazendo isso há algum tempo, talvez há horas. Os fósforos são um símbolo da vida de Walt. Eles queimam, brilhantes, mas são extintos antes de terminarem de queimar, assim como sua vida. Ele deveria ter pelo menos mais vinte ou trinta anos de vida, mas o câncer vai encerrar sua existência mais cedo do que o esperado – como a água faz com o palito de fósforo. É nessa cena que Walt toma uma decisão crítica e exercita sua vontade de poder novamente: aceita a oferta de Hank de acompanhá-lo em uma operação, para aprender mais sobre o negócio de metanfetamina.
Agora, vamos parar e pensar sobre como isso se relaciona com o super-homem. Lembre-se, Nietzsche acredita que o super-homem cria sua própria moralidade. É justamente isso que Walt faz, afinal, metanfetamina é ilegal e a sociedade considera imoral produzi-la, vendê-la ou usá-la. Contudo, Walt sabe que vai morrer logo, e sua família ficará com uma pilha de contas para pagar. Ele sabe que se trata de um negócio lucrativo, embora ilegal.
Walt pesa as escolhas: fabricar metanfetamina e assim juntar dinheiro o bastante para que sua família esteja amparada depois que ele se for, ou obedecer a lei e morrer deixando dívidas. Walt cria uma moralidade própria ao decidir que produzir metanfetamina, embora seja ilegal, é a coisa certa a fazer. A família é mais importante do que obedecer a uma regra estabelecida pela sociedade. Essa percepção é o início da transformação do Walt “de boas maneiras” no super-homem nietzschiano.
Essa epifania que descrevi é melhor resumida numa conversa que ele tem com Jesse Pinkman, ainda no episódio piloto. Esse diálogo ocorre depois que Walt dá a Jesse dinheiro para comprar um trailer no qual possam produzir metanfetamina. Jesse diz: “Me diga por que está fazendo isso. Falando sério”. Walt responde com uma pergunta: “Por que você faz?”. Jesse diz: “Dinheiro, principalmente”. Walt diz: “É isso aí”. O outro não fica convencido e diz: “Não. Fala sério, meu. Um cara sério como você resolve ter um troço do nada nos seus, o que, sessenta anos, e resolve ir pro mau caminho?”. Walt diz: “Cinquenta”. Jesse: “É estranho, só isso. Tá, não faz sentido. Se você ficou maluco, ou algo assim. Se ficou maluco e deprimido – só tô supondo –, isso é uma coisa que eu preciso saber, tá? Que me afeta!”.
Walt resume sua revelação, dizendo: “Estou acordado”. Isso só deixa Jesse ainda mais confuso, mas para Walt, e para o público, essas palavras nos mostram que ele aceita que certas moralidades sociais como “drogas, tô fora” podem ser postas de lado. Walt entende isso e cria para si uma nova moralidade: “drogas não são ruins, porque estou vendendo-as para que minha família tenha segurança financeira depois que eu morrer”. Isso cria uma corrente de eventos que se desdobram no restante da série Breaking Bad.
Depois que Walt aceita o convite de Hank, temos diversos exemplos dele exercendo com sucesso sua vontade de poder: quando ele não diz a Hank que o parceiro de Emílio fugiu, quando diz a Jesse como produzirão a droga e quando espanca o cara que tira sarro de seu filho na loja de roupas.
Outro exemplo disso ocorre na cena em que Walt confronta Jesse após a blitz no laboratório, da qual escapou. Walt procura o endereço do rapaz no computador da escola e vai até a casa dele para confrontá-lo. No início, Jesse acredita que Walt foi tentar convencê-lo a se entregar para a polícia. Ele diz: “Olha, não sei o que você veio fazer aqui, sr. White, mas se está pensando em me dar lição de moral, me mandar encontrar Jesus ou me entregar...”. Walt o interrompe: “Não é nada disso”. Jesse continua: “Faz tempo que saí da escola, tá? E você não é o cara do ‘Welcome Back Kotter’, então sai daqui. Nada de sermão”.
Walt diz: “Sermãozinho. Você perdeu seu parceiro hoje. Qual é o nome dele? Emilio? Emilio vai pra prisão. O Departamento Antidrogas pegou todo o seu dinheiro, seu laboratório. Você não tem mais nada. Nadinha. Mas conhece o negócio e eu conheço a química. Estou pensando, talvez você e eu possamos ser parceiros”. Jesse ri, balança a cabeça e diz: “Você, ah, você quer fazer metanfetamina comigo. Você – você e eu”. Walt diz: “Isso mesmo”. Jesse ri. “Wow!”
Walt, percebendo que não está sendo levado a sério, diz: “Ou isso, ou te entrego”. Nas cenas seguintes, vemos Walt roubando equipamentos do laboratório de química da escola em que trabalha. Depois, ele chega à casa de Jesse com o material roubado e os dois começam a planejar os passos seguintes. Walt usou com sucesso sua vontade de poder para forçar Jesse a ser seu parceiro – ainda que ele não tenha ficado tão feliz com a chantagem.
Walt e Jesse começam a produzir juntos e descobrem que o professor tem talento para a coisa. Jesse chega a chamar o produto de “arte”. As coisas parecem estar indo bem até o fim do episódio, quando vemos Walt exercer sua vontade de poder pela última vez. A cena começa com Jesse sendo forçado por dois traficantes, Emilio (que acredita que Jesse o roubara) e Krazy-8 (primo de Emilio, um traficante durão), a os levarem até o lugar em que ele e Walt planejaram produzir a metanfetamina do dia. Emilio reconhece Walt do dia em que foi preso e diz ao primo que ele trabalha para o Departamento Antidrogas. Acreditando que Jesse os denunciara, os traficantes estão prestes a matar os dois parceiros quando Walt se oferece para mostrar-lhes como ele produz. Krazy-8 aceita, por estar muito impressionado com a qualidade do produto de Walt.
Enquanto está cozinhando, vemos Walt hesitar por um segundo, como se ponderasse. Krazy-8 manda-o se apressar e Emilio passa a ponta da arma na bochecha de Walt. O químico mergulha uma vasilha de fósforo vermelho na mistura que está preparando. A combinação dos produtos causa uma explosão. Enquanto Emilio e Krazy-8 estão desacordados, Walt foge do trailer e tranca a porta. A dupla tenta escapar, mas o protagonista segura a porta, até quando eles atiram nela. Walt leva Jesse, que está desmaiado, para longe dali. É aqui que a série retoma o que foi mostrado no começo, e descobrimos que as sirenes que ouvimos vêm do carro dos bombeiros, não da polícia. Jesse acorda e pergunta a Walt o que ele fizera com eles. Ele responde: “Fósforo vermelho, na presença de umidade e acelerado pelo calor, solta gás de fosfina. Uma bela explosão”. Imediatamente após dizer isso, ele vomita. Acabara de cometer a expressão máxima de sua vontade de poder: assassinara dois homens. Bem, tecnicamente, Krazy-8 ainda não morreu, mas isso é história para outro episódio.
O episódio termina com Walt voltando para casa. Ao se deitar na cama, sua esposa lhe diz que está chateada por ele ter desaparecido sem avisar. Como resposta, Walt faz sexo com ela. Isso é tão inesperado que Skyler pergunta: “Walt? Walt, é você?”.
O que foi dito sobre vontade de poder e super-homem pode ser visto mais adiante, nos episódios seguintes de Breaking Bad. Se você reassistir à série desde o início até a última temporada, pode ver o quanto Walt evolui. Acho que Nietzsche teria ficado orgulhoso, ou seria, pelo menos, fã da série.