A CHARADA DO CHEFÃO GUSJeffrey A. Hinzmann |
Gustavo Fring é uma figura enigmática, para dizer o mínimo, e sabemos muito pouco sobre ele. Tudo de que temos certeza é que ele é um executivo meticuloso e cuidadoso, cujos sucessos principais são a cadeia de fast-food Los Pollos Hermanos e o controle quase total do mercado de metanfetamina no sudoeste dos EUA. Também sabemos que ele mora em Albuquerque e patrocinou um evento do Departamento Antidrogas. Ironicamente, rever os fatos apenas aprofunda o enigma.
Um aspecto especificamente interessante de Gus é como a forma que ele aborda seu negócio lança luz sobre ideias-chave subjacentes aos negócios, e nos faz pensar sobre a linha que divide o executivo legítimo do criminoso. A linha é mais tênue do que muitos pensam, como um olhar mais apurado sobre Gus vai mostrar.
Sabemos que Gus tinha uma séria desavença pessoal com o cartel mexicano que dominava o mercado de metanfetamina. Além disso, temos fortes suspeitas quanto a uma série de coisas: ele era considerado chileno, embora provas de que ele de fato nascera ou morara no Chile são estranhamente fracas. Isso também colide com sua aparente descendência negra; mestiços (como Giancarlo Esposito, ator que interpreta Gus) são mais comuns no Caribe e no Brasil, mas menos no Chile e na Argentina.
Sua orientação sexual também é indeterminada. Não fica claro se ele foi casado ou teve uma família, embora saibamos que ele ficou extremamente chateado com o assassinato brutal de seu amigo, Max Arsiniega. Embora assassinatos brutais, cometidos por gangues ou criminosos da pesada, sejam compreensivelmente entristecedores, a maioria das pessoas não guarda a mágoa por mais de vinte anos; menos comum ainda é instituir uma bolsa de química na Universidade do Novo México em honra ao amigo falecido. Gus usava essa bolsa para desenvolver químicos como Gale Boetticher e levar à frente o legado de Max como excelente produtor de metanfemina em seu negócio ilícito.
O personagem é descrito como sendo “muito cauteloso” (“Bug”, quarta temporada), aspecto confirmado pela recusa dele em se encontrar com Walt e Jesse para discutir sobre o negócio de metanfetamina, porque Jesse está cinco minutos atrasado e é um viciado. Enquanto esperam esse encontro, Walt e Jesse são visitados por um homem que responde à descrição de uma pessoa cautelosa, o gerente do restaurante, que pergunta, num tom quase corporativo: “Está tudo conforme desejavam?”, antes de sair andando. Esse homem era Gustavo Fring, e a cautela é, de longe, sua característica mais dominante (“Mandala”, segunda temporada).
Isso também está de acordo com outro aspecto de Gus, tão importante quanto a aparência e o comportamento: sua extraordinária disciplina pessoal. Nesse quesito, Gus ultrapassa Walt, que é um pouco indisciplinado para um cientista, e Hank, que é muito indisciplinado (de certo modo) para um policial. O senso de autodisciplina de Gus contribui para sua aura de mistério. Ele entrega tão pouco de si mesmo pela linguagem corporal ou pelas palavras, que nos restam apenas migalhas escassas de informação para analisá-lo. Ele não se trai com um sorriso, um olhar de reconhecimento ou um lapso de linguagem, nem nas circunstâncias mais estressantes. Esses traços não são meras características do pensamento de Gus, são produto de uma lógica cruel, geralmente empregada numa atividade não muito mencionada na mesma frase em que aparece o tráfico de drogas: negócios legítimos.
Todo o empreendimento criminal de Gus é modelado muito mais de acordo com o mundo corporativo do que com as empreitadas criminais. Certamente, ele não é como Tony Montana: é cuidadoso e não chama a atenção. Também não é grande candidato a Corleone; embora seu império criminal tenha certos aspectos de uma corporação, o Poderoso Chefão era nepotista e violento demais em seus interesses para ser considerado um empresário, no sentido convencional do termo. Mais do que todos esses personagens, Gus toca seu negócio profissionalmente, produzindo metanfetamina num laboratório de última geração, equipado com o melhor que o dinheiro pode comprar, e mantendo a produção sob agenda apertada. Ele também não se prende a nenhum químico com o qual trabalha, estando disposto a substituir até mesmo seu mais importante empregado caso uma pessoa um pouco mais qualificada entre em cena. Foi a suspeita de Walt de que Gus planejava substituí-lo que levou à morte do químico Gale Boetticher; mas se Gus tivesse sido mais leal e agido menos como um executivo, esse desfecho teria sido evitado.
Gus lava seu dinheiro em diversos negócios legítimos que possui, além de se beneficiar de outros elementos desses pequenos empreendimentos. Ele envia sua droga em pacotes de patê de frango pela rede de distribuição de sua cadeia de fast-food. Sua lavanderia serve de esconderijo ao laboratório, disfarça o exaustor e fornece uma desculpa racional para as entregas frequentes de produtos químicos, necessários para manter a produção. Aqui também vemos um toque de reflexão e cuidado raramente vistos em empreendimentos criminosos tradicionais.
Gus é um criminoso eficiente e cuidadoso, e um bom executivo porque aprendeu a disciplinar suas emoções, quase estoicamente, para não cometer os erros que geralmente levam a maioria dos criminosos à ruína. Ele não atrai atenção para si, não perde o controle, não gera suspeitas e não comete erros. É interessante ressaltar que eu disse quase estoicamente, visto que o estoicismo é uma filosofia greco-romana antiga que enfatiza a disciplina das emoções para lidar com as tragédias da vida. Gus não é nenhum estoico – embora habilmente se passe por um.
Gus é um sociopata. Ele mata um de seus capangas na frente de Walt e Jesse para intimidá-los, e o faz com o cuidado de costume. Cautelosamente, retira o terno, a gravata, os óculos e veste um par de luvas de trabalho antes de matar a sangue frio o próprio guarda-costas (“Box Cutter”, quarta temporada). Também sabemos que Gus ordenou o assassinato de uma criança (“Full Measure”, terceira temporada). Nenhum estoico aprovaria isso. A sociopatia não é uma filosofia; pelo contrário, é o resultado de poderosos mecanismos de defesa, que direcionam a raiva ao uso sem emoção da razão, com o propósito de acumular gradualmente poder instrumental sobre o meio circundante. As emoções são quase totalmente suprimidas, de modo que a mente racional possa fazer melhor seu trabalho, dando à raiva recursos necessários para empoderar-se. Isso tende a suprimir a tendência humana natural de simpatizar com outros seres humanos, especialmente aqueles que sofrem ou que são vistos como membros de determinado grupo. O resultado, então, é uma pessoa extremamente instável (como no caso de diversos serial killers). Mas a habilidade de Gus de disciplinar suas emoções e a si mesmo, apesar da instabilidade que espreita em seu interior é o que o torna tão assustador.
O aspecto comum a todos esses casos de comportamento amoral e falta de empatia é o que os membros da Teoria Crítica, na filosofia ocidental – figuras como Theodor Adorno (1903-1969) e Jürgen Habermas (nascido em 1929) –, chamam de racionalidade instrumental. Ela corresponde ao uso da razão de modo totalmente amoral para resolver problemas e alcançar objetivos. Assim, o uso da razão instrumental envolve não fazer suposições acerca da natureza da moralidade ou do status moral de certas ações. É a busca do que Immanuel Kant (1724-1804) chamou de imperativos hipotéticos, objetivos que são calculados e prudenciais, ao contrário dos imperativos categóricos, que são requerimentos absolutamente morais.
O que é significante aqui é que, enquanto a moralidade pode ser separada de certas concepções da razão, a maioria dos humanos saudáveis ainda possui certas tendências morais, as quais acredita serem necessárias para cultivar e cuidar, sem negligenciar ou abandonar. O discípulo da razão instrumental pura é muito propenso a sentir que não deve a ninguém qualquer tratamento humano, além daquele que beneficiaria seus próprios interesses, além de certos tipos de pesquisa, reunião de dados ou resolução de problemas e no âmbito das relações interpessoais. Ele viola, no nível mais profundo, a injunção de Kant de “sempre tratar as pessoas como um fim em si mesmas e não somente como meio”; ele não tem nenhum dos sentimentos comuns de empatia responsáveis pela relutância em ser cruel com os outros.
Se tudo isso for verdade, então um comprometimento constante com a razão instrumental parece acionar o botão vermelho da sociopatia: um lugar em que o compromisso normal e saudável de não lidar com os outros apenas pelas lentes da racionalidade cruel é posto de lado, em favor de um comprometimento eterno com certo senso de efetividade nos ganhos pessoais. Gus é eternamente comprometido com a efetividade, não tem empatia por quem está ao redor e não se comporta de modo moral, a não ser que sirva como instrumento para a realização de seus objetivos. Seu objetivo principal é eliminar o grande cartel mexicano.
Antes de Nicolau Maquiavel (1469-1527) e Thomas Hobbes (1588-1679), o Estado foi, algumas vezes, concebido como entidade brutal, que existe primariamente para consolidar o poder do governante. Mas esses dois filósofos são os grandes divulgadores da ideia em tempos modernos.
As falas sobre benevolência para com os cidadãos e promoção de crescimento social são, na melhor das hipóteses, adendos. Maquiavel achava melhor ser temido do que ser amado; Hobbes achava que o rei podia ter tudo o que quisesse, em troca de oferecer um bocadinho de segurança ao povo, cuja única alternativa era o estado de natureza, no qual a vida seria “solitária, pobre, nojenta, bruta e curta”.
As vidas dos empregados de Gus não ficam muito melhores do que isso, caso entrem no caminho dele. Os cartéis mexicanos são melhores do que Gus em acumular poder, embora de forma mais manifesta. Como o nome e a rica história do crime organizado associados a ele sugerem, um cartel é uma poderosa organização criminosa similar a uma organização política autônoma. No México, em particular, essa sugestão é mais do que mera hipérbole. A autoridade do legítimo governo mexicano lutou ao longo da última década para manter o controle sobre seu próprio território, enquanto os cartéis ficaram cada vez mais poderosos. Donos de fontes quase intermináveis de renda, uma vez que herdaram o fornecimento de drogas para os EUA com o fim dos cartéis colombianos, os mexicanos se tornaram cada vez mais capazes de comprar as autoridades e reunir armamento que desafia o poder de fogo da marinha mexicana. Até mesmo a força de elite anticartel mexicana, Los Zetas, é tanto corruptível pela influência do cartel quanto passível de ser derrotada pelo poder de fogo dele.
Dada a situação, Gus está diante de sérios competidores. É aqui que podemos ver todos os benefícios de como o uso que ele faz da racionalidade instrumental e da ética corporativa o permite acabar efetivamente com seus rivais. Enquanto os cartéis se chocam abertamente contra governos reconhecidos e poderosos, como o do México, EUA e outros, Gus abraça a racionalidade instrumental, o que aconselha uma abordagem corporativa.
Corporações são organizações multinacionais, sem ligação especial a nenhum governo específico (embora favoreçam países que reconhecem a pessoalidade corporativa). No entanto, elas se beneficiam de uma cooperação voluntária com as leis do país (ou com a maioria delas). Até mesmo a mais ofuscada corporação é, ainda, uma empreitada de colarinho branco – e um relacionamento simbiótico com o governo de um grande país parece ideal. As corporações ganham mais dinheiro focando num tipo específico de produto, vendido a um tipo específico de mercado-nicho, e não precisam providenciar, por exemplo, sua própria defesa e infraestrutura.
Gus vende drogas exatamente do mesmo jeito. Ele percebeu que um tipo de metanfetamina bastante refinado, produzido por um químico excepcional, dominaria certo setor do comércio de drogas. Usar um modelo corporativo para fornecer um produto superior, com preço mais baixo (e com uma marca distintiva: metanfetamina azul), permitiria que ele dominasse o mercado de modo relativamente não violento. O cuidado que ele toma é um compromisso com sua falta de violência; ao ser cauteloso, não ser visto nem levantar suspeitas, Gus pode crescer, prosperar e lavar seus milhões debaixo do nariz do governo e do Departamento Antidrogas.
Visto que ele não tem esperança nem interesse em desafiar a autoridade do governo, seu negócio funciona de modo mais suave e obtém lucros muito maiores simplesmente por ser inócuo. Até onde a sociedade legítima sabe, ele é o dono de uma pequena rede de frango frito chamada Los Pollos Hermanos, o que não gera maior interesse. Somente Hank Shrader pensa diferente e implanta (não oficialmente) um aparelho rastreador no carro de Gus, para ver se suas suspeitas se confirmam. No fim das contas, o cuidado de Gus o salva da suspeita por parte das instâncias usuais da lei, mas Hank, ciente de que vale a pena ser um criminoso cuidadoso, conclui que “qualquer um tão limpo assim tem que ter algo de errado” (“Bug”, quarta temporada). Ele tem razão, é claro, mas em todo caso o destino de Gus já estava perto de ser selado nesse ponto.
Embora Gus seja uma espécie estranha de criminoso, que nos faz repensar nossa compreensão simplista da natureza e dos motivos do crime, no fim das contas ele é um criminoso como qualquer outro. Sem dúvida, ele encara um fim apropriado a um criminoso: é morto pela explosão de uma bomba, implantada por Walt na cadeira de rodas de Tio Salamanca – resultado do medo paranoico de Walt (embora justificado) de que Gus estava pronto para eliminá-lo a qualquer momento. Aprendemos muito sobre Gus, inclusive seu passado, a história de sua mágoa do cartel e como ele encontra seu fim no início do episódio “Hermanos”, da quarta temporada.
Um pouco antes, nesse episódio, Gus é chamado para ser interrogado por Hank, quando suas digitais são encontradas no apartamento de Gale Boetticher. Gus está mais racional, composto e sociopata do que nunca, demonstrando criatividade inédita ao habilmente inventar uma história sobre como conhecera Gale por meio da bolsa Max Arsiniega, que Gale recebera na universidade. A origem chilena de Gus também é investigada, mas muito pouco é revelado. A ausência de dados da vida dele no Chile é justificada pela má conservação dos registros na época do regime Pinochet. No entanto, as suspeitas de Hank ficam ainda mais fortes, pois ele já está afinado, de modo digno de nota, ao artifício que Gus usa para mediar suas interações com a sociedade legítima. Ele começa a investigar o executivo, e isso põe em movimento uma corrente de eventos que contribuem para a queda e a morte de Gus.
Num flashback, no fim do episódio, vemos como Gus se tornou um inimigo jurado do cartel mexicano. Vemos o criminoso, nervoso, vestido de terno, sentado ao lado de uma piscina na vila do cartel, junto de Max Arsiniega. A dupla ia se encontrar com o cartel para oferecer a produção da mesma metanfetamina de alta qualidade que Gus usou para construir tão efetivamente seu império. O encontro começa bastante promissor, os homens são parabenizados pela receita e têm sua proposta ouvida com interesse.
Somente no fim do encontro as coisas ficam subitamente ruins. Don Eladio sente-se insultado pelo jeito com que Gus organizou a reunião – entregando amostras grátis de sua metanfetamina aperfeiçoada para os capangas do cartel. Embora eles se desculpem profusamente, o cartel não apresenta o mesmo controle pelo qual Gus é tão famoso ao lidar com problemas. Em vez disso, eles matam Max abruptamente (e, assim, causam uma reação de extraordinário ódio em Gus, provavelmente a única vez que vemos tal coisa da parte dele).
O único motivo pelo qual Gus também não é morto é que Don Eladio diz: “Eu sei quem você é”, insinuando que Gus seja defendido por interesses de poderosos, talvez remetendo-se a algo que ocorrera na época de Pinochet, mas o significado definitivo dessa fala críptica é desconhecido, até mesmo pelos autores da série. O que esse flashback deixa claro, entretanto, é que Gus construiu seu império criminoso bastante movido pelo desejo de destruir o cartel e vingar a morte de Max, fato necessário para compreender o episódio seguinte, “Salud” (quarta temporada).
Em “Salud” (quarta temporada), Gus leva Jesse até o México para mostrar ao quartel como se faz a metanfetamina, como parte de uma trégua arquitetada entre as organizações mafiosas. Jesse se sai bem, apesar de estar despreparado demais para tão arriscada gambiarra. Mais tarde, Gus, Mike (seu guarda-costas) e Jesse estão na vila do cartel, ao lado da mesma piscina em que Max fora morto, tempos atrás. Ali, em um cenário apropriadamente poético, Gus conclui sua vingança ao dar tequila envenenada para Don Eladio e seus homens. Numa demonstração definitiva e quase mística de seu autocontrole racional, Gus ingere um pouco da bebida que mata os homens de Don Eladio. O gesto é exatamente o que era necessário para ganhar a confiança de um grupo bastante ciente de seu ressentimento e desconfiado de estar sendo envenenado. Gus simplesmente vai ao banheiro e vomita o veneno (com a mesma calma sombria com que faz tantas outras coisas nojentas). Ao voltar à vila, encontra todos mortos: exatamente conforme o planejado.
Esse é o momento do grande triunfo de Gus, mas, poucos episódios adiante, sua tentativa de colocar Jesse contra Walt vira-se contra ele. Walt encontrará Tio Salamanca morando numa comunidade de aposentados, preso a uma cadeira de rodas, capaz de responder a perguntas somente tocando um sino, mas ainda assim um aliado disposto a derrubar Gus. O sininho de Tio se torna o detonador que explode a bomba colada embaixo de sua cadeira de rodas. Tio é morto, sacrificando-se na explosão para vingar-se de Gus, que passara anos atormentando-o com visitas sádicas e condescendentes, explorando suas limitações.
Por um momento, Gus parece ileso, saindo do cômodo intacto. Mas a câmera o filma de lado, contudo; quando vemos Gus de frente, ele está muito parecido com Duas Caras, inimigo do Batman: metade de seu corpo está desfigurado e grita morte; a outra metade permanece limpa e apresentável – uma perfeita representação visual da divisão interior do caráter de Gus. Ele sempre pareceu ser uma força unificada e disciplinada, agindo em prol dos próprios interesses, mas, na verdade, tinha uma personalidade quase cindida: seu verdadeiro eu era muito marcado e compelido pela raiva e vingança, apenas o coberto por uma máscara cuidadosamente desenhada de respeitabilidade banal.
No final, Gus parecia ser mesmo o típico criminoso. Ouso dizer, talvez, até um personagem quase humano. O que trouxe o insight foi ver quão efetivamente Gus era capaz de levar adiante seus planos, ao ser o mais desumano possível. Sua autodisciplina e falta de simpatia o permitiram construir um império do crime, manter-se sempre um passo à frente dos inimigos, manipular cruelmente subordinados como Jesse, Walt e Gale, e deixar um rastro de destruição atrás de si. Seu legado mais significante, contudo, é pressagiar o monstro no qual Walt parece estar se transformando conforme a série progride.