Hitler, com exagerada cortesia, beija a mão de Eva; ela sorri alegremente para ele. (Biblioteca Pública da Baviera, Munique)
Fora do confinamento do Berghof, Eva se divertia sem inibições. Anotada na sua caligrafia, “Auf dem Markusplatz” Na Praça de São Marcos , ela está em Veneza, provavelmente em 1938 ou 1939, usando um elegante conjunto bávaro e cercada pelas infalíveis pombas. (NARA)
Eva, acompanhada por amigas e parentes, visitou a Itália regularmente entre 1938 e 1941. Este instantâneo de férias mostra Fanny Braun, Margret Speer, Anni Brandt, Eva Braun e Marion Schönmann num banco em Roma, vestindo a última palavra em Bavarian chic. A guerra a essa altura estava a pleno vapor, mas o alegre quinteto não dava nenhum sinal de que deixaria isso estragar seu divertimento. (NARA)
Outro ano (1939), outras férias. Eva exibindo seu novo casaco de peles branco com uma das tias, fazendo uma pausa das rampas de esqui. (NARA)
Eva de férias na Itália, outra vez, segurando abertamente um cigarro na mesa do café. Ela só podia fumar escondida no Berghof, já que Hitler desaprovava o hábito. Longe, podia fazer o que quisesse quando ele estava por perto, era obrigada a adequar seu comportamento a suas regras e caprichos. (Ullstein Bild)
Outro tipo de prazer... Eva (à esquerda), sua mãe (centro) e sua irmã Gretl celebrando ruidosamente a Fasching, ou Terça-Feira Gorda, em 1939, numa cervejaria de Munique. (NARA)
Os bem-apessoados ajudantes de Hitler constituíam companhia para Eva, bem como uma oportunidade para um inofensivo flerte, mas nada além disso. Eles não eram loucos de se arriscar a despertar a ira do Führer e Eva se mantinha devotada e fiel. Nem mesmo o ótimo partido Walter Hewel (segundo do lado esquerdo) podia tentá-la a pular a cerca. (NARA)
Muito mais tediosos eram os longos monólogos de Hitler, feitos depois do jantar no Grande Salão do Berghof. Nesta foto de 1944, Eva Braun, no canto esquerdo, olha para a câmera; a seu lado, Hitler conversa com uma visita desconhecida. (Ullstein Bild)
Os pais de Eva, Fritz e Fanny, seduzidos pelo luxo que o Berghof oferecia, tornaram-se visita regular, embora nos primeiros dias do relacionamento de sua filha com Hitler tenham objetado tenazmente à ligação dos dois. Os laços entre Eva e sua família permaneceram fortes e carinhosos. (NARA)
Este retrato de estúdio, tirado no aniversário de sessenta anos de Fritz, em 1939, mostra (da esquerda para a direita) Ilse, Fritz, Fanny, Gretl e Eva. As personalidades de cada um se evidenciam em seus rostos: os de Ilse e Fritz, tristes e formais; Fanny, sorridente e orgulhosa, a mão sobre o braço do marido; o de Gretl é ausente. Apenas Eva exibe um ar descontraído e feliz. (NARA)
Uma rara foto mostrando Eva com alguns nazistas proeminentes (da esquerda para a direita): Goebbels os braços cruzados, na defensiva, as pernas bem fechadas , sempre sinistro, a despeito do terno fino e da risada jovial; Eva, Hans Haupner, arquiteto da Kehlsteinhaus, e Albert Speer: desinteressado demais para sorrir por obrigação para a câmera de Gretl. (NARA)
Hitler esperava de seus camaradas no Berg que chefiassem famílias arianas modelares e gostava de ver suas esposas e filhos brincando alegremente no terraço. Aqui (segundo à esquerda) ele observa um cercado (de coelhos e tartarugas) ou talvez um chiqueirinho, enquanto mais atrás os ajudantes aguardam que lhes dê atenção. Eva (à direita, em primeiro plano) o está filmando. Por perto, como sempre, os dois Scotch terriers pretos, Stasi e Negus. (NARA)
Sob o sol invernal, Eva cochila numa das cadeiras de vime no terraço do Berghof. Nessa época, estava com Hitler havia cerca de dez anos e a tensão começa a transparecer em seu rosto. (NARA)
Hitler dorme após o chá na Teehaus, enquanto Eva o observa com ternura. Somente quando voltava ao Berghof, lá pelas cinco da tarde, o Führer de fato se punha a trabalhar. (Biblioteca Pública da Baviera, Munique)
Hitler, Eva e todo um destacamento de crianças dos Bormann e dos Speer, vestidos com as melhores roupinhas para o “Onk” Hitler. Margret Speer está cortada do quadro (extrema direita). A foto provavelmente foi tirada no Natal de 1939, que comemoraram alguns dias adiantados para que ele pudesse aproveitar a festa antes de partir para uma vistoria das tropas, a fim de elevar o moral. Depois desse ano, Hitler em geral estava preocupado demais com a guerra para ir para casa. (NARA)
O aniversário de Hitler em 1943 ou 44. Por costume, seus amigos reuniam-se à meia-noite para brindar a sua saúde no ano vindouro. Na manhã seguinte, a mesa da festa estaria cheia de flores, presentes pessoais e uma seleção de oferendas feitas pelo povo germânico. Hitler fingia reprovar o exagero, mas Eva (à esquerda, com o vestido favorito dele) sabia que secretamente adorava ser paparicado. (NARA)
Mesmo depois de 1940, e a despeito do sofrimento que assolava a Europa, Eva continuava a usufruir da idílica paisagem em torno de Obersalzberg. Como a maioria das alemãs, permanecia na ignorância quanto à guerra e suas atrocidades e nada sabia a respeito do destino dos judeus e demais pessoas consideradas “inadequadas para viver” pelos nazistas. (Biblioteca Pública da Baviera, Munique)
Trajada dos pés à cabeça em costume bávaro, Eva posa graciosamente no terraço do Berghof, a imagem perfeita da mulher ideal de Hitler dócil, recatada e ingênua. Só as crianças que tanto anelava estão faltando. Hitler, temeroso de transmitir os próprios genes defeituosos, sempre se recusou a ser pai. (NARA)
Esta foto, tirada em seu avião particular, tornou-se conhecida como a do “Hitler bonito” porque a luz brilhante acima das nuvens o favoreceu, ocultando suas profundas pregas e rugas, o que a torna difícil de datar. Eva escreveu como legenda “Flug München Berlin”: vôo de Munique a Berlim. (NARA)
Eva como uma filha da natureza. Esta foto deve ter sido tirada em algum momento no início da década de 40, a julgar pelo corte de cabelo, mais longo e natural. Hitler preferia que não usasse maquiagem ou esmalte de unhas, mas, pelo menos aqui, ela não lhe deu ouvidos. (NARA)
Meu avô, Wilhelm Schröder, com cerca de setenta anos, na cidade balneária de Bad Salzuflen. Devia estar visitando meus pais, que moraram lá no fim dos anos 40. Nesta foto, provavelmente tirada por um fotógrafo ambulante, ele posa diante do elegante clube reservado para cidadãos britânicos, usando seu melhor terno e segurando um fino chapéu Homburg numa mão e um copo de limonada na outra. (Coleção da Autora)
Elizabeth (“Lidy”) Neubert, minha adorada tia-avó. Tirei esta foto em 1980, na última visita que lhe fiz, em Hamburgo. Ela morava sozinha num apartamento minúsculo, mas continuava alegre, carinhosa e sem um pingo de autopiedade. Jamais se casou, mas conheceu uma vida dura e suportou inúmeras provações do tempo da guerra, incluindo o bombardeio de Hamburgo, em julho de 1943. A mais nova dentre mais de uma dúzia de irmãos, morreu sozinha em 1981, com a idade de 86 anos. (Coleção da Autora)
Eva de braços dados com Speer. A amizade entre eles foi estreita, ainda que inteiramente platônica e, depois da irmã Gretl, ele era seu principal confidente e amigo no Berg. Em sua última visita ao bunker, fez o possível para persuadi-la a partir para não morrer com Hitler e ao final da guerra elogiou sua bondade, coragem e lealdade. (NARA)
Speer (em primeiro plano, à direita) foi o acólito favorito de Hitler, graças à aparência elegante e aristocrática, disposição para o trabalho duro e os projetos arquitetônicos concebidos para transformar uma Berlim vitoriosa numa cidade que rivalizasse com a antiga Roma. (NARA)
No escritório de Speer, em Obersalzberg, no fim dos anos 30, Hitler se debruça sobre grandiosos projetos. Speer se tornou seu principal arquiteto em 1934, com a idade de 29, e seus prédios vastos e austeros materializavam a visão do Führer para um Reich de Mil Anos. Os dois eram muito próximos, mas os boatos de um relacionamento homossexual não passam de bobagem. (NARA)
Eva tinha a fantasia de se tornar uma estrela de cinema e adorava ser fotografada em poses glamorosas usando um vestido de noite. Estava sempre disposta a que outros fotógrafos, além de Hoffmann a quem passou a detestar intensamente , tirassem seu retrato. Este aqui, do início da década de 40, é de Anton Sahm, renomado profissional de Munique. Ele a retratou esbelta e clássica num vestido branco cor que ela geralmente escolhia para essas fotos, talvez num desejo inconsciente de se parecer como uma noiva para Hitler. (NARA)
Esta foto feita por Hoffmann mostra uma Eva mais suavizada e romântica, que devia ser da preferência de Hitler. Ele encorajava essa paixão pelo cinema e prometia que ao final da guerra ela poderia estrelar um filme sobre sua vida. (Biblioteca Pública da Baviera, Munique)
Eva e Herta Schneider (née Ostermayer) eram amigas desde os doze ou treze anos, quando se conheceram no Lyzeum. A forte afeição entre as duas fica óbvia neste instantâneo tirado num piquenique. O firme apoio emocional de Herta, assim como das demais amigas, foi um grande conforto para Eva. Mesmo após o casamento, Herta e suas filhinhas que se tornaram um substituto de filhos para Eva passavam grande parte do tempo no Berghof, sobretudo quando o marido de Herta estava fora, a serviço do exército. Ela e os dois Scotties foram vitais para Eva, especialmente quando Gretl se casou e deixou-a exposta às línguas maldosas das esposas nazistas. Embora a personalidade de Herta fosse mais séria, permaneceram boas amigas por vinte anos e Hitler sempre a julgou uma boa influência sobre Eva. (NARA)
Esta foto, tirada na suntuosa festa que foi dada após o casamento de Gretl, mostra Eva dançando com seu cunhado, Hermann Fegelein. Ela era uma fabulosa pé-de-valsa, mas nunca na presença de Hitler. A proibição não derivava do ciúme, mas, mais provavelmente, porque ele mesmo não sabia dançar. (Biblioteca Pública da Baviera, Munique)
Três músicos de uma banda da SS fazem serenata para Eva no casamento. Sua expressão sugere mais constrangimento que alegria. Fosse outra a época, os músicos teriam sido ciganos, mas em 1944 eles haviam sido mandados para os campos de extermínio, onde 800 mil foram mortos não que Eva pudesse saber disso. (Ulstein Bild)
Eva no vestidinho bávaro e Hitler com o quepe do uniforme no Berghof, talvez em sua última visita, em julho de 1944. Ela parece um pouco mais magra na cintura; ele está mais curvado do que de costume, mas o momento é relaxado e íntimo. Não mais amantes, haviam se tornado companheiros. Hitler enfim confiava em seu amor e necessitava do conforto que só ela podia prover. (Biblioteca Pública da Baviera)
O sofá no bunker de Berlim onde Hitler e Eva cometeram suicídio, em 30 de abril de 1945, ela engolindo cianureto, ele com um tiro na cabeça. Todas as testemunhas do suicídio afirmaram que Eva aceitou de bom grado esse destino, rejeitando as tentativas de fazer com que deixasse a cidade sitiada. Nos derradeiros dias, Hitler disse, amargo: "Só Fräulein Braun e Blondi permaneceram leais a mim". (Getty Images)