Como me acontecia sempre, senti que o ar entre nós se modificava antes de ele me tocar, acariciar-me o rosto e beijar-me naquele sítio meu que escolheu para si, entre o canto do olho e a raiz dos cabelos.

A nossa vida na província assentava-lhe na perfeição, estava cada vez mais charmoso, com a barba por fazer e os cabelos claros desarranjados.

Ele apercebeu-se do meu estado contemplativo, sorriu-me daquela forma que era só nossa e os seus olhos verdes como não havia outros lançaram-me um olhar pleno de emoções boas que me aqueceu o peito.

Ajoelhou-se ao meu lado, acariciou a minha barriga com um gesto terno e apontou para o meu umbigo.

− Quando saíres daí vamos ter uma conversa muito séria. Isto não se faz à minha Sofi.

Nunca me chamou outra coisa senão «minha Sofi» e é exatamente como me sinto.

Sua, desde aquela noite em que me chamou Sofi pela primeira vez, precisamente na praia em cuja areia os meus pés tocam, onde o vento é Norte, a água fria e o amor para sempre.