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A MINHA LISTA DE COISAS PARA FAZER

Não há melhores ferramentas de responsabilização do que papel e caneta. Quando chegámos ao rancho, Jillian pediu-nos para fazermos duas listas. A primeira era em resposta à pergunta “Porque estás aqui? O que te levou a este ponto?” A segunda era “O que queres da vida?”

Eis o que escrevi. Conservei estas listas durante muito tempo após estas tarefas no rancho e ainda recorro a elas para me lembrar de onde vim e para onde vou. Considero-as úteis e recomendo que faça o mesmo.

PORQUE ESTOU AQUI

Sempre me senti só.

Proteção.

Quando me sinto só, como para tentar preencher o vazio interior.

É o meu abrigo.

A minha desculpa.

Tudo parece “certo”.

É a minha segurança.

Desisti do jogo. Gostem de mim como sou ou não gostem de mim. (Vou mostrar-lhes como é perder peso.)

Achava ter encontrado a pessoa com quem partilharia a minha vida. No espaço de um ano o meu avô morreu (a minha rede de segurança); a minha relação acabou (e desisti de uma carreira em São Francisco, ao planear mudar-me para a Indonésia para estar com esta pessoa): o meu cão de 10 anos morreu. Voltei a ganhar o peso que perdera, e mais 27 quilos.

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O QUE QUERO

Ser feliz

Ter uma relação apaixonada e duradoura

Ter um filho

Ter sucesso na minha carreira

Viajar pelo mundo

Ser saudável

Ter uma vida longa

Ser um exemplo

Dançar

Aprender a cantar

Não ter dívidas

Ter um guarda-roupa na moda

Ter alegria constante

Confiar

Abraçar a paz e a espiritualidade

Ser aceite

Ter boa postura

Gostar de correr

Fazer um triatlo

Criar uma criança saudável

Aceitar e confiar no amor

Dar à minha comunidade

Tirar tempo para apreciar as artes

Amar

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Quando tinha excesso de peso e era infeliz, pensava em ser mais pequena, pensava em caber em vários tipos de roupa e sentir-me confortável em qualquer ambiente ou situação social. Mas nada fazia acerca disso. Vitimizava-me por não planear, por não estabelecer os passos para atingir os meus objetivos. Não se limite a querer alguma coisa. Planeie conscientemente onde quer chegar.

NUNCA DEIXE DE ENFRENTAR OS SEUS MEDOS

Como concorrentes do The Biggest Loser, os nossos medos eram constantemente postos à prova, semana após semana, através dos desafios físicos que enfrentávamos. Mas não é necessário aparecer na televisão para deixar que a vida a assuste. O importante é não deixar que isso a detenha. Deixar que o medo vença irá impedi-la de ter tudo o que sempre quis. Há um poder tremendo em reconhecer o medo de alguma coisa e mesmo assim ir em frente. “Faça-o assustado”, como diz o velho ditado.

Alguma vez viu aquelas T-shirts que dizem “SEM MEDO”? Bem, a minha mãe costumava dizer que devia ser “CONHECE O MEDO”4, porque é isso que faz que os sonhos se realizem. Quando tem a coragem de dizer a verdade acerca do que tem realmente medo, este medo deixa de ter controlo sobre a sua vida.

Nunca tinha medo de trabalhar no duro no ginásio e gastar o tempo que fosse preciso para preparar e contabilizar as minhas calorias ou de ter de recusar determinados convites que não se ajustavam ao meu esforço para perder peso. Mas tinha medo de atingir o meu objetivo em relação ao peso e que todas as coisas que queria na minha vida ainda assim não acontecessem, o que significaria que existia algo de errado comigo, que nunca iria ter o que queria. O meu peso, que me protegera durante tanto tempo, deixaria de ser uma desculpa.

CRIE O SEU PRÓPRIO DESTINO

Fico de coração partido quando ouço as pessoas dizerem: “Tentei ser escolhida para o The Biggest Loser quatro temporadas de seguida e vou tentar outra vez.” Se é demasiado grande para tentar ir para o The Biggest Loser é porque sabe que não tem apenas um problema de peso, mas sim um problema de saúde. Se está à espera naquela fila, é porque reconhece que chegou a altura de fazer mudanças na sua vida, tenha ou não a sorte de ser escolhida para o concurso. No minuto em que fui para a fila com a minha mãe, soube que não havia volta a dar. Fosse como fosse, tinha de encontrar maneira de mudar e perder peso. Estava simplesmente a tentar descobrir o caminho certo para me ajudar a fazê-lo. Se o The Biggest Loser não fosse esse caminho, teria de encontrar outro.

Nove meses antes de ir para o rancho do The Biggest Loser, a minha mãe estava no hospital a fazer um angiograma quando o seu coração parou subitamente de bater. Os médicos ressuscitaram-na e ela sobreviveu ligada às máquinas durante as 48 horas seguintes. Quando acordou, à boa maneira de Bette-Sue, achou que estava tudo bem. Mas Amber e eu ficámos profundamente abaladas. Pensávamos que tínhamos perdido a nossa mãe. Sabíamos que era altura de ficar saudáveis – não tínhamos escolha.

É a sua vida e a sua saúde que estão em jogo. Não espere pela decisão de um diretor de casting para determinar o seu destino. Utilize a paixão que tem pelo concurso como motivação e inspiração – não como uma desculpa para adiar as mudanças que precisa de fazer.

Às vezes as pessoas dizem: “Eu também perdia peso se pudesse ir para o rancho do The Biggest Loser.” É verdade que é mais fácil manter um programa quando estamos constantemente a ser monitorizados e não temos de lidar com as distrações diárias do ambiente familiar. Mas mesmo como concorrentes no rancho, só somos observados até certo ponto. Se não consegue manter-se fiel aos seus objetivos quando ninguém está a olhar, então nunca será bem sucedida a longo prazo. Nos dias em que visito o rancho quero agarrar todos os concorrentes e assegurar-lhes de que vai tudo correr bem – a competição, as alianças, as eliminações – e que nada disso é importante. Quer fiquem no rancho quer vão para casa, o mais importante é encontrar um caminho que possibilite mudanças duradouras. Para os concorrentes de The Biggest Loser, o tempo no rancho é especial mas, olhando para o quadro global, é apenas um momento fugaz nas nossas vidas. Estar no concurso é um privilégio e uma bênção mas não garante sucesso a longo prazo. Isso é uma coisa que terá de criar. The Biggest Loser fornece-lhe as ferramentas mas cada pessoa tem de escolher utilizá-las todos os dias para criar o sucesso a longo prazo.

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PETISCAR DEPOIS DO JANTAR

Se tem o problema de petiscar depois do jantar, o melhor conselho que posso dar é que reconheça qual é o seu padrão. Se sabe que vai pensar em comida depois do jantar, assegure-se então de que esse petisco para depois do jantar faz parte do seu orçamento. Não importa quando come os seus snacks desde que estejam incluídos no seu lote diário de calorias.

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PERDOE-SE A SI PRÓPRIA

Não sou perfeita. Toda a gente tem deslizes, em especial com orçamentos de calorias. Estamos habituadas a procurar conforto na comida, pelo que, por vezes, damos por nós a ir buscar uma bolacha ou a agarrar uma fatia de piza que não incluímos no orçamento. Não pense nisso no dia seguinte. Acorde na manhã seguinte, vá para o ginásio e ponha isso para trás das costas. A recriminação apenas a levará de volta para aquele velho lugar onde costumava estar sempre. De modo a evitar a tentação, é boa ideia escrever tudo o que come. Eu ainda o faço. Mantenha-se consciente das suas escolhas e da razão pela qual está a fazê-las. Não tente fingir que a balança não irá acusá-las. Limite-se a compreender os resultados para que possa fazer melhores escolhas da próxima vez.

O mais importante é lembrar-se de que isto é um processo; não tem que ver com perfeição. A saúde e a felicidade têm que ver com viver o momento, reconhecer antigos padrões e estar consciente deles. Tenho de trabalhar todos os dias para manter as escolhas certas. A diferença é que, agora, não permito que um deslize arruíne um dia inteiro, ou uma semana, ou um mês. Mantenha-se simplesmente consciente. Fale com amigos. Faça um diário. Encontre apoio online. Não enterre os seus sentimentos.

Por vezes será atingida, inesperadamente, por sentimentos de inadequação, de não ser apreciada, de não ser merecedora. Será que mereço? Está a brincar comigo? Claro que merece! Esses sentimentos são velhos, é como se sentia no passado. Mas agora é capaz de os reconhecer e de fazer escolhas diferentes para lidar com eles. E comer nada resolve. Tente fazer escolhas diferentes. Meta-se no carro e vá até ao ginásio, mesmo que não passe do parque de estacionamento. OK, agora está no parque de estacionamento. Porque é que não entra só por 15 minutos? Pode sentar-se durante algum tempo no vestiário, se quiser. A seguir, talvez vá até à passadeira durante alguns minutos. Deixará para trás os velhos e maus sentimentos. Reconheça-os, aceite-os e vá sempre em frente, centímetro a centímetro.

Ser resistente não é ser proativa. Tenho de escolher o meu estilo de vida saudável todos os dias. Há dias em que é um momento de cada vez. Consigo parar, derrubar os obstáculos e perceber quais os passos para suplantá-los. Divida os desafios em pequenos passos, como faria com qualquer outro obstáculo na sua vida. Regresso de uma viagem e de trabalhar dias a fio e vejo que a minha casa está um desastre? Muito bem, vou começar por desfazer as malas. A seguir, trato da roupa suja. Começo a sentir-me menos esmagada e posso escolher sentir-me bem no momento seguinte. E no seguinte. Quando se sente feliz consigo própria, é capaz de fazer escolhas mais saudáveis e produtivas.

ABRACE A GRANDEZA INTERIOR

A cada temporada de The Biggest Loser, vejo os concorrentes a passar de um lugar de medo, dor e inferioridade para outro de confiança, alegria e generosidade no seu novo eu. Mas a verdade é que a possibilidade de grandeza esteve sempre no interior de cada um deles.

Tiveram apenas de tomar a decisão de a deixar vir ao de cima. É por isso que no final de cada temporada é sempre uma felicidade ver os concorrentes perceberem que a grandeza interior saiu cá para fora e brilhou para que todo o mundo visse. Quem se esquecerá de ver Helen Phillips correr aquele último 42.º quilómetro no desafio final da temporada e gritar para toda a gente na praia quando se aproximava da meta: “Olhem para mim! Sou uma maratonista!” Eu estava estacionada no quilómetro 20 para encorajar os quatro concorrentes finais – Helen, Tara Costa, Ron Morelli e Mike Morelli – para o fantástico desafio final, aqueles 42 quilómetros. Enquanto ali esperava de pé, pensava que não só eles estavam a correr uma maratona como estavam também a correr uma maratona com colinas! “Bolas”, pensei, como uma rapariga do Arizona, “nem sequer tiveram direito a correr uma maratona plana.”

Tara foi a primeira a chegar, e estava tão concentrada no seu ritmo que nem consegui pará-la para a poder abraçar! Corremos lado a lado durante cerca de quilómetro e meio e disse-lhe o quanto estava orgulhosa dela. Ela estava no bom caminho para fazer esta maratona em menos de cinco horas. Corri então de volta para o quilómetro 20 e vi que Helen se aproximava, exultante. “Estou a conseguir!”, disse. Depois veio Mike, a andar por causa de uma lesão na anca mas nem assim a desistir. Horas depois, chegou o pai dele, Ron, magoado nos joelhos, nos ombros e com uma bengala. Outros antigos concorrentes, incluindo Bernie Salazar, Jim Germanakos, Heba Salama e Michelle Aguilar, juntaram-se a mim para acompanhar Ron nos quilómetros que faltavam. Eu sabia que Ron estava em grandes dificuldades, mas sabia também que ele não iria parar.

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APRECIE OS OUTROS

Agora que estou em forma, gosto de olhar para as pessoas – admirar os seus braços ou o corpo tonificado. Não se trata de fazer julgamentos. É só que quando eu tinha excesso de peso era tão infeliz com o meu corpo que, basicamente, nunca olhava para mais ninguém. Esteja consciente não só de si própria mas também da presença dos outros. É uma maneira de manter-se consciente e ligar-se a eles.

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É um prazer tão grande ver os outros antigos concorrentes de The Biggest Loser a viver as vidas que sempre quiseram depois de fazerem parte do programa. Dan Evans anda por aí a cantar, em digressão, a ganhar nome no mundo da música. Curtis e Mallory Bray são agora personal trainers, dando um grande exemplo para as suas jovens filhas. Mark Kruger é agora um instrutor de bicicleta aos fins-de-semana e, apesar de brincarem com ele por causa de toda a emoção que escorreu dele no rancho, está mais próximo do que nunca dos seus filhos e família. Já não guarda os sentimentos para si. Bernie Salazar correu recentemente a Maratona de Chicago e está a trabalhar num livro para crianças. Não podemos evitar a mudança que esta experiência nos traz.

No rancho, comecei a viagem da minha vida, a maior coisa que alguma vez fizera. E não começou com os exercícios ou a comida mas com o abraçar da crença de que existia algo grande dentro de mim. Existiu sempre uma chama interior que eu fui deixando diminuir ao longo dos anos por entre camadas de gordura. Mas nunca se apagou. Quando estava na passadeira, no rancho, comecei a atiçar essa chama e ela cresceu, tal como a minha família e amigos a atiçaram também com o seu apoio. E essa chama pegou fogo! Nunca mais quero viver com a minha chama a apagar-se.

Aprendi que quando perguntaram a Miguel Ângelo como é que ele era capaz de esculpir algo tão belo como a figura de David a partir da pedra, ele terá dito que estudou a laje em bruto até conseguir ver a figura e limitou-se a retirar o excesso até David aparecer. É assim que eu quero que toda a gente se sinta. Quero que vejam as suas possibilidades interiores. Quero que encontrem o seu David.

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APRENDER A ESCOLHER

Você sabe como foi difícil para mim chegar àquela final. Conhece as minhas batalhas. Ficou tudo mais fácil? Nem sempre. Trata-se de fazer as escolhas certas repetidamente. O que ficou mais fácil é que agora consigo fazer as escolhas certas um pouco mais depressa do que antes. Mas tenho de lembrar-me de que, durante trinta dias, comi de determinada maneira. Tenho de lembrar-me todos os dias de fazer a coisa acertada pelo meu corpo e pela minha saúde. E isto é para o resto da minha vida.

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TENHA NOÇÃO DA SUA FORÇA FÍSICA E RESISTÊNCIA

Os desafios físicos são também desafios mentais. No rancho, os concorrentes descobrem constantemente que podem chegar mais longe do que pensavam, que as suas limitações são muitas vezes autoimpostas. Por vezes, senti-me desgastada, mental e fisicamente, mas isso era algo que sabia poder superar. E agora, saber que fui capaz de aguentar serve-me como inspiração quando preciso de forças.

Continuo a tentar fazer coisas que excedam os meus limites. A Camelback Mountain, em Phoenix, é uma das maiores montanhas da região onde vivo. Durante anos, ouvi toda a gente comentar como era duro subi-la. Tinha medo de a subir. Não sabia verdadeiramente o que isso significava, o que isso exigia.

Mas, depois de The Biggest Loser, pensei: “O que é que me impede? Vamos a isto.” Guiei até à montanha com alguns amigos e tivemos de esperar na fila para estacionar – o parque de estacionamento estava engarrafado. Tinha ali uma boa desculpa. Estava pronta para desistir e voltar para casa.

Mas não o fiz. Esperámos na fila, estacionámos e depois coloquei literalmente um pé à frente do outro e comecei a subir aquela montanha. No fim de contas, havia montes de pessoas diferentes a fazê-lo, de todas as formas e tamanhos e idades. Algumas corriam e outras não. Era um desafio mas eu conseguia superá-lo. Senti-me bem. Todo aquele medo era por nada.

Passa-se a mesma coisa com o emagrecimento. Quando se pensa em perder 45 quilos, parece que se tem de trepar a Camelback Mountain. “Não é possível”, pensa uma pessoa para si própria. Mas consegue-se fazê-lo, basta acalmar-se e dar um passo de cada vez.

Quando parei no alto daquela montanha, senti o poder de a ter escalado. Era algo que tinha negado a mim própria no passado, porque pensava que era impossível; senti medo de tentar. Deixara que o medo das minhas capacidades me impedisse sequer de tentar.

Vi recentemente um documentário sobre o Triatlo do Homem de Ferro, que consiste em nadar 3800 metros, pedalar 90 quilómetros numa bicicleta e correr uma maratona completa (42,195 km) – por esta ordem e sem pausas! Francamente, observar os concorrentes nesse triatlo refletia bem a forma como me senti a competir em The Biggest Loser. Tal como esses atletas, escolhi competir em condições extremamente duras. E isso compensou, e de que maneira, a minha alma e o meu espírito. Descubra algo que lhe dê uma experiência semelhante. Algo de que tenha medo. Deixe a hipótese de conseguir uma proeza crescer dentro de si.

RECOLHA PROVAS PARA O SUCESSO

Andar por aí às voltas com excesso de peso pode, de facto, tornar-se um filtro negativo para a sua forma de pensar. E, tal como os dominós, esses pensamentos negativos podem levar a consequências negativas. Você deve dar meia volta a esse padrão antes que o mesmo domine por completo a sua perspetiva.

Quando fui para casa com a minha mãe no final da quarta semana, podia ter pensado: “Para quê esforçar-me? Nunca irei conseguir vencer The Biggest Loser”, e atirado a toalha ao chão. Não fazia ideia de que teria uma segunda oportunidade. Mas quando voltei a casa, decidi que seria a vencedora oficiosa do concurso The Biggest Loser, mesmo que não fosse eu a ganhar o grande prémio. Continuaria a trabalhar no duro e regressaria para a final com a maior percentagem de peso perdido entre todos. Não fazia ideia de que teria oportunidade de voltar ao rancho e concorrer pelo grande título. Abordar as semanas seguintes dessa forma significou dizer que quando recebi a chamada para regressar ao rancho estava de facto em posição de ganhar um lugar de volta no rancho e de me tornar a vencedora do concurso The Biggest Loser.

Mas o que importa reter é que eu iria ser bem-sucedida, chegasse esse telefonema ou não. Por isso, deixe de ver os obstáculos que enfrenta como a razão que a impede de fazer algo. Veja-os como a razão pela qual consegue. E celebre as suas proezas numa base diária. Eu celebrei todos os quilos que perdi. Uma vez que me torturei por os ter ganho, tinha de me sentir bem quando os perdia!

Há muitas formas engraçadas de construir o hábito de juntar as provas do sucesso. Lembra-se de que eu e a minha mãe ficámos na fila para o casting do programa no 11.º dia do mês e éramos o 11.º par na fila? Decidimos ver nisso um bom sinal! A nossa temporada foi a primeira que teve equipas e nós fomos a primeira equipa mãe-filha. Sim! A nossa cor era o rosa, a cor frequentemente associada às mulheres fortes que são lutadoras. Ficámos com ela! Comecei a reparar no rosa por todo o lado... rosa nas montras das lojas quando estava em casa, rosa nas flores e rosa no céu. Quando estava no ginásio a treinar para a final, até reparei em senhoras usando calções de ginástica da Victoria’s Secret com “Equipa Rosa” escrito nos seus traseiros. Cada vez que as via, sentia que estavam a lutar por mim e pelo meu êxito. Juntei provas de que seria a primeira mulher a vencer The Biggest Loser e fi-lo acontecer. Teve alguma importância usar uma camisola rosa? Não. Terá o rosa um poder inerente? Não. Mas se digo que o rosa tem poder, se acreditar nisso, então tem mesmo! No final do dia, é apenas uma T-shirt. Mas a minha crença tornou-a em muito mais do que isso.

COMUNIQUE AS SUAS NECESSIDADES

Quando tinha excesso de peso, pensava que a minha família me julgava. Tentavam ajudar-me com a minha dieta e exercício e eu sabia que queriam apoiar-me, mas soava-me a um julgamento. Sentia que eles eram a polícia da comida, o que me fez querer afastar-me deles. Essa foi uma das coisas mais difíceis quando regressei a casa: precisava de arranjar uma forma de comunicar a forma como precisava de ser apoiada.

Às vezes, quando se está a passar por uma grande mudança na vida, é preciso sentarmo-nos com aqueles que amamos e ter umas conversas duras. A verdade é que a maior parte das vezes eles apenas querem apoiar-nos mas provavelmente não sabem qual a melhor forma de o fazer – por isso, é preciso dizer-lhes. Uma pessoa quer poder viver a sua vida junto daqueles que ama. No meu caso, precisava de ser honesta e dizer: “Quero a vossa ajuda, preciso da vossa ajuda – mas não quero que me policiem. Quero que estejam disponíveis para mim sem tentarem controlar-me. Quero que me oiçam sem terem todas as respostas ou dizerem-me o que está certo ou errado. Oiçam apenas.”

Uma vez, uma mulher com quem estava a falar disse-me que se sentia como se o seu marido estivesse sempre a ver o que ela comia. Esta é uma situação normal para as pessoas com excesso de peso – sentirem-se julgadas por aqueles que estão à sua volta quando comem. Quando uma pessoa se sente escrutinada dessa forma, começa a petiscar às escondidas. Come-se em segredo para evitar os olhares alheios. Não se está à vontade, o que é desagradável e errado. O ato de comer serve para nutrir o corpo – não deve ser sentido assim.

Digamos que alguém no vosso grupo de apoio vos apanha a comer às escondidas e sabe que você acabou de almoçar. Em vez de dizer “Tens a certeza de que queres comer isso?” ou “Não pensas que é de mais? Acabaste de comer...”, peça-lhe para a tentar distrair em vez de a controlar. Elas podem dizer “Vamos às compras” ou “Vamos até ao cinema”. Ofereça uma alternativa em vez de dizer algo que pareça uma acusação. Há tantas relações estragadas entre as pessoas que lutam contra o seu peso e tudo por causa de não serem capazes de explicar as ações que serão vistas como um apoio.

RETRIBUA E AJUDE OS OUTROS A ENCONTRAR OS SEUS SONHOS

Acredito profundamente no poder da comunidade, em espalhar as boas energias que obtemos por cumprir os nossos objetivos, em nos tornarmos pessoas melhores e ajudarmos os outros a fazer o mesmo. Adoro partilhar com os outros e estou sempre a fazê-lo. Nos aeroportos, ao passear na rua, as pessoas detêm-me e falamos. Adoro ligar-me às pessoas. Quero ter um mundo inteiro de amigas.

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ESCUTE O SEU CORPO

Se houver um dia em que acorde e esteja realmente cansada, faço um check-in a mim própria. O que é que se passa aqui? Estou stressada ou perturbada por alguma coisa? Preciso de fazer uma pausa? Talvez precise apenas de um dia de folga. Se for esse o caso, descanso. Mas se continuar a acontecer dia após dia, algo se passa na minha vida e tenho de estar atenta a isso. Tenho de perceber o que é que não está a funcionar.

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Há tantas formas de retribuir. Para mim, é encontrar-me e falar com gente de todo o país e trabalhar na minha Fundação Acredito, Logo Sou Capaz. Quando somos capazes de atingir os nossos próprios objetivos, temos o poder de ajudar as outras pessoas a perceber quais são os seus sonhos, mostrar-lhes que passos devem dar. E penso que é assim que nos mantemos vivos e, num momento, conscientes. Esse é o epítome de saúde – abertura e ligação. Talvez exista um projeto de ajuda na sua comunidade e você queira fazer parte dele – uma recolha de brinquedos, uma angariação de fundos para a escola, uma limpeza na vizinhança, o que quer que seja. Se é um projeto com uma natureza positiva, então ajuda a criar uma comunidade saudável.

Durante dez anos, senti que não tinha feito diferença na vida de ninguém; estava a refrear-me. Os meus sorrisos não eram sinceros. Vivia abaixo daquilo que sabia querer viver. Sentia-me mal comigo e retirei-me da vida. Não era uma depressão constante mas havia muitos períodos baixos. De muitas formas, estava a conformar-me. Tinha pavor de ser rejeitada. Nem sequer sabia o que era capaz de fazer.

FALE CONSIGO!

De cada vez que faço exercício, tenho uma conversa comigo. Porquê? Porque não faço coisas com as quais me sinto confortável. Se estou confortável, então não está a resultar e não as classifico como exercício. Se estou só a dar um passeio, então tudo bem. É atividade e faz bem. Mas para me esforçar, vou correr. E não interessa que corrida é, normalmente quero desistir a meio. É, para mim, uma coisa mental e tenho de dizer: “OK, Ali, tu não queres realmente desistir. Só queres desistir porque estás a sentir-te desconfortável.”

Tenho um corpo fisicamente forte que trabalhei e que vai resistir e está preparado para um nível exigente. Mas todos os dias, quando faço exercício, dou de caras com os limites da minha mente. Por vezes, tenho de me enganar. Se estou a correr e quero parar, digo apenas: “OK, corre só até àquela árvore, está a dez metros de distância.” E quando dou por isso, estou a meio caminho da meta! E quando corro a distância a que me propus, tenho o sentimento de dever cumprido. É assim que uma pessoa constrói confiança em si própria.

Faço o mesmo com a comida. Se dou por mim a petiscar descuidadamente, às vezes paro e penso: “Estou realmente com fome ou apenas cansada?” Dou tanto de mim que de vez em quando tenho de relaxar e pensar nos meus níveis de energia. Evito ter tentações na minha cozinha – protejo a minha casa dessa forma. Mas não quero comer desalmadamente, mesmo comidas saudáveis como uvas ou amêndoas. Frequentemente, apenas preciso de desligar a televisão e ir para a cama. Às vezes, só tenho de dizer a mim própria que é hora de descansar.

DEIXE AS AMIZADES EVOLUÍREM

Quando se perde peso, por vezes os amigos podem sentir-se ameaçados ou desenquadrados. Você mudou a equação da vossa amizade e algumas amigas podem querer que as coisas voltem a ser como eram. Talvez costumassem ir comer piza juntas ou andar sempre nos copos. Você desempenhou um certo papel nas suas vidas e, embora elas estejam entusiasmadas por si, podem também temer perder a relação que estavam acostumadas a ter consigo.

Seja honesta com elas. Se a convidarem para uma ida até aos locais antigos onde você já não se sente confortável, lugares onde se sinta tentada a comer de mais ou a ter atividades que não apoiem o seu estilo de vida saudável, diga-lhes que gosta muito delas mas que não pode passar tempo com elas da forma que costumavam fazer. Você ainda valoriza a sua amizade mas precisa igualmente de se manter fiel aos seus objetivos. Sugira algo diferente, um sítio onde possam comer uma refeição saudável ou, melhor ainda, uma atividade física que possam desfrutar juntas. Você pode mudar os padrões antigos e criar novos. E se a sua amiga não deseja adaptar-se, é porque provavelmente essa é uma amizade que não foi feita para durar.

Lembre-se, você está a construir um mundo que funcione para si, que reflita as suas crenças e que alimente o seu eu saudável – o seu melhor eu. Assegurar que este mundo e as suas relações refletem a sua nova vida de decisões conscientes vai mantê-la no caminho certo para cumprir os seus objetivos.

4 [N. do T.: NO FEAR e KNOW FEAR, no original]