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Capítulo 6

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Assim que a porta se fechou atrás dele, Elizabeth sacudiu o sobretudo dele e retirou-se para o seu lugar anterior, próximo à lareira, com as pernas erguidas até o peito e a colcha cobrindo os joelhos. Ficar abraçados estava mais aquecido, mas seria melhor congelar do que repetir o que acabara de ocorrer. O que a acometera? Simplesmente estar perto de um cavalheiro bonito não era desculpa para beijá-lo. E nem se tratava de se darem bem. Para cada conversa que ia bem ou uma piada que compartilhavam, havia um mal-entendido ou uma disputa.

Agora, sua opinião sobre ele era melhor do que antes da tempestade, mas ele era tão difícil de entender. Admitia que a situação deles era incomum e eles haviam falado com franqueza notável, mas ela nunca conhecera um homem com tantos estados de humor como Mr. Darcy, e raramente esses sentimentos faziam sentido para ela. Mas também suas próprias reações não faziam sentido. O que acontecera com a sua proclamada habilidade em bobagens? Ela não podia rir do mau humor dele; pelo contrário, ele a deixava infeliz. E nada disso, nada disso, era desculpa para beijá-lo!

Como poderia culpá-lo por supor que ela se casaria com ele, quando se comportava de forma tão inadequada? A tempestade devia ter afetado seu juízo de alguma forma, pois este a desertara. Devia assegurar-se em manter distância dele, já que, aparentemente, não podia confiar em si mesma.

Ela abaixou a cabeça em seus joelhos. Era apenas uma tempestade de neve. Ele era apenas um homem. A tempestade certamente terminaria em breve e, amanhã, eles poderiam deixar essa pequena cabana. Não havia motivo para entrar em pânico – exceto pelo fato de nunca ter tido sentimentos tão poderosos a respeito de um homem antes, e de que ela não o entendia.

A porta se abriu, trazendo consigo uma explosão de ar gelado, mas Elizabeth não ergueu a cabeça. Não poderia ignorá-lo para sempre, mas era muito mais fácil não olhar para ele, não ver sua expressão, não tentar adivinhar seu humor enquanto ele fechava a porta novamente. Os pés dele se arrastavam contra a palha no chão, então o som foi substituído pelo ruído de madeira que caiu e foi reempilhada. O atiçador raspou na lareira, seguido pelo choque suave de uma quebra de lenha e um aumento no crepitar e estalar do fogo. Que adiantaria não olhar para ele, se seguia todos os seus movimentos através dos sons que ele fazia?

Levantando a cabeça apenas um centímetro, ela olhou para ele por cima dos joelhos. Ele estava agachado na frente da lareira, mais perto das chamas do que poderia ser confortável. Mesmo sob a luz rosada do fogo, ela podia ver seu rosto pálido, e sua mão, que segurava o atiçador, era quase azul. Teria ele saído sem as luvas? Provavelmente. Ele as removera quando comeram a sopa.

Ele deve estar meio congelado, mas não tocara seu casaco, jogado sobre o banquinho. Em vez disso, ele permanecia imóvel como uma estátua, o olhar fixo no fogo. Talvez ele estivesse evitando vê-la, exatamente como ela tinha feito com ele.

A situação era embaraçosa – mortificante, se a verdade fosse dita – mas não havia nenhuma razão para ele sofrer. Por impulso, ela tirou a colcha de suas pernas e cobriu os ombros dele, voltando depois para a posição que acabara de sair. Suas pernas sentiram mais o frio agora, mas seu coração estava mais em paz.

— Obrigado. — Ele puxou a colcha mais fortemente ao redor de si.

Aparentemente ele não pretendia dizer nada sobre o que se passara entre eles. Isso tornaria tudo muito mais fácil.

— A neve ainda não diminuiu?

— Um pouco, talvez. Está misturada com geada agora.

—Quão profunda está?

Ele inclinou a cabeça para um lado, como se considerasse o assunto, mas continuou tomando conta do fogo.

— Isso é difícil de dizer. Existem algumas partes que parecem bastante profundas. Do lado de fora da porta, ela atinge meus joelhos. Será difícil abrir caminho amanhã.

Pelo menos ele parecia pensar que eles poderiam sair até então. Certamente eles poderiam partir pela manhã. Ela nunca ouvira falar de uma tempestade que durasse tanto quanto esta já durava.

— Uma vez tivemos uma neve muito profunda para eu pudesse caminhar, mas como eu tinha talvez cinco anos de idade, então, isso não significava necessariamente que era muito profunda. Lembro que derreteu depois de apenas dois dias, e fiquei com o coração partido porque achei que era tão bonita.

— Imagino que levará mais tempo do que isso para que desapareça, a menos que o tempo fique excepcionalmente quente. Isso decepcionaria as pessoas de Londres; tem estado frio o bastante para que esperarem para uma Frost Fair. O Tâmisa não se congelava há quase vinte anos, mas eles pensam que isso pode acontecer este ano.

Ela conseguiu dar um sorriso.

— Vi retratos de Frost Fairs, e sempre esperava que eu pudesse ir algum dia, mas não posso dizer que a ideia de passar um dia em um rio congelado tem algum apelo no momento.

— Talvez mais um ano, então, quando esta será apenas uma lembrança distante.

— Talvez. — Ela não podia imaginar um momento que estes dias desapareceriam no passado.

Ele não disse nada mais, mas pelo menos a atmosfera parecia pacífica, o que foi um grande avanço. Talvez a falta de problemas fosse o melhor que poderiam esperar neste momento. Obviamente, não podiam retornar para onde estiveram, por mais agradável que fosse sentar-se junto a ele debaixo de seu casaco e rirem juntos. Ela apoiou a face nos joelhos, evitando olhar diretamente para ele, mas ainda podia vê-lo pelo canto de seus olhos. Havia algo reconfortante em mantê-lo à vista.

Depois de um tempo, ele se levantou para perguntar se ela preferia ter a colcha de volta ou usar o casaco dele, sua pergunta deixando claro que não estava se oferecendo para compartilhá-los.

— A colcha funciona bem — Seria muito difícil enfrentar a intimidade de estar envolvido em seu casaco. Não queria trazer de volta a lembrança de seu beijo, não agora que estava tudo calmo.

Mas havia um problema à espreita dela. Quando começou a bocejar, Elizabeth não podia mais ignorar a questão de onde eles dormiriam.

— Sobre essa noite...

— Nossos arranjos para dormir? — Sua resposta foi tão rápida que ele devia ter considerado o mesmo. — A noite passada pareceu funcionar bem.

O estômago dela revirou, à lembrança de acordar em seus braços.

— Se você não se importa com a inconveniência disso.

A voz dele se tornou mais profunda.

— Como aconteceu, não me importei com a inconveniência disso – longe disso.

— Você não está ajudando, senhor!

Ele se sentou e tocou o rosto dela com a parte de trás dos dedos.

— Não, suponho que não esteja. Mas você deve saber, à esta altura, que não pretendo tirar proveito de você. Pelo menos, não uma vantagem desnecessária. Deveríamos também estar tão confortáveis ​​quanto possível, uma vez que precisaremos de nossa força pela manhã.

— Suponho que sim. — Ela tentou parecer em dúvida, mas foi difícil, quando a proposta era tão tentadora. Era errado querer voltar a deitar em seus braços, mas não podia impedir, especialmente quando teria que lhe dizer a despedida final pela manhã.

Para distrair-se desse pensamento doloroso, ela começou a arrancar os pinos de cabelo, puxando seus cabelos com força do nó simples que fizera naquela manhã. A noite passada já havia sido o bastante, mas agora o cabelo dela estava muito emaranhado, mesmo para uma simples trança. Na manhã da véspera, havia uma eternidade, Nell trançara fitas lilases finas no cabelo de Elizabeth, em homenagem ao casamento de Charlotte. Na noite passada, Elizabeth simplesmente havia deixado as pequenas fitas no lugar quando trançava, para voltar a colocá-las para cima pela manhã. Agora, as fitas estavam enrugadas em seus cachos. Se ela dormisse com as fitas novamente esta noite, poderia ter que cortá-los.

Mais cedo, ela vira um pente de madeira rústico na prateleira. Ela o levou à lareira e começou o lento processo de desembaraçar. Era como ordenar o ninho de um rato. Cada trança precisava ser retirada do resto do cabelo, depois cuidadosamente desfeita. Por que Nell fizera tantas? Ela estremecia cada vez que o pente encontrava um emaranhado. Sua escova, lá de Longbourn, teria tornado tudo muito mais fácil, mas também poderia estar na lua por todo o bem que lhe fez.

E ela tinha um público. Ontem à noite, Mr. Darcy virou-se quando ela soltara o cabelo, mas esta noite ele não fingiu desviar o olhar. Ele sentou-se no colchão, descansando de costas, com as mãos atrás dele, seu olhar tão quente quanto o fogo. O poder desse olhar fez com que ela desejasse algo mais.

Isso foi uma péssima ideia. Ela afastou os olhos, concentrando toda a atenção no grande emaranhado perto de seu couro cabeludo. Finalmente, ele foi desfeito, e ela virou-se ligeiramente quando começou a trabalhar do outro lado. Era uma coisa boa não ter outras tarefas a fazer, já que isso levaria bastante tempo. Mr. Darcy parecia preparado para admirar cada momento de seus esforços.

— Os cavalheiros têm sorte de não precisar lidar com esses problemas — disse ela. — Ninguém nunca quer colar penas em seu cabelo.

— Estou feliz em dizer que a questão nunca surgiu. Você realmente usa cola?

—Não eu, uma vez que me recuso a usar penas no meu cabelo por esse motivo. A maioria das damas usa. Suas criadas passam horas lavando-os, mais tarde. Às vezes, precisam cortá-los. —Ela puxou com força um emaranhado particularmente recalcitrante.

— Estou grato por você não usar penas, então. Seria um crime cortar até um fio de seu cabelo. — A voz dele parecia reverberar no pequeno espaço.

Ela mascarou seu desconforto concentrando-se em desfazer outra trança. A fita, quando finalmente saiu, já estava desfiando. Não era de se admirar que tenha ficado tão mal atada! Ela a deixou cair em cima das demais, a seu lado.

A parte de trás da cabeça era mais difícil. Seu penteado não fora feito para que ela mesma desmanchasse as tranças, e ela teve que explorar com os dedos até descobrir onde estavam as fitas. A primeira soltou-se com bastante facilidade, embora não a ver fosse um desafio, especialmente com Mr. Darcy observando suas torpes tentativas.

A última trança estava irremediavelmente emaranhada. Ela desistiu do pente e tentou separar seus cabelos algumas mechas por vez, mas era impossível dizer se ela estava progredindo ou piorando as coisas. Frustrada, ela puxou um cacho com força, apenas para estremecer quando o couro cabeludo se ressentiu. Ela bufou, com irritação. Se ao menos pudesse ver o que estava fazendo!

A voz de Mr. Darcy chegou-lhe das sombras.

— Parece que os olhos na parte de trás de sua cabeça não funcionam melhor do que os meus, na avaliação da minha lesão. Posso oferecer minha assistência?

Para se sentar perto dela e tocar seu cabelo? A garganta dela apertou-se. Deveria recusar, mas duvidava que pudesse desembaraçar sozinha.

— Estou certo de que não será nada demais aguardar até que minha criada possa lidar com isso amanhã.

— Eu não sou tão indigno de confiança — disse ele, com uma risada baixa.

A questão era se ela poderia ser confiável mas, se recusasse agora, ele iria entendê-lo como duvidando sua palavra.

— Muito bem.

Quando ele se juntou a ela na lareira, ela virou-se para o outro lado, para permitir que a leve luz do fogo iluminasse a parte de trás da cabeça. Ela podia sentir a proximidade dele, mas ele não tocava seus cabelos.

— Não há esperanças? — perguntou ela, com veemência.

— Estou examinando o problema e planejando minha estratégia e linha de ataque.

— Então você vê meu cabelo como uma batalha?

— Você não faz ideia — disse ele tão suavemente, que ela não tinha certeza de que o ouvira corretamente.

Agora, ela podia sentir a pressão, enquanto fazia alguma coisa, sem dúvida para separar a trança. Seu couro cabeludo formigou com a sensação, quase como se ele estivesse acariciando-a. Não era uma carícia, disse para si mesma, com firmeza. Nunca pensou que Nell acariciava seus cabelos. Talvez devesse tentar imaginar que Mr. Darcy era a sua criada. Deixou escapar uma risadinha.

— Algo importante? — perguntou ele.

— De modo nenhum. Estava apenas considerando se você teria futuro como empregado de uma dama.

Ele riu.

— Somente se a dama em questão tiver cabelos escuros e encaracolados, que pareçam seda entre meus dedos.

Oh, céus. O fogo fervendo dentro dela estava deixando o da lareira com vergonha. Não ajudou quando ela sentiu as mãos dele percorrer o cabelo que ela já havia desembaraçado. Não havia necessidade de fazer isso. Ele simplesmente deve ter desejado fazê-lo.

Felizmente para a pouca paz de espírito que lhe restara, ele voltou a desembaraçar. Cada puxão enviava uma espiral de estranhas sensações para dentro de seu corpo. Como ela podia sentir isso com tanta clareza, quando ele apenas tocava seus cabelos? Ela cravou as unhas nas palmas das mãos, para distrair-se dos sentimentos estranhamente prazerosos.

— Quase lá. — A voz dele estava rouca.

Ela mordeu o lábio.

— Bom — Ela tanto queria que ele parasse quanto continuasse para sempre.

— Vou precisar do pente.

Silenciosamente, ela o entregou a ele, preparando-se para a dor, já que não era fácil pentear seus emaranhados. A sensação de puxão mudou, mas permaneceu surpreendentemente suave.

— Você faz isso bem, para quem não tem experiência.

— Minha irmã costumava gostar que eu penteasse seus cabelos quando era pequena. Ela fingia ser uma princesa e eu era seu cavaleiro. Entretanto, o cabelo dela é liso.

— Sempre que meu cabelo enrola, desejo que seja liso.

O pente parou de se mover por um momento.

— Nunca deseje isso.

Ela engoliu com força, com a boca seca. O que poderia responder? Era uma coisa boa não poder ver seu rosto. Pode tornar muito óbvio como ele a estava afetando.

— Eis, está tudo agora livre, além da trança. Se você puder ser paciente mais um minuto, tirarei a fita.

Outro minuto poderia ser muito. Ela poderia explodir em chamas até então.

O braço dele a circundou e deixou cair uma fita em seu colo. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele continuou penteando seus cabelos. Penteando? Ela sentiu o cabelo ser erguido. Ele estava passando os dedos lentamente através dele, por baixo.

Arrepios percorreram sua espinha, ou talvez fosse uma sequência de faíscas.

— O que você está fazendo? — perguntou ela, com a boca seca.

— Certificando-me de que não há mais emaranhados — disse ele com voz rouca.

Definitivamente, ele estava levando mais tempo do que necessário. Ela sabia que deveria objetar, dizer-lhe para parar mas, de alguma forma, as palavras estavam presas em sua garganta. Como se tivesse ganho vida própria, seu couro cabeludo formigava a cada movimento de seus cabelos. Então, sentiu algo macio e quente acariciando a parte de trás do pescoço, e uma sensação maravilhosa a atravessou, partindo desse ponto. Seus olhos se fecharam involuntariamente. Pelo menos seu rosto estava na sombra; ele não poderia ver sua expressão.

Então, ela deu um grito, quando uma dor aguda e forte invadiu a onda de doces sensações. Ela bateu a mão em sua coxa ferida, capturando uma pata peluda.

Darcy deixou cair o cabelo instantaneamente.

— Minhas mais profundas desculpas. Não tive a intenção de causar-lhe dor.

A gata bateu na fita pendurada no colo de Elizabeth, tentando mais uma vez passar as garras através de suas saias.

— Você não me machucou. Essa honra vai para sua protegida, Miss Bola de Pelo. Ela parece pensar que minha fita de cabelo é um brinquedo e meu colo é uma almofada de alfinetes. —Ela deveria estar agradecida. Quem sabe o que poderia ter acontecido se a gata não os tivesse interrompido? Poderia ter reunido forças para dizer a Mr. Darcy que parasse?

Ela respirou fundo e virou-se em direção a Darcy, mas as palavras morreram em sua boca ao vê-lo olhando fixamente nos olhos dela com desejo óbvio. Precisou engolir com força, antes de dizer:

— As garras dela são notavelmente afiadas, sem dúvida, por caçar ratos na pilha de lenha. Eu... Agradeço sua ajuda.

— Foi um prazer – inteiramente meu prazer. Você não sabe como desejei tocar seu cabelo.

Forçando-se a quebrar o contato com os olhos, ela disse com leveza:

— Provavelmente você não desejou lidar com emaranhados! — Ela pegou a fita e colocou-a em seu colo, esperando que Bola de Neve enfiasse as garras nela de novo e a fizesse voltar a ter juízo.

Em vez disso, a gata pegou a fita em seus dentes e puxou-a, então saltou no colo de Darcy e começou a ronronar. Elizabeth precisava encontrar coragem para resistir ao charme dele – mas desejou que fosse ela, e não Bola de Neve, que ele estivesse acariciando.

***

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Elizabeth distraiu-se durante a próxima meia hora, tentando recordar quantas citações dos Sermões de Fordyce, favoritas de Mary, ela conseguia repetir. Não que isso a ajudasse a deixar de desejar coisas que não podia ter mas, pelo menos, mantinha sua mente ocupada e lembrava-lhe as expectativas da sociedade. Quem pensaria que ela, Elizabeth Bennet, alguma vez precisaria de tal lembrete? Até ficar presa com Mr. Darcy, nunca conhecera suas próprias fraquezas.

Finalmente, não poderia se demorar mais a ir para a cama. Sentiu-se excessivamente desajeitada, enquanto se acomodava no colchão de palha, com o cuidado de ficar tão perto da borda quanto podia, para deixar o maior espaço possível e virando as costas para o restante do colchão.

Darcy colocou uma nova lenha no fogo, depois passou por ela. O colchão de palha farfalhou quando ele deitou-se ao lado dela. Embora não pudesse vê-lo, estava profundamente consciente de sua presença e do perfume duradouro de especiarias e almíscar.

Foi preciso uma batida em seu ombro para fazê-la olhar para ele. Ele estava apoiado em um cotovelo, a luz do fogo jogando em sombras vermelhas em suas feições fortes. A expressão dele era séria

— Quente ou frio?

Ela mordeu o lábio. Tempo fora do comum.

— Quente.

Um sorriso ergueu o canto de seus lábios dele, quando se deitou e estendeu-lhe o braço. Ela se aconchegou ao lado dele, descansando a cabeça em seu ombro, no local que parecia ser feito apenas para isso. Quando ela levantou a mão para retirar os cabelos de seus olhos, sua mão tocou a dele, enviando-lhe um choque até os dedos dos pés.

Darcy envolveu sua mão na dele, depois descansou as duas em seu peito. Parecia muito natural e agradável demais. De alguma forma, ela conseguiu manter sua voz firme, quando desejou-lhe boa noite.

Os lábios dele pressionaram levemente a testa dela.

— Durma bem, doce Lizzy.

Embora ela estivesse parada, em um sono fingido, levou pelo menos meia hora antes que o sono a reivindicasse, enquanto ouvia a batida regular do coração dele, ainda sentindo o lugar onde os lábios dele pressionaram. Mas levou muito mais tempo para que Darcy se juntasse a ela nesse estado.