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Capítulo 24

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O CRIADO QUE ABRIU a porta na casa dos Gardiners pareceu surpreso ao ver Elizabeth, com razão, já que normalmente ela entraria sem bater. Mas parecia injusto apresentar Mr. Darcy a eles inadvertidamente.

— Miss Elizabeth, sua irmã está na sala de estar.

— Obrigada. — Elizabeth respirou fundo e depois avançou.

A cor sumiu do rosto de Jane quando viu Elizabeth. Correu até ela e segurou as duas mãos da irmã.

— Oh, Lizzy, peço que me diga não é nosso pai! Quem é?

Elizabeth olhou para ela, confusa. Claro que não era seu pai que estava com ela!

Felizmente, a inteligência de Darcy estava trabalhando mais claramente do que a sua.

— Miss Bennet, sua família está bem de saúde. Elizabeth está de luto pela minha tia, lady Catherine de Bourgh. — Ele tocou sua própria braçadeira de crepe preto.

Jane olhou para um e para o outro.

— Mr. Darcy! Peço que me desculpe não ter notado o senhor. Foi apenas o choque.

— Perfeitamente compreensível, Miss Bennet.

— Mas Lizzy, por que você está de luto pela tia de Mr. Darcy? — Então seus olhos se arregalaram quando examinou a mão esquerda de Elizabeth e tocou o anel em seu dedo. — Você está... você está...?

— Casada? — Elizabeth segurou a mão de Jane. — Há dois dias, em uma cerimônia muito tranquila em Folkestone.

Quando Jane abriu a boca, Darcy evitou as próximas perguntas.

— Isso ocorreu bastante precipitadamente devido às nossas circunstâncias. Posso perguntar se Mr. e Mrs. Gardiner podem nos atender? Poderá ser mais fácil contar tudo uma única vez.

—É uma história longa e tortuosa — acrescentou Elizabeth.

Darcy pegou a mão livre de Elizabeth e a levou aos lábios.

— O resultado é mais do que satisfatório.

Enquanto o calor subia às faces de Elizabeth, Jane disse apressadamente:

— Permitam-me apenas um momento para encontrar minha tia e meu tio. Retornarei logo. — Ela praticamente fugiu da sala.

— Acho que você a assustou — disse Elizabeth com uma risada.

— Bom. Já faz algumas horas desde que a beijei pela última vez. — Ele tomou medidas imediatas para remediar essa situação.

O som de uma tosse, vinda do lado de fora da porta, fez com que eles se separassem, mas Darcy conseguiu manter a mão de Elizabeth na sua. Ela sorriu para ele, divertida por sua contínua necessidade de permanecer em contato com ela.

Mr. Gardiner estava olhando duro para Darcy.

— Ora, isso é certamente uma surpresa. Mr. Darcy, posso apresentar minha esposa? Jane me disse que o senhor tem algo a nos contar.

Darcy inclinou-se para Mrs. Gardiner.

— Sim, realmente tenho; ou talvez devesse dizer Mrs. Darcy, e tenho um anúncio a fazer.

***

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Essa é uma boa história — disse Mr. Gardiner, depois de ouvir todo o relato. — Mr. Darcy, devo mais uma vez me desculpar profusamente pela parte em que fui responsável por mantê-lo à distância.

— Não há necessidade de se desculpar, quando o senhor estava fazendo o que pensava ser o melhor para Elizabeth. Sou o tutor de uma irmã muito mais nova, e provavelmente teria tomado uma decisão semelhante, sabendo apenas o que o senhor sabia.

Elizabeth disse:

— Espero que Mr. Hartshorne não fique muito desapontado.

— Ele irá se recuperar; embora ele tivesse preferido um resultado diferente para si próprio, sempre sentiu que era injusto para você. Sei que ficará satisfeito por você. E eu o promovi a uma posição de maior responsabilidade, logo ele saiu ganhando algo.

— Peço que lhe diga que nunca me esquecerei de sua generosidade ao me oferecer um abrigo.

Darcy já tinha ouvido bastante sobre este santo Mr. Hartshorne que ousara olhar para a sua Elizabeth.

Mrs. Gardiner perguntou:

— Lizzy, seus pais foram informados sobre seu casamento?

Elizabeth olhou para Darcy.

— Ainda não. Desejamos dar-lhes a notícia pessoalmente.

— Em alguns dias — disse Darcy firmemente. — Depois de tudo o que aconteceu, tenho necessidade de ficar no mesmo lugar por vários dias seguidos.

b

Três dias depois, Darcy agarrou a mão de Elizabeth quando a carruagem virou para o caminho que levava a Longbourn House.

— Coragem, meu amor.

— Sei que não será tão difícil assim, mas parte de mim ainda não gosta de decepcionar meu pai. Espero que possamos convencê-lo a reconsiderar a opinião dele sobre você.

— Pode ser que ele não o consiga hoje, mas talvez, à medida que nos vê juntos ao longo do tempo, seus pontos de vista possam mudar.

— Espero que sim. — Ela alisou a saia com a mão livre. Após a reação de Jane diante de seu traje de luto, ela preferiu vestir seu vestido cor de lavanda para Longbourn. Claro, o luto total foi necessário para impressionar o conde de Matlock com sua adequação e respeito pela família, mas ninguém em Longbourn provavelmente se importaria com a morte de lady Catherine.

Darcy beijou-a suavemente quando pararam nas escadas da frente.

A empregada pareceu assustada ao vê-la.

— Miss Lizzy, eu não sabia que você estava voltando!

— É uma surpresa. Meu pai está na biblioteca?

—Sim, senhorita.

Elizabeth ajeitou os ombros antes de bater na porta da biblioteca. Abrindo-a em resposta ao chamado de seu pai, foi envolvida pelo familiar cheiro seco de livros antigos. No passado, sempre o associara à segurança.

Mr. Bennet estava sentado na sua grande cadeira de couro preferida, do lado da janela. Colocando o livro de lado, ele tirou os óculos.

— Lizzy, é uma surpresa. Ou talvez devesse dizer que são duas surpresas.

Darcy colocou a mão na parte de trás da cintura de Elizabeth.

— Há também uma terceira surpresa. Sua filha e eu estamos casados.

O homem mais velho, que estava se levantando, congelou, com as mãos ainda pousadas nos braços da cadeira; então, endireitou-se lentamente, como um homem com duas décadas a mais de idade.

— Foi um trabalho rápido.

— As circunstâncias exigiram rapidez, como o senhor deve estar ciente.

Os lábios de Mr. Bennet apertaram-se em uma linha fina, quando ele se virou para sua filha.

— Nada a dizer por si mesma, Lizzy, ou ele já fala por você?

Respirado mais livremente após Darcy ter anunciado o casamento, o que a aliviara da necessidade de confrontar o pai com a notícia, Elizabeth sentiu o ressentimento tomar conta de si.

— Gostaria de saber por que mentiu para mim. Você não o visitou em Londres, nunca lhe entregou a minha carta, e não me contou quando ele veio vê-lo.

Lentamente, ele tirou um lenço e começou a polir as lentes de seus óculos.

— Não nego me opor ao casamento e ter feito o que pude para evitá-lo. Mas o que foi feito, está feito, e tudo o que posso fazer é esperar que minhas preocupações provem-se infundadas.

Elizabeth molhou os lábios secos.

— Precisamente, quais foram essas preocupações?

— Qual é a questão? Você já está ciente de meus sentimentos em relação a casamentos desiguais e o ressentimento de um homem forçado a correntes nas pernas. Queria que você tivesse um marido que a respeitasse, não um que se casasse com você porque não tinha outra escolha. Você sempre terá uma dívida por ele ter-lhe resgatado sua reputação, e ele nunca permitirá que você se esqueça disso.

Darcy enrijeceu.

— O senhor se engana em relação ao assunto. Se existe alguma dívida, é minha. Elizabeth salvou minha vida e, se nosso casamento salvou sua reputação, também serviu a meus próprios propósitos. Se Elizabeth tiver dificuldades devido à sua mudança de posição, é minha responsabilidade minorá-las, instruí-la em tudo o que ela precisa saber e protegê-la de situações que podem parecer constrangedoras até que ela tenha a oportunidade de aprender de que precisa. Com sua inteligência e sagacidade, não tenho dúvidas de que ela logo estará tão confortável nessas situações quanto alguém que nasceu para nelas.

Elizabeth olhou para Darcy. Sua fluência incomum no assunto dizia-lhe que ele pensara nisso com antecedência, e seu tom cortante mostrava sua raiva. Poderia ele estar correto, poderia o comportamento embaraçoso de sua mãe ter sido diferente, se seu pai se esforçasse mais para ajudá-la a se adaptar às novas circunstâncias? Mas a resposta para isso já estava diante dela; precisaria de esforço da parte dele, e seu pai não gostava de fazer qualquer esforço que pudesse ser evitado. Em vez disso, acabara por se divertir em observar as lutas de sua esposa.

— Isso é muito fácil de dizer, jovem. Espero que você ache tão fácil de fazer.

— Não tenho dúvidas sobre as habilidades da sua filha.

Percebendo a crescente agitação de seu marido, Elizabeth interrompeu, antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa.

— Pai, nós viemos aqui para compartilhar nossas novidades com o senhor. Espero que, ao longo do tempo, o senhor possa ver em Mr. Darcy o homem que conheço. Enquanto isso, devemos estar de volta a Londres esta noite, e cabe ao senhor decidir se eu devo contar as novidades à minha mãe ou se o senhor prefere fazê-lo. — Ela quase esperava que ele escolhesse a última opção, pois protegeria Mr. Darcy de prováveis êxtases embaraçosos.

Os lábios de Mr. Bennet se torceram em algo que poderia ter sido um sorriso.

— Nunca a ouvirei falar sobre ter sido privada da oportunidade de saber todos os detalhes que se vangloriará junto às suas amigas. Apenas poupe-me de quaisquer discussões sobre rendas e enfeites!

Foi o mais próximo de uma desculpa que ela poderia esperar.

— Muito bem, embora eu possa assegurar-lhe que rendas foram minhas menores preocupações em nosso casamento. Eu usava um vestido emprestado.

— Nesse caso, gostaria de estar lá! Mas seria sábio imaginar pelo menos uma pequena quantidade de renda, para que sua mãe não insista em que você passe por isso de novo de maneira adequada.

— Deus nos livre! — disse Darcy. — Uma vez foi bastante.

***

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Elizabeth colocou a mão no braço de Darcy.

— Há tempo para uma curta visita ao celeiro?

O celeiro? A mente de Darcy imediatamente saltou para pilhas de feno, mas não podia ser isso o que ela tinha em mente, não com seus pais logo atrás deles.

— Claro.

Mrs. Bennet disse:

— Oh, Lizzy, você não pode levar Mr. Darcy para o celeiro!

— Garanto-lhe, Mrs. Bennet, que já vi o interior de um celeiro antes — disse Darcy, com severidade.

A mulher mais velha acenou seu lenço.

— Bem, se acha que deve...

— Eu devo — disse Elizabeth, com firmeza. Ela o conduziu através da casa, atravessando os jardins, até uma pequena dependência.

— O que há dentro? — perguntou ele.

— É uma surpresa. — Ela abriu a porta e espiou por dentro, então entrou.

Darcy seguiu atrás dela, seus olhos lentamente se ajustando à luz fraca. O cheiro de feno estava em toda parte. Ele a seguiu até um canto no fundo do celeiro.

Ela olhou de um lado para o outro.

— Bola de Neve? Você está aqui? Espero que ela não esteja pegando ratos; sentiria muito não vê-la.

Algo puxou a perna da calça de Darcy. Ele olhou para baixo para ver a familiar e macia gata branca. Agachando-se ao lado dela, ele acariciou seu pelo, enquanto ela se esfregava contra ele, ronronando alto.

— Olá, Bola de Neve.

— Veja, Bola de Neve, trouxe para você a pessoa que você mais gosta no mundo inteiro! — disse Elizabeth.

Bola de Neve se dignou a permitir que Elizabeth a acariciasse e depois voltou a cortejar Darcy.

— Ela engordou um bocado — comentou ele.

Elizabeth riu.

— Eu costumava trazer sua comida, e então me sentava com ela e pensava em você. Ela já ouviu alguns dos meus pensamentos, por algum tempo! Senti falta dela quando fui a Londres. —Sua voz era melancólica.

Ele havia esquecido o quão atraente era a pequena criatura.

— Você gostaria de levá-la conosco?

— Oh, posso?

— Claro que você pode. Você é Mrs. Darcy agora, e pode fazer o que quiser – desde que continue a me amar.

— Então não corro perigo! — Os lábios deles se encontraram e se prenderam.

Pelo menos, estariam sozinhos depois que deixassem Longbourn! Estava cansado de dividir a companhia de Elizabeth com outras pessoas.

Pouco tempo depois, Bola de Neve estava refastelada na carruagem com eles. Elizabeth levou a cesta favorita de Bola de Neve, mas a gata parecia preferir o colo de Darcy, claramente com vontade de não deixá-lo escapar, agora que o havia encontrado novamente.

Elizabeth aninhou-se ao lado de Darcy na carruagem.

— Você foi muito corajoso ao enfrentar os excessos de minha mãe.

— Por você, eu faria muito mais.

— Pelo menos, ela está tão fascinada por você para fazer alguma restrição!

— E seu pai parecia mais animado no final. Espero que não tenha sido angustiante demais para você.

— Não foi angustiante o suficiente para me fazer reconsiderar minha decisão! Eu sei que ele estava tentando me proteger a seu modo, mas eu queria que ele me permitisse fazer minha própria escolha, ou que pelo menos me dissesse a verdade. Mas ainda é meu pai, e vou tentar perdoá-lo. Espero que algum dia você também possa.

— Irei perdoá-lo por sua causa, meu amor, mas apenas porque os esquemas dele não conseguiram impedir o nosso casamento, por fim.

— Eu me recuso até mesmo a considerar essa possibilidade. Em vez disso, pretendo pensar apenas no passado que me traz prazer.

Ele respondeu da única maneira possível, mas seu beijo foi interrompido quando a carruagem parou.

— Por que estamos parando? — perguntou ela.

Darcy ofereceu-lhe um largo sorriso.

— Desejei pensar no passado, ou pelo menos em uma parte dele que definitivamente me traz prazer. — Ele pousou a gata, abriu a porta da carruagem e pulou para fora, então a ajudou a descer.

Eles estavam parados diante de uma cabana de pau a pique, recentemente caiada, com rosas florescendo ao redor da entrada e fumaça subindo alegremente da chaminé. Elizabeth não podia deixar de rir.

— É aquela que acho que é? Parece bastante diferente sem o mar de neve. Mas deve ser ela – lembro-me da pavimentação de pedra. Pelo menos meu dedo do pé lembra de bater nela!

— Deixe-nos ver se o interior é como você se lembra. — Darcy deu um passo à frente e ergueu o trinco.

— Mas os inquilinos...

— Os inquilinos estão desfrutando uma estadia em uma casa de campo muito maior, não muito longe, e estão perfeitamente felizes em nos dar a liberdade para vir aqui.

— Mas... — Elizabeth sacudiu a cabeça, divertida. Claramente, Darcy teve problemas para organizar esta visita e, na verdade, ela estava curiosa para vê-la novamente. Ela entrou, enquanto ele mantinha a porta aberta.

Demorou um momento para que seus olhos se ajustassem à escuridão. A sala era familiar e, ao mesmo tempo, diferente. Ela piscou duas vezes. As paredes também estavam pintadas recentemente, e uma simples cama esculpida encostada contra a parede junto à lareira. Uma pequena mesa estava colocada debaixo da janela e, maravilha de maravilhas, o chão tinha sido nivelado e foi varrido. Cortinas amarelas flutuavam na janela. Mas era a mesma casa, com as prateleiras e armário familiares, e a lareira, onde haviam passado tanto tempo.

— Você foi o responsável por tudo isso? Certamente, as moedas de prata que você deixou depois da nossa estadia não conseguiriam realizar tal transformação!

— Crewe está fazendo tudo. Ele pediu desculpas profusamente por não ter conseguido colocar cerâmica no chão antes da nossa chegada. Mesmo ele só poderia realizar pequenos milagres com dois dias de antecedência. — Por trás dela, ele passou as mãos por sua cintura.

— Mas por quê? Isso é muito mais que generosidade, e por pessoas que nem sequer conhecemos.

— A casa e lenha deles salvaram nossas vidas; mas isso tudo não é tanto para eles quanto é para nós.

— Para nós? — Ela inclinou a cabeça para trás, apoiando-a no ombro dele.

— Muito bem, para mim. — Ele acariciou seu pescoço, enviando tremores pela coluna vertebral dela. — Muitas vezes, enquanto estávamos aqui, eu desejei beijá-la, tocá-la, fazê-la minha – e ver carinho e preocupação em seus olhos. Então, arrumei tudo para uma segunda chance. Ficaremos aqui esta noite, mas desta vez Crewe nos trará o jantar e café da manhã, e estaremos muito mais confortáveis. Se você não se importa, é isso; ainda podemos voltar para Londres hoje, se preferir.

Ela virou-se para cair nos braços dele e fechou as mãos por detrás de seu pescoço.

— Não consigo pensar em nenhum lugar que prefira estar – desde que não seja obrigada a fazer sopa de cebola.

Ele riu e mordiscou o lóbulo da orelha dela.

— Posso pensar em coisas melhores para abrir meu apetite.

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Mais uma vez, Darcy acordou com a cabeça de Elizabeth em seu ombro e a luz do sol descendo na janela. Com um sorriso satisfeito, ele a puxou para mais perto.

— Mmmm? — murmurou ela, sonolenta. — Onde... oh, sim. De volta ao nosso chalé.

—E muito prazerosamente. — Ele enredou suas mãos nos cabelos dela e a beijou profundamente.

Algum tempo depois, ele enrolou uma mecha do cabelo dela ao redor do dedo.

— Estou surpresa que Bola de Neve ainda não nos interrompeu. Que eu me lembre, ela assumiu o papel de dama de companhia muito seriamente da última vez.

As covinhas de Elizabeth aparecerem.

— Talvez ela entenda que estamos casados ​​agora. — Ela ergueu-se nos cotovelos e olhou em volta da pequena sala. — Ela ainda deve estar em sua cesta. — Ela afastou a coberta, permitindo que ele apreciasse a visão, ao dar os poucos passos necessários para chegar até a cesta. Quando ela olhou para dentro, explodiu em risadas.

— O que foi?

Ainda rindo, ela disse:

— Bola de Neve tem estado ocupada.

Darcy andou silenciosamente até ficar atrás dela e colocou os braços em volta de sua cintura. Não pôde resistir à tentação de beijar a pele macia de seu pescoço, o que era muito mais interessante do que ver o que a gata que estava fazendo.

— Peço que lhe permita apresentar-lhe Floco de Neve, Pingo de Neve, Monte de Neve e... deixe-me pensar... Nevasca.

Assustado, ele a soltou e olhou para a cesta. Quatro pequenas criaturas que mais pareciam camundongos do que gatinhos estavam mamando na barriga exposta de Bola de Neve. Ele se abaixou e os acariciou com a ponta do dedo, sentindo o pelo curto e suave.

— Eles são tão pequenos.

— Então, não foi apenas uma comida melhor que a fez engordar, aparentemente. E eu, que estava preocupada com a reação da governanta em Darcy House diante de uma gatinha, e em vez disso vamos levar cinco! — Sua expressão de consternação cômica a fazia parecer ainda mais beijável do que o habitual.

Ele decidiu aproveitar sua boa sorte.

— Uma vez que eu duvide que Bola de Neve fique feliz em viajar hoje, suponho que isso signifique que devamos ficar aqui mais alguns dias.

Ela sorriu para ele com aquele delicioso olhar arqueado.

— Pergunto-me como conseguiremos passar o tempo.

Ele a pegou em seus braços e começou a demonstrar sua solução.