5 Recuperar a lira

A claridade alumiava a sala e os rostos das garotas. Marie estica seus braços até estralar os cotovelos, algo perturbador. Paula coloca o travesseiro no rosto para se proteger da iluminação. Ela também sente seu pé molhado e adivinha o que aconteceu durante a noite?

— Quando a gente voltar – disse ela – vou te dar um babadouro.

Marie, em resposta, molha o dedo indicador com saliva e enfia no ouvido de Paula. A menina perde as estribeiras e arremessa o travesseiro na irmã, que não parava de rir. Paula estava mais vermelha do que um nariz de palhaço.

— Ria, ria – pronunciou a garota. – Haverá uma manhã que acordará careca.

— Ora – respondeu Marie –, mil perdões, adorável irmãzinha. Como forma de arrependimento, devolver-lhe-ei o pente que há tanto tempo se afugenta do ninho de periquito que se formou na sua cabeça.

Essa foi em cheio. Marie podia ter ganhando alguns milímetros de cabelo nesses meses de viagem, porém Paula, como já carregava uma longa cabeleira, sofreu por não ter absolutamente nada para arrumá-la, estando, agora, emaranhada.

— Sua idiota – replicou Paula, quase em lágrimas.

— O que está havendo? – perguntou a mãe dos garotos ao entrar na sala.

— Nada – replicou Marie, dando algumas risadinhas sem graça.

— Então se apressem. Iremos daqui a alguns minutos.

Se apressarem com o que exatamente? Não estavam levando nada. O único trabalho que tiveram fora ter guardado os lençóis que usaram para dormir.

As garotas desceram outra vez para o restaurante, onde elas tomaram seu café da manhã juntamente com Ana e Nero. Assim que terminaram, pegaram suas mochilas, como jovens campistas, e rumaram direto para a estrada que levava aos morros prateados.

O restaurante no qual estavam hospedadas ficava ao leste da cidade, quase de encontro com o grande muro que a protegia. Mas este continha outra saída. E para lá eles foram. Assim que chegaram, Nero e Ana tiveram que dar uma grande justificativa do porquê estarem conduzindo as gêmeas para fora do império. Não havia muita restrição no momento de entrada, mas sim no de saída, sendo comum a um povo tão mercenário.

Saindo da cidade, havia uma estrada bem orlada por diversos e diversos montes de areia, dunas. Outrossim, eles tinham uma estrada que levava até os morros de prata, e isso era uma dádiva para aqueles que não conhecem ou vivem no deserto.

Caminharam por cerca de uma hora e meia, quando começaram chegar no pé de um dos morros. E, sem perder o mínimo de tempo, começaram a subi-lo. Passaram-se em torno de cinquenta minutos quando as gêmeas sentiram o nivelamento do solo, chegando ao topo.

Era um pouco mais seca aquela região, mas nada que pudessem se preocupar. E o que havia naqueles morros? Havia vários estandartes com flâmulas abertas. Todas elas continham um belo brasão dourado, com o desenho de olhos na cor do ouro brilhando com o raiar do sol e, abaixo deles, encontrava-se todo o império. Num cercado próximo do grupo, Marie observou uma movimentação estranha das areias e começou chegar perto daquilo. Agora não eram duas ou três ondulações, mas várias. Marie se aproxima cada vez mais, quando Ana a puxou para trás e, neste instante, um leão negro com dois pares de asas, olhos da cor vermelho-alaranjado, uma juba nem tão espessa e nem tão grande e um rabo de aspecto mais modorrento do que o habitual, emergiu das areias. Era uma besta para combate, presa por um grilhão no pescoço.

— Cuidado! – advertiu Ana à imprudência de Marie. – São os caças. São ferozes e cruéis com aqueles que não são seus donos.

— Eu percebi – replicou Marie.

— Vamos prosseguir. Está quase na hora.

— Do quê? – perguntou Paula.

— Mais fácil vocês verem para entender – interviu Nero.

Então os quatro partiram para uma certa aglomeração de pessoas que estava adiante deles. As gêmeas ficaram aguardando por algum acontecimento. E que acontecimento. De longe, viram uma grande tempestade de areia se formando. Ela vinha com grande esplendor, jamais antes visto. Ela chega aos morros, começa a envolvê-los, uma chama se forma dentro dela. Logo, toda nuvem formava um grande fogo prateado e belo. As meninas, dentro dela, ficaram simplesmente estupefatas com o que viam e ouviam. Sim, ouviam. Som suave, como um coral de milhares de crianças com vozes de anjos, ecoava dentro dela. Marie ficou de boca aberta e Paula começou a chorar.

— Por que o choro? – perguntou Ana.

— Porque é bonito – replicou Paula.

Ana foi treinada, assim como a maioria do povo, para ser um tipo de mercenária-guerreira. Não tinha tanto tempo para pensar sobre a beleza das coisas ao seu redor. Vendo a reação de Paula, ela ficou intrigada e pensativa.

A nuvem durou por mais alguns segundos e se dispersou. Logo após, Nero resolve conduzir as garotas para um local um pouco mais à frente.

Espero que o leitor não tenha esquecido de como era o “mar” daquela região do deserto. Somente com areia. Todavia, no lugar onde chegaram acharam a água habitual. No entanto, ninguém bebia dela. Somente mergulharam por alguns instantes e saíram todos sorridentes.

— Por fim – disse Ana –, temos o lago da cobiça. É só mergulharem que sentirão e quase viverão o que mais desejam.

— Como assim? – inquiriu Paula.

— Bem, é só vocês…

Splash!

Marie mergulhou sem hesitar no lago. Depois de alguns instantes, ela começou a boiar na água. – Isso, aplaudam-me. Sou vossa líder e comandante. Vencerei todas as batalhas e pelejas. Eu sou a mais forte – dizia ela.

Paula dá algumas risadas.

— Vai lá – disse Ana para Paula. – Não é tão fundo.

— Tá bom – respondeu Paula, um pouco receosa.

A garota deu alguns passos sutis e tímidos de começo. Tocou a água de leve, para senti-la. Começou a sentir uma sensação extremamente boa. Enfim, submergiu-se. Afundava, e afundava, e afundava, mas não se afogava. As águas começaram a rodar em sua volta. Via todo o seu passado sendo construído na sua frente. De repente, viu-se toda trajada com uniforme de batalha. Estava crescida e uma figura séria no rosto. Um enorme escudo carregava no braço esquerdo. Um grande exército de criaturas maléficas e perversas surgem no horizonte. Marie aparece ao lado e lhe pergunta:

— Está com medo?

— Não mais – responde Paula.

— Agora é você que me protegerá.

— Pode contar comigo.

Paula inalou um grande ar de alegria e orgulho por se sentir tão corajosa quanto Marie. Então ela começou avançar na direção dos monstros. Quando iam se confrontar, Paula vê que saiu da água.

— Então? – disse Ana. – O que achou?

— Quero ir outra vez – respondeu Paula.

— Tem um prazo de uma semana para mergulhar outra vez.

— Que injusto.

— O lago foi feito pelas lágrimas de alegria dum ancião lendário. Ele mesmo sabia que não devemos ficar mergulhando em nossos sonhos, ao invés de tentar alcançá-los e vivê-los.

— Vendo por essa ótica, tem razão. Mas ainda acho injusto.

— Vamos pedir pra mãe – disse Nero – para que vocês possam ficar por mais algum tempo. Afinal, pela despreocupação que carregam, não parecem estar com pressa. Aliás, por que entraram no deserto?

Essas palavras vieram como pedras, atingindo a memória das gêmeas em cheio. De súbito, elas se lembraram dos ladrões na entrada do império.

— Precisamos de vossa ajuda! – exclamou Paula. – Fomos roubados por um grupo, com um líder chamado Arão.

— Foram vítimas de Arão e seu grupo? – perguntou Ana.

— Conhecem eles?

— Claro! Vivem causando confusão por toda cidade.

— Sabe onde podemos encontrá-lo?

— Sem dúvida. Mas, primeiro, conte-nos o que aconteceu.

— Certo.

Se num deserto não costuma chover água, naquela volta para o restaurante choveu multidões e multidões de palavras. As gêmeas contaram cada detalhe do acontecimento. Até mesmo o que não ocorreu. Nero, um especialista em estratégias, foi bolando um plano para resgatarem a lira de Kinorel.

— Irão conosco!? – perguntou Marie aos dois irmãos.

— Sim – responderam os irmãos anaquianos. – O restaurante já está nos saturando. Queremos alguma aventura.

— Ótimo – responderam as gêmeas com grande contentamento.

Bem neste momento, chegaram na entrada leste do império. Apertaram um pouco mais o passo para que pudessem chegar o mais rápido possível na casa de Nero e Ana, em prol de elaborarem o melhor plano e pegarem o necessário para esta expedição maléfica.

Chegam e sobem correndo para o segundo andar. Ana diz às meninas para aguardarem na sala onde haviam dormido. Em seguida, após alguns breves minutos, surgem Ana e Nero. Este levava consigo duas adagas e um rascunho enorme, era seu plano. Essa, por si só, tinha um belo arco de prata com alguns adornos.

Nero pega seu rascunho e o estende numa mesa no centro da sala.

— Venham – disse ele para as gêmeas. Elas se aproximam. – Vejam – estava apontado para um pequeno mapa desenhado –, estamos localizados exatamente aqui – se referindo à parte leste do mapa –, porém eles estão ali – agora mencionava a parte oeste –, no submundo do império. Lá vivem os ladrões e os baderneiros. Os que não aceitam a política do imperador.

— Sério!? – disse Paula, perplexa. – Então se eles estão localizados nesta região, por que o Ametraton não dá um jeito?

— Bem – começou Nero a explicar –, nossa civilização é diferente da sua, prevejo. Pois nós não possuímos prisões ou bastilhas para criminosos. Temos soldados para as guerras e guardas para o imperador, mas não uma polícia. Somos assim para que a sede por ganhos não se perca. Se nos acomodarmos em delegar a responsabilidade de fazer justiça, logo viveríamos com a perda dela. E um bom mercenário tem a sua própria justiça, e não uma coletiva. Assim, vendo esses tipos de criminosos crescerem, o imperador achou uma excelente oportunidade de nós fazermos as nossas justiças. E, afinal, não são bem criminosos, porque não existe lei contra roubo. Logo, não existe crime.

Não se preocupe, bom leitor, se sua cabeça estiver girando. As das gêmeas também estavam. Entretanto, o que preocupava Paula não era o sistema político doido que foi apresentado, mas o perigo que pressentia. Nero, vendo a angústia da menina, resolve acalmá-la, dizendo:

— Acalme-se. Tenho certeza que ninguém irá se machucar ou morrer.

— Como posso acreditar em você? – replicou Paula.

— Simples. Em toda nossa história, nunca houve um homicídio em nossa civilização.

— Como pode ser possível? – perguntou Marie, mergulhando de vez no desentendimento.

— Disso não sabemos muito bem – respondeu Nero. Parece ser algo em nosso sangue mercenário. Bom, não há ganho nenhum na morte dum compatriota, não é mesmo? Mesmo que ele tenha causado bastante confusão.

Pelo menos essa resposta fez algum sentido para as meninas. Um sentido sem explicação? Sim. Mas é isso que faz uma história fantástica ser emocionante.

— Se não precisamos nos preocupar com tal perigo inexistente – continuou Paula –, por que estão levando armas?

— Para as armadilhas – replicou Ana. – Arão e seu grupo roubam os pertences das pessoas e os escondem em lugares extremamente protegidos por diversos tipos de armadilhas. Por esse motivo, as pessoas não costumam resgatar o que lhe foi roubado. Confesso-vos que as adagas de Nero são mais proativas neste tipo de missão, pois os arcos são mais efetivos em guerras. Porém, se por algum motivo precisarmos de um, aqui está.

Mal sabia ela que iriam precisar.

— Mas chega de perder tempo – retomou Ana. – Precisamos atravessar a cidade para chegar no esconderijo. Portanto nossa caminhada será longa.

— Certo – afirmaram as gêmeas.

Assim, os quatro se retiraram do restaurante e começaram a cruzar a cidade. Passaram por diversas lojas estranhas e lúgubres. Algumas vendiam artefatos, armas, peças antigas da família do imperador e, claro, vários tipos de objetos de prata: estátuas de prata, talheres de prata, roupas de prata, carruagens de prata, gente de prata. Tudo de prata. Entraram numa loja de feiticeiras cuja especialidade era produzir caldeirões de prata.

Caminharam bastante até chegarem em seu destino. Tanto que anoitecera quando chegaram. E isso deixava o submundo do império num ar mais aterrorizante.

“O submundo do império”, eis o que estava escrito na placa de entrada para aquele lugar. Mas era estranho. Quando atravessaram o portão, as gêmeas se depararam com aquilo que menos imaginavam.

O lugar era calmo e bem iluminado. As pessoas andavam e conversavam da mesma maneira natural como as do resto do império. Na verdade, havia uma diferença: seus rostos estavam expostos. Como de costume daquele povo, ninguém poderia mostrar a própria face, a não ser Ametraton, o grande governador (e sua família). Sendo isto, por evidente, um sinal de rebeldia. E assim que os habitantes daquela região perceberam Ana e Nero com seus rostos cobertos, começaram a vaiá-los.

— Tolos – gritaram eles. – Vós sois a sela onde Ametraton coloca sua traseira. Vejam! Eis os escravos da própria ilusão.

E riam, e riam, e riam, todos em zombaria. Nero e Ana não se sentiram ofendidos. Apenas os ignoravam com polidez. Afinal, como uma boa mercenária que era, sabia que não havia ganhos em dar préstimo a insultos alheios.

O grupo virava e cruzava esquinas e mais esquinas. Porém nada encontraram. Por um momento, viram-se numa parte bastante bela da cidade. Uma estátua bastante alta, lembrando o tamanho do Cristo Redentor da cidade do Rio Janeiro, encontrava-se no meio do submundo do império. Perdoe-me, mas, na verdade, eram duas, sendo de dois homens compartilhando um pão. E sorriam fazendo isso.

As garotas não entenderam por hora. Contudo Nero viu aquilo como afronta para um povo mercenário. Dividir? Um ato perverso para aqueles que amam a usura e as vantagens. Ana talvez ficasse com raiva também, mas avistou algo que, certamente, era mais importante naquela hora. Um grupo imenso de crianças.

E o que há de mais num grupo de crianças, o leitor pode estar se perguntando. A turma de Arão sempre arrumava confusão por onde passava. Mas não deixavam de ser crianças apenas. Sendo assim, quando estavam a sós, eram fáceis de serem apreendidas.

— Vejam! – disse Ana, apontando para o grupo de crianças. – Devem fazer parte da malta de Arão.

— Sem dúvida alguma – confirmou Nero.

— Fiquemos e esperemos a movimentação deles. E, assim que começarem a regressar para suas supostas casas, sigamo-nos.

— Certo! – corroboraram Nero, Paula e Marie.

Os quatro tiveram que esperar por volta de quarenta minutos, pois a criançada parou ao pé das duas grandes estátuas para conversarem e rirem juntos. Mas quando um dos integrantes notou que já estava bastante tarde, resolveu adverti-los sobre a hora tardia. Assim, conversaram por mais alguns breves minutos e começaram voltar para suas supostas casas.

Ana, Nero, Paula e Marie, espertos como falcão para atacar sua presa, começam a segui-los.

Não demorou muito tempo para aquele grupo de crianças chegar ao seu destino. Parecia uma pequena fortaleza, mas sem guardas ou arqueiros para protegê-la. Estava mais para um quartel de crianças travessas.

Zaia recebeu o grupo e percebeu que estavam sendo seguidos, afinal, só estavam andando a alguns metros de distância daquelas crianças. A garota deu uma risada de perplexidade e soltou um grunhido de raiva, pois reconhecera Marie de longe. Marie ri para provocá-la de volta.

— Olha – começou a discursar Zaia –, se não são os cabelinhos de fogo. Parece que conseguiram nos achar. Mas não vão conseguir recuperar nada do que vos roubamos.

— Viemos encarar vossas armadilhas e desafios – replicou Ana.

Como num átimo, todas as crianças que moravam naquele quartel estavam reunidas e riam de Ana.

— Então – apareceu Arão, tomando posse da palavra – acham realmente que podem encarar nossas armadilhas?

— Vocês são ingênuos? – indagou Marie. – Por que nos anunciam que há armadilhas? Aí não serão armadilhas.

Nero cessa sua risada e fica estupefato. Nunca pensou nisso antes.

— Bem – respondeu ele, caçando palavras para seu argumento –, nós dizemos a respeito de nossas armadilhas para facilitar quem irá enfrentá-las – disse ele, e com razão. Nunca houve alguém que pudesse vencer todos os obstáculos impostos por eles. E ele torna: – São apenas cinco salas que terão de enfrentar. Se não conseguirem, viverão sabendo que perderam de vez aquilo que lhes pertencia e não terão ganhos nem credibilidade.

Que afronta! Isso fez com que o sangue de Nero e Ana fervilhasse.

— Nós aceitamos! – exclamou Marie, respondendo pelos quatro.

— Ótimo – respondeu Arão, sorrindo o mesmo sorriso bobo da última vez que se encontraram. Porém havia uma dose de desafio nele. – É por aquela porta – disse ele, apontando, por incrível que pareça, para a porta principal.

Seriam essas armadilhas tão terríveis que nem sequer se dão o trabalho de escondê-las? Bem, vejamos.

O grupo entra na fortaleza dos arruaceiros. Eles se deparam com uma gigantesca sala contígua com a cozinha. Claro, pelo simples fato que aquela residência era ocupada apenas por crianças, o lugar estava um caos. Roupas espalhadas pelo chão, cobertores na cozinha, gente dormindo na cozinha, brinquedos pendurados nos archotes de cera, um caos. E, no meio de toda essa bagunça, Arão conduz os quatro para um mosteiro, que, à princípio, as gêmeas acharam que fosse uma cortina jogada. Por trás dele, havia uma grande porta de metal, com um buraquinho no centro. Neste, Arão impôs uma pequena chave que tirara do bolso. A porta estrala, ele a empurra e, por fim, ela se abre. Logo, todas as crianças cuja atenção estava voltada em badernar o máximo possível tiveram seus olhares fixados para o grupo.

— Eis aí – disse Arão, pomposo, confiante de si. – Aqui está o que tanto desejam. Mas lembrem-se, se forem pegos em todas as fases da armadilha, sendo que somente a primeira tem duas fases, com as outras três, uma perderão. E isso já é uma coisa terrível para um mercenário. A perda. Seja material, seja honrosa.

— Sabemos muito bem disso – respondeu Nero, sem se sentir intimidado. – Nós conseguiremos passar por estas armadilhas e voltaremos com a lira que roubaram.

— Veremos!

Tendo decidido quem era o cão que latisse mais alto, os quatro entram na sala. A porta atrás deles se fecha, ficando numa escuridão terrível.