Advertência
Talvez você esteja um pouco apreensivo quanto à leitura deste livro. Como a maioria dos fumantes, você pode morrer de medo da simples idéia de parar de fumar e, embora tenha toda a intenção de largar o cigarro algum dia, esse dia não é hoje.
Se você espera que eu enumere os terríveis riscos que o fumo traz à saúde, se espera que eu lhe diga que você gasta uma pequena fortuna para manter esse hábito, que cigarros são asquerosos e nojentos e que você é um tolo, um fraco, um ser humano sem nenhuma força de vontade, creio que irei decepcioná-lo. Essas táticas nunca me ajudaram a abandonar o vício e, se elas fossem capazes de fazê-lo parar, você já o teria feito.
O meu método, que chamo de EASYWAY, não funciona dessa maneira. Você pode achar difícil aceitar algumas das afirmações que vou fazer. Entretanto, quando tiver concluído a leitura deste livro, não apenas acreditará nelas como também se perguntará como podem ter feito sua cabeça para crer em algo diferente.
Existe uma idéia errada, comumente aceita, de que nós escolhemos fumar. Os fumantes não optam por fumar, assim como os alcoólicos ou drogados não optam por adquirir tais vícios. É verdade que escolhemos acender aqueles primeiros cigarros experimentais. De vez em quando eu resolvo ir ao cinema, mas certamente não escolhi passar a minha vida inteira ali dentro.
Por favor, reflita sobre a sua vida. Você alguma vez decidiu que não poderia mais saborear uma refeição ou se divertir com os amigos sem fumar, ou que não poderia se concentrar ou lidar com o estresse sem um cigarro? Em que momento você resolveu que precisaria de cigarros a todo instante e não apenas nos encontros sociais e que se sentiria inseguro, até mesmo em pânico, se não os tivesse?
Como qualquer outro fumante, você foi atraído para a armadilha mais sinistra e sutil que o homem e a natureza criaram em conjunto. Não existem pais ou mães neste planeta, sejam eles fumantes ou não, que gostem de pensar na hipótese de seus filhos fumarem. Isso quer dizer que todos os fumantes preferiam não ter começado. O interessante é que, antes de cair na armadilha, ninguém precisa de cigarros para aproveitar uma refeição ou para lidar com o estresse.
Por outro lado, todos os fumantes desejam continuar fumando. Afinal, ninguém nos obriga a acender um cigarro. Conscientes ou não dos motivos, são os próprios fumantes que decidem fumar.
Se existisse um botão mágico que as pessoas pudessem apertar para acordar no dia seguinte como se jamais tivessem acendido aquele primeiro cigarro, os únicos fumantes que sobrariam seriam os jovens que ainda estão no estágio experimental. A única coisa que nos impede de parar de fumar é o MEDO!
Medo de enfrentar um período indeterminado de infelicidade, abstinência e desejos insatisfeitos para poder alcançar a liberdade. Me do de que uma refeição ou um evento social não possam ser agradáveis sem um cigarro. Medo de nunca mais ser capaz de manter um bom nível de concentração, lidar com o estresse ou ter a mesma confiança sem essa pequena muleta. Medo de que a própria personalidade e o caráter se modifiquem. Mas, acima de tudo, medo de que “uma vez fumante, sempre fumante”, ou seja, medo de nunca ser completamente livre e ter de passar o resto da vi da ansiando por um cigarro nos momentos difíceis. Se, como eu, você já tentou todos os programas convencionais para parar de fumar e experimentou o sofrimento daquele que eu chamo de Método da Força de Vontade, não apenas será influenciado por esse medo como também estará convencido de que jamais conseguirá abandonar o cigarro.
Se você está receoso ou sente que este não é o momento para parar de fumar, posso lhe garantir que tudo isso é provocado pelo medo. Esse medo não é amenizado pelo cigarro, mas causado por ele. Você não decidiu cair na armadilha da nicotina. Mas, como todas as armadilhas, ela foi criada para garantir que você permaneça nela. Pergunte a si mesmo se, quando acendeu aqueles primeiros cigarros, você decidiu que continuaria a fumar por tantos anos. Então, quando vai parar? Amanhã? No ano que vem? Pare de enganar a si mesmo! A armadilha foi preparada para prendê-lo pelo resto da vida. O que você acha que leva todos os fumantes que estão por aí a não pararem antes que o cigarro os mate?
Este livro foi publicado pela primeira vez há mais de vinte anos e tem sido um grande sucesso desde então. Hoje, tenho muitos anos de feedback dos leitores. Como você logo verá, esses resultados excederam as minhas mais ousadas expectativas quanto à eficácia do meu método. Eles também revelaram dois aspectos do MÉTODO EASYWAY que me causaram alguma preocupação. Falarei sobre o segundo deles mais tarde. O primeiro surgiu das cartas que recebi. Vou dar três exemplos:
“Eu não acreditei nas suas afirmações e peço desculpas por duvidar do seu método. Foi tão fácil e agradável quanto você disse que seria. Dei o seu livro de presente a todos os meus amigos e parentes fumantes, mas não entendo por que eles não o lêem.”
“Ganhei o seu livro há oito anos de um ex-fumante amigo meu. Mas só fui me dedicar à sua leitura há pouco tempo. Meu único arrependimento foi ter perdido oito anos.”
“Acabei de ler o MÉTODO EASYWAY. Só se passaram quatro dias, mas sinto-me tão bem que sei que nunca mais vou precisar fumar novamente. Comecei a ler o seu livro pela primeira vez há cinco anos, cheguei à metade e entrei em pânico. Eu sabia que, se continuasse a ler, teria de parar de fumar. Não fui uma grande tola?”
Não, aquela mulher em particular não foi tola. Eu me referi a um botão mágico. O método que estou propondo funciona exatamente como o tal botão. Deixe-me esclarecer melhor: o MÉTODO EASYWAY não é mágica, mas, para mim e para os milhões de ex-fumantes que acharam tão fácil e agradável parar de fumar, parece mesmo um passe de mágica!
É esta a minha advertência. Temos uma situação semelhante à do ovo e da galinha. Todo fumante deseja parar e todo fumante pode encontrar uma maneira fácil e agradável de fazer isso. O grande obstáculo é o medo. O maior benefício é livrar-se desse medo. Mas você não se libertará dele enquanto não chegar ao final deste livro. Por outro lado, como aconteceu à mulher do terceiro exemplo, esse medo pode aumentar à medida que você for virando as páginas, e isso pode impedi-lo de continuar.
Você não escolheu cair na armadilha, mas pode ter certeza de que não vai escapar dela enquanto não tomar essa decisão. Você já pode até estar roendo a corda, a ponto de desistir. Ou pode estar apreensivo. De uma maneira ou de outra, tenha isso em mente: VOCÊ NÃO TEM ABSOLUTAMENTE NADA A PERDER!
Se, ao terminar esta leitura, você decidir que deseja continuar fumando, nada poderá impedi-lo. Você não precisa sequer diminuir o número de cigarros ou largá-los enquanto estiver lendo. E lembre-se: não haverá nenhum tratamento de choque. Ao contrário, só tenho boas notícias a lhe dar. Você consegue imaginar como o Conde de Monte Cristo se sentiu quando finalmente fugiu da prisão? Foi assim que eu me senti quando escapei da nicotina. É assim que milhões de ex-fumantes que usaram o método se sentem. No final do livro, É ASSIM QUE VOCÊ VAI SE SENTIR! SIGA EM FRENTE!