Todos esperavam por ela. No entanto, naquela noite de primeiro de setembro, a ouvir o rádio, ninguém escondia o espanto e o medo. A Alemanha invadira a Polônia, e a França e a Inglaterra tinham-lhe declarado guerra.
— É clara a agressão dos imperialistas contra a Alemanha — exclamara Seu Caboclinho. — O grande capital quer à força impedir o povo alemão de recuperar os seus direitos históricos e de cumprir o seu destino.
A discussão arremessou o grupo para fora da varanda. Alguns puseram o chapéu com raiva e foram para casa. Outros continuaram a esbravejar argumentos nas calçadas e no meio da rua. Houve gente que saiu de uma roda de cadeiras para outra, sempre a falar alto. Um moleque deu um viva à Alemanha. Na casa do médico, a senhora escancarou a janela, sentou-se ao piano e começou a tocar Chopin.