O cavalinho se empina
alto como o sol rosado
viaja na grama fina
campo de morangos ralo
o aipim com seus talos
empurra a face franzina
o mundo é o pequeno mato
em que buscava a menina
as lindas mãos estão sujas
o sol é baixo e a paisagem
tem formiguinhas azuis
e rosas em seu mormaço
(bebemos leite no ubre
das cabras) os seus joelhos
transpondo a cerca florescem
no olhar de um menino vesgo
se você me beijar disse
r i a
abelhas nos seus olhos
e as sossegadas florinhas
corriam sobre seu colo
se você a corça é lenta
a voz de chuva mansinha
tem gosto de pera fria
só não chove em nossos braços
chuvisco de sol macio
que a tarde é clara e arrebenta
um caqui alaranjado
partido sobre o relvado