ALGUMAS QUESTÕES HISTÓRICAS 

 

 

 

Na época de Christopher, a escrita do inglês não era padronizada. Assim, por exemplo, era comum ver «Clerkenwell Green» escrito como «Clarkenwell Greene», como «Clerkenwelle Grene» ou qualquer outra variação que o escritor considerasse correta. Neste livro, os nomes em inglês, os títulos e topónimos foram escritos de acordo com as regras modernas. (Muitos locais que aparecem neste livro ainda existem, aliás. Por isso, se o leitor algum dia andar pelas ruas de Londres, que já não são de pedra, porque não descobrir alguns dos locais por onde Christopher passou?) 

Outra mudança foi feita no calendário. Em 1665, a Inglaterra ainda usava o velho calendário juliano (introduzido em 46 a.C. pelo general e estadista romano Júlio César), ao passo que a maioria dos países da Europa já tinha optado pelo calendário gregoriano, mais recente (introduzido em 1582 d.C. pelo Papa Gregório XIII, que é o calendário que ainda usamos nos dias de hoje). Embora eles sejam quase idênticos, os dois calendários têm duas diferenças importantes. Em primeiro lugar, o ano do calendário juliano começa em 25 de março, e não no 1.º de janeiro. Em segundo lugar, a maneira como, no calendário juliano desde a sua adoção, se acrescentavam os dias bissextos (o 29 de fevereiro) fez com que ele ao longo do tempo ficasse dez dias atrasado em relação ao calendário gregoriano (por exemplo, o solstício de verão a 21 de junho teria sido em 11 de junho, de acordo com o calendário juliano). 

Nem é preciso dizer que essas diferenças poderiam gerar muita confusão. Por exemplo, um viajante poderia fazer uma viagem marítima de quatro dias de Roterdão a Londres, partindo em 28 de março de 1665 do calendário gregoriano, e chegar a Inglaterra em 22 de março de 1664 do calendário juliano (mais de um ano antes de ter partido!). Para evitar confusões desse tipo e para seguir nosso calendário atual, todas as datas que aparecem neste livro estão de acordo com o sistema gregoriano moderno.